Content
Site do boletim do MST do Rio de Janeiro
sexta-feira 28 fevereiro 2014
-
Filed under
Notícias do MST Rio
Juiz assinou ontem (27) a imissão de posse na Fazenda Bom Jardim, em Macaé, que foi ocupada em 7 de setembro de 2010. As famílias do acampamento Osvaldo de Oliveira chegaram a ser despejadas 4 vezes, uma delas de form extremamente violenta.
Sem Terrinhas no acampamento Osvaldo de Oliveira, no dia da ocupação, 7 de setembro de 2010.
Depois de três anos e meio de muita luta e sofrimento, as 78 famílias do acampamento Osvaldo de Oliveira, em Macaé, poderão passar seu primeiro carnaval sem medo de mais um despejo. Ontem, dia 27 de fevereiro de 2014, o Juiz Eduardo Aidê Bueno de Camargo assinou a imissão da posse da Fazenda Bom Jardim, e com isso poderá ser iniciado o processo de assentamento das famílias. No dia 1o de setembro de 2010, a área já havia sido declarada de interesse social por um decreto assinado pelo ex-presidente Lula, e desde 2012 o INCRA já havia determinado a desapropriação. Desde 2007 não acontecia um assentamento em áreas do MST no estado do Rio de Janeiro.
Comprovando a tese de que a reforma agrária no Brasil só acontece através da luta, os acampados e acampados do Osvaldo de Oliveira tiveram de ser muito persistentes para alcançar a conquista da terra. O acampamento passou por 4 despejos, sendo um deles muito violento. As 300 famílias que ocuparam a fazenda sofreram um revés 3 meses depois da ação. Policiais deram 30 minutos para que as famílias saíssem, e queimaram todos os barracos em seguida, ainda com pertences dentro. Todos os Sem Terra, incluindo mulheres e crianças, dormiram ao relento até serem acolhidos pela igreja local. Veja mais sobre este despejo.
Primeiro despejo sofrido pelas famílias do acampamento Osvaldo de Oliveira, em 17 de novembro de 2010.
Depois de diversas mobilizações na cidade, as famílias conseguiram a posse da terra. Neste momento, oficiais de justiça estão no local, acompanhados pelas advogadas do Centro Mariana Criola, para notificar o antigo proprietário, mas ele não se encontra. Apenas alguns trabalhadores estão no local. A proprietária da terra é a empresa de rádio Campos Difusora Ltda, do norte fluminense. A área é arrendada para José Antonio Barbosa Lemos, curiosamente o sócio-proprietário da mesma empresa (Campos Difusora), também ex-deputado estadual e ex-prefeito de São Francisco de Itabapuana. Tal fato já coloca em questão quem são os proprietários de terra em nosso país.
2 comments ::
Share or discuss
::
2014-02-28 ::
alantygel
sexta-feira 28 fevereiro 2014
-
Filed under
Notíciais Internacionais e da Via Campesina + Notícias do Rio
por Maristela R. Santos Pinheiro – Comitê de Solidariedade à Luta Palestina do RJ e membro do PCB
Na última quarta-feira, dia 19 de fevereiro, recebemos no SINDIPETRO/RJ o dirigente do birô político da Frente Popular pela Libertação da Palestina – FPLP – Marwan Abdel Al, para um importante debate sobre a Palestina e a situação no Oriente Médio. O evento foi organizado pelo MST, Esquerda Socialista e PCB, e contou com o apoio dos militantes do Comitê de Solidariedade à Luta do povo palestino do RJ.
O debate transcorreu em um clima de camaradagem e de um forte interesse em ampliar o entendimento sobre os fatos reais que estão acontecendo no Mundo Árabe e sua relação com a causa Palestina. No final, os presentes reafirmaram seu compromisso de seguir apoiando a causa árabe e palestina, fortalecendo a tarefa internacionalista de esclarecer os acontecimentos contra a imprensa corporativa que insiste em reproduzir as mentiras do imperialismo/sionismo cujo principal discurso é a defesa da democracia e dos direitos humanos, quando sabemos que por trás deste escudo está a destruição dos Estados e das condições mínimas de sobrevivência dos povos, visando a dominação econômica, política e militar.
Resumo dos principais pontos do Debate:
Crise do capitalismo por trás da agressão contra os povos
O dirigente da FPLP iniciou a exposição localizando a movimentação militar do imperialismo e do sionismo em vários Estados, como a expressão máxima da crise sistêmica do capitalismo em todo o mundo, crise que repercute para todos os povos do planeta. Para ele, o capital busca dar solução a crise econômica investindo pesadamente na indústria da guerra, na venda de armas e intervenções militares e no investimento de grupos sectários e paramilitares.
A presença de Israel no Mundo Árabe cumpre um papel fundamental nesta estratégia. Israel é uma grande base militar cuja função primordial é reprimir toda resistência às medidas ou políticas impostas pelo capita para os povos árabes. Para Israel é determinante que a Resistência Palestina não se alastre para outros Estados, na verdade jogam atentamente, em tempo integral, para que sejam exterminadas do mapa, no Mundo Árabe.
Quando o discurso da segurança esconde a construção do fascismo
Israel faz uso do velho discurso de eterna vítima, cercada por perigos constantes, para justificar o massacre que faz diariamente contra o povo palestino, além de ser um álibi utilizado nas missões de falsa bandeira, marca registrada de Israel, no Líbano, na Síria, no Egito ou no Iraque com o intuito de promover a discórdia entre as etnias ou religiões.
Nesse sentido, os Estados em torno da Palestina ocupada (Israel) são considerados, para todos os efeitos e medidas, como fronteiras. Isto resulta na estratégia elaborada conjuntamente entre os sionistas e os EUA de fragmentar esses Estados, e o primeiro passo é promover o conflito religioso e étnico no seio do povo. Claro fazem isso com a ajuda das ONGs , dos Institutos, dos grupos fundamentalistas, obviamente a mídia corporativa e a fiel oligarquias do golfo, cães de guarda do sionismo.
