UFF realiza III etapa de formação em acampamentos em Macaé e Campos
quarta-feira 19 junho 2013 - Filed under Notícias do MST Rio
por Diogo Loibel e Nivia Silva
Durante o final de semana de 08 e 09 de Junho, ocorreu nos acampamentos Osvaldo Oliveira, em Macaé, e Luiz Maranhão, em Campos de Goytacazes, a terceira etapa do projeto de extensão promovido pela Universidade Federal Fluminense de Rio das Ostras em parceria com o MST. O projeto, que é voltado para formação, contempla atividades de formação política, oficinas de saúde e oficinas culturais de teatro e capoeira.
No sábado, a equipe do projeto, composta por professores, alunos e grupos culturais, acompanhada de militantes do MST, foram ao acampamento Osvaldo Oliveira em Macaé e realizaram, durante a parte da manhã, formação política com a temática da importância histórica das Ligas Camponesas para as lutas no campo no Brasil. Durante a tarde, uma oficina de Capoeira puxada pelo Mestre Mistério e seu grupo de Capoeira foi realizada.
No domingo, foi a vez das atividades serem realizadas em Campos, no acampamento Luiz Maranhão. Também foram realizadas as atividade de formação política sobre as Ligas Camponesas e a oficina de Capoeira. O projeto em andamento, tem novas atividades agora no final de semana de 22 e 23 de Junho.
Esta etapa da formação trabalhou a luta pela terra resgatando a luta das ligas camponesas e Guerrilha do Araguaia, trazendo presentes lutadores importantes como Francisco Julião, João Pedro Teixeira, Elizabeth Teixeira, entre outros. Este momento teve como objetivo trabalhar a história da luta pela terra, estudando as lutas sociais e políticas pela democratização da propriedade fundiária brasileira.
Foi recuperada a memória de alguns movimentos sociais que dialogam com a “questão agrária brasileira” – como se organizaram, seus limites e avanços, a presença ou ausência da religiosidade, as lideranças e seus atores coletivos e a ação do Estado diante de suas reivindicações, contribuindo para a construção de uma identidade histórica com os assentados e acampados do MST.
Esse momento foi importante, pois os acampados se reconheceram na luta e perceberam que a luta pela terra hoje é fruto de lutas anteriores como as ligas camponesas. Identificaram a importância da organização e a pauta de luta que na década de 50 e 60 já se tinha pontos que hoje lhes são comuns.
Importante ressaltar que um dos gritos de ordem da época das ligas camponesas, foi o grito do primeiro congresso do MST: “Reforma Agrária: Na lei ou na Marra”
Após a formação política, ocorreu a oficina de capoeira, trazendo presente a cultura negra.
Este processo de formação é resultado de uma parceria do MST com a UFF de Rio das Ostras, num projeto de extensão coordenado pela professora Kátia Marro, que tem demonstrado uma contribuição na luta pela reforma agrária nestas localidades.
2013-06-19 » alantygel