Boletim28
quarta-feira 14 setembro 2011 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO – N. 28 – De 14 a 27/09/2011
MST do Rio realiza encontro de mulheres
Nos dias 03 e 04 de agosto, no assentamento Paz na Terra em Cardoso Moreira, foi realizado mais um encontro das Mulheres Sem Terra do estado do Rio de Janeiro, organizado pelo setor de gênero do MST-RJ.
Reuniram-se mulheres acampadas e assentadas com representação de todas as regiões do estado. O tema foi “Mulheres Sem Terra na Luta por direitos e Soberania Alimentar”. No encontro, foram debatidas questões como: Modelo agrícola, soberania alimentar e agrotóxicos, políticas públicas para mulheres do campo, inserção e papel da mulher na luta, e planejamento para próximo período.
Capacitação para construção de cisterna de placas no sul do RJ
Entre os dias 29 de agosto e 10 de setembro, assentados e acampados do MST na região sul fluminense participaram da Capacitação sobre Construção de Cisterna de Placas para Captação de Água de Chuva, por intermédio de parceria com o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da UFRRJ.
A atividade, destinada a agricultores, técnicos e estudantes, foi realizada no Sítio Brilho do Sol, situado no Assentamento Sol da Manhã em Seropédica-RJ. O objetivo foi o de capacitar os envolvidos em tecnologias sustentáveis para captação e armazenamento de água. A maior parte da programação foi conduzida pelo agricultor Ataíde Mendes, que veio de Porteirinha/MG, onde integra o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e contribui na difusão de técnicas baratas e originais no enfrentamento das dificuldades com o abastecimento de água para o consumo das famílias e, principalmente, para irrigação das lavouras.
Na perspectiva do ensinar e aprender fazendo, a capacitação se desenvolveu a partir da construção prática de uma cisterna, em regime de mutirão. Concluído o trabalho, a cisterna funcionará como unidade demonstrativa para a região e será associado à produção agroecológica.
Audiência pública revela graves impactos socioambientais do Porto do Açu
O salão estava novamente tomado por homens e mulheres de mãos grossas, pele marcada pelo sol, e o olhar inconfundível dos indignados. Sentados ao redor da mesa oval, atentos e apreensivos, acompanhavam ora os discursos de dor, ora os de descaso. Não era a primeira vez. Há mais de três anos, os agricultores e pescadores do 5º Distrito de São João da Barra, no nordeste do estado do Rio de Janeiro, lutam contra a remoção à qual estão condenados pela instalação, na região, do Porto do Açu, pela LLX do empresário Eike Batista. Destinado a ser o maior da América Latina, o porto envolve recursos da ordem de R$ 6 bilhões, e ameaça de remoção moradores de uma área de 7 mil hectares.
Por isso estavam ali, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para listar, mais uma vez, os indícios de desrespeito à lei, e o descaso do governo estadual diante dos sérios impactos sociais e ambientais do empreendimento, o maior porto privado do mundo. A audiência pública promovida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) colocou, frente a frente, os impactados pelo empreendimento, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, e o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Eduardo Santos de Oliveira.
Militantes da Rede contra Violência sofrem ameaças no Rio
A Rede vem denunciando arbitrariedades cometidas em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Segundo os integrantes, este trabalho provocou um aumentou do número de intimidações, que se intensificaram ainda mais desde o final de agosto.
Por meio de telefonemas, pessoas afirmando serem policiais dizem que foram “derrubadas” e que agora está chegando a hora “de derrubar”. O mesmo tipo de ligação tem se repetido.
Outro episódio de intimidação ocorreu na madrugada de 30 de agosto, na saída do Instituto Medico Legal. Na ocasião, integrantes da Rede acompanhavam jovens agredidos e presos irregularmente por policiais da UPP do Morro da Coroa, região central do Rio de Janeiro.
Lobo Perde o Pêlo, mas não o Vício: quem é o MINC?
