Ato pela saúde marca o lançamento da campanha contra os agrotóxicos no Rio
terça-feira 19 abril 2011 - Filed under Notícias do Rio
por Ivi Tavares, do setor de saúde do MST, com informações e fotos de Raquel Júnia, da EPSJV
No Rio de Janeiro, no Dia Mundial da Saúde, dia 07 de abril, uma manifestação reuniu cerca de 500 pessoas para protestar contra a privatização do SUS. Estavam lá profissionais de saúde, sindicatos, partidos políticos, estudantes, professsores e movimentos sociais, entre eles o MST.
A manifestação também foi palco do lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida. Durante a passeata foram entregues panfletos e adesivos esclarecendo os malefícios dos agrotóxicos para a saúde, e houve um convite a todas os participantes para ingressarem nessa luta, que também é por saúde.
A concentração se deu em frente à sede da Associação Brasileira de Imprensa, e os manifestantes seguiram com faixas e cartazes em passeata pelas ruas do Centro da Cidade, ocupando as escadarias da Assembléia Legislativa do Estado (ALERJ). Lá, foi entregue um manifesto ao presidente da ALERJ pedindo a instalação de uma CPI da Saúde no estado. O objetivo desta comissão seria investigar as várias denúncias da precariedade do atendimento à população em unidades gerenciadas por Organizações Sociais, e o fechamento de pelo menos três hospitais. Mais de 70 organizações assinaram o pedido de CPI. Da ALERJ, a manifestação passou pela Avenida Rio Branco até chegar à Cinelandia.
De acordo com os manifestantes, as OS’s são hoje as responsáveis pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), pelo Programa Saúde da Família (PSF) e poderão assumir o controle das emergências dos quatro grandes hospitais municipais. Caso isso ocorra, o governo estará desrespeitando a Lei nº 5.026, que proíbe tal modelo de gestão em unidades de saúde já existentes.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, colocou que “o que a população precisa saber é que a privatização está longe de resolver a crise. A privatização e os empresários, teêm uma lógica, que é a do lucro, e a administração pública tem outra lógica, que é o interesse público. Por princípio e como regra constitucional, não é possível se admitir a idéia de que o setor público de saúde possa ser gerido pelo setor privado. Como a constituição estabelece, o privado entra como complemento dessa assistência, mas nunca como a ação principal”.
Em todo país vários atos ocorreram no mesmo dia em prol da saúde pública. Para a professora Maria Inês Bravo, do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, em 2011 as manifestações em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) ganharam força com a criação do Frente Nacional contra a Privatização da Saúde. “Hoje temos a frente nacional e atos nacionais articulados. Todos eles com a mesma palavra de ordem: saúde não é mercadoria! Em defesa da saúde pública, estatal”, afirma.
Leia também http://www.epsjv.fiocruz.br/
2011-04-19 » alantygel