Boletim 25
quarta-feira 27 julho 2011 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO – N. 25 – De 27/07 a 13/08/2011
Comunidade de Campo Alegre pressiona ITERJ pela regularização fundiária
A comunidade de Campo Alegre, na baixada fluminense, se reuniu no último dia 20 de julho com representantes do Instituto de Terra do Estado do Rio de Janeiro – ITERJ, para cobrar uma solução para o problema da regularização fundiária da região. A ocupação do local data de 1984, e até hoje as famílias permanecem sem título algum. Mesmo após 27 anos de luta, o povo de Campo Alegre resiste na terra e cobra uma solução do Governo.
Mais de 70 pessoas compareceram à reunião, marcada para as 11h. Além das famílias e de representantes da 7 associações de moradores do local, estiveram presentes representantes da CPT, MST, da Emater e da Escola Municipalizada de Campo Alegre. Passadas duas horas do horário combinado, os representantes do ITERJ ainda não haviam chegado. Algumas famílias desistiram, além dos funcionários da Emater. A comunidade resolveu começar a reunião, dirigida pelo Pe. Geraldo, aproveitando a grande mobilização, mesmo sem a presença do ITERJ. A Escola ofereceu canjica, e os moradores providenciaram aipim cozido para não deixar que a fome desmobilizasse o encontro.
Assentados do Norte Fluminense organizam a comercialização da produção
Desde 2005 o Movimento Sem Terra vem buscando alternativas de organização da comercialização dos produtos oriundos de assentamentos da reforma agrária na região Norte Fluminense, buscando melhores condições para os assentados. Uma iniciativa foi a organização de uma feira inicialmente na praça no parque Tamandaré em Campos dos Goytacazes, que atualmente funciona na UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense.
A comercialização tem sido um gargalo desde a criação dos primeiros Projetos de Assentamento da Reforma Agrária que quase sempre acontece por meio de atravessadores, que são intermediários com poder aquisitivo e que já conhecem o mercado consumidor, e se utilizam deste conhecimento para intermediar a comercialização da produção agrícola com uma margem de lucro elevada.
Assentamentos de Campos dos Goytacazes conquistam o crédito do PRONAF
O Assentamento Dandara dos Palmares, com 21 famílias, localizado em Campos dos Goytacazes, foi criado em 2003 e somente em 2011 consegue atender a todos os requisitos para acessar o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, modalidade A destinada aos Assentados da Reforma Agrária).
Nestes nove anos o Assentamento realizou diversas lutas para ter acesso as políticas públicas, sendo estas resultado da própria conquista dos agricultores assentados. Desta forma hoje realizam mais uma conquista que é ter acesso ao PRONAF.
Professores decidem manter greve até agosto
Professores da rede estadual do Rio de Janeiro (RJ), em greve há 42 dias, decidiram manter a paralisação pelo menos até o próximo dia 03 de agosto, quando realizam nova assembleia. Os professores recusaram na sexta-feira (14) a última proposta do governo, que condicionou a negociação das reivindicações ao fim do movimento grevista.
De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe), o governo recuou até mesmo na proposta de antecipar o pagamento de 2012 da gratificação Nova Escola, já anunciada como garantia para as remunerações de agosto pelo secretário de Educação, Wilson Risolia.
Com a manutenção da greve até o dia 03, a paralisação dos próximos dias coincidirá com o recesso das aulas nas escolas estaduais.
No Rio Olímpico, ocupação militar para garantir a limpeza social
Funcionários da empreiteira contratada pela prefeitura do Rio de Janeiro contaram com a ajuda de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada no Morro da Providência, no Centro da cidade, para tomar a praça Américo Brum, situada no interior da comunidade. A praça ganhou repercussão pública em 2008, quando três jovens foram sequestrados por militares do exército, que então ocupavam a favela, e levados para outra comandada por uma facção rival, na qual foram mortos
A área está sendo requerida pela prefeitura para ali ser instalada a base do teleférico que será construído na localidade, uma das obras inseridas no plano de reurbanização da comunidade, bem como no projeto “Porto Maravilha”, de revitalização da região portuária. Tal obra implicará na remoção de dezenas de famílias. Em conjunto com as moradias que a prefeitura alega estar em áreas de risco, o número das construções a serem removidas chega próximo de 700 construções.
