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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

Feira distribui uma tonelada de alimentos no Dia Mundial da Alimentação em Resende (RJ)

sexta-feira 16 outubro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio + Solidariedade

Uma tonelada de alimentos agroecológicos foram distribuídos para 70 famílias da ocupação Vila Unida, em Resende (RJ). Foto: Luiza Alves/Comunicação MST-RJ

Por Coletivo de Comunicação MST-RJ

Na manhã desta sexta-feira (16), Dia Mundial da Alimentação, ocorreu a feira popular de doação de alimentos na sede da Associação de Moradores da ocupação Vila Unida, no município de Resende, no Sul Fluminense.

A ação faz parte da Campanha Nós por Nós que surgiu diante da necessidade popular em combate ao Corona Vírus, e vem sendo construída com base no povo ajudando o povo com a solidariedade e a articulação de movimentos sociais como Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD) e Consulta Popular.

A união e a organização dessas ações sugiram pelo entendimento que a crise só aumentou, a pandemia piorou consideravelmente as condições de vida do povo. Em decorrência disso a fome se estendeu por todo o território nacional e em principal as periferias. As ações são forjadas para minimizar o impacto da pandemia nas favelas e comunidades do Rio de Janeiro. O apoio para articulação nacional da Nós por Nós vem da campanha Periferia Viva, com ações de solidariedade alicerçadas pelo campo popular durante a pandemia.

Desta forma, a Feira Popular tem como objetivo fornecer alimentação saldável e variada para os moradores da Vila Unida e trazer o diálogo sobre a alimentação saudável, direitos em tempo de pandemia e ainda passar orientações de biossegurança em relação ao coronavírus para os moradores que participaram da feira.

Os alimentos disponíveis na feira desta sexta (16) são oriundas de doações e compras vindas das famílias camponesas do Coletivo Alaíde Reis do MST e do Quilombo de Santana pelo MPA, que constroem assim a aliança entre as famílias do campo e da cidade, promovendo a soberania alimentar, discussão sobre alimentos saudáveis produzidos sem veneno para a população urbana que vem enfrentando dificuldades durante a pandemia.

Agroecologia no combate à fome

Foram doados uma tonelada de alimentos agroecológicos como hortaliças, repolho, almeirão, legumes, jiló, aipim, beterraba, além de 70 potes de açaí Juçara Viva. A ação beneficiou 70 famílias da ocupação Vila Unida e envolveu cerca de 15 militantes e Mãos Solidárias

“As ações que nós construímos refletem de forma muito positiva, a gente percebe que as famílias estão em situação de vulnerabilidade, com a falta de políticas públicas, sem saneamento e sem luz elétrica. Nós do povo tentamos ajudar com as condições que temos, trazendo alimento para todos, e buscando as melhores ferramentas para ajuda-las”, afirma Josias Santos do coletivo Alaíde Reis do MST.

Alimentos foram transportados em carreata de Quatis a Resende, no Sul Fluminense

A importância de se abrir um espaço de diálogo sobre alimentação e solidariedade também reflete nos moradores da Vila. “Nós moradores somos gratos por receber essas ações solidárias, o alimento é muito importante para vida de cada família que está aqui, ainda mais para quem têm filhos pequenos”, relata a moradora Pamella Salvate.

“Não existe nada mais prazeroso do que ter alimento na mesa para dar ao filho.” Pamella reforça a importância das ações para toda a comunidade, pois faz a diferença. “Para nós moradores é muito importante esse tipo de ação de solidariedade e alimento, pois a maior riqueza que a gente pode ter hoje é a comida na mesa”, complementa.

O combate a fome é a principal fonte de luta para toda essa aliança e articulação, diante da redução do auxílio emergencial e o aumento do preço dos alimentos é possível ver ainda mais a emergência da população brasileira para sobreviver.

Foi realizado um ato político pela jornada contra a fome, pois dia 16 de outubro é Dia Mundial da Alimentação, o que reforça a importância da ação. A carreata ocorreu de Quatis a Resende levando os alimentos até a feira de doação, chamando a atenção para importância da alimentação e da luta do povo em ajudar o povo.

Para ajudar em ações como essa é possível fazer doações financeiras para a Campanha Nós por Nós de forma a possibilitar a aquisição dos produtos agroecológicos, por meio da conta Banco do Brasil C/c: 38.834-3 Agência: 2972-6 Allanis Dimitria de O. e S. Pedrosa. Ou ainda pelo Picpay: @levante.rj

 ::  Share or discuss  ::  2020-10-16  ::  Clivia Mesquita

Sem Terrinha em ação: brincadeiras e árvores frutíferas no Rio de Janeiro

quinta-feira 15 outubro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio + Sem Terrinha

Nos dias 11 e 12 de outubro, crianças participaram de atividades lúdicas e pedagógicas sobre a importância de plantar árvores e produzir alimentos saudáveis

Painel com desenho das crianças Sem Terrinha no assentamento Irmã Dorothy, em Quatis (RJ). Foto: Comunicação MST-RJ

Por Coletivo de Comunicação MST-RJ
Da Página do MST

“Criançada, vamos participar da Jornada Sem Terrinha? Plantar planta boa, regar, cuidar das plantas, da natureza”. A chamada para a Jornada Nacional em defesa do meio ambiente, da educação e da vida veio do Sem Terrinha Ernesto de Souza, de 10 anos, enquanto brincava nos troncos de uma árvore no assentamento Roseli Nunes, no município de Piraí, região Sul Fluminense. 

