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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

Cestas da Reforma Agrária voltam a ser comercializadas no Sul Fluminense em março

quarta-feira 3 março 2021 - Filed under Notícias do MST Rio + Terra Crioula

Após o sucesso da Feira Cicero Guedes, as cestas voltam a ser entregues com apoio do SEPE

Pedidos serão abertos dia 14 em Barra Mansa, Volta Redonda, Resende e Quatis. (Foto: Luiza Alves)

Coletivo de Comunicação MST-RJ

O Coletivo Alaíde Reis, responsável pela junção das áreas de produção dos assentamentos e acampamentos da região Sul Fluminense, se prepara para uma nova jornada de entrega de cestas com produtos da Reforma Agrária Popular, com o apoio do Sindicato Estadual Profissionais de Educação (SEPE). 

Os pedidos e as entregas retornam neste mês de março para atender as localidades de Barra Mansa, Volta Redonda, Resende e Quatis. Os pedidos serão realizados por meio do formulário que será aberto no dia 14/03 e fechará no dia 18/03, às 14h. A retirada dos pedidos será no dia 20/03 no SEPE da localidade selecionada por cada cestantes.  

As cestas têm a função de criar um diálogo com a população mostrando o processo de produção e como os alimentos agroecológicos são uma forma de resistência.

A Feira Cícero Guedes no formato itinerante ano passado foi um sucesso, com o total de 900 cestas da reforma agrária sendo entregues por todo o estado, e ações de solidariedade que somaram mais 300 cestas na capital e também na região Sul Fluminense e Baixada. A feira reforçou a necessidade de levar a produção dos Assentamentos e Acampamentos do MST para o centro das cidades mostrando sua proposta de alimentação consciente e construindo um diálogo sobre a Reforma Agrária Popular.

O reconhecimento e o diálogo fomentado na feira trouxe ao Coletivo Alaíde Reis a demanda de recriar o processo de distribuição, por isso inicialmente os pedidos serão realizados e entregues uma vez por mês. Ouvindo os participantes do último evento as cestas serão abertas, ou seja, os cestantes terão a liberdade de montar sua cesta de acordo como a lista de itens disponíveis no formulário. 

É importante reforçar que a disponibilidade dos alimentos varia de acordo com a produção. Além disso, toda a cadeia produtiva são de alimentos que tem um processo de cultivo tradicional pensando no bem estar da terra e de quem se alimenta. Salve a data para abertura dos pedidos no dia 14 de março, o link estará disponível aqui no boletim e também no Instagram do Terra Crioula.

 ::  Share or discuss  ::  2021-03-03  ::  Clivia Mesquita

No Rio, Marmita Solidária volta na Jornada de Luta das Mulheres em março

quarta-feira 24 fevereiro 2021 - Filed under Armazém do Campo RJ + Solidariedade

Foto Isabela Arezzo Levante Popular da Juventude

Serão distribuídas 400 refeições com alimentos da Reforma Agrária no Armazém do Campo RJ

A Marmita Solidária, ação que já distribuiu mais de 3.000 refeições agroecológicas durante o ano de 2020, retorna ao estado do Rio de Janeiro no próximo dia 10 de março, às 11h. A atividade, que acontece no Armazém do Campo RJ, está inserida na Jornada de Luta das Mulheres sob o lema “Mulheres na luta pela vida, fora governo Bolsonaro! Em defesa do SUS! Vacina para todes e auxílio emergencial já! Água é um direito, contra a privatização da CEDAE!”

Para Ruth Rodrigues, coordenadora política do Armazém do Campo RJ, a pandemia de Covid-19 acentuou as desigualdades sociais. “Ainda mais no Rio de Janeiro, onde vemos cada vez mais pessoas sem condições dignas de garantir a sobrevivência.”

“Essa ação também faz parte da Jornada do 8M, onde as mulheres sempre se colocam nas trincheiras em enfrentamento a essa organização cruel da sociedade. O Armazém do Campo se coloca à disposição para que seja um espaço potencializador da distribuição de alimentos saudáveis, da Reforma Agrária, para unir forças e derrotar essa política de morte que estamos enfrentando. Por isso, dizemos: Fora Bolsonaro e queremos a vacina já! Mulheres pela vida, semeando resistência contra a fome e as violências”, explica Ruth.

