Interessados podem encomendar alimentos agroecológicos dos assentamentos do MST pelo WhatsApp
Por Clívia Mesquita Do Brasil de Fato
Os interessados em adquirir alimentos agroecológicos e livres de veneno na região norte fluminense podem contar com a inauguração da primeira Cesta de Produtos da Reforma Agrária Terra Crioula em Campos dos Goytacazes (RJ), no dia 13 de novembro. Serão comercializadas mais de 50 variedades de produtos vindos dos assentamentos da reforma agrária Zumbi dos Palmares, Josué de Castro e Dandara dos Palmares.
Nesta primeira edição, os clientes já podem enviar uma mensagem para o WhatsApp (22) 99736-4558. A lista de produtos e dos preços serão divulgados entre os dias 4 e 8 de novembro. A entrega das encomendas será durante a feira agroecológica no Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SINDPETRO-NF), das 8h às 18h, na Avenida 28 de Março, nº 485, centro de Campos.
Do setor de produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Carlos Gouveia explica que a cesta representa a diversidade, cooperação e a prática da agroecologia na produção de alimentos saudáveis nos assentamentos da região. A expectativa é acumular experiência de comercialização e estreitar a relação campo e cidade. Aipim, batata doce, cana descascada, hortaliças, fitoterápicos, frutas diversas, ovos, farinha, polpas e biscoitos artesanais estão entre as opções.
“Esperamos que cada núcleo da região possa avançar nos espaços de comercialização e fortalecer a relação campo e cidade através da produção das famílias assentadas. Tanto na relação direta como a cesta, mas também no acesso a políticas públicas de alimentação como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), que fornece alimentos saudáveis produzidos nos assentamos para as escolas públicas”, destaca Gouveia.
Inspirado no Espaço de Comercialização Terra Crioula do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, a região norte fluminense planeja lançar uma plataforma digital de acesso e consulta da lista de produtos nas próximas edições.
Reforma agrária
Fruto de muita luta das famílias camponesas do MST, a cesta ainda traz a memória do direito à terra na figura do militante Cícero Guedes, morto a tiros em 2013 que terá seu assassinato julgado em novembro. Cícero era assentado no Zumbi dos Palmares, onde se localiza o lote Brava Gente.
“Cícero foi brutalmente assassinado por lutar pela reforma agrária, hoje é um símbolo e uma referência na produção agroecológica e nesses espaços de feira e comercialização popular, atrás de alimentos saudáveis. Quando se ocupa a terra, buscamos produzir alimentos saudáveis para o povo. A principal intenção da reforma agrária é essa”, afirma Carlos Gouveia, do setor de produção regional do MST.
Serviço
Entrega da Cesta de Produtos da Reforma Agrária Terra Crioula
É na Lapa, tradicional bairro boêmio do Rio de Janeiro, reduto de expressões artísticas e culturais diversas, que está localizada mais uma loja da rede Armazém do Campo, organizada pelo MST, que comemora neste mês de setembro um ano de existência.
Alguns exemplos vivos da arte e cultura brasileira, expressada nas telenovelas, palcos de shows, teatro e universidades, marcam presença na loja, cuja arquitetura, ainda do tempo colonial, apresenta um ambiente inspirador.
Ou seja, quando a bandeira da alimentação saudável é hasteada no centro do Rio, artistas e intelectuais se aproximam ainda mais para conhecer de perto e participar de debates importantes, como a luta pela terra, pela Reforma Agrária, Soberania Alimentar e a produção de alimentos saudáveis.
Todos esses temas fazem parte do processo de gestação do Armazém do Campo, que ao estar estrategicamente bem localizado, se consolida também como um espaço amplo de expressão da arte e da cultura popular, aproximando mais e mais pessoas.
Alimentos saudáveis sim!
Nesse 1 ano de existência, o Armazém do Campo construiu várias amizades. Um exemplo disso é a presença da atriz, humorista, apresentadora e diretora brasileira Maria Cristina Teixeira Pereira, mais conhecida como Cristina Pereira, que comemora junto ao MST o aniversário da loja.
Pereira tem um histórico de luta em defesa dos Direitos Humanos e sempre se posicionou em defesa dos direitos dos trabalhadores. Ao parabenizar o Armazém do Campo pela data, ela afirma que a loja é um espaço de alimentos saudáveis e comidas gostosas para todos.
Majur, cantora e compositora, foi um dos rostos marcantes que esteve no Armazém do Campo do Rio para comemorar esse primeiro ano de existência da loja. Negra, não-binário e baiana, a cantora apresenta um repertório forte, falando de amor, negritude e tombamento.