Nos assentamentos e acampamentos do MST no Rio de Janeiro, os dias 11 e 12 de outubro foram de brincadeiras, plantio de mudas, ciranda e conversas descontraídas sobre a importância de plantar árvores e produzir alimentos saudáveis.

Cartinha da Kessila Victoria, 10 anos, do assentamento Irmã Dorothy

Neste momento em que a pandemia ainda não está controlada no nosso país, as atividades foram pontuais e com os cuidados necessários nos territórios de Reforma Agrária em todo Brasil. Pedro Valença, do Setor de Educação no Rio, ressalta o protagonismo histórico das crianças no MST. E destaca, ainda, que a Jornada Sem Terrinha é um importante espaço para as expressão política das crianças a partir dos elementos lúdicos e pedagógicos tradicionais da jornada.

“Elas [crianças] sempre fizeram parte do Movimento, sempre estiveram nas ocupações, reuniões, atos, assembleias, e ao longo do processo de constituição histórica do MST entendemos que era importante garantir que as crianças, que já faziam parte do Movimento, também tivessem um espaço para suas expressões políticas, de luta, pedagógicas e artísticas, dentro da linguagem que elas conhecem que é do lúdico, das brincadeiras”, afirma Pedro.

Além de atividades lúdicas, as crianças do acampamento Edson Nogueira participaram de um passeio ecológico nas áreas de produção e plantaram coletivamente diversas mudas de ipê amarelo e jasmim. Já no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira, os Sem Terrinha foram as mãos responsáveis pelo plantio de mais 20 árvores, entre aroeiras, abacateiros e mangueiras. 

Em contraponto a atual política ambiental do governo Jair Bolsonaro, a tarefa colocada para as crianças também é parte de um esforço nacional do MST com o objetivo de plantar 100 milhões de árvores nos próximos dez anos. Por isso, o mote “Sem Terrinha em Movimento: Cultivando a Vida” foi escolhido para este ano em que o desmatamento e as queimadas atingem o Pantanal e a Amazônia em aumento recorde.

Crianças plantaram ipês amarelos e jasmins no Acampamento Edson Nogueira, em Macaé (RJ). Foto: Diego Fraga Coletivo de Comunicação Regional Lagos

“A jornada tem a importância de trazer as crianças para o centro da organização do movimento. De pensar como elas estão nesse momento atípico e inédito que todos nós estamos vivenciando, com a dificuldade de não poder realizar reuniões presenciais e sem aglomeração. Tudo isso dentro de um contexto político mais amplo que é o de destruição da natureza pelo atual governo”, completa Pedro Valença, do Setor de Educação.

Brincar, sorrir e lutar!

“Bandeira vermelhinha, o futuro da nação está na mão dos Sem Terrinha”. A agitação e os gritos de ordem são do assentamento Irmã Dorothy. Por lá, a cirandeira Amandinha, que também é assentada, facilitou o espaço de cantoria e fez a alegria da criançada no dia 12 de outubro. 

Brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Foto: Comunicação MST-RJ

Para Stéfane Oliveira, da coordenação do assentamento Irmã Dorothy, promover brincadeiras e momentos lúdicos de convivência, sobretudo neste momento, é fundamental para o desenvolvimento da infância. 

“As crianças acabam ficando tristes com a pandemia e criança triste não aprende direito, não se alimenta de forma adequada. Criança triste não é criança! Então resgatamos algumas brincadeiras como pega pega, queimada, bexigas d’água e pique bandeira usando a própria simbologia do Movimento”, conta.

O assentamento ainda recebeu uma caprichosa decoração com fitas multicoloridas e jabuticabeiras no entorno de uma ponte construída recentemente. Com a chegada da época de chuva, as árvores ajudam a evitar deslizamento. “É importante cuidar da natureza porque as árvores dão o ar, a sombra, os frutos e também outras coisas”, opina Kessila Victoria, de 10 anos.

A jornada nacional encerrou com uma grande Assembleia das Crianças Sem Terrinha, reunindo em confraternização todos os cantos do Brasil mesmo que de forma virtual. No Rio de Janeiro, mais de 15 crianças acompanharam a programação nos acampamentos e assentamentos do estado.

*Editado por Fernanda Alcântara

 ::  Share or discuss  ::  2020-10-15  ::  Clivia Mesquita

Che Guevara inspira luta pela Reforma Agrária no sudeste do Brasil

segunda-feira 12 outubro 2020 - Filed under MST Sudeste

Há mais de 30 anos, MST semeia os valores de solidariedade e companheirismo do Che no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Conheça assentamentos que levam o nome Che Guevara.

Em 9 de outubro de 1967 o argentino Ernesto Che Guevara foi assassinado. Revolucionário é homenageado em diversos assentamentos e acampamentos do MST. Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Por Clivia Mesquita Danielle Mello e Julia Giménez/Redação MST Sudeste 
Da Página do MST

“Tu mano gloriosa y fuerte, sobre la historia dispara / Cuando todo Santa Clara, se despierta para verte”, canta o trovador cubano Silvio Rodriguez em homenagem ao Che Guevara em “Hasta Siempre, Comandante”. O fragmento narra um momento fundamental do processo revolucionário cubano, quando, em dezembro de 1958, o Exército Rebelde sob o comando do Che venceu na cidade de Santa Clara às forças do ditador Fulgencio Batista, fator determinante para a vitória revolucionária. 

