Militantes do MST Rio chegam ao acampamento nacional
terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do MST Rio
por Alan Tygel
Cerca de 20 militantes dos acampamentos e assentamentos do MST no Rio de Janeiro chegaram no dia 10 de março a Brasília para compor o acampamento nacional Hugo Chávez. O objetivo principal do acampamento é se manter durante um ano, com trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de todas as regiões do Brasil se alternando no local para pressionar o governo a assentar as mais de 150 mil famílias que hoje ainda lutam pela terra no país. Os militantes do Rio de Janeiro se juntaram às companheiras e companheiros vindos de outros estados das regiões sudeste e nordeste. Nas próximas fases, outras regiões do Brasil irão compor o acampamento.
No momento, o local ainda está na fase de construção dos espaços físicos e da sua organicidade. Além das barracas de alojamento, haverá espaços para saúde, ciranda, cozinha, secretaria e uma grande plenária usada para assembleias e para a formação dos militantes.
Segundo Andreia Matheus, da coordenação nacional do MST no RJ, o objetivo principal é a conquista de novos assentamentos. “No Rio de Janeiro, temos famílias acampadas há mais de cinco anos, por isso nossa primeira pauta é a desapropriação de fazendas como a Cambahyba e a Bom Jardim”.
O Rio de Janeiro tem acumulado casos emblemáticos na luta pela terra. O acampamento Irmã Dorothy, em Quatis, está chegando ao seu oitavo ano, com as famílias em situação precária. Água encanada e rede elétrica ainda são sonhos distantes, que se espera que sejam concretizados com a conquista da terra. Os acampados do Osvaldo de Oliveira já sofreram 3 despejos e hoje ficam à beira da estrada, aguardando a desapropriação e uma definição para poderem seguir suas vidas.
Andreia ressalta a importância de militantes estarem em Brasília: “Algumas áreas estão paradas aqui em Brasília e outras estão paradas no judiciário no Rio de Janeiro.” Assim, os processos parados na capital federal podem ter um acompanhamento mais próximo.
O que mais chama atenção no cenário da luta pela terra no Rio de Janeiro são os dois recentes casos de violência ocorridos no norte do estado. Os assassinatos de Cícero Guedes e Regina Santos Pinho mostram claramente o efeito da demora no assentamento da famílias pelo INCRA. “O Rio de Janeiro está num período de bastante tensão. Queremos tratar da questão da violência do campo aqui em Brasília, mas temos clareza de que a demora na desapropriação é que gera a violência”, reforça Andreia.
Ao longo dos próximos meses, o acampamento Nacional Hugo Chávez será espaço de formação de militantes, cujo conteúdo inclui temas relacionados à questão agrária, produção de alimentos saudáveis, oficinas, atividades culturais e temas da conjuntura política nacional e internacional.
2013-03-19 » vivian