Pelas redes sociais, Majur destacou a qualidade dos produtos do Armazém do Campo, depois de levar para casa alguns dos 450 itens que são comercializados hoje no Rio.
O ator brasileiro, de ascendência paraguaia e brasileira, nascido no México, Chico Díaz, já é de casa. Visitante regular do Armazém, Díaz participa das atividades culturais e dos atos políticos, além de sempre levar para casa algum produto da loja.
Para ele, é uma alegria e honra poder comemorar esse momento e fala também da importância de se discutir a produção e o consumo de alimentos saudáveis.
A nordestina e atriz Pally Siqueira é uma das figuras mais marcantes que comemorou o aniversário do Armazém do Campo. Se posicionando contra a ameaça de despejo no Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia, em Caruaru (PE), ela repudia a liminar de reintegração de posse e enfatiza que não existem argumentos para expulsar e fechar o espaço que tem atuado na formação de trabalhadores e na produção de alimentos.
Em entrevista, Angela Bernardino (27) fala sobre o papel político do Armazém durante as comemorações de 1 ano da loja no Rio de Janeiro (RJ)
Por Wesley Lima Da Página do MST
Há um ano, o Armazém do Campo, localizado na Lapa, no centro do Rio de Janeiro, tem levado alimentos saudáveis, arte, cultura, política e muita luta para o coração da capital carioca.
A loja do MST, que comercializa hoje mais de 450 produtos orgânicos e agroecológicos, vindos de assentamentos da reforma agrária e pequenos agricultores, se tornou uma referência. A proposta da rede de lojas, que já está presente em cinco estados, é comercializar diariamente os produtos e aproximar a população do debate em torno alimentação saudável, mas também da atual conjuntura política.
A jovem Angela Bernardino (27), militante Sem Terra, atua na coordenação política do Armazém do Campo no Rio de Janeiro e afirma que o espaço é pensado e articulado de maneira direta com a luta do MST, que há 35 anos tem levantado a bandeira da produção de alimentos saudáveis e agroecológicos.
Em entrevista para Página do MST, ela aprofunda essas questões e desenvolve o papel político das lojas Armazém do Campo, conectados a Reforma Agrária Popular, cumprindo o objetivo de “dialogar e mostrar para sociedade que o Movimento Sem Terra não só ocupa a terra, mas também produz alimentos saudáveis, sem veneno”.
Além disso, Bernardino diz que no estado do Rio os processos de comercialização de produtos da reforma agrária não se resumem ao espaço do Armazém do Campo, mas o Movimento tem se preocupado em construir a cada 15 dias o espaço Terra Crioula, que existe há dois anos, e uma vez por ano a Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes. Nesse sentido, essas três estruturas têm ocupado um espaço importante que fortalece a produção de alimentos saudáveis e dá dinâmica para relação campo e cidade.
Leia a entrevista na íntegra:
Sem agrotóxicos, produtos orgânicos, alimentos saudáveis, fim das relações de exploração no trabalho, diversidade. Esses termos fazem algumas sínteses do que simboliza o Armazém do Campo, que ao completar 1 ano de existência no Rio de Janeiro, simboliza muito para o MST. Fale um pouco sobre a dimensão política do Armazém na perspectiva da Reforma Agrária Popular.
Construímos o Armazém aqui no centro do Rio com o objetivo de ter um espaço de resistência e isso foi se consolidando ainda mais durante o processo eleitoral do ano passado. Com a violência generalizada e pessoas sendo agredidas, onde as pessoas se encontravam mesmo. Inclusive teve um dia muito emocionante, porque a gente abriu as portas da loja e tinha muita gente ali fora e as pessoas queriam entrar, pois gostariam de estar num espaço aonde se sintam seguras e que possam conversar sobre tudo sem sofrer nenhum tipo de violência ou de constrangimento.
Por isso, o Armazém tem se reafirmado, cada vez mais, como um espaço de resistência político-cultural dos trabalhadores, cumprindo o papel de debater a Reforma Agrária Popular, para dialogar e mostrar para sociedade que o MST não só ocupa a terra, mas também produz alimentos saudáveis, sem veneno.
Como a dimensão da luta pela terra ocupa espaço no Armazém do Campo?
A luta pela terra é trazida para dentro desse espaço. Não só aqui do Armazém, mas a gente tem outros espaços no Rio, como o espaço Terra Crioula, que cumpre o papel de trazer os produtores para uma feira que acontece a cada 15 dias. Mas, o Armazém traz esse debate no dia a dia e com as Feiras da Reforma Agrária a gente faz isso uma vez por ano.
