domingo 15 agosto 2010 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO — Nº 04 — De 04 a 17/08/2010
Curso de Licenciatura em Educação do Campo
No sentido de ampliarmos o debate sobre uma educação atendendo as demandas do campo, a UFRRJ assumiu o curso de Licenciatura em Educação do Campo, que iniciará em setembro de 2010, tendo como público alvo assentados e assentadas da Reforma Agrária. O curso destina-se a formação de educadores e educadoras para atuação nas escolas do campo situadas nestes contextos específicos e socioculturais diversificados.
Com duração de 3 anos, o curso terá duas grandes áreas de conhecimento como opção de especialidade do educando: 1. Ciências Sociais e Humanidades 2. Agroecologia e Segurança Alimentar. A Estrutura e Funcionamento do Curso terão como base a Pedagogia da Alternância, sendo a primeira etapa do Tempo Escola de 20 de Setembro a 31 de Outubro deste ano, contando com a presença de 60 jovens e adultos dos Assentamentos da Reforma Agrária e 10 Quilombolas e Indígenas.
Para saber mais: Curso de Licenciatura em Educação do Campo
Bibliotecas Populares nos Assentamentos Rurais do Rio de Janeiro
O Projeto de Extensão Bibliotecas Populares nos Assentamentos Rurais do Rio de Janeiro é uma parceria entre a o Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Geografia Agrária (GeoAgrária) da Faculdade de Formação de Professores da UERJ e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio de Janeiro.
Através deste, construímos coletivamente 3 bibliotecas em assentamentos rurais no estado e elaboramos 5 cartilhas contado a história da luta pela terra no estado do Rio de Janeiro. O projeto tem assim contribuído para o resgate e a preservação da memória da luta pela terra, parte essencial da reafirmação permanente da identidade dos trabalhadores rurais sem terra e da mobilização destes para continuar a sua luta pela democratização da sociedade.
Por outro lado, contribui também para colocar o saber universitário a serviço destes trabalhadores, de forma coerente com o papel social que a Universidade deve desempenhar. Ademais, o contato que os estudantes de graduação mantém com os trabalhadores rurais sem terra nas visitas periódicas aos acampamentos e assentamentos representa para estes estudantes um aprendizado fundamental para sua formação como cidadãos e educadores.
Neste ano de 2010 estamos trabalhando no assentamento Roseli Nunes, em Piraí, realizando mutirões de arrumação dos livros e organização da biblioteca junto com os integrantes da comunidade, e entrevistando-os para reconstituir a história da luta pela terra que resultou na criação do assentamento Roseli Nunes.
Rio de Janeiro recebe a visita de 3 educadores da Galícia/Espanha
Durante o período de 23 a 28 de julho, recebemos aqui no Rio de Janeiro a visita de três camaradas educadores espanhóis, Julia, Marcos e Chaves, que vieram da Galícia, região norte da Espanha. Os educadores trabalham com ensino de crianças e jovens na Espanha e vieram ao Brasil realizar uma pesquisa sobre a Educação e a Saúde no MST.
Conheceram o MST através de atividades de formação feitas na própria Galícia com a ONG Amarante e se encantaram com as experiências de educação do movimento. Durante a estadia, os três participaram de um a conversa sobre a conjuntura da reforma agrária no Rio de Janeiro e no Brasil e puderam perceber as dificuldades da luta pela terra e os entraves para a realização da reforma agrária, conheceram o Acampamento Marli Pereira em Paracambi, onde também participaram da 14° Romaria da Terra e das Águas junto com as famílias acampadas e assentadas.
Também conheceram acampamentos da Região Norte Fluminense, como o 17 de Abril, onde ficaram alojados, Eldorado dos Carajá e Zumbi dos Palmares, além da pré-assentamento Madre Cistina e do assentamento Josué de Castro. EM todas as áreas conheceram experiências de produção de plantas medicinais e de alimentos Agroecológicos. Agora os educadores seguem viagem para o Espírito Santo, a fim de dar continuidade à pesquisa e a esta importante articulação do MST com aqueles da comunidade internacional que compartilham lutas.
II Encontro de Agroecologia do Estado do Rio de Janeiro
O Encontro reune entre os dias 05 e 07 de agosto, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), aproximadamente 400 participantes para debater soberania alimentar e transição para agricultura agroecológica. Dentre os participantes estão agricultores familiares, quilombolas, assentados da reforma agrária, extensionistas, professores e pesquisadores.
