RJ realiza a 1a Conferência Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural
quarta-feira 28 março 2012 - Filed under Notícias do Rio
do Setor produção, Cooperação e Meio Ambiente do MST
Nos dias 12, 13 e 14 de março em Grussaí, região Norte Fluminense, se reuniram em torno de 130 pessoas com representação de agricultores(as) familiares , assentados (as) da Reforma Agrária, quilombolas, indígenas, caiçaras, pescadores(as) e suas organizações, assim como entidades não governamentais e governamentais de Assistência Técnica e representates do governo, para debater as diretrizes de um programana de assistência técnica e extensão rural (ATER). Esta conferência faz parte de uma deliberação da lei de ATER (12.888/2011), e deve preceder a conferência nacional.
Na mesa de abertura compostas por diversas entidades, foi resgatado que o local onde ocorria a conferência está ocorrendo a expulsão brutal dos agricultores familiares do Porto do Açú por conta da construção das obras da empresa LLX.
Durante a conferência foi feito uma balanço da Assitência Técnica para agricultores familiares no RJ, debatido os eixos que vão nortear o programa de assistência técnica, assim como propostas para avançar nesta importante ferramenta para construção de uma agricultura sustentável.
Para movimentos sociais a assistência técnica precisa ser um instrumento para potencializar a mudança da forma de produção no campo com base na agroecologia; ser uma política pública com gestão social a partir dos agricultores e suas organizações. Deve contribuir no processo de organização dos agricultores, na cooperação em suas diversas dimensões social, política e econômica.
Algumas propostas importantes foram abordadas nesta conferência como:
- Orientar e promover a produção sustentável e diversificada de alimentos saudáveis (sem o uso de agrotóxicos, transgênicos, hormônios e contaminantes), para garantir a soberania e a segurança alimentar e nutricional
- Promover e apoiar a agricultura de base agroecológica e de baixa emissão de carbono em estabelecimentos da agricultura familiar e da reforma agrária
- Reconhecer a identidade da trabalhadora rural, dar visibilidade ao seu trabalho, incentivando sua inserção em atividades agrícolas e não agrícolas sustentáveis, relacionadas com a agroecologia e soberania alimentar, e que contribuam para a sua autonomia econômica, assim como para fortalecer sua participação e seu poder de decisão.
- Valorizar o protagonismo das mulheres na promoção da agroecologia e nas práticas da economia feminista e solidária que apontam para o desenvolvimento rural sustentável;
- Incentivar a recuperação dos recursos genéticos da agrobiodiversidade (sementes, raças e variedades crioulas, plantas medicinais etc.), e os conhecimentos associados para a garantia da soberania alimentar
Historicamente os sistemas de difusão de tecnologia e extensão rural no Brasil serviram ao grande capital para possibilitar a ampliação do seu mercado de consumo de insumos agrícolas, estimulada principalmente pela chamada Revolução Verde, e o fornecimento de matéria-prima para as agroindústrias processadoras.
Ao longo do tempo a extensão rural foi se associando a um novo modelo tecnológico, baseado não só no uso intensivo de insumos químicos e biológicos industriais, mas também no uso da biotecnologia, controlada pelas empresas transnacionais.
No processo de crítica a este modelo de produção, matriz tecnológica e a esse sistema de assistência técnica e extensão rural, movimentos sociais e organizações foram propondo a construção de uma assistência técnica para agricultura familiar e os assentamentos rurais, publica, gratuita, com gestão das organizações dos trabalhadores, contemplando a orientação técnica nas diversas áreas do conhecimento, e compromissada com a reforma agrária, agricultura familiar e agroecologia.
No momento atual, as mudanças estruturais na política de Ater ainda não estão dadas. No entanto o desenvolvimento dos assentamentos dependem desta política e de certa forma todas as outras políticas públicas estão condicionadas a assistência técnica, nos colocando a continuar nesta luta.
2012-03-28 » alantygel
28 março 2012 @ 1:20
[…] RJ realiza a 1a Conferência Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural […]
28 março 2012 @ 18:22
Até quando vão continuar repetir esses mesmos objetivos de quase 5 anos? Discute, discursa e não sai da teorização para a prática . Essas políticas públicas nunca chegam aos produtores familiares. Ações isoladas, com muito mérito aos extensionistas cariocas, acontecem. Mas é preciso de pelo menos 50% chegar essas poíticas públicas aos agricultores familiares, do contrário continuará na mentira.
Com esperança de um dia mais breve possível fazer o produtor familiar mais feliz,
Joanes