É nesse contexto que o MST em parceira com outras organizações sociais retoma as campanhas de solidariedade e doação de quentinhas, também como forma de denunciar a crescente fome nas periferias. Durante o ano passado, organizações, movimentos sociais e coletivos do campo popular se organizaram rapidamente para promover a solidariedade e dar conta do estado de calamidade. As ações se espalharam pela capital carioca, contrastando com a nefasta participação da prefeitura e dos governos estadual e federal no controle da pandemia.

Assim, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) junto a diversas entidades reunidas na Frente Brasil Popular e a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro promoveram diversas ações de solidariedade ao longo do ano, sendo uma delas a Marmita Solidária. A entrega das quentinhas se consolidou no estado e alguns municípios como Volta Redonda e Resende, chegando a processar várias toneladas de alimentos agroecológicos produzidos em assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária Popular para a população mais vulnerável.

O surgimento da ação tem como foco levar comida de verdade agroecológica produzida nos assentamentos com a ajuda de voluntários chamados “Mãos Solidárias” para população em situação de rua no centro do Rio de Janeiro e posteriormente para outras localidades. Com a continuidade da pandemia e a falta de políticas públicas para proteger os trabalhadores informais, o foco da ação foi se abrindo para motoristas de aplicativo, entregadores, camelôs e diversos trabalhadores e trabalhadoras que tiveram que continuar se expondo ao vírus diariamente.

Foto: Pablo Vergara Equipe de Comunicação Marmita Solidaria

Conheça as Mãos Solidárias

Na equipe de montagem das refeições estão diversos voluntários que trabalham para garantir a qualidade das marmitas. É o caso da professora Ana Paula, que participa como Mão Solidária em todas as edições da Marmita no Rio.

“É um prazer muito grande trabalhar na Marmita, a sensação é de que estamos em família e o ambiente traz a segurança sanitária que precisamos nesse momento. Tudo é feito com muito carinho porque queremos levar o melhor para quem vai receber”, diz.

Para a professora, a iniciativa se faz ainda mais necessária no contexto social precário que se encontra o Rio de Janeiro. “O selo Fora Bolsonaro estampado na Marmita vai com toda nossa força de luta. É um trabalho extremamente necessário no Rio de Janeiro, visto que a situação aqui é dramática. Muitas pessoas perderam suas casas e foram expulsas de ocupações durante a pandemia”, completa Ana Paula.

Além do MST, também constroem a Marmita Solidária no Rio de Janeiro o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).

Quer somar com a iniciativa?

O custo de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia através da conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 27970-6) CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF).

 ::  Share or discuss  ::  2021-02-24  ::  pablo

[VÍDEO] 12ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes

quarta-feira 23 dezembro 2020 - Filed under Feira estadual Cícero Guedes + Notícias do MST Rio

Confira o balanço da 12ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes realizada nos dias 4 a 12 de dezembro.

A Feira Estadual é realizada de forma independente pelo MST no Rio de Janeiro. Por causa da pandemia, a Feira assumiu um novo formato itinerante em todas as regiões do estado com entrega de Cestas da Reforma Agrária e ações de solidariedade.

Contribua na conta corrente da Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF) Banco do Brasil: Agência 3086-4 / Conta 27970-6 (CNPJ 08.087.241/0001-2)

 ::  Share or discuss  ::  2020-12-23  ::  Clivia Mesquita

Nota do MST em solidariedade à deputada Renata Souza

segunda-feira 21 dezembro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputada Renata Souza vem sofrendo ameaças de morte (Foto: Thiago Lontra/Alerj)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público se solidarizar com a companheira e Deputada, Renata Souza, que vem sofrendo ameaças de morte nas redes sociais.

Consideramos inaceitável que esse tipo de intimidação e ameaça continue acontecendo principalmente a mulheres e negras que se dispõe a construir a política nos espaços institucionais. É a própria democracia que está sendo ameaçada. E é preciso que tais práticas sejam investigadas e abolidas do nosso cenário político. Não podemos tolerar que os discursos de ódio permaneçam silenciando aqueles que querem construir uma sociedade mais justa e fraterna!

A política não pode ser escrita por grupos que se utilizam da esfera parlamentar para manter sua dominação territorial, buscando eliminar seus oponentes. Não podemos mais tolerar que grupos de milicianos sejam vistos como heróis, quando na verdade estamos diante do avanço desse setor na esfera estatal, destruindo as instituições democráticas de nosso país.

