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Campanha contra agrotóxicos participa do XIV Encontro Estadual dos Sem Terrinha

quarta-feira 26 outubro 2011 - Filed under Campanha Contra os Agrotóxicos + Notícias do MST Rio

Evento do MST tinha como um dos alicerces a luta contra veneno na comida

por Natália Kleinsorgen

Chegando ao local onde aconteceria o 14º Encontro Estadual dos Sem Terrinha, na Escola Técnica Estadual Agrícola Antônio Sarlo, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, o clima de brincadeiras imperava. A descontração era apenas o pano de fundo daquela jornada, que não demorou nada para demonstrar a luta das crianças que não paravam de correr, cantar, dançar e jogar bola.

Divididos em equipes destinadas a cuidar de segmentos específicos, como “saúde”, “alimentação”, “secretaria”, “disciplina” e “animação”, militantes vindos de vários lugares puderam atender a garotada com atenção, exercendo suas funções de maneira organizada. Apesar da falta de dois ônibus aguardados terem reduzido o número de crianças participantes para quase 50, todas as atividades propostas foram cumpridas e o ato, na segunda-feira (10), fechou o encontro, que acontecia desde sábado, dia 8, com chave de ouro.

Sempre arrumadas em roda, conduzidas pelas equipes, elas entoavam canções e gritos de ordem que soavam como lemas de vida, em coro pela melhoria da situação no campo: “Por escola, Terra e Alimentos Sem Veneno”, era o tema do evento, único encontro destinado exclusivamente às crianças e ao debate dos ideais camponeses. A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida esteve presente e pode aprender e ensinar valores, em uma troca que parecia não ter fim.

No domingo (9) pela manhã aconteceram as principais discussões em torno da luta contra o fechamento das escolas e os agrotóxicos. A equipe ligada à Campanha conversou com as crianças no espaço de formação; realizou um teatro sobre os males da utilização de substâncias tóxicas na produção e no consumo dos alimentos; e um debate, que definiu o que seria alimentação ideal: saudável e sem venenos. Uma das propostas levantadas foi sobre a merenda escolar. Os pequenos sugeriram que nos colégios o consumo de comida viesse de pequenos agricultores, o que reduziria a quantidade de tóxicos ingerida por eles.

No auditório, quando todas as equipes se reuniam, era onde eles demonstravam o que tinham aprendido: a presença da coragem no lugar do medo. Gritos como “Reforma agrária, sim! Fechar escola, não!” e “Arroz e feijão, queremos comer! Mas com veneno podemos morrer!” enchiam os organizadores de orgulho, com a sensação de missão da jornada cumprida, mas, principalmente, ajudavam a criar o cenário perfeito para crianças que liderarão as futuras revoluções.

A tarde de domingo também foi de muitas atividades construtivas, quando aconteceram as oficinas. As opções oferecidas eram: “Rap, Ritmo e Poesia”, “Tecnologia Social e Horta Vertical”, “Fantóxicos com Percussão Rítmica”, “Fazendo Desenho Animado de Massinha”, “Pintura em Tela”, “Contação de Histórias” e “Cartazes”. A última, de responsabilidade da Campanha, tinha o objetivo de produzir material para ser levado no ato em praça pública. Tintas coloridas, fotos e desenhos recortados e colados em PVC deram vida às placas e pirulitos exibidos pelos pequenos guerreiros, na manhã do dia seguinte.

O  desfecho do evento foi satisfatório, de acordo com a análise de Elisângela Carvalho, representante da Educação do MST. No encerramento, durante a noite de domingo, ela destacou os pontos altos do encontro e as dificuldades que passaram, lembrando da importância da luta infantil. A concretização do discurso dela foi o ato na praça. Os sem terrinha entregaram na Câmara de Campos uma carta à vereadora Odisséia Carvalho (PT), pedindo que não fechassem mais as portas das escolas camponesas; que os 30% da merenda escolar definidos por lei fossem concedidos aos pequenos agricultores locais; além de outras resoluções da luta do MST.

Na região norte fluminense, 12 instituições de ensino foram fechadas – metade delas só em Campos – e nenhuma construída. Com relação aos alimentos, o documento alertava sobre a necessidade dos trabalhadores venderem seus produtos agrícolas em outras cidades, devido às dificuldades com licitações no município. A política prometeu levar a carta ao plenário no dia seguinte, e entregá-la à Comissão de Educação e ao presidente da Câmara, Nelson Nahim (PPL), que foi convidado, mas não compareceu. Ao final do ato, todos foram conduzidos a plenária da Câmara, com a condição de não levarem bandeiras, cartazes ou barulho. A coordenação do encontro dos sem-terrinha discursou, lembrando que a casa do povo não pode calar a voz dos cidadãos.

2011-10-26  »  alantygel

Talkback

  1. Boletim31 | MST Rio
    26 outubro 2011 @ 10:21

    […] Campanha contra agrotóxicos participa do XIV Encontro Estadual dos Sem Terrinha […]

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Re: Campanha contra agrotóxicos participa do XIV Encontro Estadual dos Sem Terrinha







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