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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro
quarta-feira 10 novembro 2010
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Boletins

Boletim do MST RIO — Nº 07 — De 09 a 23/11/2010

300 anos de opressão e luta. 5 anos de acampamento!
A ocupação da Fazenda da Pedra, completo seu quinto aniversário no dia 23 de outubro desse ano. Mas a história dessa luta tem quase 3 séculos, quando da apropriação das terras da Fazenda da Pedra durante o ciclo do café. A maior prova disso é a existência ainda hoje do Quilombo de Santana. Desde então a luta pela terra não parou mais e a história dessas duas lutas (Quilombolas e Sem Terra) se encontram na força que os quilombolas deram para a ocupação das terras da Fazenda da Pedra. Logo na primeira assembléia do acampamento, em outubro de 2005, o povo acampado dizia que na Fazenda da Pedra nascia a COMUNIDADE IRMÃ DOROTHY… reforçando a identidade de luta pela terra e o resgate da memória dos lutadores e lutadoras do povo. Mas até quando vamos comemorar aniversário de resistência do acampamento?? Queremos comemorar o Assentamento!
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Acampamento Contra As Privatizações Em Defesa Do Brasil
Cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio de Janeiro e dos estados do ES, PR e SP realizaram um acampamento em frente ao Edifício Sede da Petrobrás (Edise) no centro da cidade do Rio de Janeiro, de 21 a 29 de outubro. Os militantes participaram do grande ato público Contra o Retrocesso e em Defesa Do Emprego, dos Direitos, do Patrimônio Público e da Soberania Nacional, que reuniu cerca de 20 mil pessoas em passeata pela Av. Rio Branco. Após esta manifestação, os militantes do movimento se mantiveram em mobilização por mais uma semana e montaram acampamento.
Pelo menos em outras quatro capitais do país, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, integrantes do MST também realizaram mobilizações com os mesmos objetivos que a do Rio, que é de derrotar o candidato da direita e impedir a volta do neoliberalismo e das privatizações. Marcelo Durão, coordenador estadual do MST, ressalta a importância de manter o povo mobilizado, mesmo depois das eleições. “No Rio de Janeiro estamos desde 2007 sem assentamentos, por isso, além de lutar contra o retrocesso, precisamos cobrar que o próximo governo atenda às reivindicações dos movimentos sociais, como saúde, educação, trabalho, moradia e reforma agrária”.
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O Canecão (e o bingo) são da UFRJ!
Segmentos universitários defendem a criação, no local, de um espaço cultural público e democrático. A luta de mais de 40 anos para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) reaver o terreno onde irregularmente funcionava a casa de espetáculos Canecão, em Botafogo, finalmente acabou. Depois de idas e vindas na justiça, os ocupantes entregaram as chaves do imóvel, em 20 de outubro. Uma surpresa agradável foi que, no dia seguinte, 21, ainda foi conquistada pela universidade a reintegração de posse do espaço vizinho ao Canecão onde chegou a operar, também de forma irregular, um bingo. Por conta disso, transformou-se em comemoração, no próprio dia 21, uma passeata antes prevista como parte da campanha de retomada do Canecão. Organizada pela Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), a manifestação, que tinha caráter reivindicatório, ganhou ares de festa.
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Porto Aberto: um Armazém da Utopia
A Companhia de teatro Ensaio Aberto, completa 18 anos em 2010. Dirigida por Luiz Fernando Lobo, a Companhia busca romper a ideia de espetáculos voltados apenas para uma pequena parte da nossa sociedade e tem cerca de 40% do público diretamente ligado a movimentos sociais organizados. A busca da Companhia é por revelar ou explicitar as contradições do mundo contemporâneo, através de uma nova relação palco-platéia, dando novas funções à arte. Da importância desta nova relação, criaram a chamada Ciência do Novo Público – CNP, que pretende formar um novo público, desenvolvendo um trabalho pedagógico e de formação de consciência em espaços para além do teatro, mas como parte do processo de desenvolvimento dos espetáculos.