É preciso que os órgãos de segurança sejam responsáveis e apurem com rapidez e veemência essa tentativa de calar aquelas que ousam lutar contra uma estrutura que sedimentou ao longo do processo histórico uma branquitude masculina.

Não aceitaremos mais nenhuma tentativa de nos calar, não toleraremos mais nenhum ataque à democracia e aos defensores e defensoras dos direitos humanos em nosso país.

Todo nosso apoio à Deputada Renata Souza, hoje e sempre!

21 de dezembro de 2020.
MST Rio de Janeiro

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Ação de solidariedade do MST na Aldeia Mata Verde, em Maricá (RJ)

sexta-feira 18 dezembro 2020 - Filed under Feira estadual Cícero Guedes + Solidariedade

As ações de solidariedade do MST compartilham o que temos de melhor: o fruta da luta pela Reforma Agrária Popular. Campo e cidade tem direito à alimentação de qualidade e sem veneno. A 12ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes destinou mais de 300 Cestas da Reforma Agrária para comunidades, ocupações urbanas e aldeias indígenas durante os dias 4 a 12 de dezembro no Rio de Janeiro.

Confira como foi a ação na Aldeia Mata Verde (Tekoa Ka’Aguy Ovy Porã), em Maricá.

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Feira do MST entrega quase mil Cestas da Reforma Agrária no Rio de Janeiro

quinta-feira 17 dezembro 2020 - Filed under Feira estadual Cícero Guedes + Notícias do MST Rio + Solidariedade

Em novo formato, a Feira Estadual Cícero Guedes entregou 10 toneladas de alimentos. Mais de 300 Cestas foram destinadas para ações de solidariedade em comunidades, ocupações urbanas e aldeias indígenas. 

Coletivo de Comunicação MST-RJ

Formato itinerante da Feira levou a produção dos Assentamentos e Acampamentos do MST para todas as regiões do estado. (Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ)

A 12ª edição da Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes realizou um importante trabalho no Rio de Janeiro neste final de ano. Em meio a pandemia, enquanto a capital carioca amarga uma das piores taxas de mortalidade por Covid-19 do país, a Feira organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) destinou mais de 3 toneladas de alimentos para comunidades, ocupações urbanas e aldeias indígenas no estado. 

Em novo formato para evitar aglomerações, a Feira levou a produção dos Assentamentos e Acampamentos do MST para todas as regiões do estado. Com o mote “Reforma Agrária Popular para o Brasil não passar fome”, a Feira itinerante chegou a marca de 900 Cestas da Reforma Agrária comercializadas e entregues em ações de solidariedade na capital, em Niterói, Maricá, Macaé, Campo Grande, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Resende, Barra Mansa e na Baixada Fluminense. 

Reinventar a tradicional Feira que acontece há dez anos no Largo da Carioca, no centro do Rio, foi um desafio imposto pela pandemia. Diante disso, o MST assumiu o compromisso de levar os alimentos oriundos da Reforma Agrária Popular para a sociedade com os cuidados necessários para evitar a contaminação pelo coronavírus. Ao todo, foram comercializadas mais de 500 Cestas composta por alimentos beneficiados, agroindustrializados e in-natura.

Para Luana Carvalho, da Direção Nacional do MST, a 12ª edição da Feira trouxe a experiência das grandes campanhas de solidariedade organizadas pelo Movimento ao longo do ano e o debate sobre direito à alimentação de qualidade.

“A Feira foi diferente e reflete a construção que o MST vem fazendo desde o início da pandemia, de pensar o direito à alimentação saudável para todos os trabalhadores, principalmente aqueles que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. O direito à alimentação como um direito também à saúde e a possibilidade de passar melhor por essa pandemia”, afirma Luana.

As ações de solidariedade aconteceram em diversos municípios em parceria com Campanha Nós por Nós, Central de Movimentos Populares (CMP), Brigadas Populares, Associação de Docentes da Universidade do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (ADUENF), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Teia de Solidariedade, entre outras organizações e movimentos sociais. 

“Esse reinventar da Feira foi pensar não só como espaço de comercialização, divulgação dos produtos da Reforma Agrária e diálogo com a sociedade sobre quem produz alimentos saudáveis é a agricultura familiar e camponesa, mas também de pensar a Feira na dimensão da solidariedade”, completa a dirigente. 

