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Ato contra o golpe no Paraguai reune movimentos sociais e sindicais no Rio

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Notícias do Rio

Com o auditório lotado de representações nacionais e regionais, aconteceu na noite de terça-feira (3), na sede do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), no Rio, Ato de Solidariedade ao Povo Paraguaio, contra o golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo. Os debatedores reunidos à mesa repudiaram com veemência o que consideram um ataque à democracia no país vizinho e uma ameaça à estabilidade democrática em toda a América Latina
Apesar de diferenças pontuais nos discursos, os debatedores e os representantes das inúmeras entidades presentes ao ato foram unânimes na análise de que os paraguaios que protestam nas ruas devem receber o apoio dos movimentos sociais e sindicais do Brasil. Outras manifestações públicas devem ser programadas pelo Comitê Rio de Solidariedade ao Povo Paraguaio.
Maurício Azedo/ABI“A ABI busca travar um debate intenso sobre a situação do Paraguai, tendo como roteiro o desrespeito ao devido processo legal. O presidente Fernando Lugo não teve sequer direito de defesa. Há uma preocupação de que essa situação ultrapasse os limites do Paraguai. A deposição de Lugo, um ano antes de terminar seu mandato, é uma ameaça às construções populares democráticas que estão sendo gestadas em nosso continente”.

Modesto da Silveira/Casa da América Latina

“O golpe parlamentar no Paraguai viola os princípios da legalidade constitucional e os direitos fundamentais. Temos o dever de acompanhar de perto essa crise e de denunciar o golpe. O governo brasileiro não pode se omitir. Afinal, Brasil, Argentina e Uruguai já têm uma dívida histórica com o Paraguai, desde a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), quando metade da população paraguaia foi morta. Se nos calarmos nesse momento nossa dívida com o povo paraguaio vai aumentar ainda mais”.

 

Marina Santos/MST
“Percebemos nesse processo do golpe a articulação da direita na América Latina e a força do latifúndio e do agronegócio, com o viés do imperialismo americano. O massacre de Curuguaty em 18 de junho, que terminou com 11 camponeses mortos, foi planejado para dar argumento político a uma ditadura judicial e parlamentar. Com isso, os setores conservadores agem para tentar reverter as mudanças sociais e populares que estavam em curso. É hora de protestar nas ruas”.

João Luiz Duboc Pineaud/jurista“O Lugo representa, nesse momento, a democracia latino-americana. A brutal concentração de terras nas mãos de latifundiários está por trás desse golpe. É preciso pressionar para reconduzir Fernando Lugo ao cargo. Essa é a única saída. Qualquer outro desfecho representaria uma preocupante derrota para os povos da América Latina: vamos às ruas, não há tempo a perder”.

João Batista Lemos/ CTB

“O golpe no Paraguai está inserido num contexto mais amplo de reação conservadora ao processo de mudanças em curso na região e tem o mesmo sentido das iniciativas golpistas contra a Venezuela (2002), Bolívia (2008), Honduras (2009) e Equador (2010). É preciso trabalhar na perspectiva da integração dos povos da América Latina, através do protagonismo da classe trabalhadora. Precisamos criar um movimento unificado para impulsionar a luta e reverter o golpe”.

Ciro Garcia/CSP-Conlutas

“Só o povo paraguaio tem o direito de decidir sobre seu próprio destino. Não reconhecemos o novo governo. Apoiamos todas as iniciativas de resistência e chamamos as organizações democráticas e de defesa dos direitos dos trabalhadores a realizar, em todo país, manifestações unitárias contra o golpe no Paraguai. Temos que cobrar do governo brasileiro uma posição mais firme.”

Marluzio Ferreira Dantas/CUT-FUP

“Sempre lutamos contra ditaduras e golpismos e em defesa da democracia. No Brasil, a grande imprensa deve ser criticada não porque se omitiu, mas porque se posicionou ao lado dos golpistas. Por outro lado, foi correta a posição da Unasul (União de Nações Sul Americanas) e do Mercosul (Mercado Comum do Sul), ao não reconhecerem o político empossado no cargo de Lugo. O povo paraguaio precisa do apoio de todos nós para reverter esse golpe”.

Emanuel Cancella/Sindipetro-RJ“O que une tantas forças políticas diferentes nesse momento contra o golpe no Paraguai é a nossa luta pela defesa da democracia. As forças conservadoras, os oligopólios internacionais, estão de olho nas riquezas naturais da nossa América Latina: é o petróleo, o minério e a água do nosso continente. A estratégia do imperialismo é se fortalecer no Paraguai, como um balão de ensaio, para ver até onde vai a nossa resistência. Não vamos aceitar esse ataque à soberania das nações latino-americanas”.

Dezenas de entidades participaram do evento

Dentre as entidades que referendaram os protestos contra a forma arbitrária como o presidente Lugo foi destituído da presidência da República, num evidente desrespeito ao povo que o elegeu, estavam presentes:  Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso; Casa da América Latina; Comissão da Auditoria Cidadã da Dívida Pública; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Marcha Patriótica da Colômbia – Capítulo Brasil; Cebrapaz.

Presentes, ainda, entidades sindicais nacionais e regionais: a CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e CUT (Central Única dos Trabalhadores), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Metroviários, a Condsef (Confederação dos Trablhadores no Serviço Público Federal), o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), que organizou a atividade, além do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sindicato dos Servidores Civis do Ministério da Defesa (Sinfa/RJ), Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro.

Os estudantes também se somaram ao ato, comparecendo com as seguintes representações: UNE (União Nacional de Estudantes), ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes Livre), Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro; UEE (União Estadual de Estudantes); UJS (União da Juventude Socialista); DCE Mário Prata/UFRJ; Federação Nacional de Estudantes das Escolas Técnicas; ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).

Entidades de representação popular se somaram ao ato, dentre as quais: Central de Movimentos Populares, Conselho Nacional das Cidades (Conam), Câmara Comunitária da Rocinha, Associação Estadual das Comunidades Rurais Quilombolas, Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), Comissão Pastoral da Terra (CPT),  Associação Nacional LGBT, Câmara Comunitária da Rocinha, Associação Estadual das Comunidades Rurais QuilombolasDentre os partidos políticos, participaram do ato dirigentes e ativistas da: Federação Anarquista do Rio de Janeiro, PC do B, PSTU, PCB, PT, PSOL e PCR- Partido Comunista Revolucionário.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias

Fotos: Samuel Tosta
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2012-07-11  »  alantygel

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  1. Boletim39 | Boletim do MST Rio
    11 julho 2012 @ 16:43

    […] Ato contra o golpe no Paraguai reune movimentos sociais e sindicais no Rio […]

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Re: Ato contra o golpe no Paraguai reune movimentos sociais e sindicais no Rio







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