Primavera Árabe ou Revolução?
Nosso amigo fez uma citação árabe, que pode ser entendido da seguinte maneira: A primavera não significa nada fora do contexto das outras estações.
E, é desta forma que a FPLP analisa a chamada “primavera árabe”:
As convulsões sociais se deram no marco da crise do capital e dos regimes cruéis e repressivos das monarquias e ditaduras, fiéis aos caprichos do capital e do imperialismo/sionismo, levando milhares às ruas. No entanto, as mudanças apontadas pelas organizações que dirigiam/dirigem o movimento de massas significaram um retrocesso político e uma derrota para o povo nas ruas. Foi o que aconteceu no Egito e na Tunísia, cujo resultado da “primavera árabe” acabou levando a Irmandade Muçulmana , aliada do imperialismo e do sionismo ao poder.
Os poderes ditatoriais foram substituídos por outro poder igualmente nocivo ao povo.
Para a FPLP, fazer uma revolução e promover as mudanças pela qual os povos lutam, só é possível se o caminho trilhado for libertá-los do jugo do capital, sendo assim, não é possível que seja operada com alianças duvidosas , cuja tradição esteja fora do eixo marxista. O povo deve ser o sujeito das mudanças, não adianta trocar a forma, trocar o prazo de validade do mesmo frasco, mas construir um processo revolucionário para mudanças radicais, não para garantir a “democracia representativa”, onde o povo passa a ter o direito de votar em quem vai lhe oprimir.
O levante árabe no Egito e na Tunisia não poderia resultar em um processo revolucionário vitorioso, foi abortado no nascimento pelas forças que se aliaram ao imperialismo /sionismo em defesa da democracia.
SÍRIA E LÍBIA: O que está acontecendo é o nakba (horror) ampliado para o mundo árabe
A FPLP analisa os processos de destruição do Estado Líbio e das tentativas na Síria não como um processo revolucionário, mas uma estratégia montada para dominação , pelo imperialismo e pelo sionismo.
O princípio número um de um processo revolucionário é que este deve ter base popular. Não é o que aconteceu na Líbia, e não é o que acontece na Síria.
O imperialismo/sionismo usa o argumento da democracia e as mentiras midiáticas sobre direitos humanos para destruir o Estado árabe, para justificar uma “guerra justa” assim como fez com o Estado africano. Para aqueles que tem dúvidas sobre o que se passa na Síria, nosso amigo sugeriu responder a seguinte pergunta: Quais as relações do povo sírio ou do Estado sírio com Israel e o imperialismo?Quem lucra com a destruição e fragmentação da Síria?
Uma vez perguntado sobre o que achava do “conflito na Síria”, um governante sionista respondeu: “Espero que todos ganhem a guerra” , ou seja, tudo que Israel quer é completar a tarefa de destruir o Estado sírio, por meio das estratégias que dispõe no terreno.
Yarmouk – Campo de refugiados palestinos na síria atacado pelos fundamentalistas
Seguindo esta estratégia de destruir os Estados nacionais com guerras de um novo tipo, e fomentar, entre os povos, o conflito religioso e sectário, com objetivos geopolíticos claros de dominação política, econômica e militar, o imperialismo /sionismo, paralelamente, colocou em movimento a estratégia de destruir as estruturas de resistências armadas dentro dos acampamentos palestinos. Esta ação assassina está acontecendo nos países que temos campo de refugiados.
Na Síria, o Campo de refugiado Yarmouk foi invadido por elementos ligados aos grupos fundamentalistas que assassinaram nossos guerreiros e são responsáveis pela destruição das condições de vida da população palestina que lá vive.
No Líbano, a mesma estratégia está se desenhando, o campo de refugiados foi infiltrado por esses grupos fundamentalistas com o mesmo objetivo, assassinar a resistência organizada palestina.
É óbvio a ligação dos fundamentalistas assassinos com Israel.
Acordo com Israel – É pior que o de OSLO
O esforço e objetivo dos norte-americanos é que saia “o acordo” assinado pela Autoridade Palestina (AP) e dessa forma realizam os desejos de Israel.
Esse é um jogo de cartas marcadas. Não existe nada que interesse ao povo palestino nesta negociação.Vamos destacar 3 itens da proposta que afirmam isso
1 – A exigência de reconhecer o Estado de Israel como Estado judaico.
Isso significa expulsar da Palestina ocupada em 1948, Israel, milhares de palestinos que ainda vivem nestas terras, além de aceitar a existência de um Estados racista que discrimina religiões, ou seja em uma palavra sionista. O mundo não pode permitir esse retrocesso.
2- Um Estado Palestino desde que compatível com a segurança de Israel.
Isso significa um Estado militarizado por forças estrangeiras, vigiado por radares dos sionistas, a aceitação do muro que divide nossas terras e cidades e a manutenção das colônias judias no “pseudo-estado-palestino”.
3 – Retira da pauta, o “Retorno dos Refugiados”, que passa, neste caso, a ter tratamento humanitário e não político ou como um caso de justiça. Com a ressalva de ser permitido o retorno do corpo morto dos palestinos, para serem enterrados em sua terra natal. Mas somente morto poderão voltar a terra de seus avós.
Dois Estados ou Um Estado para todos os povos que lá vivem?
O povo palestino não tem condição de conviver com o sionismo. O sionista é uma ideologia que tem como norte a destruição do outro. Essa ideologia é um perigo para a humanidade, que deveria se mobilizar para cortar esse mal pela raiz. O mundo deve acordar para o perigo de um Estado Sionista.
