Balanço da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres da Via Campesina
quarta-feira 28 março 2012 - Filed under Notíciais Internacionais e da Via Campesina + Notícias do Brasil
Setor de Gênero do MST
A Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas 2012 teve como objetivo denunciar o capital estrangeiro na agricultura e as empresas transnacionais. Foram realizadas 32 ações em 20 estados com participação total de 14.800 companheiras. As ações realizadas trouxeram pautas como o veto ao novo código florestal, contra os agrotóxicos, pela Soberania Alimentar e Reforma Agrária.
O intuito foi chamar a atenção da sociedade denunciando o modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente e as ameaças à soberania alimentar do país e à vida da população brasileira, que afeta de forma direta a realidade das mulheres.
Ao mesmo tempo, a nossa luta coloca como alternativa o projeto de agricultura baseado na agroecologia e propõe a luta em defesa da nossa soberania ambiental.
Diante das ameaças que a humanidade vem sofrendo com a expansão do capital na agricultura, as mulheres se organizaram e decidiram fazer a luta contra hegemônica ao modelo capitalista, que se sustenta na opressão das mulheres e na degradação ambiental.
Lutamos porque a participação efetiva no processo político de luta, de mobilização, de formação e de decisão é condição para a elevação do nível de consciência das mulheres.
A luta é uma condição para a vitória. Visibilidade é importante e participação é necessária, mas o protagonismo é a condição para mudar a realidade das mulheres.
Assumir o comando da luta como sujeitos políticos cria as condições para que as próprias mulheres construam sua própria história.
A jornada também teve também como desafio a divulgação e a construção de formas de viver e produzir que contribuam para a soberania alimentar do país e a preservação da biodiversidade.
Para isso, fazemos alianças com as mulheres trabalhadoras da cidade para que juntas possamos mudar os rumos da história e construir uma sociedade com novos valores e um mundo sem violência e sem opressão.
Assumimos o compromisso de lutar incansavelmente contra toda e qualquer forma de opressão e mercantilização da vida, do corpo e dos bens naturais.
Nossa pauta nessa jornada de luta:
– Que as grandes extensões de terra utilizadas por essas empresas devem ser destinadas a Reforma Agrária, para produção de alimentos saudáveis para auto-sustentação e geração de renda.
– Acabar com o latifúndio e garantir justiça social no campo brasileiro que sirvam de base para a construção da soberania alimentar do nosso país.
– Garantir a recuperação e preservação da biodiversidade, matas, florestas, plantas medicinais, sementes crioulas, água, terra como patrimônio dos povos a serviço da humanidade.
– Um projeto de agricultura baseado na agroecologia. Nesse projeto defendido pelas mulheres é de que a terra, as águas, as sementes, o ar, e as diversas formas de produção da vida no campo jamais podem ser mercantilizadas.
2012-03-28 » alantygel
28 março 2012 @ 1:30
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