Desde então, o Che ficou nas páginas da história como uma das figuras mais importantes do século XX. E, mais do que isso, seu exemplo inspira os povos que querem escrever a sua própria. Hoje, numerosos assentamentos, acampamentos, escolas populares, coletivos e brigadas da Nossa América levam o nome do grande lutador popular. Na região sudeste do Brasil, três territórios de Reforma Agrária carregam seu legado.

É o caso do primeiro assentamento do MST São Paulo na Regional do Pontal de Paranapanema, que há 29 anos segue produzindo alimentos saudáveis no município Mirante do Paranapanema, fronteira com o Paraná. Como se a terra tivesse escolhido o novo nome, foi no dia 1 de Setembro 1991, quando 150 famílias em luta ocuparam a Fazenda Santa Clara, uma área de grilagem, que desde então leva o nome Che Guevara. 

“Foi a partir do Che e do Assentamento Che Guevara que me tornei militante”, diz José Venzel. Foto: Arquivo Pessoal

“Eu conheci o Che antes de conhecer ao MST. Tinha 16 anos, na década de oitenta, e comecei a participar das lutas operárias em São Bernardo do Campo”, relembra José Venzel, antigo militante da regional.

“A partir daí, comecei a fazer algumas leituras, admirei muito os posicionamentos do Che e fui formando meus próprios ideais. Mas foi nos anos noventa, quando participei da ocupação da Fazenda Santa Clara, e ingressei no MST, que me inspirei nos valores de companheirismo e solidariedade do Che”, completa Venzel.

O nome do Che Guevara foi escolhido já nos primeiros dias da ocupação. Deu nome ao núcleo de base do qual José e outras famílias acampadas faziam parte, até que finalmente se converteu no nome da área. “Foi a partir do Che Guevara e do assentamento Che Guevara que me tornei um militante”, diz José.

Histórico de luta do MST: Che presente!

O assentamento Che Guevara deu início à luta do MST na região do Pontal do Paranapanema, que compreende 32 municípios de São Paulo e 117 áreas de Reforma Agrária. Só em Mirante do Paranapanema existem 36 áreas destinadas à Reforma Agrária e 48% da população é do meio rural. Contudo, a luta não foi fácil e esteve marcada pela disputa com os grandes fazendeiros, alguns ligados a União Democrática Ruralista (UDR), ávidos pela exploração da Mata Atlântica que ocorre na região, explica José.

A grande produção agroecológica e os circuitos de comercialização desenvolvidos pelos assentados e assentadas do Pontal tem fomentado a economia do município e da região. Hoje, apesar da falta de investimento na agricultura familiar, o assentamento Che Guevara é constituído por 70 famílias dedicadas à pecuária leiteira e à produção de legumes e hortaliças. Ademais, conta com infraestrutura que privilegia o desenvolvimento do assentamento com escola de educação do campo, posto de saúde e agrovila. 

“Eu tenho orgulho de fazer parte dessas história do Pontal que começou no assentamento Che Guevara. Já somos três gerações que fazem parte desta luta cultivada no companheirismo e na solidariedade do Che”, exalta José Venzel.

No Rio de Janeiro, outro assentamento Che Guevara também marcou os primeiros anos de luta do MST pela Reforma Agrária, desta vez em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Assim como outros assentamentos da região, o Che Guevara foi resultado da falência de um latifúndio canavieiro. A exploração da terra e dos trabalhadores para atender aos interesses capitalistas das usinas de cana de açúcar é uma das atividades agroindustriais mais antigas de Campos (RJ).  

Os antigos proprietários da Usina Santo Amaro eram os cubanos De La Riva, que teriam se refugiado da Revolução liderada por Che e Fidel Castro nos Estados Unidos e depois no Rio de Janeiro, mais precisamente em Campos. A ironia consagrou o novo nome da terra ocupada na madrugada do dia 4 de janeiro de 1998, explica o assentado David Nascimento. 

“Por mais que o capital queira aniquilar a vida das pessoas, a história de luta, o espírito revolucionário e a sede de fazer justiça continuam. O ex-proprietário da usina veio pra cá correndo da revolução cubana. Ou seja, ele foi derrotado de qualquer maneira. Não tinha oportunidade melhor de colocar o nome Che Guevara no assentamento”, afirma David Nascimento do Setor de Produção do MST. 

O assentamento Che Guevara no Rio de Janeiro foi oficializado pelo Incra nos anos 2000 e beneficiou 74 famílias Sem Terra e ex-trabalhadoras da Fazenda Marrecas. As principais produções são de quiabo, coco e cana. “O que mais gostei dessa história toda foi que alguém teve a ideia e sugeriu que o nome do assentamento fosse Che Guevara durante uma assembleia. E por ironia do destino, mesmo estando morto, Che continua fazendo revolução no mundo”, constata David, que integra o assentamento desde as primeiras semanas de ocupação. 