A solidariedade marcou a Feira Estadual durante toda programação itinerante. Na Aldeia Mata Verde (Tekoa Ka’Aguy Ovy Porã), em Maricá, a ação forneceu mais de 300kg de alimentos da Reforma Agrária. “A comunidade vive de artesanato e tivemos que fechar as portas durante a pandemia. Não queremos pegar o vírus e contaminar nossos anciões que tem muita sabedoria pra passar. É muito importante a gente preservar nossa cultura”, comentou a jovem indígena Suzana Para’í, da etnia Guarani.

O circuito da Feira Cícero Guedes começou no Armazém do Campo RJ, na Lapa, nos dias 4 e 5 de dezembro, com entregas na capital, Niterói e Maricá. Nas regionais Norte Fluminense, Sul Fluminense, Lagos e Baixada, as entregas ocorreram nos dias 10 a 12/12.  

Financiamento coletivo

Campanha online recompensa apoiadores da Feira Estadual com desconto no Armazém do Campo RJ. (Arte: Comunicação MST-RJ)

Reconhecida como patrimônio sócio-cultural e imaterial do Rio de Janeiro pela Lei 5.999/2016 e inserida no calendário oficial da cidade no mês de dezembro, a Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes é realizada de forma independente pelo MST. Até este domingo (20), uma campanha de arrecadação online busca financiar o custo operacional da Feira e as ações de solidariedade. 

Toda contribuição participa do sorteio de uma Cesta Especial da Feira Cícero Guedes. A partir de R$80 os apoiadores ainda são recompensados com um boné do MST e ganham desconto em compras no Armazém do Campo RJ.

Em carta aberta, o MST-RJ afirmou que o circuito da Feira foi bem sucedido, sobretudo em fortalecer o espírito de luta Sem Terra concretizado em cada alimento. “Junto de cada Cesta, foi o melhor da nossa produção e também toda nossa rebeldia na esperança da transformação social, materializados em cada produto, cultivado com afeto por cada assentado e acampado da Reforma Agrária Popular do MST no estado”, diz o texto em agradecimento.

 ::  Share or discuss  ::  2020-12-17  ::  Clivia Mesquita

Armazém do Campo RJ oferece Cesta de Natal com produtos da Reforma Agrária

terça-feira 15 dezembro 2020 - Filed under Armazém do Campo RJ

A loja de produtos da Reforma Agrária no Rio de Janeiro, Armazém do Campo, oferece duas opções de Cesta de Natal para este final de ano. Com valores de R$100 e R$200, os kits são uma opção para quem deseja presentear ou começar o ano consumindo alimentos mais saudáveis e sem veneno. 

Os produtos à venda são oriundos dos Assentamentos e Acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Rio e de cooperativas nacionais. Além disso, ao adquirir a Cesta de Natal, o consumidor fortalece a luta das famílias assentadas que produzem comida de qualidade o ano todo.

Os pedidos da Cesta de Natal estão abertos no WhatsApp do Armazém do Campo RJ pelo número (21) 99702-9303 e as entregas a domicílio serão realizadas nos dias 19, 23 e 30 de dezembro.

A loja Armazém do Campo RJ, localizada na Lapa, abre em horário diferenciado este mês. De segunda a quarta-feira, das 11h às 17h30 na Av. Mem de Sá, 135. Quem visitar a loja deverá usar máscara, manter o distanciamento social e higienizar as mãos.

Como pedir

As encomendas são através do WhatsApp (21) 99702-9303. As taxas de entrega da Cesta de Natal do Armazém do Campo RJ variam de R$10 a R$25, confira os bairros atendidos: 

R$10,00: Castelo, Cinelândia, Pres. Vargas, Lapa, Cruz Vermelha, Rua Riachuelo, Bairro de Fátima

R$13,00: Catete, Glória, Largo do Machado, Santa Teresa

R$15,00: Gamboa/Pedra do Sal, Estácio, Rio Comprido, Catumbi, Cidade Nova, Santo Cristo, Botafogo, Flamengo, Laranjeiras, Cosme Velho

R$20,00: Praça da Bandeira, Afonso Pena, Tijuca/Saens Peña, Maracanã, Leme, Copacabana.

