Estamos prestes a completar três meses de greve na maior parte das universidades públicas brasileiras. Para quem acreditava que esta categoria estava “morta em vida”, paralisada no seu produtivismo individual e mercantil, eis um bom exemplo da aparência fraudadora da essência política.
A greve tem colocado em movimento não só a histórica luta por uma educação de qualidade, mas essencialmente a necessidade de formação política e o diálogo com a sociedade sobre os processos educativos, para além do plano reivindicativo.
Reivindicar melhorias de condições de trabalho implica uma relação direta de respeito e adesão à luta dos técnicos administrativos e alunos. Isto exige debater, com profundidade política e acadêmica, sobre a educação que não teremos, caso não nos movimentemos juntos, contra as atuais políticas de desenvolvimento projetadas para o nosso País.