Fazenda da antiga Usina Santo Amaro, em Campos (RJ), deu lugar ao assentamento Che Guevara. Trajetória do ex-proprietário cubano da usina inspirou o nome. Foto: Rodrigo Pennutt*

A escolha do nome foi unânime devido à trajetória do fazendeiro, e a admiração pela figura do revolucionário se consolidou entre os assentados, inclusive entre aqueles que não conheciam Che. “Ele era argentino, mas correu atrás do sonho de ajudar a humanidade contra todo sistema opressor do capitalismo selvagem. Sou fã número um”, finaliza David.

O assentamento Che Guevara foi a segunda ocupação do Movimento em Campos, apenas um ano após a tomada da Usina São João, transformada no assentamento Zumbi dos Palmares (1997). O setor da cana de açúcar teve fortes conexões com a ditadura civil-militar no Brasil. No caso da Usina Cambahyba, no norte fluminense, o complexo industrial foi utilizado para incinerar desaparecidos políticos do regime.

Che continua exemplo de luta

O mais recente assentamento que carrega o legado do argentino Che Guevara no sudeste do Brasil existe há 15 anos no Espírito Santo. A inspiração para a escolha do nome se deu a partir de diversas personalidades que tombaram na luta. Listados entre eles, estava o de Che. A partir de então, com 630 hectares e 44 famílias, se consolida o assentamento Che Guevara localizado no município de Mimoso do Sul, parte da Regional José Marcos de Araujo.

“Che Guevara sempre foi um exemplo para nós, um militante que, além de médico, trazia em suas atuações uma grande importância na luta por uma nova sociedade, na luta de classes, e deu muitos exemplos para nossa luta”, diz Ivan Pereira, da Coordenação Estadual do MST.

Já nos anos 2000, outro acampamento Ernesto Che Guevara foi levantado no Espírito Santo. Desta vez em São João do Sobrado, município de Pinheiro. A ocupação se deu com o objetivo de barrar uma plantação de eucalipto e recebeu o nome Che Guevara. Cerca de 15 famílias permaneceram no local por um breve período de tempo, como lembra Ademilson Souza, da Coordenação Estadual do MST.

“O acampamento ficou uns 15 dias na área e sofremos uma ameaça de despejo, a Polícia Militar esteve lá e para evitar uma situação de conflito, como a região tinha muita pistolagem, a gente optou por desocupar e evitar o despejo”, diz. Anos depois, o primeiro plantio de eucalipto ocorreu na região. Antes de serem assentadas no projeto do Assentamento Otaviano, em Itamira, município de Ponto Belo (ES), as famílias do Ernesto Che Guevara chegaram a acampar na beira da estrada.

*Fotografia retirada da Dissertação “Assentado e Assentados: formas de diferenciação entre agricultores no Projeto de Assentamento Che Guevara (Campos dos Goytacazes/RJ)” apresentada por Rodrigo Pennutt da Cruz ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2013.

**Editado por Fernanda Alcântara

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Jornada Anti-Imperialista é marcada por ato simbólico no centro do Rio

sexta-feira 9 outubro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio

Manifestação em frente ao Consulado dos EUA no Rio é parte da Semana Anti-Imperialista que ocorre em todo mundo

Por Coletivo de Comunicação do MST-RJ

Nesta sexta-feira (9), movimentos sociais estiveram em frente ao Consulado Geral dos Estados Unidos, no centro do Rio de Janeiro, para um ato simbólico contra o Imperialismo na América Latina. A atividade marca a Semana Anti-Imperialista, realizada em todo mundo entre os dias 5 e 10 de outubro, organizada pela ALBA Movimentos e Assembleia Internacional do Povos.

“Estamos aqui para denunciar a ofensiva que os EUA fazem contra o mundo, o Imperialismo que tira a soberania dos povo, atua para construção de guerras, pobreza e derrubada de governos. Denunciamos o fora EUA, fora Trump. O nosso país é soberano e precisamos tomar decisões que estejam em diálogo com o povo brasileiro”, disse Luana Carvalho da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

“Nossos povos têm o direito de escolher seu próprio destino”, dizia a faixa estendida durante o protesto no Rio. No Brasil, a Jornada Anti-Imperialista é puxada pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo e conta com atividades em todo país. 

Este 9 de outubro também marca o assassinato do argentino Ernesto “Che” Guevara, principal líder da Revolução Cubana e uma das mais importantes figuras do século 20. Seu legado internacionalista também é um elemento central em torno da Jornada Anti-Imperialista.

“Nos juntamos a toda juventude da América Latina para denunciar o papel intervencionista dos EUA. A juventude quer viver e tem fome de comida, cultura e educação. Basta de EUA, fora Trump e Bolsonaro”, completa Tayane Cardoso, militante do Levante Popular da Juventude.

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Juiz que acatou alteração de leis ambientais quer extinguir assentamento do MST no RJ

segunda-feira 5 outubro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio + Notícias do Rio

Desembargador permitiu mudanças em regras do Conama e votou pela dissolução do PDS Osvaldo de Oliveira, em Macaé

Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira é referência na produção de produtos agroecológicos. – Foto: Coletivo de comunicação MST-RJ

Jaqueline Deister

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)

O desembargador Marcelo Pereira da Silva, do Tribunal Regional Federal (TRF-2), aceitou na última sexta-feira (2) um recurso da União e restabeleceu a validade das decisões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que retiram a proteção ambiental de manguezais e restingas e permitem a queimada de lixo tóxico. 