Então, eu acho que esses três espaços: a Feira Estadual da Reforma Agrária, o espaço Terra Crioula e o Armazém do Campo, trazem em dimensões diferentes o processo da luta pela terra. Porque quando a gente faz a feira nós temos os produtos que são do hortifrúti, que é direto com o produtor; quando a gente faz o Terra, nós não só trazemos os produtos para dialogar, mas também incorpora a parte cultural; já aqui no Armazém, aglutinamos todos esses dois processos, só que com a organização de nossa produção a partir das cooperativas, que já passam por um processo de industrialização dos produtos um pouco mais elaborado e que vão para o mercado comum. Esses três espaços cumprem um ciclo fundamental, levando para cidade não apenas produtos, mas, principalmente, os frutos da luta pela terra e pela reforma agrária.
Por que a capital do Rio de Janeiro foi escolhida para receber mais uma das lojas da rede Armazém do Campo?
O Rio de Janeiro tem muito a cultura da realização de feiras orgânicas, que se materializa no Circuito de Feiras do Rio, e também é uma grande capital estratégica para o MST fazer relações políticas com sindicatos, outros movimentos, inclusive para ajudar a construir esse espaço e ligar campo e cidade. Tanto é que os Armazéns estão nos grandes centros para que possamos fazer o debate da Reforma Agrária e trazer esse mesmo debate para o campo. Ou seja, construir uma relação mais íntima entre campo e cidade, dialogando com a sociedade.
Outro fator importante, é que o Rio de Janeiro é um berço cultural e a indústria cultural acaba tomando conta desses espaços. O Armazém é criado na contra mão desse movimento de industrialização da arte e transformação da nossa produção cultural em mercadoria. Então precisamos ocupar dois espaços centrais: a da produção de alimentos saudáveis e orgânicos; e construir novas relações de produção e reprodução da vida a partir da arte e da cultura.
Quais são os principais pilares que organizam o Armazém do Campo no Rio de Janeiro?
O primeiro é fazer propaganda Reforma Agrária, dialogando com a sociedade e desconstruindo o discurso de criminalização que a sociedade tem sobre o MST. O segundo é a comercialização de produtos oriundos da Agricultura Familiar, do Pequeno Agricultor. Produtos que são orgânicos, que são livres de veneno, que são agroecológicos e que tenham uma outra lógica de produção, incluindo a juventude e as mulheres no processo produtivo. O terceiro pilar é o cultural. Nosso objetivo aqui também é fornecer cultura às pessoas. Por isso que nossas atividades são gratuitas. O quarto e último pilar é garantir a produção de alimentos saudáveis de fato e que sejam agroecológicos. Essas quatro questões acabam norteando a construção dos Armazéns.
Os Armazéns tem se consolidado com um espaço amplo para os trabalhadores de organizações e movimentos populares. O Armazém do Campo no Rio, por conta de sua estrutura física e natureza política, tem abraçado a realização de muitas iniciativas. Como esses processos se articulam e por que fazem parte da natureza do Armazém?
Nós não só fazemos atividades culturais, lançamento de livros, enfim. O Armazém se tornou um espaço de referência e aqui, de referência da esquerda, nesse período que a gente está vivendo. O processe da articulação é reflexo disso. E essas articulações se dão não só com movimentos do campo popular, mas com sindicatos, professores, alunos, e isso materializa a dimensão da articulação política dentro de nossa estrutura hoje.
Por isso, podemos destacar o link direto com nossa natureza política, porque essa articulação é um processo que constrói a luta, mas também a própria loja. Nesse sentido, temos uma relação direta entre a luta política, a articulação e a comercialização de alimentos saudáveis.
Que desafios atualmente o armazém possui olhando para atual conjuntura e por estar localizado no coração da Lapa no Rio?
Acredito que um dos desafios é continuar com esse espaço aberto diante da atual conjuntura. Acho que esse é nosso principal desafio, conseguir que esse espaço mantenha-se de portas abertas e que seja um espaço de resistência ativa. Paralelo a isso, é importante que a gente consiga trazer cada vez mais produtos para dentro do Armazém e falo de produtos de outros estados e regiões.
Do Nordeste, por exemplo, temos poucos produtos, por outro lado, temos uma grande produção por lá. Mesmo com dois Armazéns no Nordeste agora a gente não consegue escoar toda a produção. Então precisamos avançar na articulação interna e construir uma logística para que essa produção possa estar em diversos lugares diferentes. Temos também o desafio de fazer que esse espaço se torne cada vez mais um espaço de formação política. Precisamos trazer o povo para estudar dentro de nossa estrutura.
quarta-feira 28 agosto 2019
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Terra Crioula
O local que hoje, completa 2 anos de funcionamento no centro da capital do Rio de Janeiro, surgiu como alternativa para comercializar a produção Agroecológica dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agraria Popular.