Os palestinos exigem o direito de lutar e resistir para libertar suas terra dessa ideologia. Por isso a resistência tem que ser ampla e em todos os níveis, econômica, política e militar.
“Todos os dias o Estado sionista assassina um palestino, arranca uma oliveira, e desenvolve armas nucleares. Que Estado é esse? Nenhum povo no mundo aguentaria tamanha atrocidade! Os palestinos vão continuar lutando até o fim da ocupação sionista, nossa terra nos foi tirada, mas temos nossa identidade, somos palestinos!
Por isso historicamente lutamos por uma Palestina laica e democrática para todos os povos que lá vivem.”
1 comment ::
Share or discuss
::
2014-02-28 ::
alantygel
sexta-feira 28 fevereiro 2014
-
Filed under
Notícias do Rio
Camila Nobrega e Rogério Daflon
Do Canal Ibase
Abertura do carnaval não oficial do Rio. Foto:Pedro Esteban
Não se assuste se você ouvir a marcha “Máscara negra”, do genial Zé Kéti, com uma nova roupagem neste carnaval. Pois é tempo de brincar, pular, namorar e, por que não?, de manter o ritmo da crítica política. As jornadas de junho e os protestos que vieram em seguida mudaram o tom da maior festa brasileira. E, no Rio de Janeiro, a banda vai tocar assim: “Quanto tiro, ó, quanta polícia/a tropa de choque em ação/ditador de helicóptero/ e, no meio da cidade,/ um monte de caveirão”. Blocos já estão organizados para levar seu recado às ruas com temas que variam de denúncias das remoções de famílias até o aumento da tarifa dos transportes públicos, passando pela truculência policial e os impactos negativos dos megaeventos.
As paródias das tradicionais marchinhas foram criadas pela reunião de pessoas de diversos blocos da cidade, em um movimento que ganhou o nome de “Ocupa Carnaval”, com o objetivo de utilizar a irreverência como mais um braço da luta por direitos na cidade do Rio de Janeiro. . Desde meados de janeiro, o grupo vem se encontrando e criando novas letras. A primeira saída oficial acontece exatamente nesta quinta-feira pré-carnavalesca (26/2), data que marcaria a saída do governador Sérgio Cabral. O governador adiou mais uma vez e o vice, Luiz Fernando Pezão, só deverá assumir em 3 de abril. Mas o evento permanece marcado, intitulado “Cabralhada”.
Um dos grupos que está à frente do Ocupa Carnaval é o Bloco do Nada, que sempre vai às ruas junto com os protestos da cidade. O mestre de bateria e baixista Chico Oliveira afirma que uma das marcas desse carnaval será essa crítica política.
– O aumento das passagem e as remoções são temas contra os quais vamos protestar em meio à folia. E nossa sonoridade já é uma forma de protesto. É uma pegada bem funk, gênero que tem sido perseguido à semelhança do que ocorreu com o samba no passado. Por isso, na nossa bateria e nossos sopros se aproximam do timbre do funk. Para isso, suprimimos o repique e o tamborim e damos destaque ao reco-reco de mola e ao balde de ferro.
No Bloco do Nada, antigos gritos de guerra já ganhavam letras atuais. Um dos refrões mais famosos é “Olê Olê, Olê Olá, se a passagem não abaixar, o Rio vai parar”. Músico de profissão, Chico Oliveira já festeja o fato de que muitos cariocas estão mais atentos às contradições da cidade.
Enquanto as ações do poder público buscam limitar cada vez mais as manifestações ligadas ao funk, no carnaval de rua a história é outra. Além do Bloco do Nada, a Associação de Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk) estreará o Bloco Apafunk, no dia 7 de março, sexta-feira após o carnaval. Detalhe: sob uma proibição inconstitucional da prefeitura. Os organizadores do bloco enviaram um ofício, como a Constituição exige, informando que o grupo se apresentará no Largo da Carioca. A prefeitura acenou negativamente. No entanto, como explicou um dos membros da diretoria do bloco e também advogado Guilherme Pimentel, a lei maior assegura que é permitida a livre manifestação e ocupação da cidade, desde que o haja registro.
– Além de tudo, também nos adequamos à lei do artista de rua, que tem liberdade para ocupar o espaço. Desde o nascimento, a Apafunk tem a marca da ocupação do espaço público. Ela surge no contexto da criminalização do funk pelo poder público, negando-o como forma de expressão da cultura popular. Assim foram criadas as rodas de funk, que passaram por favelas com UPPs e que, teoricamente, não podem ter eventos de funk. O mote da Apafunk é exatamente contestar essa discriminação, o preconceito, a criminalização da juventude pobre, favelada, periférica, principalmente negra. Sempre que ocupamos um espaço, é um ato de resistência a esse processo. O bloco é mais uma expressão disso.
Bloco do Nada / Foto: Camila Nobrega
Mas, bem antes de as manifestações tomarem as ruas do Rio de Janeiro, o carnaval já havia se tornado espaço de luta pelo direito à cidade. Em 2009, o então recém-eleito prefeito Eduardo Paes lançou um decreto que ficou conhecido como um choque de ordem contra a cultura popular. O texto obrigava que todos os blocos pedissem autorização da prefeitura para que pudessem desfilar no carnaval. Foi o estopim para a criação da Desliga da Justiça, fruto da reunião de pessoas de diferentes blocos com o objetivo de marcar o descontentamento com a nova lei, em defesa da liberdade de manifestação, seja de cunho político ou cultural – ou os dois. Desde então, os blocos que participam da Desliga, sendo o maior deles o Cordão do Boi Tolo, arrastam milhares de foliões, fora, porém, dos panfletos oficiais da prefeitura.