O Conama, que é presidido pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, havia revogado quatro resoluções do próprio órgão e flexibilizado regras de proteção ambiental, no último dia 28. A medida foi contestada por uma ação popular no dia seguinte e suspensa por liminar pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. Contudo, a União recorreu, na última sexta (2), e obteve vitória com a decisão do TRF-2, que mantém a alteração das normas no órgão ambiental.

A resolução foi recebida com preocupação por ambientalistas e trouxe à tona também a polêmica por trás da decisão do desembargador Marcelo Pereira da Silva. Em agosto de 2019, contrariando as expectativas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ele votou pela dissolução do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira, localizado em Macaé, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

O argumento do desembargador para pedir a reintegração de posse do assentamento do MST, que existe há 10 anos, foi a “preservação da área”. Segundo ele, na decisão, as “evidências surgidas durante o transcurso da ação civil pública e a prova pericial produzida naquela ação de desapropriação reforçaram a conclusão acerca do desacerto da opção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do evidente desvio de finalidade da desapropriação”.

De acordo com  a advogada Fernanda Vieria, que presta assessoria jurídica para as 63 famílias que vivem no PDS Osvaldo Oliveira e também para o MST, na ação civil pública que motiva a decisão do desembargador Marcelo Pereira não há nenhum pedido do Ministério Público Federal (MPF) de Macaé sobre a reintegração de posse.

“O MPF, antes de concluir a ação de desapropriação, quer saber do Incra se ele está preenchendo requisitos protetivos do meio ambiente e se esse modelo de assentamento corresponde a essa expectativa. Fizemos audiências com juízes, MPF, as universidades, as famílias, o representante legal do proprietário. O que o MPF pede foi cumprido. A sentença originária da primeira instância foi irretocável, diz que não há nenhum obstáculo, foi tudo garantido, e o próprio MPF de Macaé reconhece isso, por isso que na sentença ele nem recorre”, explica a advogada.

Após a decisão, o desembargador deu um prazo de 90 dias para a saída voluntária dos assentados. No entanto, neste momento, o processo está suspenso aguardando a definição dos embargos que apontam a ilegalidade da decisão que extrapola o requerido pelas partes. Ainda cabe recurso nos tribunais superiores.

Na avaliação de Vieira, as decisões do desembargador Marcelo Pereira, tanto em relação ao Conama, que promove a maior flexibilização das normas de proteção ambiental, quanto a de reintegração do PDS Osvaldo Oliveira, mostram o alinhamento de parte do judiciário com a política conservadora do governo federal. 

“Quando você tem um desembargador dentro do sistema de Justiça que olha a propriedade a partir de parâmetros que já deveriam ter sido superados, porque a Constituição estabelece a função social, o que percebemos não é uma contradição nas decisões, mas uma unidade de concepção sobre propriedade, direito, trabalhadores e meio ambiente. Estamos tendo um sistema de justiça que não terá pudor de desmobilizar o texto constitucional para garantir essa política que agrada determinados setores econômicos”, ressalta.

O PDS Osvaldo de Oliveira completou 10 anos no último dia 7 de setembro e é uma referência na produção agroecológica no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, as família produzem uma variedade de produtos agrícolas que atendem a alimentação escolar de Macaé através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), feiras regionais, estaduais e as cestas da Reforma Agrária Terra Crioula da Região dos Lagos.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

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6ª edição da Marmita Solidária acontece neste sábado (3) no Sul Fluminense

quinta-feira 1 outubro 2020 - Filed under Notícias do MST Rio + Solidariedade

Por Luiza Alves

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Sul Fluminense realiza no próximo sábado (3) a 6ª edição da Marmita Solidária que será organizada pelo assentamento Irmã Dorothy, em Quatis, para apoiar a ocupação Vila Unida em Resende. O preparo das marmitas com alimentos saudáveis ocorre durante o período da tarde e a distribuição às 18h.

“Não só distribuímos refeições, mas também dialogamos com a sociedade explicando o porquê daquele alimento, de onde ele veio, que é oriundo da Reforma Agrária e da solidariedade nesses tempos de pandemia”, explica Edneia Pinto, coordenadora regional do MST-RJ no Sul Fluminense. “O governo Bolsonaro além de golpista minimiza a pandemia enquanto tira direitos da classe trabalhadora”, completa Edneia, do assentamento Irmã Dorothy. Nesta edição da Marmita, serão preparadas cerca de 130 refeições.

Quer somar com a iniciativa? O custo de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia através da conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 27970-6) CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF).

Acompanhe a cobertura da 6ª edição da Marmita Solidária no Sul Fluminense nas redes sociais: Facebook | Twitter | Instagram

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No sudeste, legado de Paulo Freire é semente para educação do campo

segunda-feira 28 setembro 2020 - Filed under MST Sudeste

Desafio das escolas durante a pandemia é desenvolver atividades remotas que dialoguem com a realidade de estudantes Sem Terra

Campanha “Volta às aulas na pandemia é crime” denuncia os riscos do retorno às aulas no período de pandemia. Foto: Coletivo do Acampamento Pátria Livre em MG

Por Comunicação da Região Sudeste/MST
Da Página do MST

Patrono da educação brasileira, Paulo Freire é reconhecido mundialmente por sua obra e legado que neste mês de setembro completa 99 anos. O compromisso com a alfabetização e a construção de uma pedagogia crítica estão no centro das práticas educativas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)ParaMatilde Lima, camponesa do Setor de Educação do MST, o legado de Freire no movimento vai além.

