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Jovens do MST-RJ realizam encontro para debater perspectivas de futuro

domingo 15 novembro 2015 - Filed under Notícias do MST Rio

Em Macaé, jovens vindos de assentamentos e acampamentos de todo os estado se reuniram para debater cultura, maioridade penal, agitação e propaganda e perspectivas de emprego e renda.

por Luana Carvalho

Encontro de Jovens - MST-RJ 2015

Entre os dias 30 de outubro e 1o de novembro foi realizado o encontro de jovens dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária do estado do Rio de Janeiro. Após alguns anos sem acontecer, este só foi possível devido a necessidade de aglutinarmos a juventude do estado e fazer uma troca de experiências com os jovens que estão cursando o Residência Agrária Jovem, para que estes consigam ter uma visão da realidade do estado.

Nesse sentido, o início do encontro trouxe alguns elementos históricos da constituição das lutas camponesas enfatizando o papel e protagonismo da juventude nessas lutas. Levantou-se a discussão sobre o que é juventude, e qual a sua identidade. O grupo foi divido em núcleos de base para que a partir da pergunta: “Como é ser jovem dentro de um assentamento/acampamento?” pudessem discutir melhor e chegar a uma síntese sobre a realidade das áreas do estado.

O professor Cosme Henrique Gomes realizou uma oficina de música, onde foram discutidas as matrizes culturais camponesas e a hegemonia da grande mídia sobre a música hoje. Também se falou sobre a importância da juventude se apropriar dos instrumentos musicais e poder construir suas próprias letras e melodias. Alguns jovens se desafiaram a construir letras e poesias durante a oficina.

O seguindo dia contou com o debate sobre a redução da maioridade penal, que está em pauta atualmente no congresso nacional e que muito diz respeito a juventude. O destaque foram os impactos desta lei para a sociedade brasileira, e mais especificamente para a juventude da classe trabalhadora, que hoje vem sendo massivamente criminalizada e morta pelo estado. Neste debate, os jovens falaram sobre o que acham da lei e como ela pode influenciar suas vidas.

Outro tema em discussão foram as questões de gênero e sexualidade. Este tema foi incorporado ao encontro, visto que na idade em que os jovens se encontram, o corpo passa por muitas transformações, a sexualidade está a flor da pela e é nesse momento que precisa ser debatido esta questão, pois é preciso entender que transformações são essas que passamos. Foi discutido também nessa oficina a questão da orientação sexual, da diversidade que hoje existe dos preconceitos que temos. A divisão sexual ela é historicamente construída na sociedade, precisamos desnaturalizar o que é coisa de menino e o que é coisa de menina.

Na parte da tarde do encontro, discutimos sobre o tema da agitação e propaganda. Foi apresentado a história do debate da agitação e propaganda que se desenvolveu no seio das lutas de classe, a partir deste histórico, foi sendo desenvolvido a metodologia que chamamos hoje de agitação e propaganda. Esta metodologia é importante para a massificação do trabalho de base da luta revolucionária e como alternativa aos meios de comunicação de massa.

Durante o debate, foram então apresentadas técnicas e dinâmicas de agitação e propaganda utilizadas por movimentos sociais e movimento estudantil aqui no Brasil.
Neste segundo dia também foi feita uma visita a comunidade onde o encontro estava sendo realizado, e por fim, teve a atividade cultural da noite, onde foi resgatada a história de vida e luta de Che Guevara, refletindo sobre os valores que Che nos ensinou, o estudo, a solidariedade, auto-organização, coletividade, internacionalismo, trabalho. Neste momento também deixamos em aberto para que o grupo pudesse se conhecer melhor e assim trocar experiências.

No último dia, voltamos a discutir a realidade dos nossos assentamentos e acampamentos apontando os caminhos para a produção e geração de renda da juventude dentro dos próprios territórios. Dividimos novamente o grupo em núcleos de base para que foi feito o levantamento primeiro das condições e possibilidades de renda dentro do assentamento de moradia de cada jovem? E segundo, qual a profissão que cada jovem gostaria de seguir?

Encontro de Jovens - MST-RJ 2015

Diante destas questões, acrescentou-se que nos assentamentos não há apenas trabalho diretamente com a agricultura, mas que no campo existe vida e cultura, desta forma, há diversos outros serviços que precisam acontecer e que o jovem não precisa trabalhar apenas com a agricultura, mas pode se envolver nas diversas atividades necessárias para a produção da vida no campo. Este debate foi muito caloroso, visto que a questão da geração de renda é um dos principais motivos que fazem os jovens saírem do campo, devido à falta de percepção das perspectivas onde moram.

O encontro foi encerrado com o encaminhamento com orientação para o fortalecimento da organização da juventude dentro de seus territórios, e assim potencializar os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos no curso de Residência Agrária Jovem.

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