Content

Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

quinta-feira 16 dezembro 2010 - Filed under Boletins

Boletim do MST-RJ
Boletim do MST RIO — Nº 09 — De 8 a 21/12/2010

Notícias do MST Rio

Centro do Rio de Janeiro recebe feira de produtos de assentamentos e acampamentos de várias regiões do estado

Crédito: Salvador Scofano. A feira aconteceu nos dias 9 e 10 de dezembro, na passarela entre o BNDES e a Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro

Nos dias 9 e 10 de dezembro, o Centro do Rio de Janeiro se aproximou de assentamentos e acampamentos do MST. Uma feira de produtos vindos de áreas de Reforma Agrária de diversas regiões do estado, organizada pelo MST, coloriu a passarela que liga os prédios do BNDES e da Petrobras. Entre os produtos vendidos, estavam legumes, verduras, melado, açúcar mascavo, farinha, frutas, ovo, queijo, doces caseiros, produtos cosméticos feitos de argila, remédios e pomadas naturais feitos com ervas medicinais. No dia 10, foi realizado um Ato Público pelo Direito Humano à Alimentação e pela Reforma Agrária contra as Mudanças Climáticas, que contou com a participação e apoio de várias pessoas e entidades. Para Rosânia Cortez de Souza, do Acampamento Mariana Crioula, que fica em Valença, no Sul do estado, a feira foi uma iniciativa muito interessante. “É uma interação importante. Você revê amigos que te dão força para continuar na luta e mostra para quem mora na cidade quem realmente são os sem-terra. Trabalhamos com dignidade para colocar alimentos nas mesas das pessoas”.

Leia mais…

O olhar dos agricultores sobre as perspectivas de produção dos assentamentos

Crédito: Samuel Tosta. “A feira foi uma ótima oportunidade para ter contato com colegas de outros acampamentos e assentamentos. Os visitantes só de olhar já podem conhecer nosso trabalho”, disse Francisco Nilzo (Ceará), que vive no acampamento 17 de Abril, em Campos dos Goytacazes

Os agricultores presentes na Feira pela Reforma Agrária puderam expor os produtos da Reforma Agrária e falar sobre as condições de vida no campo fluminense. Muitos afirmaram que as áreas de Reforma Agrária, “onde antes só tinha monocultura”, passam a produzir diversos alimentos para as feiras e mercados locais. Os agricultores Cícero e João, do assentamento Zumbi dos Palmares – Campos dos Goytacazes, falam do potencial produtivo de seu assentamento: “Nós produzimos banana de vários tipos, mandioca, coco, milho, feijão, etc. Mas a dificuldade está em escoar a produção”. Além das dificuldades de escoamento, apresentaram a necessidade da regularização fundiária. O agricultor Ofrásio, da Ocupação Mariana Crioula, em Valença, conta que “sem a posse da terra não tem como a gente produzir, não tem como pegar o dinheiro do crédito. Sem contar que a ocupação fia nesse ‘vai ou não vai’, daí a gente fica com medo de produzir”.

Leia mais…

Experiência do setor de saúde RJ se concretiza no Curso de Saúde em Medicina Popular e Terapias Chinesas

Crédito: Salvador Scofano. Fitoterápicos vendidos na feira da Reforma Agrária, em dezembro no Rio de Janeiro.

Frente à necessidade de construir um Coletivo de Saúde para discutir e enfrentar os principais problemas e demandas de saúde no campo e organizar um setor que esteja presente nos acampamentos e assentamentos de Reforma Agrária no Estado, o MST – RJ vem organizando desde 2006 um curso de formação de Agentes de Saúde. A primeira turma se formou em 2008 e a segunda agora em 2010, tendo como educadores os educandos da primeira turma. O Curso foi autosustentado com produtos fitoterápicos e fitocosméticos produzidos durante o mesmo. A experiência do Curso nos permitiu discutir um conceito de saúde baseado na ideia da autonomia e da apropriação coletiva do saber, como elementos fundamentais no combate ao modelo hegemônico medicalizante que concentra o conhecimento nas mãos dos profissionais de saúde.

Leia mais…

Acampamento Sebastião Lan II, 13 Anos De Luta e Resistência

No dia 21 de junho de 1997, foi realizada a ocupação da Fazenda Poço das Antas. Participaram da ocupação, 450 famílias dos municípios de Conceição de Macabu, Silva Jardim, Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio Bonito, organizadas no MST. A Fazenda Poço das Antas já é de posse do INCRA destinada para Reforma Agrária há 22 anos, mas estava sendo grilada por 3 fazendeiros da região o Divo Peres, Aluizio Siqueira e Benedito Peçanha.