“Um dos legados fundamentais para nós é que Paulo Freire cultivava uma profunda crença no povo. Ele acreditava que o povo era capaz de ser sujeito da história. Freire como educador sempre teve uma postura firme e coerente ao lado do povo, temperada com essa enorme capacidade de cultivar sonhos e construir esperança ”, afirma a educadora mineira. Ela ainda ressalta a postura humilde de Freire, sempre disposto a aprender com o outro no fazer cotidiano.

É neste contexto e acreditando na atualidade do pensador que acontece a programação virtual de Belo Horizonte da 24ª Semana Paulo Freire até o final de setembro. Diretora da escola estadual Carlos Henrique Ribeiro dos Santos, na Zona da Mata (MG), Caroline Rodrigues falou sobre educação no contexto da Reforma Agrária.

“As escolas dentro dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária surgem a partir da organização das família, do Setor de Educação e da luta do povo. São conquistadas, fruto do trabalho coletivo de mutirões. A construção coletiva dá o rumo para a escola que nós queremos, que é pautada na vida mas extrapola ela, partindo da nossa realidade para pensar o mundo e os conhecimentos necessários para compreender a totalidade de onde estamos inseridos. A escola dentro das nossas áreas tem esse desafio constante de construir a liberdade”, disse Caroline, integrante do Coletivo Estadual de Educação do MST.

Educação do Campo


Segundo Manuela Aquino, da Direção Estadual de São Paulo, no último levantamento foram contabilizadas 56 escolas estaduais em áreas da Reforma Agrária no estado. Porém, ainda não existem dados referenciais por parte da própria secretaria estadual de educação, que apenas em 2018 iniciou um diagnóstico sobre as escolas do campo em São Paulo e quais delas estão em áreas de assentamento. As escolas abrigam o trabalho com crianças Sem Terrinha, jovens e adultos. Estes últimos a partir das turmas de alfabetização (EJA) e o método cubano “Sim, eu posso”, que vem se desenvolvendo em experiências concretas  na Escola Popular Luís Ferreira, no acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), e na Escola Popular Ana Primavesi, no assentamento Agroecológico Egídio Brunetto, no município Lagoinha, na regional do Vale do Paraíba (SP).

Escola popular de agroecologia Ana Primavesi na cidade de Lagoinha, regional do Vale do Paraíba, em São Paulo. Foto: Comunicação MST-SP

Além das escolas rurais, o MST  São Paulo conta com três centros de formação: Instituto Dom Hélder Câmara (Regional Ribeirão Preto), Instituto Laudenor de Souza (Regional Sudoeste) e Escola Estadual Rosa Luxemburgo (Regional Iaras). Neles, realizam-se cursos de formação técnica em parceria com outras instituições de ensino, como curso Integrado Médio Técnico em “Cooperativismo e Agroecologia” realizado pelo PRONERA desde 2015, ou os Mini Curso “Questão Agrária, Cooperação e Agroecologia”. Ambos ocorridos na Escola Estadual de Educação Popular Rosa Luxemburgo, localizada no assentamento Rosa Luxemburgo, no município de Agudos (SP), em parceria com a UNESP. 

Diante do atual contexto de Covid-19, não estão sendo desenvolvidas atividades presenciais, porém, diz Manuela, “temos observado que durante a pandemia as escolas que estão dentro das nossas áreas tem conseguido desenvolver atividades mais próximas dos estudantes. Inclusive elaborando materiais específicos e de acordo com a realidade das crianças e adolescentes”.

“A realidade no estado é muito diversa, porém um ponto em comum é a pressão pelas atividades remotas e por aplicativos sem que seja levada em conta a realidade dos estudantes e a falta de acesso aos meios tecnológicos, aos pacotes de internet e etc, o que vem acarretando a baixa participação estudantil e o aumento da jornada de trabalho aos educadores e educadoras”, reflete Manuela Aquino. 

Através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), estão em andamento 12 turmas de Educação para Jovens e Adultos (EJA) em acampamentos e assentamentos no estado do Rio de Janeiro. Segundo Alexandre Pinto, do Setor de Educação estadual, a maioria das escolas está localizada no município de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense.

Sem previsão de retorno, algumas escolas do campo tem oferecido bolsa alimentação e atividades de ensino remoto. É o caso da Unidade Pedagógica em Agroecologia no acampamento Edson Nogueira, em Macaé, Regional Lagos do MST no Rio de Janeiro. A escola, inaugurada há dois anos, oferece aulas práticas e teóricas que abordam diversos temas da vida camponesa como gestão do trabalho cooperado e conservação ambiental.