Este mês começa a ser utilizado o Armazém da Utopia, um espaço que reflete uma conquista da Companhia Ensaio Aberto, localizado no Armazém 6 do Cais do Porto. A utopia de continuar fazendo teatro de grupo em plena “era da mercadoria”, como chamou Brecht, exige a criação de uma rede solidária constituída por aqueles que acreditam que na arte coletiva. É através da valorização destas redes de solidariedade e práticas transformadores entre palco e platéia que será construído o Armazém da Utopia. Nos dias 21 e 22 de novembro haverá um tributo ao Dia da Consciência Negra, às 19h, no Armazém da Utopia. E ano que vem o espetáculo Missa dos Quilombos voltará ao Armazém da Utopia. Fica o convite!
PM entra em confronto com moradores da Vila Taboinhas
Moradores da Vila Taboinhas, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio, entraram em confronto com a Polícia Militar na tarde desta terça-feira (9) após seis horas de negociação. Os moradores bloquearam a principal via de acesso à comunidade por volta das 14h30 à espera de uma solução para o impasse gerado pelo cumprimento de uma ordem de despejo. Os moradores argumentam que não haviam recebido até então nenhum aviso da prefeitura sobre a ilegalidade da ocupação e dizem que fizeram melhorias no local, como o aterramento do mangue. Um pedido de reintegração de posse determinou a saída de 400 famílias no prazo de 48 horas. Os moradores vivem no local há cinco anos, mas o terreno pertence à construtora Debret S.A e mais 10 pessoas físicas. Há 18 anos no Rio, a diarista Fátima Cândida dos Santos, de 54 anos, participou da criação da comunidade, em 2005, e conta que os próprios moradores se reuniram para fazer melhorias no local.
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Resposta no voto
Mesmo num período de crise política, de representação e da institucionalidade, onde as eleições fundamentalmente não representam disputa de projetos, tivemos nas eleições do Rio de Janeiro alguns resultados importantes para o conjunto da classe trabalhadora, para organizações e movimentos sociais. No entanto, continua o desafio de realizar ações de luta conjunta, pois o quadro eleitoral também apresenta muitos desafios.
A reeleição do Chico Alencar e do Marcelo Freixo, ambos do PSOL, mostra pra sociedade fluminense e para os partidos a importância da parceria dos mandatos com as lutas da classe trabalhadora. A reeleição de outros/as camaradas parceiros históricos na Luta pelos direitos, pela Reforma Agrária, foram importantes como a Dep. Inês Pandeló do PT, que tem sua atuação marcante na luta pelos direitos das mulheres e da educação; o Dep. Paulo Ramos do PDT, que proporcionou ao MST a medalha Tiradentes, o Dep. Molon do PT, assim como a eleição para senador do Lindenberg do PT. Porém, sabemos que foram eleitos grande quantidade de candidatos que não representam o projeto da classe trabalhadora, e isso aumenta a nossa responsabilidade de realizar as lutas e construir ações conjuntas.
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Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes – AAENFF
Situada em Guararema (SP), a Escola Nacional Florestan Fernandes foi construída graças ao trabalho voluntário de pelo menos mil trabalhadores sem terra e simpatizantes. Nestes cinco primeiros anos de sua existência passaram pela escola 16 mil militantes e quadros dos movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da África. Não se trata, portanto, de uma “Escola do MST”, mas de um patrimônio de todos os trabalhadores comprometidos com um projeto de transformação social. Entretanto, no momento em que o MST é obrigado a mobilizar as suas energias para resistir aos ataques implacáveis dos donos do capital, a escola torna-se carente de recursos. Por isso, em dezembro de 2009, um grupo de intelectuais, professores, militantes e colaboradores resolveu criar a “Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes” (AAENFF), com objetivo de divulgar as atividades da escola; iniciar uma campanha nacional pela adesão de novos sócios; promover atividades e campanhas de solidariedade; desenvolver parcerias etc. A AAENFF possui um grupo organizado aqui no Rio que esta promovendo atividades de divulgação da ENFF com caráter de formação.