Por Coletivo de Comunicação MST-RJ Da Página do MST
Em diálogo direto com a sociedade o espaço de comercialização Terra Crioula cumpre dois anos de resistência ativa ao promover a organização da produção vinda das regionais do Movimento no estado do Rio de Janeiro, organizar a Cesta da Reforma Agrária, a culinária da terra, a Feira Agroecológica, além de espaços de debate e atividades culturais.
Para celebrar a data comemorativa nestes dias 27 e 28 de agosto, o MST mobilizou os coletivos de produção e comercialização do Rio de Janeiro, como por exemplo os coletivos da regional norte fluminense no Assentamento Zumbi dos Palmares, o maior no estado com 513 famílias, o assentamento Dandara dos Palmares, com presença da produção de polpas do Coletivo de Juventude e a produção de fitoterápicos do Coletivo de Saúde Harmonia da Terra.
E como é de costume, o sabor da terra não poderia faltar. O coletivo da Culinária da Terra em parceria com projeto de extensão Convivium da Gastronomia da UFRJ, surpreende com prato típico carioca camponês, onde juntou-se a tradicional feijoada com produtos agroecológicos sem veneno, o que gerou uma enorme expectativa no público presente que lotou o salão. Além disso, o famoso Bolinho de Aipim esteve entre os mais procurados.
A socialização da cultura camponesa e das ocupações urbanas foi outro destaque na programação. Reforma Agrária também é música, poesia e muita alegria. A programação recheada de musicalidade do campo trouxe para o palco artistas populares, musica camponesa e das ocupações urbanas do Rio de Janeiro, fazendo integração campo-cidade. Nesta terça-feira, houve apresentação de Morena Rosa, moradora da Ocupação Vito Giannotti, e fechando nossa programação cultural o grupo Trio da Terra.
A programação ainda contou com um Ato Político onde as/os Sem Terra reafirmam o espaço Terra Crioula como um local de importante diálogo com a sociedade e a comercialização da produção agroecológica. Além disso, lembramos a recente partida física da companheira Alcione Stelet da Silva, Assentada no Dandara dos Palmares e filha da Dona Neli, duas grandes lutadoras do MST-RJ que partiram mais que deixaram um enorme legado no coletivo de saudê e no percusso da luta pela terra.
A feira aconteceu do dia 10 ao 12/12 no Largo da Carioca, coração do Rio de Janeiro. Contou com mais de 100 toneladas de alimentos que foram comercializados, oriundos das 04 regiões onde o MST está organizado no estado.
Nos três dias, foram comercializadas cerca de 100 toneladas de produtos e alimentos e circularam mais de 6 mil pessoas.
Por Coletivo de Comunicação MST/RJ Da Pagina do MST
Na última semana, entre os dias 10 e 12/12, o Centro do Rio ficou mais alegre e colorido, cheio de música e alimentos gostosos. Foi a 10ª Edição da Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, com muita produção dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária do estado do Rio e estados vizinhos.
Muito mais que um espaço de comercialização, a Feira Estadual Cícero Guedes foi fruto do trabalho das famílias organizadas nos diversos coletivos das quatro regiões do estado, produzindo alimentos agroecológicos, produtos fitoterápicos e fitocosméticos, artesanato, cultura e sabedoria do campo.
Um espaço para encontrar amigos, conversar com as famílias, dançar e o povo da cidade poder conhecer um pouco mais sobre a luta e as propostas do MST. “A feira foi um sucesso, organizada com organizações populares e de forma autônoma, com grande apoio da sociedade civil. Seguimos mobilizando os amigos da luta pela terra para arrecadar fundos para a Feira”, atesta Raoni Lustosa, da direção do MST no RJ.
Apesar da negativa repentina do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em não executar um orçamento já liberado destinado à Feira, o engajamento coletivo garantiu a realização do evento. “A contribuição das pessoas que foram à Feira somou cerca de 3 mil reais, nos dois dias em que foi organizada uma caixinha”, informa Raoni.
O Movimento segue em campanha de arrecadação por meio de um financiamento coletivo na plataforma Catarse. A campanha do Catarse já arrecadou mais de 10 mil reais de uma meta de 17 mil e segue ate o próximo dia 22. Através do link www.bit.ly/catarse-feirareformaagraria qualquer apoiador pode doar a partir de R$ 10,00 para fortalecer a luta pela alimentação saudável.
