terça-feira 22 setembro 2020
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Podcast
Ao longo de dois anos, o Armazém tem conquistado a população carioca não só pela qualidade dos produtos mas também por ter se tornado um importante ponto de encontro da cultura e da resistência política na cidade do Rio.
O episódio #5 do podcast Terra Crioula celebra o aniversário de 2 anos do Armazém do Campo no coração da Lapa! Com participações de João Pedro Stédile, Bela Gil, Teresa Cristina e mais!
Conheça as Mãos Solidárias que constroem a iniciativa na capital carioca desde o início da pandemia
Por Clivia Mesquita e Pablo Vergara Da Página do MST
Mais uma edição da Marmita Solidária acontece na próxima segunda-feira (21) na capital carioca. Serão preparadas 300 quentinhas no Armazém do Campo RJ para a 8ª edição da iniciativa realizada por movimentos populares e centrais sindicais.
Localizado na Lapa, o Armazém do Campo comemora dois anos desde sua abertura na Avenida Mem de Sá, 135. Com o início da pandemia e com os devidos cuidados, a loja tem sido o local de preparação dos alimentos para a Marmita Solidária.
A ação já distribuiu mais de 2.500 refeições de abril a agosto com alimentos produzidos pela agricultura familiar nos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária no Rio de Janeiro. Cada kit inclui a quentinha com o cardápio do dia, talheres, água e uma fruta de sobremesa.
Cada edição da Marmita Solidária começa muito antes do dia da ação. Ao todo, cerca de 100 Mãos Solidárias contribuem na cozinha, limpeza, montagem e distribuição das quentinhas na capital e no sul fluminense. Mais do que isso, voluntárias e voluntários contribuem com doses generosas de solidariedade.
“Nossa equipe de Mãos Solidárias organiza a preparação do alimento antes dele ser cozido, cortando e picando os mais deliciosos temperos, verduras e legumes. Todos fresquinhos, fruto da agricultura familiar que fazem cada refeição ser tão saborosa”, conta Allanis Pedrosa, da equipe de logística da Marmita e do Levante Popular da Juventude.
Mãos que fazem a Marmita Solidária
“Acredito na proposta do trabalho que, além do apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade, também visa o fortalecimento dos pequenos agricultores usando a produção da agroecologia”, ressalta a Mão Solidária Rafaela Lopes.
São diversas as equipes que constroem a Marmita Solidária quinzenalmente no Rio de Janeiro desde o início da pandemia. Rafaela, por exemplo, é pesquisadora de biotecnologia e microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conheceu a Marmita Solidária através de uma postagem nas redes sociais.
Além de ajudar na confecção das Marmitas, ela atua na equipe de saúde, trazendo toda sua experiência nos cuidados específicos para o combate ao novo coronavírus. Um dos desafios e prioridades do projeto são os cuidados com os protocolos de segurança e saúde no preparo dos alimentos, montagem, limpeza e distribuição das refeições nos pontos de entrega no centro da cidade.
“Nesse caos de pandemia e quarentena, e vendo a péssima gestão da crise pelo governo, senti que precisava sair da minha zona de conforto e agir. Pude contribuir com meus conhecimentos acadêmicos e profissionais, montando estratégias de biossegurança para conter a pandemia dentro das ações e trazer segurança para os voluntários e pessoas assistidas”, conta a pesquisadora. A equipe de saúde acompanha toda a ação passando orientações e distribuindo álcool gel.
Na equipe de montagem – cerca de 300 quentinhas por edição – está Ana Paula, professora de educação fundamental e Mão Solidária em todas as edições da Marmita no Rio.
“É um prazer muito grande trabalhar na Marmita, a sensação é de que estamos em família e o ambiente traz a segurança sanitária que precisamos nesse momento. Tudo é feito com muito carinho porque queremos levar o melhor para quem vai receber”, diz.
Para a professora, a iniciativa se faz ainda mais necessária no contexto social precário que se encontra o Rio de Janeiro. “O selo Fora Bolsonaro estampado na Marmita vai com toda nossa força de luta. É um trabalho extremamente necessário no Rio de Janeiro, visto que a situação aqui é dramática. Muitas pessoas perderam suas casas e foram expulsas de ocupações durante a pandemia”, completa Ana Paula.