Unidade Pedagógica em Agroecologia no acampamento Edson Nogueira, em Macaé (RJ), interrompeu atividades presenciais na pandemia. Foto: Comunicação MST-RJ

“Todas as nossas aulas foram debaixo de duas mangueiras gigantes, bem ao estilo Paulo Freire. E também no sentido de vincular teoria e prática, como diz o grande mestre”, afirma Alexandre Pinto.  Em função da pandemia, o longo período de formação foi interrompido na semana seguinte da inauguração de um barracão para atender a Unidade Pedagógica.

“Tivemos o ano todo de 2019 de aulas, com diversos temas pertinentes ao nosso contexto. Seguimos com esse projeto da Unidade Pedagógica, e a construção dessa escola existe no nosso imaginário com salas de aula, refeitória, biblioteca, refeitório, anfiteatro”, projeta. 

“Volta às aulas na pandemia é crime”

Segundo um levantamento realizado pelo Comitê de Educação do Campo do Espírito Santo, educadores estão encontrando muita dificuldade de produzir materiais para Educação Infantil e EJA, pois não visualizam possibilidade de alfabetização a partir das metodologias não presenciais. Apesar de não atender a realidade dos alunos do campo, famílias e estudantes acham importante preservar a saúde e segurança em relação à contaminação pela Covid-19. 

“Meus filhos estudam em escola agrícola em período integral, com estudantes de vários locais do município e municípios vizinhos. Fico com muito receio em mandá-los para escola. Primeiro porque eles têm contato a tudo e todos, é a forma da pedagogia aplicada na escola. É muito triste o cenário atual do estado, do país e do mundo em termos de educação. Mas acredito que esperar o número de casos diminuir ou a fórmula da vacina seja a melhor alternativa”, relata uma mãe para a pesquisa.

O governo do estado do Espírito Santo chegou a implementar o Programa Escolar com Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNPs), com pacotes de vídeo aulas adquiridas do Estado do Amazonas, transmitidas por aplicativo, site e canal de TV. Mas a realidade dos estudantes revela precariedade das condições de acesso e até mesmo ausência de internet e equipamentos apropriados.

O diagnóstico apontado no estudo que ouviu educadores, familiares e servidores é de que “as APNPs deveriam ter a finalidade de revisar conteúdos curriculares que tivessem sido trabalhados anteriormente e não para introduzir novos conhecimentos.” No entanto, as atividades têm sido uma estratégica para manter crianças e jovens em casa, estreitando relações familiares e evitando evasão escolar.

No dia 20 de setembro o MST lançou a campanha nacional “Volta às aulas na pandemia é crime”. A campanha, em defesa da vida e da educação pública, denuncia os riscos do retorno às aulas no período de pandemia da COVID-19 para alunos, professores, famílias e trabalhadoras e trabalhadores da educação. São 123,5 milhões de pessoas vivendo em domicílios que possuem pelo menos uma pessoa com idade até 17 anos, ou seja, em idade escolar, o que totaliza um número de 51 milhões de crianças e adolescentes.

Sem Terrinhas Laís e Lara educandas do 3° e 7° ano no Espírito Santo. Foto: Comunicação MST-ES

Em carta à sociedade brasileira, o MST alerta como “o novo coronavírus escancarou as consequências das políticas neoliberais, entreguistas e privatizantes, que visam apenas o lucro e o desmonte dos serviços públicos, acentuando cada vez mais as desigualdades existentes em nossa sociedade”. 

Diante da trágica conjuntura, os/as Sem Terra denunciam a posição negacionista assumida pelo governo federal de que, em conluio com as corporações empresariais que atuam na educação e as transnacionais de tecnologia de informação, identificaram uma janela de oportunidade para acelerar a tendência da privatização da educação pública, a partir da venda de pacotes de ensino remoto, que acabam ampliando a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada e controlando os conteúdos educativos. 

Reconhecendo o compromisso social das educadoras e educadores com o papel social da escola como instrumento de luta pela humanização e a importância da interação no trabalho educativo entre educadores e educandos, o MST soma-se “aos setores que reivindicam a redução do número de estudantes por turma, a abertura de concurso para novos professores, e um amplo programa de reforma dos espaços escolares, valorizando espaços educativos ao ar livre”. Também defende a construção de um novo calendário escolar com a participação da comunidade, “para que o retorno presencial possa ser feito em condições de segurança das crianças, jovens, trabalhadores da educação e das famílias dos estudantes e dos trabalhadores”.

*Editado por Fernanda Alcântara

 ::  Share or discuss  ::  2020-09-28  ::  Clivia Mesquita

Conheça a produção da Cerveja Subversiva

sábado 26 setembro 2020 - Filed under Mulheres + Notícias do MST Rio

Você sabia que nossas mulheres do Rio de Janeiro produzem uma cerveja artesanal chamada Subversiva? Vem aqui conhecer o processo e as companheiras que estão à frente desse produção.

 ::  Share or discuss  ::  2020-09-26  ::  Clivia Mesquita

Semana de Plantio de Árvores | Plantemos a Resistência: Contra o Genocídio e os Despejos

sexta-feira 25 setembro 2020 - Filed under Campanha de Plantio de Arvores

Semana de Plantio de Árvores | Plantemos a Resistência: Contra o Genocídio e os Despejos

Por Coletivo de Comunicação MST-RJ / Luiza Alves

Em Quatis (RJ), foram plantadas mudas com reforço a semana de plantio contra o genocídio e os despejos e ainda a memória das vítimas da COVID-19. O ato simbólico ocorreu na praça de Quatis plantando árvores e a realização doações de alimentos para no hospital São Lucas, pois o SUS passa pela crise estrutural da saúde agravada pela pandemia. Ação faz parte do “Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”.