Um importante segmento para o desenvolvimento rural do estado e para onde poucos olham diz respeito a agricultura familiar que, em números de estabelecimentos se equipara até mesmo com estados considerados agrícolas. Apesar das dificuldades enfrentadas e da pouca valorização atribuída a este segmento, agricultores familiares de todo o estado do Rio de Janeiro vem desenvolvendo estratégias de reprodução e mostrando resistência quando o assunto é produção de alimentos, cuidado com o meio ambiente e desenvolvimento local.
Dar visibilidade a estas resistências, trocar experiências e debater propostas e ações que fortaleçam a agricultura familiar são objetivos do II Encontro de Agroecologia do Rio de Janeiro, que está sendo organizado por mais de 20 movimentos e organizações que compõem a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro, estruturada desde 2006 a partir da identificação e sistematização de experiências com o objetivo de tirá-las do isolamento dando visibilidade as mesmas.
Para maiores informações: http://articulacaorj.blogspot.com/ e clicando aqui.
Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológico
A partir da observação de demandas de formação e capacitação dos jovens no âmbito da Agroecologia, a AARJ (Articulação de Agroecologia no Rio de Janeiro), realiza o Projeto Campo-Campus desde 2009 em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e financiado pelo Conselho nacional de Pesquisa (CNPq). O objetivo do Projeto é possibilitar a construção de uma identidade e protagonismo juvenil para o fortalecimento do movimento agroecológico, a partir da aproximação com a temática da Agroecologia, e compreensão da necessidade de estabelecer um novo modelo produtivo no campo e na cidade.
O primeiro Tempo Escola dos 28 alunos da 2ª turma de jovens aconteceu entre os dias 25 de Julho e 07 de Agosto 2010. A partir desta data até a próxima etapa, em janeiro de 2011, acontece o Tempo comunidade, quando irão desenvolver atividades práticas e pedagógicas, para serem apresentadas de forma lúdica no Tempo Escola.
Contato: coordenação Executiva do Projeto Campo–Campus Intervivência Universitária (juventudeagroecologia@yahoo.com.br)
Para saber mais:
Programa Intervivência Universitária – Campo e Campus – Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológico no Estado do Rio de Janeiro.
Plebiscito Popular: Campanha pelo limite da propriedade da terra!
Falta menos de um mês para o início do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Entre os dias 01 e 07 de setembro, toda a sociedade brasileira terá a oportunidade de dizer se é a favor ou contra a concentração de terras no país, ou seja, se concorda ou não com o latifúndio. O Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra está organizado em todo país e vem, mobilizando cidadãos e cidadãs que acreditam em um Brasil mais justo e igualitário.
No Rio de Janeiro já estão organizados mais de 15 comitês, que tem levado debates para a sociedade. Além disso, há um calendário intenso de atividades até o Plebiscito, que deverá ser o momento de maior mobilização e de recolhimento de assinaturas da iniciativa popular para pressionar o poder público.
A próxima Plenária Estadual da Campanha está marcada para quarta-feira, dia 18/8, às 18h no Sindipetro.
Para saber mais: www.limitedaterra.org.br ou entre em contato comforumra.rj@gmail.com
Cooperação Via Campesina e Haiti
Desde o século XVIII, a revolução dos escravos negros no Haiti, gerou tensões aos dominadores colonizadores que temiam a massificação continental da luta negra anti-escravista. Desde então, o imperialismo dos EUA tem estado atento ao Haiti. Não é a toa que em menos de 100 anos, o Haiti já tenha sofrido duas intervenções militares estadunidenses e uma ocupação militar patrocinada pelas Nações Unidas, sob o comando do exército brasileiro.
A resistência do povo haitiano é muito forte e a solidariedade entre povos tem sido fundamental. Neste apoio, desde 2004, camponeses e camponesas da Via Campesina Brasil seguiram para uma missão de solidariedade com o povo e as organizações camponesas haitianas. Em 2009, a Via Campesina enviou ao Haiti a Brigada Internacionalista Dessalines de Solidariedade ao Haiti, que percorreu os dez departamentos do país, que realizou um diagnóstico sobre as possibilidades de parceria e colaboração entre os camponeses brasileiros e haitianos e tiraram alguns pontos chaves de atuação: as sementes; a captação de Água; o reflorestamento; e a formação.
Para saber mais: “Somos Nós Que Temos Coragem Para Fazer História”
Boletim MST Rio
- Coordenação de Comunicação e Cultura: Claudio Amaro.
- Coordenação da Secretaria Estadual: Nívia Regina.
- Produção: Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).
- Colaboradores: Jéssica Santos, Luisa Chuva e Leon Diniz.
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2010-08-15 » MST-RJ