Outra Mão Solidária é o trabalhador gráfico Pedro Rangel, de 60 anos. Ele questiona a “solidariedade” das grande empresas, em contraponto às ações realizadas do povo para o povo. “A mídia comercial divulga diariamente no principal veículo de informação do país as doações de grandes grupos empresariais e omite completamente o trabalho voluntário dos movimentos sociais, que aliás é muito mais efetivo”.
Além do MST, também constroem a Marmita Solidária no Rio de Janeiro o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).
Com base na organização popular, alimentos saudáveis chegam à população mais afetada pela crise econômica e sanitária
Por Redação da Região Sudeste/MST Da Página do MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem realizado ações de solidariedade nos 24 estados do país desde o início da pandemia de Covid-19, totalizando 3.400 toneladas de alimentos doados. No sudeste, a quarentena Sem Terra está reafirmando laços de solidariedade, sobretudo entre a classe trabalhadora.
No Espírito Santo, o MST doou cerca de quatro mil cestas com produtos agroecológicos em diversos municípios capixabas, somando 30 toneladas de alimentos para 1.500 famílias.
Iniciativas como a Marmita Solidária já distribuíram mais de 30 mil refeições para trabalhadores informais, entregadores de aplicativo e pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Além da doação de toneladas de alimentos vindos da agricultura familiar nos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária, a solidariedade também é um princípio que constitui a luta popular por direitos.
Kelli Mafort, da direção nacional do MST, reforça que a única solidariedade é a de classe, “o povo ajudando o povo”. É justamente com base na organização popular que as campanhas puxadas pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo tem atuado nas periferias urbanas.
Solidariedade é lutar junto
“É deste encontro da comida que vem da roça e das panelas vazias que nós estamos construindo alianças fortes. É muito diferente da solidariedade passiva das empresas, que na realidade estão fazendo uma divulgação das suas marcas, prevalecendo em cima das vidas ceifadas. A solidariedade de classe tem compromisso”, pontua Kelli.
No município de Campo do Meio, em Minas Gerais, o despejo violento ocorrido no assentamento Quilombo Campo Grande no último mês também mobilizou a solidariedade da população. Após três dias de resistência, 14 famílias ficaram desabrigadas. Mas logo os moradores iniciaram uma campanha para a reconstrução da Escola Popular Eduardo Galeano e das casas.
“Os mineiros nos ensinam que solidariedade também é lutar junto. Foi assim que lá no Quilombo Campo Grande, no Sul de Minas, nós percebemos a força da sociedade que se solidarizou com a escola derrubada e as famílias despejadas”, completa.
Marmita Solidária
De maio a agosto, cerca de 200 toneladas de alimentos da Reforma Agrária no sudeste foram destinadas para campanhas de solidariedade nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Frutas, legumes e verduras diretos do campo para quem mais precisa.
As ações têm como objetivo garantir alimentos saudáveis na mesa dos setores mais afetados pela crise sanitária e econômica em parceria com outros movimentos sociais, centrais sindicais e campanhas do campo popular, como Lute como Quem Cuida, Periferia Viva, Vamos Precisar de Todo Mundo, Nós Por Nós, além de voluntárias e voluntários.
Com mais de 130 mil mortes causadas pelo coronavírus no país, os protocolos de saúde garantem a segurança de todos os envolvidos durante as ações de solidariedade. É o que relata Ana Paula, professora de ensino fundamental e Mão Solidária no Rio de Janeiro.
“Queremos levar o melhor para quem vai receber e o ambiente traz a segurança sanitária que precisamos nesse momento. O selo Fora Bolsonaro estampado na marmita vai com toda nossa força de luta. É um trabalho extremamente necessário no Rio de Janeiro, visto que a situação aqui é dramática. Muitas pessoas perderam suas casas e foram expulsas de ocupações durante a pandemia”, diz Ana Paula.
A Marmita Solidária em Minas Gerais também distribuiu cerca de 1.500 quentinhas em Uberlândia, Belo Horizonte, Venda Nova, Ribeirão das Neves, Sarzedo e Taquaril. A iniciativa dos movimentos em organizar uma cozinha comunitária e doar para as pessoas neste momento crítico é uma forma de garantir o direito à alimentação, exercitando a solidariedade e partilhando a produção saudável.