As pessoas demonstram ser quem são pelos seus atos e não pelo que dizem. A resistência dos moradores de Santa Cruz e pescadores artesanais da Baía de Sepetiba contra a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) nos traz importantes lições, bem como nos dá importantes pistas sobre o que vai acontecer com o Rio de Janeiro até 2016. A cada dia fica mais claro que a cidade maravilhosa estará reservada para poucos.
O mesmo governo que propaga aos sete ventos que o Rio de Janeiro é uma cidade responsável social e ambientalmente, e que receberá ano que vem a Rio + 20, instala sorrateiramente em seu território e sob o manto do desenvolvimento a maior usina siderúrgica da América Latina, a TKCSA, um dos empreendimentos mais poluentes do mundo. Só a TKCSA aumentará em 76% as emissões de CO2 da cidade do Rio de Janeiro. Em seguida à TKCSA outros empreendimentos são esperados, incluindo mais siderúrgicas e mais portos por todo o litoral do estado. A TKCSA, nesse sentido, é ponta de lança para esses empreendimentos: o governo e o capital privado estão aprendendo com ela para facilitar a instalação dos outros.
Mobilização dos Servidores da Saúde do Estado Contra a Aprovação das OSs
Neste dia 13 de setembro na ALERJ os Servidores da Saúde do Estado se mobilizaram contra o projeto de lei 767, que passa a gestão da saúde publica para entidades privadas.
Alguns hospitais em outros estados, geridos por OSs, custaram aos cofres públicos mais de 50% do que os hospitais administrados pelo setor público. Além disso, o preço dos produtos utilizados para prestar atendimento à população pode variar mais de 500% nos hospitais estaduais que seguem o modelo terceirizado.
O controle pelas OSs também podem resultar em interrupção de tratamento médicos, adiamento de cirurgias e consultas já agendadas nas unidades de atendimento. De acordo com o Fórum da Saúde do Estado, as OSs têm garantia de dispensa de licitação para compra de material e cessão de prédios.
Da favela para as favelas: Repper Fiell lança seu primeiro livro no Rio
O Repper Fiell lançou na última quinta, 8/09, seu primeiro livro: Da favela para as favelas, história e experiência do Repper Fiell. O cantor, que além de dois CD’s lançados, já dirigiu um filme – 788 – estreia agora no mundo da literatura. O nome “Repper”, ao invés do rapper americano, não é a toa: é pra valorizar o repente, que ouvia do seu avô na infância em Campina Grande.
O lançamento, na quadra da favela do Santa Marta, onde mora, contou com a participação dos escritores do prefácio do livro: Itamar Silva, ex-presidente da associação de moradores do local, Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), e Gizele Martins, comunicadora popular e moradora da Maré.
Itamar ressaltou a importância da chegada do livro num momento em que a favela se afasta dela mesma. De uma história de coletividade e resistência, o Santa Marta passa por um processo de elitização e invasão do capital. Segundo ele, o livro cumpre um papel importante na reflexão sobre essas mudanças que vêm ocorrendo, sobretudo após a implantação da UPP. Cláudia Santiago, coordenadora do curso do NPC, onde Fiell conheceu a comunicação popular, sintetizou muito bem a contribuição da obra: “É um livro que melhora.” Ela relatou ainda os momentos de emoção quando o livro chegou no NPC para ser revisado: “Marina leu primeiro, e começou a chorar. Sheila leu depois e chorou também, depois eu. E cada uma que pegava pra revisar, chorava de emoção.”
