Venezuela: embate entre opositores e defensores de Maduro no Rio
sexta-feira 28 fevereiro 2014 - Filed under Notíciais Internacionais e da Via Campesina + Notícias do Rio
AMÉRICA LATINA: Ato em frente ao Consulado reuniu manifestantes nesta terça-feira (25)
por Vivian Virissimo, do Brasil de Fato (RJ), com fotos de Pablo Vergara
Promover um ato para criticar o presidente da Venezuela Nicolás Maduro. Esse era o objetivo de aproximadamente 15 pessoas que se encontraram em frente ao consulado, na Avenida Presidente Vargas, na tarde desta terça-feira (25). Mas o objetivo fracassou. Cerca de 200 brasileiros, de diferentes partidos e organizações, se reuniram no mesmo local com outra finalidade: apoiar e defender as profundas mudanças que vêm acontecendo naquele país.
Uma das defensoras do governo Maduro era a historiadora Anita Prestes, filha do militante Luis Carlos Prestes (1898-1990). “A solidariedade internacional é fundamental porque a luta da Venezuela é uma luta de toda a América Latina. Se o processo revolucionário de lá for derrotado, será uma derrota para todos nós. Além disso, a situação de todas as pessoas do continente vai piorar muito”, destacou Anita.
Do lado que criticava Maduro estava a estudante de Geografia Maria Luisa, de 18 anos. Ela afirmou que não é filiada a partido político, explicou que a manifestação foi convocada pelas redes sociais e se definiu como “católica conservadora”. Ao lado dela, um dos manifestantes empunhava a imagem de uma santa e outro usava um crucifixo de madeira no pescoço. Outro rapaz vestia uma camiseta que fazia menção ao exército israelense. Ao final do ato, surgiram dois venezuelanos que faziam turismo no país.
Os dois atos realizados em frente ao consulado acabaram sem incidentes, apenas provocações verbais entre os grupos de diferentes opiniões. Situação bem diferente da vivida na Venezuela, que enfrenta uma escalada da violência desde o dia 12 de fevereiro. Até o momento, foram confirmadas 15 mortes, ligadas diretamente aos protestos no país e também mais de 140 feridos. O único confronto entre policiais e opositores ocorreu no dia 17 de fevereiro, quando, ao final de um protesto, grupos de choque da direita incendiaram a sede da Procuradoria-Geral da República.
Na segunda-feira (24), a presidenta Dilma Rousseff defendeu o diálogo para resolução dos conflitos. “Acreditamos que sempre é muito melhor o diálogo, o consenso e a construção democrática do que qualquer tipo de ruptura institucional”, disse. “É importante que se olhe para a Venezuela sempre do ponto de vista também dos efetivos ganhos sociais que eles tiveram nesse processo, em termos de saúde e de educação para o seu povo”, acrescentou.
Conflito na Venezuela é por petróleo, explica professor
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA Chávez destinou dinheiro do petróleo para melhorar condições de vida da população
A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo. Por muito tempo, empresas transnacionais como Esso e Shell, além de uma pequena minoria de venezuelanos exploraram e venderam petróleo para o exterior. “Quando Chávez se tornou presidente, em 1999, as coisas mudaram”, conta Igor Fuser, professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).
Chávez destinou o dinheiro das vendas do petróleo para melhorar as condições de vida da maioria da população, que vivia na pobreza e na miséria. Segundo Fuser, os salários aumentaram, o desemprego diminuiu e milhares de moradias populares e postos de saúde foram construídos nas periferias e favelas.
Desde então, o país vive em disputa. “Os ricos ficaram muito incomodados com a perda de privilégios. Por isso, junto com o governo dos Estados Unidos, a elite deu um golpe em 2002. O então presidente Chávez foi tirado do governo, mas voltou três dias depois, nos braços do povo, que defendeu nas ruas a democracia”, destaca Fuser. Na avaliação do professor, os golpistas representam uma minoria. “A maioria está deixando claro, mais uma vez, sua disposição de defender a democracia e a justiça social na Venezuela”, completou.
Jornalistas venezuelanos denunciam golpe da mídia
MANIPULAÇÃO Profissionais denunciam cobertura que pode justificar intervenção estrangeira
de Caracas (Venezuela)
Jornalistas venezuelanos repudiaram na terça-feira (25), em nota, “os ataques midiáticos e terroristas de alcance internacional contra o país, promovidos por aliados do golpe de Estado contra o governo de Nicolás Maduro”.
Os profissionais denunciam que a campanha teria como objetivo “falsear a realidade nacional na busca de um palco favorável para uma guerra homicida que justifique uma intervenção estrangeira”. Segundo a nota, os protestos fazem parte de uma “estratégia desenhada pelo governo dos Estados Unidos, que cobiça a riqueza petrolífera do país”.
O texto destaca que “a maioria do povo continua trabalhando por uma Venezuela de inclusão e justiça social, enquanto a minoria apátrida, formada pela direita fascista internacional e seus aliados nacionais, pretende sequestrar a paz do país”. (Prensa Latina)
2014-02-28 » alantygel
28 fevereiro 2014 @ 17:05
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