Mais de 100 toneladas de alimentos foram doadas pelo MST só no estado de São Paulo, atendendo mais de 20 municípios que fazem parte da regional Andradina, Campinas, Grande São Paulo, Iaras, Promissão, Pontal de Paranapanema, Ribeirão Preto, Sudoeste e Vale do Paraíba.
Também foram entregues máscaras de confecção artesanal, roupas de frio e produtos de higiene. Esse foi o caso dos 300 litros de sabão de álcool produzido pelos assentamentos Dandara e Reunidas (Promissão/SP) a partir do reaproveitamento de óleo de fritura.
Somada às ações de solidariedade realizadas na capital e Grande São Paulo, também foi criada a Brigada Zilda Ramos responsável pelas Marmitas Solidárias. Entre abril e agosto, foram distribuídas 27 mil quentinhas. Junto à entrega, ainda foi constituída uma turma de agentes populares de saúde na Zona Norte da capital paulista.
A Editora Expressão Popular também participa doando livros. A partir desta iniciativa, recentemente a editora lançou a campanha “Solidariedade: doe livros para transformar o mundo!” para fomentar a construção de bibliotecas populares, garantir os livros nas cestas básicas e disponibilizar kits de leitura para militância envolvida nas ações de solidariedade.
Iniciativa de movimentos populares já distribuiu mais de 2 mil refeições com alimentos saudáveis durante a pandemia no Rio de Janeiro. No episódio #4 do podcast Terra Crioula, confira relatos das Mãos Solidárias. Ouça: https://https://www.youtube.com/watch?v=ZOtlWj3GWvI&ab_channel=TerraCrioula
O podcast Terra Crioula é uma parceria do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e o Setor de Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra do Rio de Janeiro (MST-RJ).
Acompanhe nas redes sociais: Instagram @terra_crioula Facebook.com/MST.Rio.RJ Twitter @rj_mst
Serão distribuídas 550 refeições com produtos oriundos da Reforma Agrária na capital e no sul-fluminense
Redação MST-RJ / Por: Clivia Mesquita e Pablo Vergara
Duas edições da Marmita Solidária acontecem simultaneamente no dia 7 de setembro como parte da programação unificada pelo Grito dos Excluídos na capital do Rio de Janeiro e no município de Resende, no sul do estado. A Marmita Solidária mobiliza diversas frentes do campo popular e distribui refeições de qualidade para a população em situação de vulnerabilidade social e trabalhadores informais durante a pandemia.
Serão preparadas 350 quentinhas da feijoada popular no Armazém do Campo RJ para a 7ª edição da Marmita Solidária na capital. A entrega ocorre a partir das 11h no centro do Rio, em localidades como a Rua do Passeio, Arcos da Lapa e a praça da Cruz Vermelha. Ao todo, a ação já distribuiu mais de 2 mil marmitas produzidas com alimentos vindos da Reforma Agrária e envolve cerca de 100 Mãos Voluntárias contribuindo na cozinha, limpeza, montagem e distribuição.
“Não só distribuímos refeições, mas também dialogamos com a sociedade explicando o porquê daquele alimento, de onde ele veio, que é oriundo da Reforma Agrária e da solidariedade nesses tempos de pandemia. O governo Bolsonaro além de golpista minimiza a pandemia enquanto tira direitos da classe trabalhadora. O Grito dos Excluídos é um dia de muita luta pra gente”, afirma Edneia Pinto, do assentamento Irmã Dorothy e coordenadora regional do sul-fluminense.
Em Resende serão 200 marmitas entregues simultaneamente na região da Baixa Olaria e na ocupação Vila Unida. O cardápio para esta 4ª edição no sul-fluminense é arroz, feijão, macarrão, frango com aipim e sopa de inhame com couve e mostarda. Além de assentados e assentadas no Irmã Dorothy, a ação também conta com cerca de 16 Mãos Voluntárias, inclusive de cidades vizinhas, que colaboram no transporte e entrega das refeições.
Para marcar o Grito dos Excluídos, os organizadores ainda planejam erguer duas faixas da campanha Fora Bolsonaro na Avenida Presidente Dutra, principal via de acesso entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Quer somar com a iniciativa? O custo de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia através da conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 27970-6) CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF).