Sucesso de vendas
Nos três dias, foram comercializadas cerca de 100 toneladas de produtos e alimentos trazidos para a Feira. Uma grande diversidade de produtos in natura, processados, doces, sucos, bebidas, cachaças, cervejas artesanais. Assim também produtos de saúde, fitocosméticos e fitoterápicos, artesanato, mudas frutíferas, ervas e plantas ornamentais.
Estima-se que circularam cerca de 6 mil pessoas no espaço de mil metros quadrados. Militante do setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente do MST, Raoni também avalia a importância do espaço simbólico que a Feira coloca ao Rio de Janeiro. “Foi grande a circulação de trabalhadores. Isso pra nós é muito importante, ainda mais neste momento político delicado”, argumenta.
Parlamentares veteranos e recém-eleitos também estivera presentes, como o vereador pelo PSOL Renato Cinco, apoiador do evento. A Feira foi incluída na lei municipal 5.999/2015 como Patrimônio Cultural e também parte do calendário da cidade.
O conjunto da sociedade deve contribuir para materializar e efetivar estes ganhos”, explica o dirigente em referência ao Catarse. A campanha está inscrita na modalidade “Tudo ou Nada” e precisa atingir a meta de 17 mil reais para efetivar as doações feitas. (Acesse no link: www.bit.ly/catarse-feirareformaagraria)
A Feira contou também com a participação de diversos parceiros. Estiveram presentes o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), com a produção agroecológica das famílias camponesa do estado de outras regiões do pais, a Rede Carioca de Agricultura Urbana, com as experiências de produção em diversas regiões da cidade, assim como a Feira da Roça de Nova Iguaçu, um importante espaço popular da região.
Outras programações e espaços informativos também tiveram destaque. A Expressão Popular e a Cooperativa Jataí apresentaram à sociedade carioca livros, camisas e outros materiais. A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida trouxe as pautas contra o envenenamento dos trabalhadores do campo e da cidade e o modelo de produção do agronegócio e seu projeto de morte.
Uma importante ação de confraternização e solidariedade entre o campo e a cidade foi realizada neste domingo (25), no assentamento Terra da Paz, no Rio de Janeiro.
A atividade marcou os dois anos de parceria entre o Sindicato Estadual Profissionais de Volta Redonda (SEPE) e o MST, por meio da comercialização da cesta da Reforma Agrária que é organizada pelo Coletivo de Produção Alaíde Reis. A atividade contou com trabalhadoras e trabalhadores da educação, professores do SEPE de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende e representantes comerciais da cidade, que debateram sobre o atual momento, as experiências de trabalho e desafios para o avanço da produção agroecológica. Os participantes também puderam conhecer um pouco da produção no lote de um dos assentados que participou do evento.
Produção saudável
O coletivo de produção Alaíde Reis conta com pessoas do assentamento Roseli Nunes e Terra da Paz. Os assentados dividem entre si as tarefas de organização no processo de recolhimento, organização, distribuição e finanças das cestas.
Essa prática coletiva qualifica o trabalho de produção e comercialização e contribui também na cooperação agroecológica das famílias. Atualmente o coletivo comercializa para professores e estudantes do SEPE Volta Redonda e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ), além da Rede Ecológica. A produção também é entregue em espaços do próprio MST, como Terra Crioula e o Armazém do Campo.
No trabalho com o SEPE há a proposta de se realizar também vivências no assentamento, de três em três meses, um momento de trocas onde estudantes e professores podem conhecer mais sobre a realidade do campo e suas pautas. Além de alimentos, o coletivo também tem conta com a produção de artesanato e de fitoterápicos do coletivo de saúde. Para Relma, assentada da Reforma Agrária e integrante do coletivo, a produção agroecológica mudou a vida a vida dos assentados.
“Assim como eu, muitas famílias do assentamento alcançaram seus objetivos através da produção. Eu trabalhava em Volta Redonda como empregada doméstica, saí dessa vida e agora estou aqui vivendo da minha própria produção, com ela eu pago luz, faço as minhas compras e sustento minha família”, afirmou. Produção de alimentos saudáveis, trabalho, saúde e educação são algumas das premissas que garantem qualidade e vida digna para o povo. Para isso, a Reforma Agrária Popular assim como políticas públicas específicas para o campo que visam o fortalecimento da produção e da relação produtor e consumidor como o que está acontecendo na cidade do Rio de Janeiro são fundamentais.