R$25,00: Vila Isabel, Méier, Grajaú, São Cristóvão, Quinta da Boa Vista, Andaraí, Uruguai, Humaitá, Ipanema, Sacopã, Peixoto, Urca, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea.

1 comment  ::  Share or discuss  ::  2020-12-15  ::  Clivia Mesquita

Agroecologia aponta outro modelo para habitação no campo

terça-feira 15 dezembro 2020 - Filed under MST Sudeste + Notícias do MST Rio + Notícias do Rio

A partir da autogestão, região Sudeste do MST luta por construções de interesse social. Segundo arquitetos, projetos de moradia agroecológica como no assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, em Macaé (RJ), representam contraponto ao modelo dominante de habitação

Aulas de bioconstrução na Unidade Pedagógica de Agroecologia do Acampamento Edson Nogueira, em Macaé (RJ). Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ

Recentemente, o Conselho de Arquitetura do Rio de Janeiro (CAU-RJ) lançou a lista dos 3 projetos selecionados na modalidade do ATHIS (Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social). O edital contempla o Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, Assentamento Agroecológico que se encontra sob ameaça de despejo com medida temporariamente suspendida pelo presidente do STJ.

O projeto que se chama “Canteiro Experimental da Habitação Agroecológica para Reforma Agrária Popular” será construído no PDS Osvaldo de Oliveira e prevê a auto-organização das famílias para construção de habitação a partir do estudo e práticas de materiais ecológicos, saneamento básico e energias renováveis. O projeto e construído pela ESESF em parceria a ESPOJV- FioCruz, Coletivo Terra, UFRJ-Macaé/LITS, Nucleo Tecsara-UFRJ, UFF-RO Serviço social e visa a experiência para avançar na concepção da habitação agroecológica em assentamentos da Reforma Agraria Popular.

Confira na reportagem “Agroecologia aponta outro modelo para habitação no campo”:

Por Clivia Mesquita e Julia Gimenez/ Redação MST Sudeste
Da Página do MST

Terra, madeira, bambu, palha, pedra. Esses são alguns materiais locais que serão utilizados para construção de moradias agroecológicas no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira no próximo ano. Em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-RJ) e universidades públicas, será desenvolvido um projeto de habitação de interesse social protagonizado por 63 famílias organizadas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Macaé. 

Com base na agroecologia, a iniciativa aposta na autogestão para promover habitação de qualidade que leva em conta o modo de vida no campo e o conhecimento popular. O projeto consiste na produção de um canteiro, escola de habitação, saneamento ecológico e energia renovável, envolvendo um coletivo de agricultores, construtores populares, arquitetos, engenheiros, sociólogos, assistentes sociais e agrônomos.

Em tempos de emergência sanitária, o PDS Osvaldo de Oliveira conseguiu reverter uma ação de despejo no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). As famílias Sem Terra são referência na produção agroecológica de alimentos no assentamento que existe há 10 anos no Norte Fluminense. Para a coordenadora da Comissão de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (CATHIS) do CAU-RJ, Maira Rocha, a assistência técnica em habitação agroecológica atrelada ao tema da alimentação é mais um instrumento que fortalece a permanência das famílias.

Técnicas como a do tijolo agroecológico de BTC (Bloco de Terra Compactada) serão usadas para construção de moradias no PDS Osvaldo de Oliveira, em Macaé (RJ), ano que vem. Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ

“A comunidade entende seus direitos, seus saberes, e transforma em luta, construção e processo. É muito admirável. No campo da arquitetura e do urbanismo, falamos muito pouco de moradia rural. O MST e o PDS Osvaldo de Oliveira nos dizem que precisamos de moradia em todas as regiões. A conexão com as questões relativas à moradia e como isso está para além da casa. É o território, a auto organização, a alimentação, todo um processo de articulação popular entendendo que habitação é muito mais que a casa”, afirma a arquiteta.

Está previsto na Constituição brasileira: moradia é um direito fundamental e deveria ser garantido por meio de políticas públicas. Até os anos do governo Lula e Dilma, com a criação do Plano Nacional de Habitação, de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS) e o Sistema e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS/FNHIS), abriram-se uma série de políticas orientadas à melhoria do quadro de precariedade habitacional do Brasil. 

