Programação cultural foi um dos destaques da Feira
quinta-feira 12 dezembro 2013 - Filed under Notícias do MST Rio
por Alan Tygel – Boletim do MST-RJ
Coco, abacaxi, jiló e arroz. Samba, Maracatu, Rap e Forró. Coentro, abóbora, limão e leite. Modas de viola, Coco, Ciranda e o batidão do Funk Carioca.
Entre um bolo de aipim e um suco de couve com limão, os visitantes da IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes puderam aproveitar o melhor da música brasileira no Largo da Carioca, nos dias 9 e 10 de dezembro. Para Andrea Matheus, da coordenação do MST, “o objetivo da feira, mais do que vender os produtos, é dialogar com a sociedade e reafirmar a necessidade da reforma agrária no Rio de Janeiro”.
Assim, nada melhor do que começar o diálogo com o grupo Lá e Cá, que abriu a programação na segunda-feira com um trio instrumental que atraiu a curiosidade de quem passava apressado para o almoço. No final do dia, uma autêntica roda de samba envolveu feirantes e consumidores. O bloco Samba Brilha, esquentando os tambores para o carnaval, afirmou seu comprometimento com as lutas sociais na feira da Reforma Agrária.
Pernambuco também deu o ar de sua graça na feira. Os Tambores de Olokum fizeram o Largo da Carioca tremer ao som do maracatu de baque virado. Com alfaias e dançarinas tradicionais, o grupo agradeceu o convite e também se colocou a disposição das lutas populares junto ao MST. O dia terminou com a roda de funk da Associação de Profissionais e Amigos do Funk, a APAFUNK. Mc Leonardo e seus parceiros cantaram primeiro ao som do batidão eletrônico, e terminaram no ritmo do carnaval. O bloco da Apafunk mostrou que, mesmo a 3 meses do carnaval, já esquentou seus tamborins e está pronto para a festa.
“Todas os ritmos escolhidos têm alguma relação com a questão camponesa. O forró, por exemplo, vem dos mutirões que os agricultores faziam na roça para construir suas casas. No final de tudo, era necessário fazer uma festa para assentar o chão”, explica Igor Conde, responsável pela programação cultural. “O funk foi criado nas favelas cariocas, pelos filhos dos agricultores que vieram para o Rio. A música de viola caipira, o maracatu, tudo têm relação com a terra”, completa.
A programação cultural do segundo dia da feira se iniciou com o Trio Violada, que trouxe peças de viola caipira vindas do Alto São Francisco. Em seguida, entrou em cena o Rap combativo d’Us Neguin Q Ñ C Kala.
No final da tarde, 3 atrações de peso encerraram a IV Feira da Reforma Agrária: Caramuela, Zanzar e Terreirada Cearense. A banda Caramuela, que acompanha o MST desde a primeira feira, trouxe para o palco o Xote Agrocológico, paródia da música Xote Ecológico que ressalta a importância da agricultura camponesa e da produção de alimentos sem venenos e sem transgênicos.
O grupo Zanzar fez um passeio pelo nordeste do Brasil, trazendo coco, maracatu, ciranda vários outros ritmos. Foi impossível fica parado. A Terreirada Cearense, grupo de forró já consolidado no Rio de Janeiro, trouxe a cultura do Cariri e teve a difícil e importante missão de encerrar a feira.
“Nós ocupamos a praça não só pra levar o alimento saudável, mas também a arte, que é do povo para o povo. Todos os grupos que tocaram aqui se identificam com a luta do MST, a luta pela reforma agrária. E essa luta também inclui a valorização da cultura brasileira”, explicou Igor, que .
E foi ao som de xote e baião que a IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes se despediu do Largo da Carioca. A forte chuva que caiu enquanto a feira era desmontada, e causou estragos por toda a cidade, foi mais um alerta para a necessidade de uma verdadeira reforma agrária popular. Democratizar o acesso a terra, e criar condições efetivas para a vida no campo e a produção de alimentos saudáveis não pode ser apenas uma demanda dos camponeses.
As megalópoles brasileiras se formaram exatamente por conta do maior êxodo rural da história, ocorrido no Brasil durante o século XX. Em menos de 100 anos, o Brasil passou de uma população urbana de 10% para 85% das pessoas morando nas cidades.
Por isso, a luta por uma reforma agrária popular é de todas e todos, do campo e da cidade.
2013-12-12 » alantygel
13 dezembro 2013 @ 21:39
Agradecido, pessoal! Foi um prazer estar junto! Abs
15 dezembro 2013 @ 13:04
Um dos melhores eventos do Rio! Tem que acontecer mais vezes!!!
17 dezembro 2013 @ 21:45
Parabéns pelo evento, estava lindo, foi um prazer participar, até a proxíma!