Além do MST, também constroem a Marmita Solidária o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).
quinta-feira 3 setembro 2020
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MST Sudeste
Durante a pandemia, procura pelas cestas agroecológicas aumentou. Confira os pontos de comercialização no sudeste
Por Redação da Região Sudeste/MST Da Página do MST
Garantir que alimentos saudáveis e a baixo custo cheguem à mesa de todos os brasileiros tornou-se ainda mais urgente na pandemia. Na Grande Região Sudeste, que compreende os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, há em andamento 29 pontos de comercialização de cestas com produtos agroecológicos da Reforma Agrária vindos dos assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), suas cooperativas e parceiros nos estados.
A comercialização direta com quem trabalha na terra ganhou fôlego em meio a pandemia de Covid-19. Mais de 2.600 cestas circulam em toda região sudeste a cada quinze dias. Em cada município, as entregas variam a partir de cronogramas semanais ou quinzenais, em domicílio ou pontos fixos. E todas seguem as recomendações de autoridades sanitárias contra a disseminação do coronavírus.
A experiência ainda é uma importante ferramenta de diálogo com a sociedade sobre o projeto de Reforma Agrária Popular, segurança alimentar e o desmonte de políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que vem sofrendo cortes desde o golpe de 2016. Para Bruno Diogo, da coordenação regional no sudeste do setor de produção, cooperação e meio ambiente do MST, o aumento da demanda fortalece o debate em torno do alimento como um ato político.
“A experiência das cestas, principalmente nas cidade, a partir da entrega de alimentos saudáveis e de qualidade, já acontecia mesmo antes da pandemia. Porém, a quarentena e a necessidade de isolamento social potencializou muito a busca por essa alternativa. Para os camponeses se tornou uma grande possibilidade de convencimento da importância do alimento oriundo da Reforma Agrária, agroecológico e fresco que pode chegar com facilidade e diversidade à mesa dos trabalhadores”, afirma Bruno.
Em contraponto ao agronegócio, as cestas promovem a qualidade de vida das famílias Sem Terra, gerando trabalho e renda. Pães, bolos, doces, geleias, bebidas, ovos. Para além da tradicional diversidade de frutas, legumes e hortaliças, as cestas na Grande Região Sudeste também oferecem desde alimentos processados como arroz e café, até fabricações artesanais, produtos de origem animal e fitocosméticos.
Apesar pandemia ter resultado na redução das feiras locais e na demanda das compras institucionais como do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), alimentos saudáveis e sem veneno continuam chegando à mesa dos e das brasileiras a partir da comercialização das cestas da Reforma Agrária. Confira todos os pontos de comercialização funcionando durante a pandemia no sudeste (http://bit.ly/CestasMST-Sudeste) a seguir!
Rio de Janeiro
O MST no Rio se organiza a partir da logomarca estadual Terra Crioula. Durante a pandemia, a cesta da Reforma Agrária atende Macaé, Quatis, Campos dos Goytacazes, capital e São João de Meriti, na baixada fluminense. O levantamento da produção e o calendário de entregas é divulgado em listas de transmissão e grupos de consumidores no WhatsApp, além das redes sociais Terra Crioula. Mais de 200 pedidos são entregues em todo estado a cada quinze dias, com alimentos vindos de sete acampamentos e assentamentos.
O Armazém do Campo RJ também passou a entregar cestas em domicílio durante a quarentena (bairros atendidos sob consulta). A produção in natura é encomendada dos assentamentos do estado organizado pelo Coletivo de Comercialização Alaíde Reis, bem como a de processados artesanais como pães, bolos, queijo, doces e nhoque de mandioca.
O atendimento é pelo WhatsApp e o pedido mínimo é de R$70. A loja também voltou abrir as portas recentemente em horário reduzido, das 11h às 16h, de terça à sábado, com a recomendação de evitar aglomeração e o uso de máscara. A rede Armazém do Campo, presente no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife, ainda conta com um catálogo diverso de agroindustrializados vindos de cooperativas do MST de todo Brasil.
No Triângulo Mineiro as cestas agroecológicas do MST levam produtos de seis assentamentos para a cidade a preço popular. A iniciativa do setor de produção faz parte do projeto “Semeando Agroflorestas”, com objetivo de garantir alimentação saudável no campo mesmo durante a quarentena. As entregas são realizadas em quatro regiões na cidade de Uberlândia e chegam em cerca de 12 bairros, mais a região central. Todo o processo de produção e organização da cesta é cooperativo.