– Temos um compromisso com o direito à algazarra espontânea e queremos ficar de fora dessa organização toda. Desde o decreto em 2009 e com o lançamento de parcerias público-privadas para o carnaval, já era claro que o prefeito estava construindo a mercantilização da festa. Trata-se de um princípio de exclusão, porque é ele quem decide quem pode ou não ocupar as ruas. Isso é censura prévia. Não é esse carnaval que queremos.
Raquel foi uma das autoras de uma faixa que rodou as mídias sociais em 12 de janeiro, na festa de abertura do Carnaval Não Oficial do Rio de Janeiro. O texto: “Vai ter carnaval, mas não vai ter copa”. Estava dado o recado. Embora ainda não fosse fruto de uma discussão política em torno do carnaval, aquele evento já dava o tom do que estava por vir. Sem ensaio algum e muito antes da criação das paródias das marchinhas, os foliões já entoavam canções de crítica à Copa do Mundo e aos governos do município e do estado.
Crítica política vem de outros carnavais
O jornalista João Máximo lembra que não é a primeira vez que a crítica invade o carnaval. As marchinhas de cunho político surgiram com força no período da revolução de 1930.
– Havia paródias críticas a Getúlio Vargas nesse período, e ele levava numa boa pelo menos até 1935. Depois, com o Estado Novo (1937), a coisa pode ter mudado de figura – brinca Máximo, lembrando o começo da ditadura Vargas. – O carnaval tem uma origem libertária no Brasil nos costumes e na política.
O pesquisador musical Ricardo Cravo Albin traz à memória marchinhas políticas marcantes. Talvez a mais emblemática, destaca ele, seja “Pedreiro Valdemar”, de Roberto Martins e Wilson Batista. A letra é direta e bastante atual: “De madrugada toma o trem da Circular/Faz tanta casa e não tem casa pra morar/ Leva a marmita embrulhada no jornal/Se tem almoço, nem sempre tem jantar/O Valdemar, que é mestre no ofício/Constrói um edifício e depois não pode entrar.”
A coragem de contestar, acrescenta Cravo Albin, tem na marchinha “Seu mé” uma digna representante. Nela, os compositores Freire Júnior e Luiz Nunes Sampaio pegaram (muito) no pé do então candidato à presidência da República, Artur Bernardes, que, eleito em 1922, manteve o país sob estado de sitio durante todo o seu mandato. Na marcha, dois apelidos bem jocosos de Bernardes são salpicados na letra: Seu Mé e Rolinha. “O Zé-povo quer a goiabada campista/ Rolinha, desista Abaixe essa crista/ Embora se faça uma bernarda a cacete/ Não vais ao Catete!/ Não vais ao Catete! Ai, seu Mé! Ai, Mé Mé! Lá no Palácio das Águias, olé,Não hás de pôr o pé.”
Assim que pôs o pé no palácio, Bernardes mandou prender Freire Júnior.
O carnaval de 2014 promete fazer história.
Agenda:
Cabralhada: 27/2 – 17h, Praça XV
Fala Puto Que eu Te Escuto: 28/02 – 20h, Cinelândia
BoiTolo: 02/3 – 10h, em frente às barcas
Bloco Apafunk: 7/3 Concentração às 18h, no Largo da Carioca
Bloco do Nada: 9/3 – 15h, na Saens Pena
1 comment ::
Share or discuss
::
2014-02-28 ::
alantygel
sexta-feira 28 fevereiro 2014
-
Filed under
Notíciais Internacionais e da Via Campesina + Notícias do Rio
AMÉRICA LATINA: Ato em frente ao Consulado reuniu manifestantes nesta terça-feira (25)
por Vivian Virissimo, do Brasil de Fato (RJ), com fotos de Pablo Vergara
Promover um ato para criticar o presidente da Venezuela Nicolás Maduro. Esse era o objetivo de aproximadamente 15 pessoas que se encontraram em frente ao consulado, na Avenida Presidente Vargas, na tarde desta terça-feira (25). Mas o objetivo fracassou. Cerca de 200 brasileiros, de diferentes partidos e organizações, se reuniram no mesmo local com outra finalidade: apoiar e defender as profundas mudanças que vêm acontecendo naquele país.
Uma das defensoras do governo Maduro era a historiadora Anita Prestes, filha do militante Luis Carlos Prestes (1898-1990). “A solidariedade internacional é fundamental porque a luta da Venezuela é uma luta de toda a América Latina. Se o processo revolucionário de lá for derrotado, será uma derrota para todos nós. Além disso, a situação de todas as pessoas do continente vai piorar muito”, destacou Anita.
Do lado que criticava Maduro estava a estudante de Geografia Maria Luisa, de 18 anos. Ela afirmou que não é filiada a partido político, explicou que a manifestação foi convocada pelas redes sociais e se definiu como “católica conservadora”. Ao lado dela, um dos manifestantes empunhava a imagem de uma santa e outro usava um crucifixo de madeira no pescoço. Outro rapaz vestia uma camiseta que fazia menção ao exército israelense. Ao final do ato, surgiram dois venezuelanos que faziam turismo no país.
Os dois atos realizados em frente ao consulado acabaram sem incidentes, apenas provocações verbais entre os grupos de diferentes opiniões. Situação bem diferente da vivida na Venezuela, que enfrenta uma escalada da violência desde o dia 12 de fevereiro. Até o momento, foram confirmadas 15 mortes, ligadas diretamente aos protestos no país e também mais de 140 feridos. O único confronto entre policiais e opositores ocorreu no dia 17 de fevereiro, quando, ao final de um protesto, grupos de choque da direita incendiaram a sede da Procuradoria-Geral da República.
Na segunda-feira (24), a presidenta Dilma Rousseff defendeu o diálogo para resolução dos conflitos. “Acreditamos que sempre é muito melhor o diálogo, o consenso e a construção democrática do que qualquer tipo de ruptura institucional”, disse. “É importante que se olhe para a Venezuela sempre do ponto de vista também dos efetivos ganhos sociais que eles tiveram nesse processo, em termos de saúde e de educação para o seu povo”, acrescentou.
