Boletim Cúpula dos Povos 1
terça-feira 19 junho 2012 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO – ESPECIAL CÚPULA DOS POVOS 1 – 18 de junho de 2012
Marcha das Mulheres reúne 8 mil pessoas no Rio de Janeiro
da Agência Pulsar
A Marcha das Mulheres foi realizada na manhã hoje (18) no Centro do Rio de Janeiro e reuniu cerca 8 mil pessoas de várias partes do mundo. Este foi o primeiro ato público realizado dentro da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20.
A manifestação reuniu mulheres e homens do campo e da cidade para lutar contra a desigualdade de gênero, o racismo e todas as formas de preconceito. As feministas defenderam a mudança do atual modelo econômico, que, segundo elas, aprofunda as desigualdades e que coloca as mulheres em um regime de submissão e muita pobreza.
A representante da Via Campesina Internacional Marta Cecília afirmou que as mulheres estão na luta pela defesa da “Mãe Terra”, da soberania alimentar, agroecologia e pela reforma agrária. A campesina fez um chamado pela união latino-americana.
A integrante da Marcha das Mulheres Graciela Rodrigues alertou para a importância dos temas que estão sendo discutidas na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). No entanto, de acordo com ela, as propostas apresentadas na conferência não garantem um futuro melhor para o planeta.
Durante a marcha um grupo de mulheres ocupou a sede do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O grupo questiona a atuação do banco que tem realizado diversos investimentos em atividades consideradas de grande impacto social e ambiental como: produção de etanol, construção de hidrelétricas e monocultivos.
Veja mais fotos: http://boletimmstrj.mst.org.br/marcha-das-mulheres-na-cupula-dos-povos-rio-2012/
Abrasco lança dossiê sobre o impacto dos agrotóxicos na Cúpula dos Povos
Da Página do MST
A Via Campesina, em sua primeira atividade na Cúpula dos Povos, debateu a questão dos agrotóxicos no campo, em conjunto com outras organizações, como os Amigos da Terra e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Numa das atividades, foi lançado a segunda parte do dossiê da Abrasco sobre agrotóxicos. De acordo com Lia Giraldo, da Fiocruz, a problemática dos agrotóxicos atravessa todos os segmentos da vida, e não só o campo, e por isso, essa luta deveria ser de toda sociedade. “Os inseticidas, que usamos nas cidades para nos proteger de mosquitos, contém as mesmas substâncias que muitos agrotóxicos, mas são vendidos como algo ‘limpo’ para a população”, destaca.
Clique aqui para baixar o dossiê em PDF
Via Campesina apresenta críticas à economia verde a dirigente da ONU
Por Cristiane Passos
No final da tarde do último sábado (16), foi promovido um debate entre representantes da Via Campesina e de organizações da sociedade civil com o presidente do PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, sobre economia verde, a proposta da ONU e as reais implicações desta na vida das populações do mundo.
Larissa Parker, advogada da organização Terra de Direitos e membro do coletivo Carta de Belém, inicou o debate questionando o presidente do PNUMA sobre exemplos paupáveis de várias partes do mundo onde a implantação da economia verde se mostra danosa.
A financeirização e mercantilização do meio ambiente tornam a natureza um ativo, um título no mercado, ficando sujeito à ação especulativa. Sendo assim, como garantir, dentro da economia verde, a conservação ambiental, já que sua escassez elevará seu valor de mercado?
Larissa questionou, ainda, a engenharia de novas tecnologias propostas pela ONU, como uma forma de manter o colonialismo e o discurso da erradicação da pobreza, sem falar em distribuição de riquezas e de terras. Além disso, esse modelo proposto pela ONU vem a ser uma nova roupagem da tão falada revolução verde, que prometia o fim da fome com as tecnologias desenvolvidas de sementes resistentes e novos pesticidas, e o que se viu foi a continuidade da fome, o endividamento das famílias camponesas que passaram a comprar esses produtos, o envenenamento da comida e, até mesmo, a morte de camponeses e camponesas, principalmente na Índia, desiludidos com essa forma de produção. “As alternativas estão acontecendo, são visíveis, é preciso que a ONU olhe para elas, olhe para os povos que aqui estão reunidos, e para as experiências em vários territórios que aqui estão representados”, finalizou Parker.
Articulação Nacional de Agroecologia debate alternativas ao agronegócio
Da Página do MST
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) realizou na Cúpula dos Povos, durante os dias 15 e 16, o seminário “Agricultura familiar e Camponesa e Agroecologia como alternativa à crise do sistema agroalimentar industrial”.
A primeira palestra teve como tema Crise alimentar mundial e desafios à soberania alimentar. Participaram da mesa Aksel Naerstad, da Coalizão More and Better; Maria Emília Pacheco, da FASE/Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil; Pat Mooney, Membro do Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração (ETC, sigla em inglês). A mesa foi coordenada por Jean Marc Von der Weid, da Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA).
Aksel iniciou a palestra indagando sobre a crise alimentar que o mundo sofre atualmente. “A crise alimentar é permanente: em 1992, época da Rio92, havia 858 milhões de pessoas passando fome. Há muito alimento no mundo para alimentar o dobro da população mundial. Parte desse alimento se perde no armazenamento, parte é usada em alimentação de animais, além do desperdício nos restaurantes, que, se fosse evitado, poderia alimentar 1 bilhão de pessoas que passa fome.
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2012-06-19 » alantygel