A cesta possui três tamanhos: pequeno, médio e grande, que variam de cinco a 11 itens entregues semanalmente. As experiências têm sido desenvolvidas de forma contínua em cinco regiões: Vale do Rio Doce, Metropolitana, Triângulo Mineiro, Sul de Minas e Zona da Mata, organizadas a partir dos núcleos de agroecologia dentro das áreas de assentamentos e acampamentos. A produção é proveniente de agroflorestas e plantios de ciclos curtos, tais como verduras e hortaliças.
No estado de São Paulo, existem atualmente 11 canais de comercialização de cestas com produtos vindos dos assentamentos e acampamentos do MST. Frutas, legumes, folhas, plantas alimentícias não convencionais, ovos, leite e derivados, pão e outros produtos processados são entregues em diversas cidades do estado como São Paulo (capital), Campinas, Valinhos, Presidente Prudente, Promissão, Bauru, Marília, Sorocaba, Itaberá, Ribeirão Preto, Guaratinguetá e Ubatuba.
As cestas são comercializadas diretamente pelas cooperativas de produtores e produtoras a partir de cronogramas de entregas semanais ou quinzenais. Também se desenvolvem a partir do projeto Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), um modelo solidário e sem intermediários, onde os agricultores contam com a participação de parceiros consumidores – chamados de “coo-agricultores” – para a organização e o financiamento da produção. Esse é o caso dos assentamentos da regional Pontal do Paranapanema e Promissão que participam do CSA Presidente Prudente e CSA Lins, respectivamente.
Doces, geleias, pães, kombuchas e fitocosméticos, além da diversidade tradicional de frutas, legumes e hortaliças estão disponíveis na cesta de produtos dos assentamentos e acampamentos do MST no Espírito Santo. As entregas ocorrem quinzenalmente em domicílio na capital, Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. A taxa de entrega é fixada no valor de R$5.
Com uma média de 25 cestas por edição, os pedidos são realizados a partir de um formulário online que é atualizado e divulgado semanalmente no WhatsApp e nas redes sociais. Os usuários podem montar cestas com os itens e as quantidades que desejar, sendo o total mínimo do pedido R$50. A expectativa do estado para os próximos meses é conquistar mais consumidores e ampliar as entregas.
O episódio #3 do podcast da Reforma Agrária Terra Crioula é comemorativo! Conheça a proposta que vem construindo novas relações entre campo e cidade no Rio de Janeiro, “cultivando luta, resistência e produção!”
O podcast Terra Crioula é uma parceria dos estudantes do curso anual de Comunicação Popular do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e o Setor de Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra do Rio de Janeiro (MST-RJ).
O MST-RJ se solidariza com a Casa Nem que sofreu uma ação de reintegração de posse hoje, 24/08, no espaço que ocupava em Copacabana. A Casa Nem é um espaço de acolhimento de LGBTI+ em situação de vulnerabilidade social.
Neste contexto de pandemia a sua existência é ainda mais fundamental, já que a população LGBTI+ está exposta a situações de maior desemprego, violência familiar no contexto de isolamento, e barreiras institucionais para o acesso a direitos.
Reafirmamos que despejo na pandemia é inaceitável. Há algumas semanas o MST também enfrentou o despejo de uma comunidade do Quilombo Campo Grande, importante área de produção agroecológica no estado de Minas Gerais. Ambas realidades se relacionam com a ausência do poder público garantindo o direito à moradia, assim como a convivência com o avanço dos interesses econômicos do capital, no campo e na cidade.
Direito à moradia, oportunidades de emprego e acesso aos direitos sociais para a população LGBTI+ são básicos para a existência de uma sociedade democrática.
Reafirmamos nosso compromisso com a superação da LGBTIfobi e pelo direito ao acesso à cidade para todes.
6ª edição acontece nesta segunda-feira (24) no centro do Rio; ação já distribuiu mais de 1.600 refeições no estado
Nesta segunda-feira (24) acontece mais uma edição da Marmita Solidária na capital carioca. A ação ocorre a partir das 11h, no Armazém do Campo RJ, localizado na Avenida Mem de Sá, 135, bairro da Lapa. Serão preparadas 300 refeições com alimentos agroecológicos produzidos pela agricultura familiar nos assentamentos organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio de Janeiro.