Ao longo desses anos, diversos assentamentos do MST conseguiram acessar projetos habitacionais que permitiram a construção de moradias e espaços coletivos a partir da autogestão, com apoio das assessorias técnicas e a contribuição de universidades. Porém, após o golpe de 2016, os pequenos avanços de uma longa história de desigualdade habitacional sofreram um forte retrocesso que obriga a continuar a luta e organização em um clima adverso, tanto em contextos urbanos como rurais. 

Para o arquiteto Fernando Minto, do Coletivo Terra de Assessoria Técnica do MST no Rio de Janeiro, a pouca expressividade dos programas de habitação no campo se devem à falta de assessoria técnica e próprio desconhecimento da população sobre a existência do programa, “além de ofertar um tipo de moradia padronizada que desconsidera as diversidades culturais e outras possibilidades de modos de vida.”

Em 2019, o acampamento Edson Nogueira, em Macaé, também foi contemplado com o edital de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social da CAU-RJ. Aulas práticas e teóricas de bioconstrução foram inseridas na grade curricular da Unidade Pedagógica de Agroecologia. 

Oficinas de bioconstrução no Acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP). Foto: Coletivo de Comunicação Marielle Vive

No PDS Osvaldo de Oliveira, o projeto começa ano que vem em conjunto com a Universidade Federal Fluminense (UFF) Rio das Ostras, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Macaé, Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec/UFRJ) e Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz. O direito à assessoria técnica pública e gratuita para construção de habitação de interesse social está prevista pela Lei Federal 11.888 de 2008. Além do MST, mais dois projetos ligados a movimentos sociais no campo e na cidade foram contemplados na seleção pública do CAU-RJ este ano. 

Agroecologia é o caminho

Segundo Chico Barros, militante do MST da Grande São Paulo, assim como a agroecologia é mais do que cultivar a terra, a questão habitacional também precisa questionar o modelo de construção civil dominante. Chico é arquiteto e doutor pela Universidade de São Paulo. Hoje, o professor universitário contribui em formações junto às assessorias técnicas que trabalham há mais de duas décadas com movimentos sociais de ocupação urbana e rural. 

Na luta pelo direito a teto, terra e trabalho, Chico ressalta a tarefa de fortalecer modelos de construção alternativos aos impostos pelo grande capital. Segundo o arquiteto e militante Sem Terra, além de lutar pela existência de políticas públicas de habitação, é urgente repensar, a partir da agroecologia, outros modos de construção civil.

Aulas de bioconstrução na Unidade Pedagógica de Agroecologia do Acampamento Edson Nogueira, em Macaé (RJ). Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ

“A agroecologia deve se realizar em sua totalidade. Construção agroecológica é beber de tudo o que se tem escrito e produzido no campo da produção agroecológica para pensar os modelos de produção de espaços, de não aceitar a ‘construbusiness’, ou o ‘construnegócio’ na construção civil”, critica.

“Segundo argumenta no texto intitulado Por uma construção também agroecológica (2016), assim como o agronegócio produz commodities (mercadorias genéricas que podem ser negociadas nas negociatas das bolsas de valores do mundo todo como o milho, trigo, arroz, feijão), o ‘construnegócio’ também produz suas commodities (o ferro, o alumínio, o PVC, o cobre, o cimento, a cal, a areia, a brita, o eucalipto, o pinus, o vidro, as tintas sintéticas) em escala global e regional, gerando circuitos comerciais que só acrescentam aos cofres das grandes empresas transnacionais, aprofundam o extrativismo intensivo provocando nocivas consequências para o meio ambiente e impõe relações de trabalho que reproduz a desigualdade social”, completa.

Neste sentido, a construção agroeológica propõe refletir sobre os modos de construção dos espaços sociais, apontando formas de priorizar a autogestão, mutirão e cooperação das comunidades, valorizando os materiais locais, e garantindo o cuidado no manejo com os recursos naturais. Além de recuperar os conhecimentos ancestrais adaptados à tecnologia desenvolvida para cada ecossistema, como assinala Barros.

Recentemente, a Assessoria Técnica Peabiru, junto ao MST, ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo e ao Grupo Pitá organizaram o Curso ATHIS Rural onde se buscou colocar em debate alguns dos principais elementos que compõem o problema da habitação popular nas áreas rurais, a partir de uma perspectiva ampliada do habitat camponês e da Reforma Agrária no Brasil. 

