Boletim32
domingo 25 dezembro 2011 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO – N. 32 – dezembro de 2011
Companheir@s,
Inicialmente, pedimos desculpas pela paralisação do Boletim do MST Rio por 2 meses. Tivemos problemas técnicos que já foram resolvidos, e esperamos retomar o envio quinzenal do Boletim no início do próximo ano.
Nesta edição de número 32, completamos 22 boletins no ano de 2011. Durante este período, fizemos um esforço de priorizar as matérias relacionadas ao MST Rio. Mesmo considerando este um veículo de comunicação popular que deve refletir a classe trabalhadora em geral, temos um objetivo claro que é o de mostrar ao mundo o dia a dia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra no estado do Rio de Janeiro.
Relatamos ocupações, despejos, manifestações e encontros. Narramos as lutas nos acampamentos e assentamentos Marli Pereira da Silva, Osvaldo de Oliveira, Terra Livre, São Roque, Dorothy Stang, Mariana Crioula, 17 de abril, Edson Nogueira, Sol da Manhã, Zumbi dos Palmares, Campo Alegre, Paz na Terra, Terra da Paz, Roseli Nunes, Josué de Castro, Madre Cristina, Sebastião Lan, Oziel Alves e Cláudia e Néia.
Seja contra as usinas de cana do grupo Othon ou contra o Porto do Açu de Eike Batista, o Boletim do MST Rio procurou ao máximo dar visibilidade aos ataques da burguesia contra o nosso movimento. Estivemos juntos também nas conquistas, como o curso de Serviço Social para assentados na UFRJ, os diversos cursos de Saúde nos assentamentos, a medalha Tiradentes recebida pelo MST, o encontro dos Sem-Terrinha e, neste mês, a Feira da Reforma Agrária e a comemoração com os amigos dos 15 anos do MST no estado do RJ.
Este ano também tivemos uma seção dedicada à Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. Foram 27 matérias mostrando a grande evolução desta campanha, os danos e doenças causados pelos agrotóxicos aos seres humanos, e sobretudo a alternativa agroecológica presente no nosso projeto de reforma agrária.
Entre as notícias do Rio de Janeiro, demos destaque aos ataques sofridos pela população pobre do Rio em função da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Além disso, acompanhamos de perto os absurdos envolvendo o licenciamento da TKCSA, que mesmo contaminando o povo de Santa Cruz, continua apadrinhada por Carlos Minc e o governo do estado.
A reforma agrária segue na nossa pauta, mas continua fora da pauta do governo. Mesmo com as conquistas em âmbito nacional da jornada de agosto, a situação no Rio continua a mesma: 4 anos sem novos assentamentos, e sem perspectiva alguma. Campo Alegre aguarda há 27 anos pela regularização de suas terras. Os acampamentos Terra Livre e Sebastião Lan II já vão completar 13 e 14 anos, produzindo alimento saudável mesmo sem o título da terra.
Nos preparamos para mais um ano de lutas com a certeza de que, enquanto houver um trabalhador rural sem terra para plantar, uma criança sem escola para estudar, e enquanto nossos alimentos estiverem contaminados por agrotóxicos e transgênicos, estaremos lutando por uma reforma agrária que traga justiça social e soberania popular.
Pátria livre, venceremos!
MST Rio realiza II Feira da Reforma Agrária no Largo da Carioca
Com a participação de mais de 60 agricultores e agricultoras organizados no MST/RJ de diferentes regiões do estado, foi realizada a II Feira Estadual da Reforma Agrária, no Largo da Carioca durante os dias 8 e 9 de dezembro.
A produção diversificada contou com tomates, mandioca, abacaxi, feijão de corda, coco, banana, limão, plantas ornamentais, produtos de plantas medicinais, cosméticos caseiros, entre muito outros.
A Feira da Reforma Agrária foi organizada pelo MST, mas também contou com a presença de agricultores ligados à Articulação de Agroecologia do Estado do Rio de Janeiro, da qual o MST também faz parte.