MST participa da Feira de Economia Solidária de Santa Maria
Entre 8 e 10 de julho de 2011, foi realizada a Feira de Santa Maria, o maior evento anual do movimento de Economia Solidária. O MST esteve presente, e participou do vídeo realizado durante a feira para expressar as concepções de movimentos sociais presentes sobre Desenvolvimento e Integração dos Povos.
Público lota sessão de lançamento do filme “O veneno está na mesa”
No último dia 25/07, o Teatro Casa Grande ficou pequeno para as mais de 500 pessoas que assistiram ao lançamento de “O veneno está na mesa”, o mais novo documentário do cineasta Silvio Tendler. O filme, feito para a Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, mostra em apenas 50 minutos os enormes prejuízos causados por um modelo agrário baseado no agronegócio.. Além dos ataques ao meio ambiente, os venenos cada vez mais utilizados nas plantações causam sérios riscos à saúde tanto do consumidor final quanto de agricultores expostos diariamente à intoxicação. Nessa história toda, só quem lucra são as grandes empresas transnacionais, como a Monsanto, Syngenta, Bayer, Dow, DuPont, dentre outras.
O documentário aborda como a chamada Revolução Verde do pós-guerra acabou com a herança da agricultura tradicional. No lugar, implantou um modelo que ameaça a fertilidade do solo, os mananciais de água e a biodiversidade, contaminando pessoas e o ar. Nós somos as grandes vítimas dessa triste realidade, já que o Brasil é o país do mundo que mais consome os venenos: são 5,2 litros/ano por habitante. A ANVISA denuncia que, em 2009, quase 30% dos mais de 3000 alimentos analisados apresentaram resultados insatisfatórios, com níveis de agrotóxicos muito acima da quantidade tolerável. Os produtos orgânicos, mais indicados, são de difícil acesso à população em geral devido ao alto custo.
Trabalhadores do Hotel Bauen resistem à decisão judicial com plano de lutas
Em 2003, no centro da cidade de Buenos Aires, Argentina, dezenas de trabalhadores ocuparam e recuperaram seus postos de trabalho no Hotel Bauen, que havia falido em 2001. Construído em 1978, durante a última ditadura militar argentina, para a Copa do Mundo, o hotel recebeu vultuosos subsídios públicos para sua construção, muitos dos quais nunca foram pagos pelos antigos donos.
Há 8 anos, os cerca de 150 trabalhadores administram o empreendimento de forma autogestionária: cada cabeça, um voto. Por seu tamanho, localização e abertura para distintos movimentos sociais, que utilizam as dependências do hotel, tornou-se um importante símbolo das empresas recuperadas na Argentina.
Há duas semanas, a Corte Suprema negou o recurso que tramitava desde 2009 para tentar regularizar a propriedade da cooperativa Bauen. Com isso, os trabalhadores convocaram no dia 11 de julho uma assembleia para discutir o que fazer.
Marcha por uma Copa do Povo: Largo do Machado, dia 30 de julho a partir das 10h
Você pensa que a Copa é nossa?
Os governos falam o tempo todo que a Copa e as Olimpíadas trarão benefícios para o Rio e para o Brasil. Mas benefícios pra quem? O custo de vida e o aluguel não param de aumentar, famílias são removidas das suas casas, ambulantes e camelôs, proibidos de trabalhar.
Mais: eles estão gastando dinheiro público nas obras e apresentaram uma lei para não prestar contas depois. Pra piorar, a Fifa, a CBF e o seu presidente, Ricardo Teixeira, organizadores da Copa, sofrem várias denúncias de corrupção.
Tudo indica que com a Copa e as Olimpíadas vamos repetir em escala muito maior a história do Pan-americano de 2007: desvio de dinheiro público, obras grandiosas, mas inúteis depois das competições, benefícios só para os empresários amigos do poder e violação dos direitos de milhares de brasileiros.
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2011-07-27 » alantygel
29 agosto 2011 @ 15:02
Eu sou um aluno de uma rede estadual do Rio de janeiro e estou fazendo um trabalhado de escola sobre MST e gostaria de fazer um documentario e gostaria de saber se alguns líderes ou representantes do MSt pudessem dar uma entrevista para mim e minhas colegas de grupo.