Além disso, a região sul tem como objetivo construir um viveiro de mudas nativas e frutíferas agroecológica e uma estufa com mudas olerícolas orgânicas no assentamento Irmã Dorothy, que ira auxiliar na campanha de embelezamento no assentamento, reflorestamento da mata ciliar do Rio Paraíba do Sul, estradas coletivas e espaços públicos da cidade.

As famílias Sem Terra reiteram que seu interesse é produzir alimentos saudáveis e plantar um futuro melhor para o povo brasileiro, por isso resistir, plantar e lutar!

Quantas árvores ao longo da sua vida você já plantou?

#QuarentenaSemTerra #FiqueEmCasaNãoEmSilêncio #AlimentoSaudavelÉUmDireito #PlantemosAResistência

 ::  Share or discuss  ::  2020-09-25  ::  pablo

Loja de produtos do MST completa dois anos no Rio de Janeiro

quarta-feira 23 setembro 2020 - Filed under Armazém do Campo RJ + Notícias do Rio

Armazém do Campo, localizado na Lapa, se tornou referência em alimentação saudável e cultura popular para os cariocas

Como parte das atividades em comemoração ao segundo ano do Armazém no Rio uma programação online está no ar. (Foto: Pablo Vergara)

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)

Em setembro de 2018, o Armazém do Campo abria as portas do casarão tradicional pela primeira vez ao público no Rio de Janeiro. Nos últimos dois anos, o espaço de comercialização organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no bairro da Lapa, no centro da cidade, se tornou referência em alimentação saudável e cultura popular para os cariocas. 

Na lista de mercadorias estão mais de 450 produtos orgânicos e agroecológicos, vindos de assentamentos da reforma agrária, empresas parceiras e pequenos agricultores. Entre eles, o famoso arroz orgânico produzido no Rio Grande do Sul que faz do MST o maior produtor da América Latina. Na contramão do aumento do preço do arroz nos supermercados nas últimas semanas, o Armazém do Campo manteve o mesmo valor de sempre cobrado pelo produto em sua loja do Rio e nas outras localizadas em quatro estados do país. 

“O Armazém do Campo vende produtos naturais e produzidos em assentamento da reforma agrária. Tem arroz orgânico de qualidade por preço justo. Recomendo muito”, lembrou o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) em sua página do Facebook na última semana. 

Além do parlamentar, outras diversas personalidades e artistas já passaram pelo casarão nos últimos anos e lembraram de sua importância para a cidade. O cantor Chico Buarque foi um deles. Ao lado de sua companheira, a jurista Carol Proner, o músico destacou em vídeo que o chocolate Terra Vista, vendido na loja e produzido pelo assentamento de mesmo nome na Bahia, é o seu “consolo na pandemia”. 

“É uma delícia esse chocolate. Assim que pudermos estaremos de novo juntos para um forró no Armazém. Parabéns pelos dois anos”, destacou o músico. 

A culinarista e apresentadora, Bela Gil, também parabenizou o Armazém nas redes sociais. “Sou claramente uma super apoiadora e admiradora do MST. Eu acho fundamental entender as escolhas alimentares como uma forma de construir um mundo melhor. Comprar no Armazém é uma das formas que a gente tem de construir um Brasil mais justo, mais igualitário e mais sustentável”, disse em vídeo. 

Segundo a coordenadora do Armazém do Campo no Rio, Angela Bernardino, a loja foi criada porque a participação nas feiras não dava conta de escoar toda produção de alimentos do MST. A proposta da rede de lojas é comercializar diariamente os produtos e aproximar a população do debate sobre alimentação saudável.

“É um desafio muito grande construir um espaço do MST que também é de resistência, ainda mais nesse período que a gente vive. Aqui no coração da Lapa um dos objetivos é dialogar com a sociedade que o MST não só ocupa a terra como também produz alimentos agroecológicos, sem veneno”, disse Angela em entrevista ao Programa Brasil de Fato RJ no aniversário de um ano da loja carioca.

Programação online

Ao longo dos anos, o Armazém do Campo conquistou o público carioca não só pela qualidade dos produtos mas também por ter se tornado um importante ponto de encontro da cultura e da resistência política na cidade do Rio. 

Antes da pandemia, a loja promovia debates, lançamento de livros e apresentações culturais toda a semana. Com a necessidade de distanciamento social dos últimos meses, alguns encontros da programação foram mantidos em versão online.

Neste mês de setembro, como parte das atividades em comemoração ao segundo ano do Armazém no Rio uma programação online está no ar. Nesta quarta-feira (23), a partir das 17h, acontece o debate “Armazém do Campo: resistência ativa na agroecologia”, com a participação de Luana Carvalho, da direção nacional do MST, Maria Emília, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), e Nívea Regina, da editora Expressão Popular. A transmissão fica por conta  das páginas do Facebook do MST e Armazém do Campo RJ

Confira a programação completa:

 ::  Share or discuss  ::  2020-09-23  ::  Clivia Mesquita