Entre amigos, MST celebra 15 anos de luta no Rio
Na última sexta-feira (9), o MST/RJ comemorou seus 15 anos no Estado ao lado dos amigos e amigas. A celebração aconteceu do modo como esses setores sempre estiveram: juntos. Reunidos em duas colunas, frente a frente, no auditório do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ), utilizaram de canto, dança, filme e discursos para, basicamente, recordar.
Entre o som de uma e outra canção, a história da atuação do movimento no Rio foi contada desde o princípio, em 1996. Em verdade, o relato inicia ainda nos anos 1950, com os conflitos de terra na Baixada Fluminense, devido ao avanço da especulação imobiliária. As primeiras ocupações de terra começam em 1997, em usinas sucroalcooleiras. Neste ano, já chegam ao coração da indústria de cana-de-açúcar, na região de Campos. O maior assentamento do Estado, o Zumbi dos Palmares, ameaçado atualmente de ser afetado pelo desvio de traçado da BR-101, foi uma conquista daquele ano. Nos anos seguintes, segue a trajetória de luta do movimento, até os dias conturbados da atualidade, quando a Reforma Agrária deixou de ser pauta de todos os governos, o Brasil se torna recordista mundial de consumo de agrotóxicos e é virtualmente escolhido pela Comunidade Internacional como país exportador de produtos primários.
Mutirão na Comunidade Roseli Nunes
O mutirão é uma iniciativa que os companheiros e companheiras da Comunidade Roseli Nunes encontraram de integração, trocas de experiências e de solidariedade. Somente desta maneira foi possível transformar um latifúndio que não produzia alimentos em uma grande área nas mãos de camponesas e camponês produzindo alimento saudável para suas famílias e para comunidade de Piraí e quem sabe um dia para o Brasil e o mundo, livre de agrotóxicos e de fertilizantes minerais sintéticos. “Quem sonha grande põe os pés na estrada” como já disse o poeta Ademar Bogo.
O mutirão segue um planejamento feito pelo grupo, onde todos os participantes recebem o mutirão em sua terra. A escolha da família que receberá o mutirão é feita através de sorteio. A família que recebe é responsável pelo lanche e por planejar a atividade que será realizado no dia. O trabalho é realizado das 7:30 as 11:00 hs. Quando o mutirão for feito na última família, será realizado um almoço coletivo, onde será feito o novo planejamento do mutirão.
Acampados paralisam estrada para cobrar desapropriações no Rio de Janeiro
Cerca de 200 trabalhadores dos acampamentos Claudia e Neia e Osvaldo de Oliveira paralisaram a BR 101 na altura da do assentamento Terra Conquistada, no município de Campos dos Goytacazes. Essa mobilização faz parta das lutas que ocorreram em vários estados nos dias 29 e 30 de novembro, como continuidade da pressão ao governo pela realização da Reforma Agrária.
“A ação é uma forma de pressão para que se cumpra o planejamento das vistorias e das desapropriações de fazendas improdutivas pelo Incra no estado do Rio de Janeiro”, afirma Marcelo Durão, da Coordenação Nacional do MST.
A ação é resultado do descumprimento dos compromissos firmados pelo governo na jornada de lutas de agosto, quando foi montado um acampamento com 4 mil pessoas em Brasília e mobilizadas mais de 50 mil Sem Terra em 20 estados.
Acampamento Osvaldo de Oliveira: A Luta Continua
O Acampamento Osvaldo de Oliveira, que fica em Macaé, vive momento importante de resistência, realizando reconstrução e reorganização do seu acampamento após o último despejo. Com muita garra e animação, estão firmes na luta pela terra e pela Reforma Agrária.
No dia 16 de outubro de 2011, por força de uma liminar de despejo as 80 famílias do acampamento Osvaldo de Oliveira foram obrigadas a saírem da área e se transferir do KM 171 da Br 101 para a Comunidade Califórnia, na margem da linha de trem desativada Leopoldina- Campos. Este foi o quarto despejo que atingiu este acampamento.
Mesmo sendo este um momento de desgaste para famílias, pela sensação de perda e de começar tudo de novo, elas não desanimaram, e neste processo o acampamento vem ganhando novas famílias para luta, hoje já são 110 famílias acampadas.
