Content

Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

MST organiza seminários para a estruturação dos sistemas produtivos na Região Sul Fluminense

quarta-feira 22 dezembro 2021 - Filed under Assentamento Popular Irmã Dorothy + Campanha de Plantio de Arvores + Notícias do MST Rio

No último dia 09/12 as famílias do MST do assentamento Irmã Dorothy realizaram, junto aos demais assentamentos da Regional sul fluminense, o primeiro seminário sobre o sistema produtivo do café, contando com a contribuição da parceira do MST Renata Brito, que é agrônoma, especialista nas áreas de cafeicultura e sementes.

Seminário sobre o sistema de produção do café

O seminário iniciou abordando um entendimento geral sobre esta cultura e aprofundando em futuras perspectivas de plantios e beneficiamentos individuais e coletivos com manejo agroecológico. Em seu plano de trabalho o Movimento segue na perspectiva de aprofundar também nos conhecimentos técnicos já no campo, e organizando visitas com as famílias interessadas na frente de produção junto a experiências consolidadas no estado e arredores. Assim, conseguindo avançar coletivamente no preparo das áreas de produção, a escolha e compra das variedades de café, manejo e seu beneficiamento.

Busca-se também construir caminhos de uma retomada do café na região do Médio Paraíba do Sul a partir da ótica da produção camponesa agroecológica e não mais guiada pelos barões do café escravagistas ou empresários. Esta ação dialoga também com outras frentes do movimento na região no sentido da territorialização da agroecologia e na auto-organização produtiva de suas famílias acampadas e assentadas.

Nessa perspectiva, também se elaborou um plano de trabalho junto a Secretaria de Agricultura do Estado, onde atua o técnico Leandro Machado, que é parceiro do MST, especialista em bananicultura e que atua com a perspectiva da sanidade vegetal. Inicialmente também foi realizado um seminário sobre a cultura da banana e suas características gerais, envolvendo a preparação da área, escolha das variedades para a região, manejo do solo, tratos culturais, consórcios com outras espécies, arranjos e sistemas mais complexos. Assim como colheita, beneficiamento e comercialização.

A banana foi o primeiro eixo trabalhado por possuir um enorme potencial para se iniciar sistemas agrícolas, favorecendo nas questões de adubação, consórcio com espécies afins e a implementação de agroflorestas na região. Como primeira ação foi feita uma compra coletiva de variedades de mudas resistentes a algumas doenças da banana, principalmente a sigatoka-negra, sigatoka-amarela e o mal-do-panamá. E visando também a comercialização focada no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e outros mercados institucionais, com a variedade Prata e outras.

Organização do sistema produtivo da banana

Nesse sentido, a Região Sul Fluminense encaminhou alguns eixos de trabalho no último período, no sentido de focar em três sistemas produtivos estratégicos que são a olericultura, a bananicultura e o café.

No momento a região está elaborando um plano de trabalho e organizando grupos de famílias para estruturar jardins clonais, como áreas de reprodução das mudas adquiridas, para em seguida se implementar sistemais maiores e mais complexos nos lotes das famílias. Para isso foram organizados subgrupos das famílias para se fazer um acompanhamento e um diagnóstico participativo do território tendo como base os princípios do método Camponês a Camponês. E em seguida, no próximo período, ser montado um programa de trabalho para a organização regional em 2022.

Organização do sistema produtivo da banana

As ações partiram inicialmente do território do assentamento Irmã Dorothy – contribuindo também para a resistência contra os recentes ataques do INCRA que não reconhece as famílias que legitimamente vivem nesta terra – e têm perspectiva de avançar na região para os assentamentos Terra da Paz, Roseli Nunes e Vida Nova.

Para o ano que vem a perspectiva também é de elaborar um programa de trabalho, com apoio dos técnicos parceiros, organizando as famílias para uma compra coletiva de sementes e a construção de um viveiro. Assim como o acompanhamento mais sistemático nas unidades de produção. Pensando também no avanço do estudo do sistema produtivo e um planejamento de curto, médio e longo prazo com objetivo no beneficiamento, agroindustrialização e comercialização. Garantindo assim qualidade de produção e auto-organização territorial.

É importante dizer que estas ações dialogam também com o plano nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, que o MST vem trabalhando em todo o país com o objetivo de plantar 100 milhões de árvores ao longo de 10 anos. No Rio de Janeiro o movimento tem a perspectiva de organizar os sistemas de produção em suas regionais, acumulando para estruturar os assentamentos da Reforma Agrária Popular.

Defendemos estas ações como o fortalecimento do cuidado da natureza e da luta pela conservação dos bens naturais e pela vida. Em oposição às políticas de morte do agronegócio e do governo Bolsonaro, que promove a devastação ambiental, a exploração e expulsão dos povos e comunidades que vivem no campo e florestas. Diante da guerra que o capitalismo impõe contra os e as trabalhadoras, é necessário avançar na auto-organizalção dos territórios, garantindo água, sementes crioulas, agroflorestas, produção de alimentos saudáveis, geração de energia. Com auto-sustentação econômica e organizativa das mulheres, jovens e comunidades para resistir e avançar rumo a uma sociedade mais justa e igual.

Terra para quem nela vive e trabalha!
Lutar, construir reforma agrária popular!

2021-12-22  »  Gabriel

Share your thoughts

Re: MST organiza seminários para a estruturação dos sistemas produtivos na Região Sul Fluminense







Tags you can use (optional):
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>