Boletim do MST RIO – N. 54 – 9 e 10 de dezembro de 2013 – Especial
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Coco, abacaxi, jiló e arroz. Samba, Maracatu, Rap e Forró. Coentro, abóbora, limão e leite. Modas de viola, Coco, Ciranda e o batidão do Funk Carioca.
Entre um bolo de aipim e um suco de couve com limão, os visitantes da IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes puderam aproveitar o melhor da música brasileira no Largo da Carioca, nos dias 9 e 10 de dezembro. Para Andrea Matheus, da coordenação do MST, “o objetivo da feira, mais do que vender os produtos, é dialogar com a sociedade e reafirmar a necessidade da reforma agrária no Rio de Janeiro”.
Assim, nada melhor do que começar o diálogo com o grupo Lá e Cá, que abriu a programação na segunda-feira com um trio instrumental que atraiu a curiosidade de quem passava apressado para o almoço. No final do dia, uma autêntica roda de samba envolveu feirantes e consumidores. O bloco Samba Brilha, esquentando os tambores para o carnaval, afirmou seu comprometimento com as lutas sociais na feira da Reforma Agrária.
50 mil pessoas, 30 toneladas, 600 metros quadrados, 2 dias … e nenhuma linha na mídia burguesa
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizou durante 2 dias a maior feira da reforma agrária já feita no Rio. Uma estrutura de 600 metros quadrados foi instalada no Largo da Carioca, uma das regiões mais movimentadas da cidade. No total, foram comercializadas 30 toneladas de produtos frescos e industrializados produzidos em assentamentos do Rio e de outros estados.
Estima-se que 50 mil pessoas passaram pelo local durantes as 30 horas de feira. Além da venda de produtos, ainda aconteceram 8 shows de bandas e grupos culturais, e 4 debates. Uma rádio web transmitiu o evento ao vivo.
Mesmo assim, a IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes não mereceu sequer uma linha nos grandes veículos de comunicação. Nenhum dos veículos da Globo se dignou a noticiar o evento. O jornal O Dia, que à época do assassinato de Cícero deu o destaque de cunho altamente sensacionalista, também fingiu que nada aconteceu. Assim também o fizeram o portal UOL, que hospeda o site da Folha de São Paulo, a Veja, e o Estadão.
Feira reafirma necessidade da reforma agrária no Rio de Janeiro
Foi apenas a quarta edição da feira, mas os números dão o tom de um evento que já se consolidou no Rio de Janeiro: 30 toneladas de alimentos, sendo 11t industrializados e 19t frescos, 110 agricultores e agricultoras, 2 cooperativas do RJ, 6 cooperativas de outros estados, e uma estimativa de 50 mil visitantes em dois dias.
Esses foram os números da IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, realizada nos dias 9 e 10 de dezembro, no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro. Mas para Andrea Matheus, umas das coordenadoras da feira, isso não foi o mais importante:
“A feira cumpriu seu objetivo fundamental, de seguir pautando a reforma agrária e a necessidade de se olhar para os assentamentos. Mostramos para os cariocas que as áreas de reforma agrária do nosso estado são capazes de produzir alimentos diversificados e saudáveis. Para além da questão financeira, das vendas, o importante é a oportunidade de dialogar com a população sobre o sentido da luta pela terra.”
Primeiro dia da Feira da Reforma Agrária termina com samba, maracatu e funk carioca
Ao som dos blocos Samba Brilha, Olokum e Apafunk, termina o primeiro dia da IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes. Desde as 7 sete da manhã, agricultoras e agricultores de assentamentos de todo o estado venderam seus produtos no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro, e dialogaram com a sociedade.
A movimentação começou lenta pela manhã. O público parecia ainda estar de ressaca pela última rodada do Campeonato Brasileiro, em que dois times do Rio foram rebaixados. No entanto, na hora do almoço, os trabalhadores desceram dos prédios e a feira ficou lotada. Algumas barracas venderam todos os seus produtos ainda na metade do primeiro dia.
Começa a IV Feira da Reforma Agrária no Centro do Rio
Começou nesta manhã a IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, no Centro do Rio de Janeiro. Camponeses de todas as regiões do estado trouxeram sua produção para dialogar com a sociedade carioca.
O ato de abertura homenageou o militante Cícero Guedes, assassinado no início do ano em Campos dos Goytacazes. Segundo Elisângela Carvalho, da coordenação estadual do MST, Cícero foi um dos maiores incentivadores desta feira. “Abrimos esta feira com um misto de alegria e tristeza. É bom estar aqui hoje com nossos produtores, mas sentimos a falta do Cícero. Ele pode não estar fisicamente, mas toda a nossa luta é inspirada nele. Por isso dizemos: Cícero Guedes, presente, presente, presente!”
Estiveram presentes na abertura o superintendente do INCRA, Gustavo Noronha, e representantes da Concrab, do MDA, e da Coopscamp, a cooperativa dos assentados da região norte do estado.
Acompanhe a feira ao vivo pela Rádio Levante:
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Começa amanhã a IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, no Largo da Carioca. Além da venda de produtos da Reforma Agrária do Rio de Janeiro e de outros estados, a feira conta ainda uma vasta programação cultural. Confira: SEGUNDA – 9 de dezembro TERÇA – 10 de dezembro 07h – Início da Feira […]
IV Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes – Release de Imprensa
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Cambahyba: Justiça dá mais uma prova de que não foi feita para os pobres
Declaradas improdutivas em 1998, terras da Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, não foram desapropriadas até hoje. MST exige que a área seja destinada à reforma agrária.
No Brasil, dizer que a Justiça é cega apenas para os pobres já é comum. Entretanto, poucos casos mostram de forma tão contundente a vontade do Judiciário em defender os interesses dos poderosos. O processo da Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes (RJ) é certamente um deles.