Boletim do MST RIO – N. 43 – 21 de novembro a 4 de dezembro de 2012
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Ocupada na madrugada do dia 2 de novembro, a área da usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes (RJ), foi batizada no dia 9 de novembro. O homenageado foi Luís Maranhão, militante do PCB, e uma das dez pessoas incineradas nos fornos da usina durante a ditadura civil-militar.
Passadas 3 semanas da ocupação, o acampamento Luís Maranhão vai se estruturando a cada dia. Novas pessoas têm chegado todos os dias, e hoje já há cerca de 130 famílias, divididas em 10 núcleos. Em cada núcleo, as famílias ficam responsáveis entre si. A barracas já tem luz elétrica e com isso já há um certo conforto.
Participe da III Feira da Reforma Agrária, dias 10 e 11 de dezembro, no Largo da Carioca, Rio de Janeiro! Venha ver e provar a produção dos acampamentos e assentamentos do MST no estado do Rio.
Acampamento na usina Cambahyba consolida a ocupação e derruba ordem de despejo
O acampamento montado após a ocupação da usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, segue em seu processo de consolidação e organização das famílias. A área foi ocupada no madrugada do dia 2 de novembro por 200 militantes do MST. Além de estar desde 1998 classificada como improdutiva pelo INCRA, a fazenda foi palco de horrores durante a ditadura civil-militar brasileira: 10 presos políticos foram incinerados no local.
Nesta segunda-feira (5), uma juíza de plantão assinou uma reintegração de posse com liminar de despejo, a pedido dos proprietários. No entanto, no dia seguinte a decisão foi revogada, e o resultado já foi considerado a primeira vitória do acampamento. No mesmo dia, os acampados entraram com uma denúncia na polícia contra um pistoleiro que ameaçava as famílias. O batalhão local se comprometeu a colocar rondas pela região todos os dias.
Durante os dias 05 e 06 de outubro de 2012, na creche comunitária, próxima ao assentamento Terra Prometida do MST em Tinguá, Nova Iguaçu, foi realizado o encontro Regional dos Sem Terrinha.
O encontro teve como tema “Sem Terrinha: Por Escola, Terra e Alimento Sem Veneno, Rumo ao VI congresso do MST”, e contou com a participação de 50 Sem Terrinhas oriundos dos assentamentos do MST e da comunidade local. Também participaram do encontro militantes do MST e oficineiros amigos do MST no Rio de Janeiro.
A realização do encontro Sem terrinha seguiu uma orientação do MST a nível nacional, que foi debater as questões do VI congresso que acontecerá em 2013 e também a solidariedade as crianças da Palestina. Além de trabalhar temas que ainda não são garantidos para as crianças do campo, como escola e educação de qualidade, a garantia de poder estarem assentadas e poder produzir alimento saudável.
O que é a marcha patriótica da Colômbia?
O Movimento Político e Social Marcha Patriótica (MMP) surge no ano 2010, na comemoração do bicentenário da primeira gesta independentista da Colômbia e da América Latina. Temos logrado convocar a múltiplas organizações populares com uma ampla experiência de luta e um legitimo legado, construído durante mais de meio século de reclamações pela terra, a saúde, a educação, o trabalho digno, pelo respeito dos territórios e na resistência contra o modelo neoliberal. No MMP convergem mais de dois mil organizações de base, sociais e políticas em todo o território nacional e no exterior.
MST ocupa parque industrial da Usina Cambahyba em Campos dos Goytacazes
Cerca de duzentas famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta sexta-feira (2) o parque industrial da Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes. A usina é um complexo de sete fazendas que totalizam 3.500 hectares. Esse latifúndio foi considerado improdutivo, segundo decisão do juiz federal Dario Ribeiro Machado Júnior, divulgada no último dia 17 de junho. A área pertencia ao já falecido Heli Ribeiro Gomes e agora é controlada por herdeiros.
Além de não cumprir a função social da propriedade, as fazendas da Usina Cambahyba acumulam dívidas de milhões com a União e seu processo de desapropriação está paralisado há 14 anos – desde que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) considerou aquelas terras improdutivas e passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária.
Durante os dias 07, 08 e 09 de setembro de 2012, foi realizado o 1º espaço de formação e preparação para o VI congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio de Janeiro (MST-RJ). O encontro aconteceu no espaço de formação do Sindicato dos Petroleiros (SINDPETRO-Duque de Caxias), situado em Tinguá, Baixada Fluminense. Participaram do espaço 80 militantes do MST-RJ,oriundos de acampamentos e assentamentosdas regiões, Norte, Sul e Baixada Fluminense.
A história do Movimento Sem Terra é marcada por grandes mobilizações sociais, sendo uma dessas, os congressos, que são realizados de cinco em cinco anos. Esse é um espaço aonde os trabalhadores e trabalhadoras vindo de todos os Estados onde o MST está representado podem dialogar e definir as linhas políticas para os anos seguintes. Essa é a maior instância de decisão construída pelo MST ao longo de sua trajetória.