Foram nove encontros virtuais que podem ser conferidos na página de youtube da Peabiru TCA. A Escola Rosa Luxemburgo, em Iaras/SP, será cenário de um mutirão de construção do viveiro estadual Ana Primavesi, como continuidade prática do curso de formação. Da mesma forma, está em marcha a campanha para arrecadar fundos para a construção da Creche da Comuna da Terra Irmã Alberta na Grande São Paulo, o projeto de ampliação de um dos viveiros em Ribeirão Preto e continuam as oficinas de bioconstrução no Acampamento Marielle Vive, entre outros.

*Editado por Fernanda Alcântara

 ::  Share or discuss  ::  2020-12-15  ::  Clivia Mesquita

Faça parte da 12ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes!

segunda-feira 14 dezembro 2020 - Filed under Feira estadual Cícero Guedes

A 12ª Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes é realizada de forma independente pelo MST no Rio de Janeiro. Por causa da pandemia, a Feira assumiu um novo formato itinerante em todas as regiões do estado com entrega de Cestas da Reforma Agrária e ações de solidariedade.

Ajude o MST-RJ a financiar a Feira que é patrimônio da cidade do Rio de Janeiro. Colabore no Catarse a partir de R$10!

1) Doe R$ 80,00 e ganhe um boné oficial do MST

2) Doe R$160,00 e ganhe um boné oficial do MST + desconto de 10% em compras no Armazém do Campo RJ

3) Toda contribuição a partir de R$10 participa do sorteio de uma Cesta Especial da Feira Cícero Guedes

Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF)
Banco do Brasil: Agência 3086-4 / Conta 27970-6
(CNPJ 08.087.241/0001-21)

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Nota do MST-RJ sobre suspensão do despejo no Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira

quarta-feira 2 dezembro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio

A justiça foi feita! Reintegração de posse contra as famílias do PDS Osvaldo de Oliveira é suspensa, luta das famílias continua

(Foto: Coletivo de Comunicação do MST – RJ)

PDS OSVALDO DE OLIVEIRA SOMOS TODOS NÓS!

É com muita alegria e sentimento de justiça,  que recebemos a notícia da suspensão da reintegração de posse determinada contra as famílias do PDS Osvaldo de Oliveira, um projeto diferenciado de desenvolvimento sustentável, sendo o primeiro a ser efetivado no Rio de Janeiro.

Nós, famílias de trabalhadores rurais sem terra, assentadas no PDS Osvaldo de Oliveira, queremos agradecer, mais uma vez, todo apoio recebido em defesa do nosso assentamento, todos os parceiros  das universidades, dos movimentos sociais e sindicais, dos partidos políticos e parlamentares, juristas, redes ecológicas, organizações de defesa dos direitos humanos nacionais e internacionais, os integrantes do Conselho Gestor de nosso PDS e tantos outros que nos fez ter a certeza de que o PDS OSVALDO DE OLIVEIRA SOMOS TODOS NÓS!

O PDS Osvaldo de Oliveira é um projeto coletivo de desenvolvimento de assentamento que produz vida! Garante a biodiversidade, protegendo o patrimônio ambiental, e adota a matriz agroecológica  na produção de alimentos.  Essa é a importância de mantermos o assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, porque somos todos nós, assentados, assentadas é apoiadores que estamos recuperando esse patrimônio ambiental.

Por isso, a decisão do Presidente do STJ,  Ministro Humberto Martins, tem tanto significado. Ela recupera a trajetória processual desde a 1ª instância em Macaé. Uma trajetória que foi ignorada pelo voto do Desembargador Relator, Dr. Marcelo Pereira, que optou por ouvir somente 1 das partes: o proprietário!

A decisão do Presidente do STJ, Ministro Humberto Martins, devolve o sentimento de justiça para as famílias do PDS Osvaldo de Oliveira e temos a certeza diante da incrível solidariedade que a nossa luta despertou que esse sentimento de justiça social é compartilhado por todos que apoiaram nossa luta!

Sabemos que ainda virão outras lutas e precisamos de todas, todos e todes juntos para avançar e ratificar a permanência do PDS Osvaldo de Oliveira! 
Só a luta muda a vida e com solidariedade entre nós, trabalhadores e trabalhadoras, a vida será emancipada!

 ::  Share or discuss  ::  2020-12-02  ::  Clivia Mesquita