Conflito na Venezuela é por petróleo, explica professor
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA Chávez destinou dinheiro do petróleo para melhorar condições de vida da população
A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo. Por muito tempo, empresas transnacionais como Esso e Shell, além de uma pequena minoria de venezuelanos exploraram e venderam petróleo para o exterior. “Quando Chávez se tornou presidente, em 1999, as coisas mudaram”, conta Igor Fuser, professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).
Chávez destinou o dinheiro das vendas do petróleo para melhorar as condições de vida da maioria da população, que vivia na pobreza e na miséria. Segundo Fuser, os salários aumentaram, o desemprego diminuiu e milhares de moradias populares e postos de saúde foram construídos nas periferias e favelas.
Desde então, o país vive em disputa. “Os ricos ficaram muito incomodados com a perda de privilégios. Por isso, junto com o governo dos Estados Unidos, a elite deu um golpe em 2002. O então presidente Chávez foi tirado do governo, mas voltou três dias depois, nos braços do povo, que defendeu nas ruas a democracia”, destaca Fuser. Na avaliação do professor, os golpistas representam uma minoria. “A maioria está deixando claro, mais uma vez, sua disposição de defender a democracia e a justiça social na Venezuela”, completou.
Jornalistas venezuelanos denunciam golpe da mídia
MANIPULAÇÃO Profissionais denunciam cobertura que pode justificar intervenção estrangeira
de Caracas (Venezuela)
Jornalistas venezuelanos repudiaram na terça-feira (25), em nota, “os ataques midiáticos e terroristas de alcance internacional contra o país, promovidos por aliados do golpe de Estado contra o governo de Nicolás Maduro”.
Os profissionais denunciam que a campanha teria como objetivo “falsear a realidade nacional na busca de um palco favorável para uma guerra homicida que justifique uma intervenção estrangeira”. Segundo a nota, os protestos fazem parte de uma “estratégia desenhada pelo governo dos Estados Unidos, que cobiça a riqueza petrolífera do país”.
O texto destaca que “a maioria do povo continua trabalhando por uma Venezuela de inclusão e justiça social, enquanto a minoria apátrida, formada pela direita fascista internacional e seus aliados nacionais, pretende sequestrar a paz do país”. (Prensa Latina)
1 comment ::
Share or discuss
::
2014-02-28 ::
alantygel
segunda-feira 17 fevereiro 2014
-
Filed under
Boletins
Boletim do VI Congresso do MST – #5 – 10 a 14 de fevereiro de 2014
De 10 a 14 de fevereiro de 2014, mais de 16 mil Sem Terra do MST se reuniram no Ginásio Nilson Nelson em Brasília, para participar do VI Congresso Nacional do MST, que apontou os desafios do MST para o próximo período. E teve momentos de debates, místicas, mobilização dos Sem Terrinha por educação, marcha por Reforma Agrária até a explanada dos Ministérios, Mostra cultural de produtos camponeses, festas e celebrações.
Durante esse período várias equipes de trabalho organizam o espaço no entorno do Ginásio Nilson Nelson e garantiram o funcionamento do Congresso. Entre elas o coletivo de militantes do setor de comunicação e amigos comunicadores da Reforma Agrária foi responsável pela cobertura do VI Congresso, atuando na assessoria de imprensa, produção de conteúdo, rádio poste e web “Brasil em Movimento”, fotografia e audiovisual. O grupo produziu um conjunto de informações, reportagens, áudios, imagens e vídeos.
Agradecemos a todas e todos os parceiros e militantes Sem Terra pela contribuição na equipe de comunicação do VI Congresso do MST. A seguir, segue o boletim com todas as notícias produzidas durantes o VI Congresso Nacional do MST.
Análises
Debates
O VI Congresso
Marcha em Brasília
Sem Terrinha
Comunicação
Saúde
Juventude
Cultura
Internacional
Direitos Humanos
Depoimentos
Vídeos e Fotos
Parceiros – TV Memória Latina
::
Share or discuss
::
2014-02-17 ::
alantygel
quinta-feira 13 fevereiro 2014
-
Filed under
Boletins
Boletim do VI Congresso do MST – #4 – 13 de fevereiro de 2014
“Aqui está o que consideramos a vida, representada nos nossos alimentos, sementes, poemas, artesanatos e nossos símbolos”, disse a dirigente do MST Atiliana Brunetto, ao entregar a cesta de produtos do MST à presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (13/02).
Desde o início do governo Dilma, há três anos, que o MST exige uma reunião com a presidenta para cobrar a realização da Reforma Agrária e mostrar os problemas latentes do campo brasileiro.
Mas apenas depois da luta e da pressão social exercida pelos Sem Terra na tarde desta quarta-feira (12/02), em Brasília, que a presidenta finalmente decidiu ouvir as demandas do Movimento, que apresentou seus problemas mais emergenciais neste último ano de mandato.
Leia mais…
A manhã do quarto dia do 6º Congresso do MST foi toda dedicada ao debate sobre a conjuntura internacional. Foram convidados dois intelectuais que pesquisam as relações entre o imperialismo e a América Latina: Emir Sader, sociólogo e cientista político, coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, onde é professor de sociologia, e Monica Bruckmann, professora do departamento de ciência política da UFRJ e assessora da secretaria geral da União de Nações Sulamericanas (Unasul).
A eles se somaram no debate dois militantes do MST com larga experiência no campo internacional: Itelvina Masioli, que foi representante da Via Campesina Brasil, e participou da coordenação internacional da Via Campesina por duas gestões, e Roberto Baggio, que atua na articulação dos movimentos sociais da América Latina na ALBA (Aliança Bolivariana para as Américas).
