Boletim 43
quarta-feira 21 novembro 2012 - Filed under Boletins
Boletim do MST RIO – N. 43 – 21 de novembro a 4 de dezembro de 2012
Acampamento da Cambahyba já tem nome: Luís Maranhão
Ocupada na madrugada do dia 2 de novembro, a área da usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes (RJ), foi batizada no dia 9 de novembro. O homenageado foi Luís Maranhão, militante do PCB, e uma das dez pessoas incineradas nos fornos da usina durante a ditadura civil-militar.
Passadas 3 semanas da ocupação, o acampamento Luís Maranhão vai se estruturando a cada dia. Novas pessoas têm chegado todos os dias, e hoje já há cerca de 130 famílias, divididas em 10 núcleos. Em cada núcleo, as famílias ficam responsáveis entre si. A barracas já tem luz elétrica e com isso já há um certo conforto.
Lutadora Dorcelina Folador é homenageada na Escola de Militantes do MST RJ
A IV turma da Escola Estadual de Militantes do MST RJ iniciou sua segunda etapa no dia 12 de novembro no acampamento Claudia Néia, no Município de Campos dos Goytacazes, e finalizará a etapa com a formatura da turma no dia 24/11. A turma conta com 18 educandos/as de acampamentos e assentamentos do estado do Rio de Janeiro.
Esta etapa tem sido marcada por muita mística, pois foi denifido o nome da turma, homenageando a grande lutadora Dorcelina Folador, professora, poeta, militante do MST no estado do Paraná, assassinada em 30 de outubro de 1999.
Setor de Saúde produz fitoterápicos para Feira da Reforma Agrária
Uma das práticas mais usadas nas áreas da reforma agrária em busca de cura de diferentes enfermidades é o uso das plantas medicinais. Muitas vezes estas ervas estão ali mesmo no território, esperando somente a colheita e manuseio para serem utilizadas. Esse conhecimento, que emana sabedoria histórica com a correlação com a natureza, é constantemente estimulado pelo Setor de Saúde do MST no Rio de Janeiro.
Na Feira da Reforma Agrária, que será realizada nos dia 10 e 11 de dezembro no Largo da Carioca, serão comercializados produtos fitoterápicos que são produzidos por pessoas que compõem o Setor de Saúde no estado, a partir do uso de plantas medicinais sem agrotóxicos. Esta prática visa a produção coletiva, a troca de saberes e o compromisso com estudos sobre as plantas usadas.
Brincadeiras e formação política no encontro dos Sem Terrinhas na Região Sul Fluminense
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) da Região Sul Fluminense realizou, no dia 27 de outubro, o III Encontro dos Sem Terrinhas. A atividade contou com a participação de crianças de 04 a 12 anos, oriundas dos Assentamentos: Roseli Nunes, Terra da Paz (Piraí), Vida Nova (Barra do Piraí), e dos Acampamentos: Irmã Doroti (Quatis) e Mariana Crioula (Valença).
Foi um dia de confraternização dos Sem Terrinhas e ao mesmo tempo um espaço de formação. Além das brincadeiras e apresentação do “Palhaço Alegria”, o encontro foi um espaço de formação da “criançada” que debateram a participação delas no sexto congresso nacional do MST, que se realizará em 2013.
Espetáculo TERRA é apresentado no Acampamento Osvaldo de Oliveira
Atividades culturais também fazem parte da rotina de trabalho, formação política e luta pela reforma agrária dos moradores do acampamento Osvaldo de Oliveira, localizado em Macaé, na região norte do Rio de Janeiro. No último dia 28 de outubro, eles assistiram ao espetáculo teatral “TERRA – A história de João Boa Morte – Cabra Marcado para Morrer” da Cia de Teatro Ícaros do Vale, de Minas Gerais.
Este é o trabalho mais maduro do grupo que dialoga diretamente com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já que os atores fizeram pesquisas e acompanharam atividades em assentamentos do MST no Vale do Jequitinhonha em Minas.
A peça conta a história de um lavrador que reage à exploração do fazendeiro e, por esta razão, é condenado a vagar pelo sertão, pois não encontra ninguém que lhe dê emprego. Quando resolve matar a mulher, os filhos e a si próprio, encontra Chico Vaqueiro, que o conduz às ligas camponesas.
Maracanã: mobilização popular pede plebiscito sobre concessão
Em defesa de um processo democrático na reforma e na gestão do Maracanã, um pedido de plebiscito sobre a concessão do estádio foi encaminhado à mesa diretora da ALERJ, no último dia 14 de novembro. A proposta, elaborada por movimentos da sociedade civil, já conta com a adesão de 33 deputados.
Segundo nota emitida pelo Comitê Popular Rio da Copa e Olimpíadas, essa “é uma consequência evidente da mobilização popular contra este processo arbitrário de privatização, demolição e mau uso do dinheiro público que o governo do estado conduz, com indícios claros de favorecimento a determinados grupos empresariais”.