Espaço de comercialização de produtos da reforma agrária é localizado em casarão tradicional na Lapa, na região central da cidade
Por Mariana Pitasse Do Brasil de Fato
Centenas de pessoas estiveram reunidas neste sábado (15) para inauguração do Armazém do Campo no Rio de Janeiro. Localizado em um casarão tradicional, no bairro da Lapa, na região central da cidade, o espaço de comercialização organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vende produtos de assentamentos da Reforma Agrária, cultivados por pequenos agricultores ou produzidos por empresas parceiras, de forma orgânica e agroecológica.
A festa de inauguração teve programação durante todo o dia. A principal delas foi o almoço, que teve como cardápio o arroz carreteiro, feito pelo dirigente do MST, João Pedro Stedile. A receita foi ensinada pelo seu avô, um carreteiro que fazia o trecho Antônio Prado (RS) até Sorocaba (SP) transportando carnes e mercadorias. O prato foi sucesso de público, que lotou o espaço para esperar as diversas paneladas servidas no início da tarde.
“Minha tarefa na inauguração foi preparar o almoço.Trouxe essa receita que no Rio Grande do Sul é tradicional. Nosso almoço é uma forma de confraternização com todos que vieram. A esquerda tem que recuperar formas mais alegres e culturais de fazer política. O povo quer música, teatro, trabalho, comida, renda. E para colocar em prática essa visão de fazer política estamos inaugurando essa unidade do Armazém no Rio com muita alegria”, explica João Pedro Stedile.
Durante a inauguração, as prateleiras lotadas colocaram em evidência a diversidade de produção do MST e empresas parceiras. Entre as opções, legumes, frutas e verduras frescas até mel, leite, arroz, feijão e achocolatados. Já as paredes exibiram pinturas de artistas populares para lembrar que além da comercialização de produtos da Reforma Agrária, o Armazém do Campo também é espaço de promoção cultural.
“Essa loja é fruto pela terra que o MST faz. A partir dela, os trabalhadores urbanos tem contato a produção, feita a partir da luta no campo. O Armazém cumpre o objetivo de proporcionar o acesso à produção dos assentamentos da reforma agrária, também de fazer o diálogo em torno da alimentação saudável, além de ser espaço das manifestações culturais. Com as diversas atrações que teremos, as pessoas podem se encontrar aqui e ocupar esse ambiente. É uma loja de nós trabalhadores. Queremos que seja construída no dia a dia”, acrescentou Ademar Paulo Ludwig Suptitz, coordenador do Armazém do Campo.
A loja do Rio de Janeiro é a terceira da rede do Armazém do Campo, que já tem unidades em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Na avaliação da pesquisadora Maurren Santos, coordenadora de projetos socioambientais da Fundação Henrich Böll Brasil, o Armazém do Campo mostra a potência da agroecologia e da agricultura familiar e camponesa.
“Para mim é um grande prazer presenciar a abertura dessa loja. Que a gente possa estar cada vez mais fortalecendo esses espaços de resistência como esse que traz comida de verdade para a população, fortalece os laços entre produtor e consumidor e mostra que a agroecologia é, sim, um modelo que a gente quer de futuro”, afirmou.
Já a assistente social Renata Oliveira dos Santos conta que a movimentação no número 135 da avenida Mém de Sá chamou a sua atenção para entrar na loja e conhecer um pouco mais sobre o Armazém do Campo.
“Fiquei muito feliz quando soube que agora a gente tem um espaço de venda de alimentos da agricultura familiar, sem agrotóxicos, vindos dos assentamentos. Um lugar acessível. Entrei aqui, comprei um suco, com mesmo preço do mercado e encontrei outros produtos mais baratos que na feira”, contou.
Marielle presente
A festa de inauguração teve início com um ato político, que aconteceu a partir das 11h da manhã. Entre os convidados estiveram diversos representantes de movimentos, partidos e organizações populares, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Consulta Popular, Levante Popular da Juventude, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindpetro-NF), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Movimento Humanos Direitos (MHUD), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Partido dos Trabalhadores (PT), Sindicato dos Engenheiros (Senge) e Frente Brasil Popular.
Em meio às falas sobre a importância política da inauguração do Armazém do Campo, foram relembradas a memória e a luta da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março deste ano. O crime, que tirou sua vida e do motorista Anderson Gomes, completou seis meses na última sexta-feira (14) e ainda não aguarda resolução.
Durante o ato, a mãe de Marielle, Marinete Silva, agradeceu publicamente que o nome de sua filha estava sendo lembrado com carinho e bravura. “Estamos vendo aqui hoje que é possível fazer uma política séria igual a que a Marielle fazia”, acrescentou.
