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Primeiro dia da Feira da Reforma Agrária termina com samba, maracatu e funk carioca

segunda-feira 9 dezembro 2013 - Filed under Notícias do MST Rio

por Alan Tygel, do Boletim do MST RJ

Coordenador do MST lamenta situação do campo brasileiro e já fala em “contra reforma agrária”. Mas garante: “O MST se mantém na rebeldia.”

Foto: Alan Tygel

Ao som dos blocos Samba Brilha, Olokum e Apafunk, termina o primeiro dia da IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes. Desde as 7 sete da manhã, agricultoras e agricultores de assentamentos de todo o estado venderam seus produtos no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro, e dialogaram com a sociedade.

A movimentação começou lenta pela manhã. O público parecia ainda estar de ressaca pela última rodada do Campeonato Brasileiro, em que dois times do Rio foram rebaixados. No entanto, na hora do almoço, os trabalhadores desceram dos prédios e a feira ficou lotada. Algumas barracas venderam todos os seus produtos ainda na metade do primeiro dia.

Foto: Alan Tygel

“Não esperávamos tanta procura e tanta aceitação dos produtos da reforma agrária. Vamos ter que fazer mais para amanhã”, afirmou Ivi Tavares, do Coletivo de Saúde do MST. Os xampus, condicionadores, tinturas e xaropes fizeram sucesso entre os consumidores.

A feira foi aberta com um ato, em que participou o coordenador da Concrab, Milton Fornazieri. “O papel do assentamento é produzir alimento saudável. Mas isso é cada vez mais difícil no Brasil, com o avanço do agronegócio”. A Concrab é a cooperativa nacional que comercializa os produtos do MST.

Gustavo Noronha, superintendente do INCRA, ressaltou a tristeza pela ausência do militante Cícero Guedes, mas lembrou da alegria por poder mostrar “a reforma agrária que dá certo”. José Otávio, do MDA, lembrou de Sebastião Lan, que foi assassinado nas mesmas circunstância de Cícero, há 10 anos: “A culpa é da estrutura agrária brasileira. É do executivo, do legislativo, e principalmente do Judiciário, que é incapaz de se pronunciar sobre a desapropriação da Fazenda Cambahyba.”

Foto: Alan Tygel

O técnico da cooperativa dos assentamentos da região Norte – Coopscamp, Pedro Campeão, lembrou que a reforma agrária é uma luta não só do MST, mas de toda a sociedade. A assentada Cristina, do Roseli Nunes, disse que “a Feira é prova de que podemos produzir”, e que apesar da tristeza pela ausência do companheiro Cícero, não faria “nem um minuto de silêncio,mas sim toda uma vida de luta.”

Marcelo Durão, da Direção Nacional do MST, encerrou o ato de abertura lembrando que passamos pelo pior período para a reforma agrária no país. Segundo ele, “já podemos falar de uma contra reforma agrária. Não conseguimos mais conquistar territórios, e os que tínhamos, estamos perdendo, juntos com os indígenas e os quilombolas.” E afirma: “O MST se mantém na rebeldia.”

Foto: Alan Tygel

A noite termina com a tradicional roda de samba do bloco Samba Brilha, sempre presente nos eventos da esquerda carioca. Em seguida, os tambores do Olokum vão sacudir o Largo da Carioca. E finalizando a noite, misturando samba com funk carioca, o bloco de carnaval da APAFUNK encerra o dia e convida os trabalhadores e trabalhadoras do centro do Rio para o segundo dia da feira.

Foto: Alan Tygel

Foto: Alan Tygel

2013-12-09  »  alantygel

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