Primeiro de Maio de Luta reúne trabalhadores na zona portuária do Rio
quinta-feira 5 maio 2011 - Filed under Notícias do Rio
por Alan Tygel, com fotos de Henrique Fornazin
O ato em lembrança do Primeiro de Maio na cidade do Rio de Janeiro teve como foco principal a luta pela moradia. A situação drástica das remoções que os moradores pobres da cidade têm vivido direcionou o ato para a região portuária do Rio. O local, uma vasta área com muitos imóveis antigos, está na mira da tríade Prefeitura-Estado-Governo Federal para um grande processo de “revitalização”, ou seja, expulsão dos pobres para chegada dos ricos.
O ato teve início no Largo do Santo Cristo, e seguiu em direção à Gamboa, passando pela Cidade do Samba até chegar ao Largo do São Francisco da Prainha, região denominada de “Porto Maravilha”. Pelo caminho, pode-se ver diversos imóveis que já estão, ou que estarão em breve destinados à especulação imobiliária. As falas dos militantes conclamavam os moradores da região a lutarem por seu direito de permanecer no local de moradia, e de não serem removidos. A política de remoções no Rio tem levado cidadãos a serem realocados em locais a 2 horas de distância da moradia original.
Além de pedir uma Copa do Mundo e Olimpíadas sem exclusão social, e de questionar para quem o Porto seria uma “Maravilha”, o ato elencou mais 5 eixos de protesto:
- Direitos dos trabalhadores: Não aceitamos a flexibilização, diminuição ou eliminação dos direitos dos trabalhadores. Queremos a ampliação dos direitos da nossa classe, com o fim da terceirização e a redução da jornada de trabalho;
- Pela saúde e educação pública de qualidade, temas de dois recentes atos expressivos contra as privatizações dos serviços públicos (saúde | educação);
- Pela Reforma Urbana e Reforma Agrária ampla e massiva: Não aos agrotóxicos e à mudança do atual código florestal;
- Não ao leilões, o petróleo tem que ser nosso; e
- Não ao pagamento da dívida pública, auditoria já. Basta de engordar o bolso de banqueiros e especuladores.
Ao final do ato, foi servido um delicioso angu à baiana, feita por famílias remascentes de quilombolas da região. O samba da Pedra do Sal também esteve presente para mostrar que, além da luta, o 1o de maio também deve ser comemorado.
É o nosso dia.
2011-05-05 » alantygel
5 maio 2011 @ 3:32
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