Serviço
O Armazém do Campo Rio de Janeiro fica na rua Mém de Sá, 135, na Lapa. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 9h às 19h. Mais informações na página do Facebook Armazém do Campo RJ e pelo Instagram @armazemdocampo.rio.
No Rio de Janeiro, MST denuncia mais um assassinato de um Sem Terra. Marcos Antônio foi brutalmente assassinado na última sexta-feira (27), na região norte do Rio de Janeiro.
Em nota, o MST lamenta o caso e denuncia a violência e a impunidade no campo. “A morte do companheiro Marcos é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária, o medo existente e a violência são os efeitos da inoperância e do descompromisso com a Reforma Agrária”, destaca um trecho da nota.
Confira abaixo a nota na íntegra:
NOTA DE PESAR DIANTE DO ASSASSINATO DE MARCOS ANTÔNIO GALDINO
É com profundo pesar e indignação que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do estado do Rio de Janeiro, noticia o assassinato de mais um companheiro na luta pela terra. Marcos Antônio Galdino foi brutalmente assassinado na noite de 27 de Abril, no Acampamento Luis Maranhão. Marco era um companheiro de luta, acampado há cerca de um ano nas terras da extinta Usina Cambahyba em Campos dos Goytacazes, região norte do estado do Rio de Janeiro.
A Usina Cambahyba, possui um histórico de repressão aos trabalhadores desde a utilização do trabalho escravo até incinerações de corpos de trabalhadores e militantes que lutavam contra a ditadura militar brasileira, casos estes ainda sob investigação na Comissão da Verdade e Justiça.
São mais de 18 anos de luta pela conquista das terras neste complexo de fazendas onde está instalado o acampamento Luis Maranhão, convivendo com constantes perseguições e mortes aos trabalhadores, como foi o caso da morte de Marcos Antônio Galdino, morto no acampamento onde reivindica a imissão de posse deste latifúndio improdutivo, até hoje negado pelo poder judiciário e destratado pelo INCRA.
A morte do companheiro Marcos é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária, o medo existente e a violência são os efeitos da inoperância e do descompromisso com a Reforma Agrária.
Não podemos mais tolerar que o extermínio se torne o cotidiano em nossas vidas, onde executar uma vereadora com tanta expressão popular como Marielle Franco, uma voz discordante da intervenção militar e do golpe, apenas venha endossar as estatísticas dos noticiários policias, numa cidade tão marcada pelos homicídios de jovens negros e pobres.
Exigimos a imediata apuração do assassinato de Marcos Antônio Galdino e que as autoridades públicas apresentem um plano para garantir a reforma agrária no Rio de Janeiro!
A CADA COMPANHEIRO/A TOMBADO, NEM UM MINUTO DE SILÊNCIO, MAS TODA UMA VIDA DE LUTA! Marcos Antônio Galdino, Presente!
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST/RJ
No dia 28 de fevereiro de 2014, em frente ao Fórum de Macaé, famílias esperavam ansiosas a decisão do juiz. Todos estavam preocupados com a demora. Alguns companheiros diziam: “A gente tem que ter fé que é hoje que sai essa terra!”. Outros diziam: “Nós só vamos sair daqui com uma decisão a nosso favor!” Era muita fé e coragem em jogo. E quando saiu a noticia foi àquela explosão de alegria, muitas bandeiras vermelhas tremularam, muitas lagrimas de felicidades rolaram aquele dia também. Eram muitos gritos e palavras de ordem, tantos que emocionavam.
“MST! A LUTA É PRA VALER!”
“REFORMA AGRÁRIA QUANDO? JÁ!”
“REBELDIA NECESSÁRIA, PRA FAZER REFORMA AGRÁRIA!”
“OSVALDO DE OLIVEIRA, SEU SONHO AINDA VIVE, LUTAMOS TODOS JUNTOS POR UMA PÁTRIA LIVRE”
Finalmente na terra, na tão sonhada terra! Fazenda Bom Jardim… Fazenda Bom Jardim que nada, agora é PDS Osvaldo de Oliveira! Primeira experiência deste tipo no estado do Rio de Janeiro. Que grandiosa vitória para todas essas famílias!
Hoje, passados três anos, é visível o sucesso nas iniciativas em torno da produção agroecológica com feijão, milho, abóbora, mandioca e banana. Houve também grande avanço na desafiadora organização do trabalho coletivo, a formação do coletivo de Mulheres Margarida do Carucanko, além da comercialização institucional através do PNAE, e na venda direta nos circuitos das feiras locais. No campo da formação, houve avanços na educação em agroecologia e saúde. Em fim muitas experiências.
