Boletim47
terça-feira 19 março 2013 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO – N. 47 – 20 de março a 2 de abril de 2013
Militantes do MST Rio chegam ao acampamento nacional
Cerca de 20 militantes dos acampamentos e assentamentos do MST no Rio de Janeiro chegaram no dia 10 de março a Brasília para compor o acampamento nacional Hugo Chávez. O objetivo principal do acampamento é se manter durante um ano, com trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de todas as regiões do Brasil se alternando no local para pressionar o governo a assentar as mais de 150 mil famílias que hoje ainda lutam pela terra no país. Os militantes do Rio de Janeiro se juntaram às companheiras e companheiros vindos de outros estados das regiões sudeste e nordeste. Nas próximas fases, outras regiões do Brasil irão compor o acampamento.
MST-RJ mobiliza trabalhadores rurais para homenagear mulheres e cobrar justiça em Campos
Integrando a mobilização nacional de lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que iniciou o acampamento nacional Hugo Chávez em Brasília e ocupações de terra em diversos estados, o MST RJ marchou nesta quinta-feira (7), em Campos dos Goitacazes, em homenagem à luta das mulheres. O ato lembrou as duas mortes que ocorreram contra assentados do movimento (Cícero Guedes dos Santos e Regina dos Santos). Além disso, a manifestação também reivindicou a desapropriação da Usina Cambayba, que foi usada para incinerar corpos de militantes políticos durante a ditadura, segundo consta no depoimento do ex-delegado Cláudio Guerra, no livro Memórias de uma Guerra Suja.
8 de março: “Chega de Estupros em Rio das Ostras”
No dia 8 de março de 2013, os integrantes do acampamento Osvaldo de Oliveira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra participaram do ato público realizado pelo Movimento “Chega de Estupros em Rio das Ostras” constituído pela comunidade acadêmica local (UFF/PURO) e representantes da sociedade civil de Rio das Ostras. A manifestação aconteceu na Praça José Pereira Câmara, localizada no centro da cidade. De uma forma geral, o movimento luta contra a violência de gênero contra as mulheres e especificamente no município, vem a público denunciar o aumento silencioso de estupros e propor o debate sobre as formas de enfrentamento dessa problemática que vem atingindo a realidade da população riostrense. Nesse sentido, o movimento
elaborou uma qualificada carta de reivindicações ao poder público, exigindo medidas urgentes nesta questão.
Violência em Campos mobiliza autoridades do estado do RJ em acampamento
No dia 26 de fevereiro, duas altas autoridades do estado do Rio de Janeiro estiveram reunidas no acampamento Luiz Maranhão, em Campos dos Goytacazes, com os militantes do MST. A subsecretária de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, Andréa Sepúlveda, o Comandante Geral da PM, Eri Ribeiro Costa Filho, e suas equipes foram ao local após os dois crimes ocorridos no início do ano: o assassinato de Cícero Guedes e de Regina dos Santos, ambos militantes do MST e assentados do Zumbi dos Palmares.
A presença das autoridades no local buscou tranquilizar os acampados e reforçar o compromisso do estado na investigação das mortes. Ao mesmo tempo, a importância dada ao acontecimento, e o reforço do policiamento no local legitimam ainda mais a ocupação e reforçam a urgência da desapropriação da fazenda. Veja matéria publicada no site do Governo do Estado do Rio de Janeiro:
Deu na Imprensa: “É preciso superar a impunidade”, defende Marina dos Santos
A dirigente do MST estadual, Marina dos Santos, deu uma entrevista ao jornal Brasil de Fato. Além de apresentar um resgate da conjuntura de violência e impunidade em Campos, ela comenta os dois brutais assassinatos de trabalhadores rurais do Assentamento Zumbi dos Palmares. “Há uma profunda precariedade na execução das políticas públicas, dando espaço para o poder local de concentração da terra, o latifúndio, ficar à vontade na exploração da mão de obra, agir de forma violenta e com ameaças aos trabalhadores. A impunidade é uma marca forte na região”, contou Marina. Marina também faz um balanço do panorama da reforma agrária no governo da presidenta Dilma Rousseff.
Passeata reivindica direitos da mulher e luta contra o machismo no Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, centenas de pessoas, em sua maioria mulheres, fizeram uma passeata da Candelária à Cinelândia, no centro do Rio, para reivindicar os direitos da mulher e lutar contra o machismo. A organização não governamental (ONG) Casa das Mulheres Trabalhadoras (Camtra) aproveitou a manifestação para denunciar abusos sexuais contra as mulheres, sucessivos atos de violência e descaso das instituições públicas no atendimento à mulher.
“A passeata é um ato organizado por diferentes frentes da sociedade insatisfeitos com a violência, tais como estudantes, sindicatos, movimentos feministas, para ter acesso aos seus direitos. É lógico que o índice de homicídios contra as mulheres tem aumentado. Isso acontece pelas denúncias contra os seus agressores. Agora, elas denunciam, mas devido à demora da aplicação e rigidez da lei e ausência de ações das políticas públicas, muitas acabam morrendo antes do atendimento da polícia”, diz a coordenadora da Camtra, Eleuteria Silva.
Deu na imprensa: Trabalhadoras rurais ligadas ao MST participam de protestos pelo país
No Tocantins, o protesto de cerca de 400 mulheres parou o trânsito na BR-153, na região do município de Aliança, sul do estado. Integrantes do Movimento Sem-Terra, elas reivindicaram agilidade na reforma agrária e o fim do desmatamento e do uso exagerado de agrotóxicos. Um grupo ocupou a propriedade da senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, e destruiu viveiros de mudas destinados ao plantio de eucalipto.
Em Brasília, as mulheres que participam da Jornada Nacional pela Valorização do Trabalho no Campo ganharam apoio nas manifestações. Muitos homens apareceram para reforçar o coro que pede por melhores condições para agricultura familiar.
Boletim MST Rio
- Nesta edição: Vívian Viríssimo, Alan Tygel, Nívia Silva, Marina dos Santos, Marcelo Durão. Colaborou Fernanda Vieira.
- Contato: boletimmstrj@mst.org.br
- Arquivo de boletins: clique aqui.
2013-03-19 » alantygel