O grito do excluídos no Rio de Janeiro
Fotos: Henrique Fornazin Cerca de 500 manifestantes foram às ruas do Rio de Janeiro no último dia 7 de setembro, para o Grito dos Excluídos. Com o tema nacional “Pela Vida Grita a Terra, por Direitos, todos nós”, os cariocas incluiram as pautas de luta do estado: pelos direitos dos trabalhadores, educação e saúde públicas […]
Campanha Contra os Agrotóxicos realiza segundo encontro de formação no Rio
O comitê do Rio de Janeiro realizou no dia 11 de setembro o segundo encontro de formação da Campanha Contra os Agrotóxicos. Depois de debater o modelo de agricultura baseado nos agrotóxicos, o tema desta vez foram os impactos dos agrotóxicos no meio ambiente. Os convidados para facilitar o estudo foram Denis Monteiro, da ANA – Articulação Nacional de Agroecologia, Gabriel Fernandes, da AS-PTA e André Burigo, da EPSJV/Fiocruz. O encontro ocorreu na ocupação Manoel Congo, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia – MNLM – no Centro do Rio.
Os 20 militantes que dispuseram o domingo para o encontro deram uma mostra da grande abrangência da Campanha. Tivemos a presença de estudantes da Universidade Rural do Rio de Janeiro, militantes da Rede Alerta contra o Deserto Verde, do Sindicato dos Químicos, do MST, pesquisadores da UFRJ, comunicadores populares, entre outros. O material que serviu de apoio para o debate pode ser encontrado no blog Pratos Limpos.
Marie-Monique Robin lança seu novo filme na Fiocruz
No auditório lotado da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, na Fiocruz, a diretora de “O Mundo Segundo a Monsanto”, Marie-Monique Robin lançou no dia 12/09 seu mais novo filme: “O veneno nosso de cada dia”. Desta vez, ela tentou devendar como são calculados os valores de IDA – Ingestão Diária Aceitável – para diversos produtos como agrotóxicos, resíduos de plásticos e o aspartame.
O evento contou ainda com a presença do diretor Sílvio Tendler, cujo mais novo documentário – O veneno está na mesa – fora exibido no mesmo local dias atrás. Ambas exibições fazem parte do Ciclo de debates sobre a Rio+20 : quem sustenta o desenvolvimento sustentável?, cujo objetivo é preparar a Fiocruz para um posicionamento institucional em relação ao encontro que ocorrerá no ano que vem.
Paulo Piramba presente
Paulo Piramba faleceu dia 23 de julho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro.
Militava na corrente Enlace do PSOL e na seção brasileira da IV Internacional. Estava na organização da conferência paralela dos movimentos sociais para a Rio + 20, pertencia à Rede Ecossocialista Brasileira e era coordenador, fundador e um dos animadores do Setorial Ecossocialista do PSOL.
O Ecossocialismo – síntese da utopia igualitária de marxistas e libertários do socialismo do século XIX com o ecologismo militante deste milênio – era, ao lado do combate a toda forma de opressão, exploração e intolerância, sua causa maior. Teve importância fundamental na difusão da temática dentro e fora do partido, através de seus escritos, em especial, em seu blog Ecossocialismo ou Barbárie.
Como forma de homenagem, publicamos abaixo seu artigo: Rio+20: Ecossocialismo ou Redução de Danos
Domingo é dia de Cinema
No próximo domingo, dia 18 de setembro, às 9:00h, acontecerá no Odeon mais uma sessão do projeto Domingo é Dia de Cinema. Aproveitando a emblemática data, a proposta é debater “Os 11 de setembros”: desde 1973, que marca o assassinato de Salvador Allende e o golpe militar chileno, e que contou, em plena Guerra Fria, com assumida participação dos EUA; até o atentado às Torres Gêmeas no, em 11 de setembro de 2001; e hoje, 10 anos depois deste atentado aos EUA e diante da chamada Primavera Árabe. Em 1970, a potência imperialista estadounidense buscava combater o terrorismo comunista que tentava se espalhar pela América Latina e agora busca combater o terrorismo árabe e continuar dominando estrategicamente a região do mundo mais rica em petróleo. O que mudou nestes anos? O filme será o belo “Incêndios”, que se passa no Líbano e nos traz de forma poética elementos sobre as disputas e a realidade dos últimos 30 anos na região. Para contribuir com o debate, contaremos com a participação do Latuff, grande cartunista, e Luís Marola, professor de Geografia. Nos vemos lá!
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2011-09-14 » alantygel
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