A Marmita Solidária é uma iniciativa que desde o início da pandemia mobiliza diversas frentes do campo popular e distribui refeições de qualidade para a população em situação de vulnerabilidade social. Caminhando para a 6ª edição, a ação já distribuiu mais de 1.600 marmitas e cerca de 100 mãos voluntárias contribuindo no preparo, entrega, limpeza, comunicação e doação de recursos financeiros.
A entrega acontece em regiões do centro do cidade com grande circulação de trabalhadores informais, camelôs e pessoas em situação de rua como a Rua do Passeio, Arcos da Lapa e a praça da Cruz Vermelha. O Rio de Janeiro já ultrapassou 15 mil óbitos por covid-19 desde o início da crise sanitária.
As organizações que promovem a Marmita Solidária afirmam que a pandemia acirrou as desigualdades sociais, e o mais importante nesse momento é salvar vidas. “Temos um governo que mata pela fome, pelo vírus e pela bala, ampliando a violência nas favelas e periferias através das ações policiais. Em contrapartida, a solidariedade aflora nas tantas ações realizadas pelo nosso próprio povo”, destacam, em nota conjunta.
“Precisamos pressionar nossos governantes para manter o isolamento social, fazer políticas que possam garantir que o povo tenha teto, comida e roupa”.
Na última edição, realizada no sul-fluminense, o Assentamento Irmã Dorothy, em Quatis, se encarregou de preparar 100 refeições. O local atendido foi a Vila Unida, uma ocupação localizada em Resende, com apoio do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no escoamento dos produtos da agricultura familiar.
Quer somar com a iniciativa?
O valor de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia através da conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 27970-6) CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF).
Além do MST, também constroem a Marmita Solidária o MPA, Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).
A solidariedade une as lutas e nos faz acumular forças contra as investidas do capital e dos poderosos. E foi um exemplo disso que ocorreu nesta quarta-feira (19) com a entrega de cerca de 30 cestas com a produção da Reforma Agrária Popular em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. A ação foi uma parceria com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), disponibilizando recurso para a compra da produção do MST-RJ, que, junto com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) organizaram a doação ao Colégio Agrícola de Campos, localizado em Guarus.
Na região, a CPT realiza um importante trabalho em comunidades quilombolas, de pequenos agricultores, assentamentos da Reforma Agrária, entre outros. Durante esta pandemia de COVID-19, a pastoral ajuda a construir a Campanha de Luta por Vida Digna, reunindo pautas emergenciais de combate à pandemia e o novo coronavírus. O que se agrava com o governo ultraliberal de Bolsonaro e Guedes que apertam cada vez mais o garrote no pescoço do povo, promovendo um genocídio da classe trabalhadora, principalmente do povo pobre e preto, enquanto liberam trilhões para os grandes empresários.
Nesse sentido o MST cumpre um importante papel social na solidariedade entre campo e cidade em tempos de pandemia. A doação das cestas agroecológicas ao Colégio Agrícola de Campos representa uma ação política de apoio mútuo e coletiva. As famílias periféricas das cidades são mais vulneráveis em tempos de pandemia, e a comunidade no entorno ao Colégio, uma população em grande parte sem poder trabalhar, passa a necessidade básica de alimentos.
A ação contribui também para a solidariedade entre trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, articulando organizações sociais importantes, como sindicatos, o movimento social do campo e pastorais sociais. O Colégio Agrícola, sendo um espaço de educação e formação humana, é um importante espaço de articulação comunitária e fortalecimento do debate das lutas sociais do campo por educação e Reforma Agrária Popular. Um grande parceiro dos movimentos sociais.
Foram mais de 200kg de produtos do coletivo de produção da Reforma Agrária Popular, que reúne os assentamentos Zumbi dos Palmares, Dandara dos Palmares e Josué de Castro, além da juventude do MST. Contando com produtos de hortifruti, processados e de saúde, como alface, couve, tapioca, casadinhos, farinha de mandioca, aipim, cenoura, beterraba, cheiro verde e sabonetes fitoterápicos.
Assim o povo organizado mostra que não vai aceitar passivamente esta situação imposta pelo capital e o governo, lutando por soberania alimentar e garantindo que o alimento produzido pelo povo do campo chegue a outros setores da população.