Leia mais…
Tomar café da manhã no Rio de Janeiro, almoçar em Sergipe e jantar no Mato Grosso do Sul. Pode parecer humanamente impossível comer em três estados tão distantes em um único dia, mas no VI congresso do MST, poucos metros separam as cozinhas e a comida de cada estado.
A rotina das cozinhas é frenética. Cada uma tem por volta de cinco pessoas, que trabalham o dia inteiro para garantir que as refeições estejam prontas na hora certa. Os responsáveis pelas cozinhas levantam por volta das cinco da manhã, às vezes até mais cedo, para aprontar o café, e enquanto este é servindo, o almoço já começa a ser preparado.
Na hora do almoço, as panelas e utensílios vão sendo lavadas, e a futura janta de 15 mil pessoas é cortada, fervida e cozida.
Leia mais…
Um dia depois do STF encerrar seus trabalhos em função da marcha de 15.000 sem terra, que culminou na Praça dos Três Poderes, o setor de direitos humanos do MST debate como se organizar diante do sistema de justiça, em especial frente a possíveis mudanças legislativas.
Desde 1995, o MST constituiu um setor de direitos humanos com o objetivo de articular advogados, professores e outros profissionais, para assessoria jurídica em processos criminais, cíveis e administrativos. Alguns de seus integrantes atuaram ontem na defesa e dos direitos e garantias fundamentais, asseguradas constitucionalmente, para a libertação dos detidos após conflitos durante a marcha. Um dos detidos, Joba Alves, responde pelos crimes de resistência e agressão, mesmo tendo impedido, junto a dezenas de sem terra, a continuidade do confronto físico.
Leia mais…
“Eu tive acesso à organização do MST pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul na época de 1986”, lembra Darvino Back, militante do Movimento Sem Terra no Paraná.
Darvino Back que contribui com o MST na região oeste do Paraná, diz que conheceu o movimento pelo sindicato, Igreja e as pastorais no Rio Grande do Sul. Na época Back ajudava com o trabalho de base de famílias das periferias para se juntarem a luta por um pedaço de terra. “Participei da primeira ocupação em 1986, no município de Cruz Alta, onde foi uma das primeiras da região também”, relata.
Depois de alguns anos, por problemas familiares Darvino teve que se ausentar e se mudar para o Paraguay, porém sempre sentia vontade de continuar a luta. “Na minha mente nunca deixei de lado o Movimento Sem Terra”, diz ele com alegria.
Leia mais…
Representantes do Ministério da Saúde participaram, na quarta-feira (12/02), de um café da manhã no VI Congresso, a convite do Setor de Saúde do MST. Os médicos do Movimento formados em Cuba e na Venezuela também estiveram presentes, expondo as principais dificuldades para seu trabalho nas comunidades em que atuam.
Para Edinei Batista, médico formado em Cuba que atua no Assentamento Estrela, no Paraná,“a política nacional de saúde é um poema no papel, mas na prática, o financiamento gestado pelas prefeituras inviabiliza sua efetivação. Muitas vezes os recursos são terceirizados, as empresas aplicam parte no atendimento e o restante embolsam junto com os gestores municipais. Por isso, realizamos atendimentos nas escolas, nas igrejas, sob árvores, enfim, onde há espaço.” Eles também ressaltaram que na política de saúde rural não há prioridade para áreas de reforma agrária e cobraram a inclusão de um plano a longo prazo.
Leia mais…
Mais do que força e raça, marca de luta no corpo, dor e alegria, mulheres mostraram que têm gana para enfrentar a atual conjuntura agrária brasileira. Durante o segundo dia do VI Congresso Nacional do MST, elas reafirmaram o papel que desempenham junto à sociedade, sobretudo, junto à luta camponesa.
Em 30 anos de existência, esta foi a primeira vez que o Congresso Nacional do MST inseriu na programação do evento uma mesa de debates sobre a participação das mulheres no processo de construção de um projeto que vise mudanças no país. E para marcar o momento histórico, compuseram a mesa: Conceição Dantas, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Adriana Mesadri, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), e Nivia Regina, do MST.
Segundo Nivia, o espaço não significou apenas mais uma mesa no VI Congresso, mas reforçou que o debate das mulheres, sobre a situação das mulheres, deve ser constante nas organizações e nos estados. Ainda na opinião dela “a luta das mulheres é uma condição essencial para o processo de transformação da sociedade”.
Leia mais…
O que liga as crises é a lógica do sistema capitalista, que privilegia o valor de troca, dizendo que tudo deve ser mercadoria para contribuir na ganância e acumulação do capital.
Essa lógica se aplica a todos os âmbitos da vida humana, influindo nas políticas agrárias, industriais, na relação com a natureza e submetendo tudo à lógica de reprodução do capital. Estamos numa crise global, não só geograficamente, mas uma crise de sistemas, na relação com a natureza, do sistema alimentar, energético, climático etc.
A crise não é somente financeira ou econômica, é geral, e uma das coisas novas é a crise dos ecossistemas e do clima. O capitalismo desregula o equilíbrio entre a natureza e seres humanos.
Leia mais…
Nesta quarta-feira (12/02), no VI Congresso do MST, lideranças de organizações sociais se encontraram para debater quais os desafios da classe trabalhadora na atual conjuntura e como promover mudanças sociais no Brasil.
Gilmar Mauro, membro da Coordenação Nacional do MST, observou que “este é o momento de troca de ideias entre a classe trabalhadora, principalmente neste período histórico, que é o inicío de um processo de construção da luta para os próximos períodos”.
O dirigente também pediu para que as organizações sempre homenageiem os lutadores do mundo e do Brasil que batalharam e morreram pelos trabalhadores e trabalhadoras, assim como não esquecer a importância de estudar os pensadores da classe.