Atualmente o assentamento vive o grande desafio de construir o planejamento e a execução da organização produtiva e ambiental de toda a área. É necessário expandir o processo de produção, pensar as moradias e a organização do trabalho individual e coletivo. Para isso, tem sido necessário criar espaços de formação e debate, pois é fundamental compreender a posse e uso da terra dentro das diretrizes do PDS e da formulação da Reforma Agrária Popular construída pela MST.
Superar esses desafios só é possível na ousadia, na vontade, resistência e com apoio dos diversos parceiros institucionais, principalmente das universidades. Como diz a Prof. Katia Marro da UFF de Rio das Ostras, “talvez eles não o saibam, mas essa teimosia impregnou nossas agendas de trabalho e pesquisa, nossas preocupações cotidianas como sujeitos universitários”, é o que relata Kátia. E muitos outros que acreditam na liberdade do povo, na Reforma Agrária.
Recordando a História de Luta
No dia 7 de setembro de 2010, cerca de 300 famílias se organizaram e ocuparam um latifúndio improdutivo e com várias denúncias de desmatamento. A Fazenda Bom Jardim na época era de propriedade da Rádio Difusora, pertencente de Barbosa Lemos, ex-deputado estadual e ex-prefeito de São Francisco de Itabapoana-RJ.
Neste dia, 7 de setembro. Todos vão para as ruas uns comemorar a tal da “Independência”, outros, como nós, tomamos as ruas para reivindicar nossos direitos, essa tal “Independência” que tanto nos é negada, no Grito dos Excluídos.
Até a conquista da terra, foram anos marcados por muitas lutas, sofrimento e resistências das famílias do MST, e a luta e o sofrimento não tardaram a chegar. O despejo do Acampamento Osvaldo de Oliveira se realizou no dia 17 de novembro de 2010, e as famílias passaram por um dia tenso e de desrespeito aos direitos humanos por parte do poder público. Eram mais de 250 agentes da PF e da PM: “Era mais polícia do que gente, companheiro!”, é uma fala corriqueira que se costuma ouvir das famílias que estavam naquele fatídico dia. O despejo passou, mas a luta continuou.
As famílias começaram então uma peregrinação para encontrar um pouso para poder descansar e se organizar para os próximos passos da luta. De baixo de chuva foram jogados de um lado para o outro pelo poder público e seus agentes repressores, até que conseguiram com a Igreja um lugar para descansar e se reorganizar para os embates que viriam. Com a ajuda do Padre Mauro, conseguiram ficar em Virgem Santa, área da Igreja ainda em Macaé.
A luta não acabou e corajosos como somos, trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, fomos para uma área pública à beira da linha férrea, no bairro de Califórnia em Rio das Ostras. Área fica no limite com o município de Macaé. As famílias começaram a se preparar para voltar a ocupar a fazenda. Foram muitas lutas no INCRA, no Fórum e mais onde fosse necessário estar.
Nessa época começaram a discutir uma ocupação diferenciada da área, já que tinha inúmeras denúncias de desmatamento na fazenda e desrespeito ao meio ambiente. Com trabalho intenso de formação avançamos na proposta do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável). O PDS é uma modalidade de assentamento em alternativa ao modelo convencional, com uma proposta diferenciada de matriz de produção, agroecológica, e ocupação em harmonia com o meio ambiente, apropriação coletiva da terra e proteção da mata.
Com a ação em conjunto da UFF – Rio das Ostras, parceira do MST e do Osvaldo de Oliveira desde sua ocupação, e dos Setores de Formação e Produção, as famílias começaram um importante processo de formação em agroecologia e organização coletiva.
Nessa relação firmamos parcerias concretas e solidárias com os companheiros da UFF Campus Rio das Ostras, do SindiPetro-NF, Marcel, Danilo, Pe. Mauro, André… Tantos em tanta caminhada, por que sozinhos sabemos que não damos conta.
Mas toda luta gerou frutos, e depois de tanta, dor, sofrimento e resistência veio a tão sonhada conquista. Todos foram protagonistas dessa história. Todos mesmo. Cada qual com sua contribuição em algum momento, ou em alguns. E quão bonito ficaram todos juntos, se enxergando. Mas nessa história tem um simbologia importante, o Osvaldo que virou o nome do assentamento.
Osvaldo foi um grande lutador, desses que não desistem fácil de uma boa briga. Sempre ao lado do povo. Tinha um lado bem definido. Ocupava terra, fazia atos, se mobilizava. Ocupou os espaços do sindicato rural e de lá continuou tendo um lado. E esse lado sempre era o lado do povo. Um companheiro assim a gente costuma não deixar morrer, não damos descanso. A luta não para.