Campanha Contra os Agrotóxicos realiza seminário estadual na Bahia
O comitê baiano da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida realizou neste fim de semana (17 e 18 de dezembro) o seu I Seminário Estadual de Planejamento. Além dos militantes dos comitês já formados no estado – Salvador e Vale do São Francisco – estiverem presentes militantes de cidades de toda a Bahia, como Guanambi, Cícero Dantas, Ipirá, Cruz das Almas, Juazeiro, Itabuna, Ilhéus, Arustina, Esplanada, Camamú, Araçá, Juçara, Irecê, Itapetinga, além de convidados do Quebec (Canadá) e Rio de Janeiro.
O encontro aconteceu no CEAS – Centro de Ação Social, em Salvador, e contou com cerca de 40 pessoas. Militantes de movimentos sociais, estudantes e sindicalistas de diversas entidades do estado já vinham realizando ações isoladas na luta contra os agrotóxicos, e o objetivo do seminário foi dar unidade para as ações no estado.
PCB organiza ato público em lembrança dos 100 anos de Marighella
A comemoração dos 100 anos do nascimento de Carlos Marighella, realizado na Associação Brasileira de Imprensa, contou com a presença de mais 600 pessoas, resgatando a memória de Carlos Marighella.
A mesa do evento contou com a presença de Maurício Azedo, Presidente da ABI, Wadih Damous, Presidente da OAB – RJ, Cecília Coimbra, Presidente do Grupo Tortura Nunca Mais RJ, Iara Xavier, Representante de Zilda Paula Xavier Pereira, da primeira direção da Ação Libertadora Nacional – ALN, Ivan Pinheiro, da Comissão Organizadora, representante da Fundação Dinarco Reis e Secretário-Geral do PCB, Carlos Augusto Marighella, filho de Carlos Marighella, Amanda Matheus, da Direção Nacional do MST, Luiz Rodolfo Viveiros de Castro, da Comissão Organizadora, Carlos Eugênio Clemente – Comissão Organizadora e representante da Rede Democrática.
A atividade iniciou com um documentário feito sobre a vida de Carlos Marighella, Marighella: “Quem samba fica, quem não samba vai embora”, do cineasta argentino Carlos Pronzato.
Carta aberta aos moradores de Campos e São João da Barra
Neste momento em que os corações se preparam para a maior confraternização das famílias cristãs, convidamos todos a manifestarem apoio público na contraposição às arbitrariedades, ilegalidades e desumanidades que estão sendo praticadas, em nome do desenvolvimento e da megalomania de alguns empresários, contra pequenos agricultores e pescadores.
Agricultores protestam contra fim de convênio para construção de cisternas
Cerca de 15 mil agricultores da região do Semiárido realizaram, na manhã desta terça-feira (20), uma manifestação para criticar o fim do repasse de verbas federais para a construção de cisternas.
De Juazeiro (BA), os trabalhadores seguiram em marcha pela ponte que liga a cidade a Petrolina (PE). Depois de um piquete na ponte, os agricultores encerraram o ato na praça da catedral do município pernambucano.
O motivo do protesto foi o término da parceria de oito anos entre o governo federal e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) – rede que conta com mais de mil entidades. Com isso, a ASA não poderá dar continuidade aos programas 1 Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que visam à construção de cisternas para captação de água da chuva em comunidades rurais.
30 anos do Jornal Sem Terra
O Jornal Sem Terra está completando 30 anos. Ele é o precursor das atividades de comunicação do MST. Surgiu em maio de 1981, no acampamento Encruzilhada Natalino, no Rio Grande de Sul. Quando o acampamento foi tornado área de segurança nacional pelo regime militar e cercado pelo Exército, as famílias acampadas procuraram uma forma para romper o cerco, físico e político, imposto pela ditadura militar e criaram o Boletim Sem Terra.
O objetivo era informar a sociedade sobre a realidade das famílias acampadas e conquistar solidariedade à luta pela Reforma Agrária. Em 1984, no primeiro Encontro Nacional do MST, em Cascavel, o Boletim que já possuía o formato de Jornal foi declarado órgão oficial da organização e a circulação passou a ser nacional.
Boletim MST Rio
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2011-12-25 » alantygel
28 março 2012 @ 1:20
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