Leia mais…
Policiais entram na mobilização e agridem trabalhadores, veja vídeo
1 comment ::
Share or discuss
::
2014-02-13 ::
alantygel
quarta-feira 12 fevereiro 2014
-
Filed under
Boletins
Boletim do VI Congresso do MST – #3 – 12 de fevereiro de 2014
A esplanada dos ministérios foi tomada de vermelho na tarde de hoje. Os cerca de 16 mil camponeses que participam do VI Congresso do MST marcharam os 9 km de ida e volta que separam o ginásio Nílson Nelson e a praça dos três poderes.
A manifestação pacífica teve como objetivo principal denunciar a paralisia da Reforma Agrária. “A Reforma Agrária no Brasil é uma vergonha. No último ano, foram assentadas sete mil famílias, sendo que só o MST possui 90 mil famílias debaixo da lona preta. No total, são 150 mil famílias acampadas no Brasil, muitas delas há mais de 10 anos.
Estamos aqui para denunciar que não estamos satisfeitos, e pedimos Reforma Agrária Popular já. Enquanto Dilma não atende os Sem Terra, dá dinheiro de mão beijada para o agronegócio e a Fifa. ”, afirmou Kelli Marfort, do setor de Gênero do MST.
Leia mais…
Cerca de 750 Sem Terrinha e professores das áreas rurais ocupam na manhã desta quarta-feira (12/02) o Ministério da Educação (MEC), em Brasília. As crianças saíram em marcha do Ginásio Nilson Nelson, onde acontece o VI Congresso do MST, e permanecerão no Ministério até às 12h.
“Viemos aqui para denunciar à sociedade e ao governo o descaso com a educação. Nossa intenção não é sentar com o ministro, não viemos pedir, viemos denunciar”, afirma Márcia Mara Ramos, que integra o setor de educação do MST.
O MST denuncia o fechamento de 37 mil escolas no campo nos últimos 12 anos, a ausência de uma política de erradicação do analfabetismo e a desvalorização dos profissionais da educação. As crianças produziram uma carta-manifesto, que será lida no Ministério.
Leia mais…
Dando seguimento à vasta programação da Ciranda Infantil Paulo Freire, no VI Congresso Nacional do MST, ontem foi dia de comemoração em dose dupla dos Sem Terrinha. Bolo, “parabéns a você” e muita animação lembraram os 30 anos do MST e marcaram o lançamento do CD Plantando Cirandas 3.
Segundo Márcia Ramos, uma das coordenadoras da Ciranda Paulo Freire, “esse CD é uma produção coletiva das crianças Sem Terrinha, que construíram as letras em diversos processos nos acampamentos e assentamentos do MST nas cinco regiões do Brasil”.
Os ritmos variam do xote, samba até a folia de reis, escolhidos a partir da realidade das crianças que participaram dessa construção.
Leia mais…
Reforma Agrária Popular é o povo que vai fazer!
::
Share or discuss
::
2014-02-12 ::
alantygel
terça-feira 11 fevereiro 2014
-
Filed under
Boletins
Boletim do VI Congresso do MST – #2 – 11 de fevereiro de 2014
Após dois anos de intensos debates, os trabalhadores rurais chegaram ao VI Congresso Nacional do MST para consolidar seu novo programa agrário, que é chamado de Reforma Agrária Popular.
Em diálogo na manhã desta terça-feira (11/02), João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do Movimento, e Guilherme Delgado, doutor em economia (Unicamp), ajudaram a aprofundar o tema.
“Não fizemos e nem acontecerá a Reforma Agrária clássica”, esclarece João Pedro Stédile, se referindo ao modelo de reforma agrária realizado pelos países capitalistas desde o século XIX, como Alemanha e Estados Unidos, sob direção política da burguesia industrial, que precisava ampliar mercados consumidores e o fornecimento de matérias-primas para indústria.
Leia mais…
Assim como muitas ocupações de terras, o Movimento Sem Terra nasceu ao final de uma longa noite escura. A alvorada das greves operárias, da campanha pela Anistia geral e irrestrita, os novos movimentos sociais urbanos e as Diretas-Já que encerravam a ditadura militar, permitiu também a retomada da luta pela terra e pela reforma agrária no Brasil.
Eram posseiros, trabalhadores atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros, pequenos agricultores. Trabalhadores rurais sem terra, sem o direito de produzir alimentos. Expulsos por um projeto autoritário para o campo, que anunciava a “modernização” – quando, na verdade, estimulava o uso massivo de agrotóxicos e a mecanização –, baseados em fartos (e exclusivos ao latifúndio) créditos rurais; ao mesmo tempo em que ampliavam o controle da agricultura nas mãos de grandes conglomerados agroindustriais. Destas contradições e dos 500 anos de uma sociedade baseada no latifúndio é que fundamos, em 1984, um movimento social autônomo, que lutasse pela terra, pela reforma agrária e pelas transformações sociais necessárias para o nosso país.
Leia mais…
O desafio de serem filhos e filhas do maior movimento organizado da América Latina. O orgulho e a responsabilidade de serem herdeiros de 30 anos de luta e resistência. A vontade de seguir os passos destes pés calejados que romperam cercas e conquistaram chão. E ainda, avançar na produção e na auto organização nas áreas de acampamentos e assentamentos do MST.
A III Assembleia Nacional da Juventude do MST, realizada nesta segunda-feira (10/02) durante o VI Congresso do MST, começou com poesia, música, teatro e todo o vigor característico dos jovens de luta.
Leia mais…
As crianças também têm sua vez no 6° Congresso Nacional do MST. Assim como acontece em todas as atividades realizadas pelo Movimento, foi organizada a Ciranda Infantil Paulo Freire durante o Congresso, onde cerca de 1000 Sem Terrinha passam o dia, enquanto seus pais participam das atividades.
