Manifestação pelo aniversário da Petrobrás para ruas do Centro do Rio
quarta-feira 12 outubro 2011 - Filed under Notícias do Rio
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
No dia em que a Petrobrás comemorava seus 58 anos, as organizações que integram a campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso comemoraram a data com um protesto contra a entrega do patrimônio público brasileiro, em especial, contra os leilões do petróleo. Nas ruas do Centro do Rio, marcharam juntos MST, MTD, MTD pela Base, FIST, CSP-Conlutas, Intersindical, CUT-RJ, estudantes universitários do Rio, Espírito Santo, São Paulo e Mato Grosso do Sul, secundaristas, policiais militares, bombeiros, petroleiros e uma delegação do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação que veio de Volta Redonda. Entre todos estes segmentos sociais o discurso era comum na defesa do controle público e estatal do petróleo: as riquezas do pré-sal têm de servir para acabar com todas as nossas mazelas sociais. O Sindipetro-RJ coordenou o ato ao lado de outras entidades que integram a campanha.
O aniversário da Petrobrás foi marcado como Dia de Luta contra as Privatizações. E sob este espírito de uma empresa 100% estatal e pública que diversas lideranças discursaram em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), aonde desde o meio-dia, os manifestantes se concentravam.
Fernando Siqueira, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), destacou a importância da aniversariante: “É a empresa de maior sucesso de nosso país e deve-se torná-la cada vez mais uma empresa brasileira. Trata-se de uma empresa vitoriosa que colocou o Brasil no cenário internacional do petróleo.”
O deputado estadual Paulo Ramos, do PDT, também compareceu e deu o seu depoimento à TV Petroleira: “É uma alegria muito grande comemorar os 58 anos da Petrobrás. Se estamos alegres, também estamos muito preocupados. A Petrobrás consegue descobrir petróleo em camadas profundas como o Pré-Sal e vêm os leilões para as empresas estrangeiras, os malandros de sempre. O petróleo é nosso e há de ser nosso!”
Várias lideranças dos movimentos sociais estiveram presentes preocupados com um petróleo sob controle estatal, a serviço dos interesses populares. “Queremos uma empresa que não gere somente lucros econômicos, mas também desenvolvimento para o país, na saúde e na ciência e tecnologia”, afirmou Darby Igayara presidente da CUT-RJ.
“Não pode haver partilha, nem leilão. Não aprovar o projeto popular é virar as costas para a população”, afirmou André de Paula, advogado da Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST). Outras causas sociais foram lembradas como a batalha dos bombeiros por bases salarias dignas e dos profissionais da sáude e educação por melhores condições de trabalho.
Alexandre Samis, diretor Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II (SINDISCOPE), definiu bem o espírito da mobilização: ” A questão das reservas de petróleo estão interligadas ao nosso PIB e nós defendemos 10% do PIB para a educação. Este ato amplia as relações entre setores da classe trabalhadora. E a longo prazo, nós desejamos um petróleo e uma educação geridos pelos trabalhadores.”
Petroleiros da ativa e aposentados deram sua contribuição e seguiram com a caravana que partiu às 15 horas das escadarias da ALERJ em direção à sede da Petrobrás.
Renan Lacerda, petroleiro, realçou o simbolismo daquela data: “Para a sua criação, muitos brasileiros deram a sua vida. A Petrobrás tem que ser uma empresa 100% pública. Nada de leilões, nem privatizações. Toda a riqueza do pré-sal tem que ser revertida em benesses para a população brasileira.”
Já Paulo Roberto Prata, aposentado da Petrobrás, demonstrou sua preocupação com os rumos que a empresa vem tomando nos últimos anos: “Ela está cada vez mais longe de ser uma empresa brasileira, do povo brasileiro.”
Depois de uma caminhada de meia hora, com direito a uma parada estratégica em frente à Secretaria Estadual de Educação na Avenida Rio Branco aonde lideranças estudantis discursaram, o ato chegou a sede da Avenida Chile.
Cordel, Teatro e Bolo
Lá, o cordelista João Batista Melo lançou um livro contando a história da Petrobrás. “O cordel é o terceiro de uma trilogia sobre a importância do petróleo e da participação popular, na defesa dos interesses do país” – explica João Batista, um ardoroso defensor da estatal.
A peça teatral “Deus é brasileiro, o petróleo tem que ser nosso!” , de Gilson de Barros foi encenada no alto do carro de som sob o aplauso dos manifestantes. Após a atividade cultural, foi executado o Hino Nacional, e todos comeram o imenso bolo feito para o aniversário da empresa.
O grande bolo simbolizava a necessidade de repartir a renda nacional de forma democrática, atendendo às necessidade básicas dos brasileiros, e não engordando as campanhas partidárias e os setores empresariais, no Brasil e no exterior. O ato protestou contra a privatização dos serviços públicos e contra a entrega do petróleo a testas-de-ferro nacionais e a oligopólios internacionais.
Movimentos sociais exigem destinação social dos royalties
Com a previsão de votação da legislação dos royalties na quarta (5), os movimentos sociais aproveitaram o aniversário da Petrobrás também para exigir a ampliação da discussão sobre o tema. A mídia restringe o debate a polarização de se esse dinheiro deve ficar com as regiões produtoras ou ser dividido com todos os estados e municípios brasileiros. A campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso defende que todas as cidades brasileiras sejam beneficiadas, mas garantindo o orçamento atual dos estados produtores. O mais importante, porém, é garantir que esse rendimento seja destinado para as áreas sociais e que a população participe do processo decisório sobre sua aplicação.
Os manifestantes exigem a fiscalização dos recursos dos royalties, com ampla participação popular e a garantia de que esse dinheiro seja destinado para educação, saúde, moradia etc. O petroleiro Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ e um dos mobilizadores da campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, destaca: “os royalties representam apenas 10% dos recursos do petróleo, e nós entendemos que toda essa riqueza mineral deve entrar no debate e ser posta a serviço do povo brasileiro”.
2011-10-12 » alantygel
9 outubro 2013 @ 16:34
[…] Fonte: Boletim MSTRJ […]