Índios da Aldeia Maracanã: “Vamos ficar por questão de justiça”
“Vamos ficar por questão de justiça e reparação dos povos indígenas”, garantiu Afonso Apurinã, um dos líderes da aldeia Maracanã, localizada no prédio do antigo Museu do Índio. O governador Sérgio Cabral pretende demolir o prédio e despejar os indígenas para dar início às obras no entorno do estádio que sediará disputas da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Os índios, no entanto, asseguram que vão lutar até o fim, e prometem fazer um cordão de isolamento humano assim que os carros do governo estadual chegarem. Apurinã afirmou que a adesão ao movimento indígena aumentou após a cassação das liminares pela desembargadora Federal Maria Helena Cisne, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
Gerente-Geral de Toxicologia da ANVISA é exonerado por denunciar corrupção
O gerente-geral de toxicologia da ANVISA, Luís Cláudio Meirelles, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (14). Segundo carta divulgada, o pesquisador que trabalhava há 12 anos na ANVISA, denunciou irregularidades graves na liberação de agrotóxicos. “As graves irregularidades envolveram o deferimento de produtos sem a necessária avaliação toxicológica, falsificação de minha assinatura e desaparecimento de processos em situação irregular.”
Ao constatar as irregularidades, Meirelles tomou as atitudes esperados de um funcionário público: “Em seguida, solicitei ao Diretor-presidente o afastamento do Gerente da GAVRI, pois os problemas estavam relacionados às atividades de sua Gerência, assinalando que houve rompimento da relação de confiança exigida para o cargo.”. Entretanto, a medida contrariou interesses maiores dentro da instituição, e na relação com o Ibama e MAPA.
Associação Brasileira de Saúde Coletiva lança 3a parte de dossiê sobre agrotóxicos
Foi lançada nesta sexta-feira (16) a terceira parte do dossiê sobre agrotóxicos da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO. O lançamento ocorreu durante o congresso da entidade, conhecido como Abrascão, que está ocorrendo em Porto Alegre (RS) com participação de mais 8.000 pessoas, sendo maior congresso do gênero na América Latina.
As primeiras duas partes do dossiê “Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde” foram lançadas também este ano, durante o congresso mundial de Nutrição e na Cúpula dos Povos na Rio+20, ambos no Rio de Janeiro. O lançamento foi precedido por uma mística, realizada pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, em que foi retratada a trajetória de vida de um camponês que utilizava agrotóxicos e mudou sua vida, transformando seu modelo de produção a agroecologia.
INCA realiza seminário sobre Agrotóxicos e Câncer e reafirma compromisso com a Campanha
Nos dias 7 e 8 de novembro, o Institituto Nacional do Câncer – INCA, realizou o seminário Agrotóxicos e Câncer. Estiveram presentes representantes dos Ministérios da Saúde, Desenvolvimento Agrário e Meio-Ambiente, além de instituições como a Fiocruz, Anvisa, Abrasco, CONSEA e Ministério Público. A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida também esteve presente, trazendo a contribuição da sociedade civil acerca do tema. O Ministério da Agricultura foi convidado, mas não compareceu.
Durantes os dois dias de evento, 5 mesas debateram diversos temas, buscando afirmar de forma inquestionável a relação do uso de venenos na agricultura com o aumento de casos de câncer no meio rural. Estudos epidemiológicos apresentados pelas pesquisadoras Ubirani Otero (INCA) e Neice Faria (UFPel) mostraram que as chances de um agricultor exposto aos agrotóxicos desenvolver diversos tipos de câncer é mais alta do que o normal.
Reforma agrária pode ter seu pior ano desde 1995
Somente 10.815 famílias foram assentadas em 2012 pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. Essa é a taxa mais baixa registrada neste mesmo período em dez anos e representa apenas 36% da meta estabelecida para 2012, de 30 mil famílias. Em 2011, 21.933 famílias beneficiadas pela reforma agrária – no pior desempenho dos últimos 16 anos. Estas informações foram divulgadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e constam em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Do total de R$ 3 bilhões destinados no Orçamento da União ao Incra, só 50% foram liquidados até agora, segundo informações do Siga Brasil – sistema de acompanhamento de execução orçamentária do Senado. No caso específico da verba para aquisição de terras para a reforma agrária, o resultado é mais desalentador: até a semana passada haviam sido autorizados gastos de 41% do total de R$ 426,6 milhões desta rubrica.
III Feira da Reforma no Largo da Carioca
Participe da III Feira da Reforma Agrária, dias 10 e 11 de dezembro, no Largo da Carioca, Rio de Janeiro! Venha ver e provar a produção dos acampamentos e assentamentos do MST no estado do Rio.
Boletim MST Rio
- Nesta edição: Vívian Viríssimo, Alan Tygel, Nívia Silva e Ivi Tavares
- Contato: boletimmstrj@gmail.com
- Arquivo de boletins: clique aqui.
2012-11-21 » alantygel
6 dezembro 2012 @ 8:49
[…] < Boletim 43 […]