Nesta terça-feira (11/02), às 14h, a Ciranda faz sua abertura oficial, comemorando os 30 anos do MST e lançando o novo CD dos Sem Terrinha. Elisângela Carvalho, coordenadora da Ciranda Infantil, explica que a organização da atividade começou ainda em outubro de 2013. “Fizemos uma oficina nacional que construiu o planejamento destes cinco dias de Ciranda. Além disso, cada educador que participou desta oficina realizou uma formação em seu estado.”
Leia mais…
Produção, cultura, agricultura familiar, desenvolvimento econômico e social foram as palavras que nortearam a abertura da 1º Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa, que teve inicio na noite de segunda-feira (10/2) no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson em Brasília.
Com o objetivo de apresentar a diversidade cultural e a força da produção camponesa, em especial dos assentamentos de Reforma Agrária, o espaço comercializa produtos da agricultura das cooperativas, associações e coletivos no Brasil.
Leia mais… e veja as fotos da feira pela TV Memória Latina
::
Share or discuss
::
2014-02-11 ::
alantygel
segunda-feira 10 fevereiro 2014
-
Filed under
Boletins
Boletim do VI Congresso do MST – #1 – 10 de fevereiro
Uma história que não cabe num livro. A não ser que esse livro seja tão grande quanto os sujeitos que sabem escrever sua própria história. E das páginas gigantes de um livro, abertas diante de 15 mil pessoas, saltaram lembranças de uma trajetória singular de luta política e social no Brasil.
Começou oficialmente, nesta manhã de segunda-feira (10/02), o VI Congresso Nacional do MST.
A mística de abertura, sempre um momento muito aguardado pela carga de energia que libera, emocionou as milhares de pessoas que lotaram o ginásio Nilson Nelson, em Brasília.
Leia mais…
O VI Congresso do MST vai apresentar para a sociedade brasileira um novo programa agrário, com propostas para a reformulação da organização do campo e da agricultura.
“É necessário democratizar o acesso à terra, garantir o acesso aos recursos naturais e a produção de alimentos saudáveis. Para isso, é preciso investimento em uma nova matriz tecnológica, a agroecologia, além de uma política de soberania alimentar e uma assistência técnica de qualidade para os produtores”, destacou Diego Moreira, da coordenação nacional do MST, em entrevista coletiva para a imprensa, na tarde desta segunda-feira (10).
Leia mais…
O 6° Congresso Nacional do MST, que ocorre entre os dias 10 a 14 de fevereiro, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília/DF, espera reunir cerca de 16 mil delegados e delegadas do MST, dos 23 estados brasileiros e 250 convidados internacionais.
Para que o evento se realize, está sendo montado um grande acampamento no entorno do Ginásio, equivalente a uma mini cidade, com uma estrutura equivalente a mais de quatro campos de futebol.
Segundo Diego Moreira, da direção nacional do MST do Paraná, o Congresso é um momento de sistematização do debate coletivo que se iniciou há dois anos na base do MST, e que possibilitou a apropriação do debate sobre o limite e o esgotamento do projeto da Reforma Agrária clássica e a necessidade de construção da Reforma Agrária Popular.
Leia mais…
Desde a criação do MST, sempre esteve presente o desafio da participação e envolvimento de toda a família no processo de luta pela terra: homens, mulheres, jovens, idosos e crianças são todos e todas protagonistas de sua própria historia.
A participação das mulheres possibilitou a organização de coletivos de auto – organização e discussão sobre sua situação de opressão de classe e de gênero. O conjunto do Movimento foi provocado a se envolver e isso criou as condições para o debate de como construir novas relações de gênero.
Leia mais…
As três décadas de existência do MST são um excelente indicador da democracia brasileira. Movimentos camponeses não sobrevivem aos regimes ditatoriais. A existência do campesinato só é possível nas sociedades democráticas porque este sujeito político está constantemente reivindicando o direito de ser ele mesmo, enquanto o sistema político quer transformá-lo em trabalhador assalariado. Ao não aceitar este destino definido pelo capitalismo, os camponeses são considerados subversivos.
Leia mais…
A participação da juventude no MST é fruto de um processo de construção coletiva, desde sua fundação em seus diferentes espaços, mas sobretudo na luta e na organização.
Vivemos em uma realidade marcada de desafios, e ao falarmos de juventude Sem Terra hoje, precisamos compreendê-la dentro do contexto em que se encontra o desenvolvimento do capitalismo no campo, os limites e desafios colocados para sua organização.
Leia mais…
1 comment ::
Share or discuss
::
2014-02-10 ::
alantygel
segunda-feira 10 fevereiro 2014
-
Filed under
Notícias do MST Rio
A delegação do Rio de Janeiro trouxe a animação das recentes manifestações para o VI Congresso do MST. Ao som de “Eu estou na rua, é pra lutar, pra construir reforma agrária popular”, os militantes do estado entraram no estádio onde, em instantes, será realizada a mística de abertura do congresso.
Diego Fraga, representando o Rio na equipe de agitação e propaganda, explica como foi a mobilização pré-congresso. “Uma equipe de 40 agitadores e agitadoras ergueu faixas e dialogou com a população de Brasília.” Foi feita uma panfletagem na feira livre de Ceilândia, a maior cidade satélite do Distrito Federal. “Montamos o exército de palhaços, que apresentou os 4 pilares do agronegócio: mídia burguesa, judiciário, os agrotóxicos e a polícia.”
O VI Congresso do MST já conta com 16000 delegados e delegadas, reunidos num acampamento em torno do ginásio Nílson Nélson, em Brasília. A atividade vai de hoje até sexta-feira (14), e conta ainda com uma Feira de Produtos da Reforma Agrária.
::
Share or discuss
::
2014-02-10 ::
alantygel