Foram vários meses de conflitos mas com muita luta conquistamos duas das três áreas. Uma das áreas é o Assentamento Sebastião Lan, que apesar de muitas dificuldades já se constitui como assentamento. A outra área é o Acampamento Sebastião Lan II, mas o INCRA ainda não realizou o assentamento das famílias e o fazendeiro Benedito Peçanha ainda está desfrutando da área grilada, permanecendo com a posse da terra, mesmo ela sendo INCRA. Além disso, faz o enfrentamento ao INCRA e às decisões judiciais e ainda ameaça as famílias do MST dizendo que “mesmo que ele saia da terra nenhum Sem Terra vai viver naquela área enquanto ele viver”. O poder judiciário nada está fazendo para resolver esta situação. O Acampamento Sebastião Lan II possui já 13 anos de história e a situação descrita acima, pois é a área do Bendito Peçanha. O Acampamento vem sofrendo com o descaso e lentidão do INCRA, deixando as famílias sem perspectivas de resolverem logo esta situação de acampamento e realizar o assentamento de todas as famílias. O maior problema do Sebastião Lan é estar no entorno de uma Unidade de Conservação, a Reserva Poço das Antas, refúgio do Mico Leão Dourado.

Notícias do Rio

Estágio Interdisciplinar de Vivência em Áreas de Assentamentos e Acampamentos Rurais

9_IMG_4930

No próximo final de semana (dia 18 e 19 de dezembro) 150 jovens estudantes se reunirão na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para participar do Seminário de Questão Agrária. Durante esses dois dias ocorrerão diversos debates onde serão abordadas diferentes temáticas, como universidade, realidade do campo, Direitos Humanos e muitas outras. Os participantes terão a oportunidade de trocar experiências, dialogar diretamente com integrantes do MST, além de rir e chorar com toda a mística que envolverá a atividade.

Esse Seminário funciona como pré-requisito para participar do VII Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) em Áreas de Reforma Agrária, que acontecerá em 2011 do dia 7 a 27 de fevereiro. O EIV vem sendo construído no estado do Rio de Janeiro há sete anos por entidades estudantis conjuntamente com o MST. A partir dele, no ano de 2009, surgiu o Núcleo Estudantil de Apoio à Reforma Agrária (NEARA – neararj.wordpress.com).

O Estágio cumpre um papel fundamental, aproximando os jovens da realidade do campo e dos movimentos sociais. Buscando, com isso, sensibilizá-los e despertá-los para lutar por uma sociedade mais justa. Ao tirar esses estudantes das redomas universitárias e escolares para entrar em contato direto com o cotidiano dos assentamentos e dos camponeses, o EIV rompe com o formato tradicional das salas de aula, proporcionando uma outra forma de se aprender, em que humildade, amor e solidariedade se fundem, gerando uma grandiosa força transformadora. Para saber mais: neararj.wordpress.com

Além do VII EIV a ser realizado no Estado do Rio, o NEPPA – Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias, realiza em janeiro na Bahia o seu V EIVI. Estudantes de diversos cursos das universidades bahianas oferecem uma experiência de duas semanas, que conta com uma etapa de formação, a vivência em 7 áreas (dois acampamentos e cinco assentamentos), e finalmente uma etapa de avaliação. As áreas se concentram no recôncavo bahiano, e contam com atividades permanentes do NEPPA durante o ano, nas áreas de Saúde, Comunicação, Juventude, Educação e Agroecologia. Para maiores informações, veja o vídeo do EIVI e o site do NEPPA.

Notícias Internacionais e da Via Campesina

Intercâmbio da Via Campesina em Moçambique

Fotos Moçambique2

A Via Campesina tem desenvolvido atividades de intercâmbio entre camponeses de duas ex-colônias portuguesas: Moçambique e Brasil. Através de organizações e movimentos sociais, como o MST no Brasil e a UNAC (União Nacional de Camponeses), de Moçambique, que é ainda um país majoritariamente rural, os camponeses de ambos países tem ajudado a construir laços de companheirismo e compromisso com a luta. A primeira experiência de intercâmbio foi um curso de formação para militantes e dirigentes de movimentos sociais dos países que falam a língua portuguesa. Em seguida começou a troca de experiências entre militantes do MST, com as associações de camponeses e camponesas ligados à UNAC, na região central de Moçambique, província de Tete. Nesta região vivem os camponeses mais pobres do país e é também aí que se encontra a maior reserva de carvão do mundo e uma das maiores usina hidrelétricas da África, a Hidrelétrica de Cahora Bassa.

Leia mais…

Governos continuam indiferentes ao aquecimento do planeta

Entre os dias 4 e 10 de dezembro, membros da Via Campesina de mais de 30 países de todo o mundo se reuniram em Cancún, México. O objetivo foi exigir da Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP 16), justiça ambiental e respeito à Mãe Terra, para denunciar o atual paradigma de desenvolvimento e economia, que têm causado uma destruição do meio ambiente, da qual os povos indígenas, camponeses e camponesas são as principais vítimas. Além das ambiciosas intenções dos governos de comercializar os elementos essenciais da vida em benefício das corporações transnacionais. Os militantes da Via se reuniram no Fórum Alternativo Global pela Vida, Justiça Social e Ambiental e construíram uma agenda de mobilizações, além de uma declaração de denúncia, exigências e chamamento à luta, que segue a seguir.

A terra não se vende, se recupera e se defende! Globalizemos a luta, globalizemos a esperança!

Leia mais…

Publicações

Expediente

Boletim MST Rio

2010-12-16  »  alantygel

Share your thoughts

Re:







Tags you can use (optional):
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>