Site:http://amigosenff.org.br
Amigos da ENFF Rio de Janeiro:amigosdaenff.rj@gmail.com
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Ocupação da Fazenda Anonni completa 25 anos no Rio Grande do Sul
Por Bianca Costa
Da Página do MST
No dia 29 de outubro de 1985, mais de 6 mil pessoas participaram da primeira grande ocupação de terra massiva do Estado do Rio Grande do Sul.
A ocupação da Fazenda Anonni é considerada uma das maiores da história do MST e garantiu o assentamento de mais de 400 famílias na região Norte do Estado.
A área de mais de 9 mil hectares é um marco para a luta pela terra e também ficou nacionalmente conhecida pelo filme “Terra para Rose”, que além de contar a história da ocupação, mostrou o espírito de luta da sem terra Roseli Salete Nunes da Silva, assassinada durante a ocupação.
A importância do momento da ocupação e a história de luta das famílias que estão assentadas na Fazenda Anonni é o que motiva os pequenos agricultores a manter viva a memória.
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A Via Campesina convida os movimentos sociais em todo mundo para mobilização
Os Movimentos sociais de todo o mundo estão se mobilizando para a 16ª Conferência das Partes (COP 16) da convenção Marco das Nações Unidas para a Mudança Climática (CNNUCC) que se acontecerá em Cancun, México, de 29 de novembro a 10 de dezembro de 2010. A maioria dos países não tem tomado muito a sério as negociações de políticas que podem reverter a crise climática, em vez disso, estão negociando por quanto tempo mais poderão seguir escapando sem fazer nada, pois simplesmente querem seguir com seus “negócios como sempre”. As Negociações climáticas parecem cada vez mais um grande mercado. Por esta e outras razões que os movimentos sociais, e organizações de todo o mundo devem seguir lutando contra este modelo que destrói não só o meio ambiente como também nossas vidas. Convidamos a todos/as para neste período estarmos juntos realizando atividades em todos os países denunciando esta crise e exigindo mudança neste modelo.
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Boletim MST Rio
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terça-feira 9 novembro 2010
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A Escola Nacional Florestan Fernandes
Situada em Guararema (a 70 km de São Paulo), a Escola Nacional Florestan Fernandes foi construída, entre os anos 2000 e 2005, graças ao trabalho voluntário de pelo menos mil trabalhadores sem terra e simpatizantes. Nos cinco primeiros anos de sua existência, passaram pela escola 16 mil militantes e quadros dos movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da África. Não se trata, portanto, de uma “Escola do MST”, mas de um patrimônio de todos os trabalhadores comprometidos com um projeto de transformação social.

A escola oferece cursos de nível superior, ministrados por mais de 500 professores, nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política, Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social, Educação do Campo e Estudos Latino-americanos. Além disso, cursos de especialização, em convênio com outras universidades (por exemplo, Direito e Comunicação no campo).
O acervo de sua biblioteca, formado com base em doações, conta hoje com mais de 40 mil volumes impressos, além de conteúdos com suporte em outros tipos de mídia. Para assegurar a possibilidade de participação das mulheres, foram construídas creches (as cirandas), onde os filhos permanecem enquanto as mães estudam.

A escola está erguida sobre um terreno de 120 mil m2, com instalações de alvenaria de tijolos fabricados pelos próprios trabalhadores. O projeto arquitetônico, oferecido voluntariamente, teve como princípio causar o menor dano ao meio ambiente.
O seu uso demanda a dedicação integral de 35 trabalhadores residentes no local, de todas as áreas (administrativa, pedagógica, infraestrutura elétrica e sanitária e outros). Todos os que frequentam os cursos se encarregam da limpeza, dos cuidados com a horta e outros trabalhos de manutenção.
A creche “Ciranda Infantil Saci Pererê” oferece um ambiente sadio e cuidadoso às crianças, enquanto seus responsáveis, principalmente as mães, estudam e/ou trabalham.
O Trabalho de Formação da ENFF
Nos cinco primeiros anos de sua existência, passaram pela escola 16 mil militantes dos movimentos sociais do campo e da cidade, de todos os Estados do Brasil e de outros países da América Latina e da África.
A escola tem o apoio de mais de 500 professores voluntários – do Brasil, da América Latina e de outras regiões –, nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social, Educação do Campo e Estudos Latino-americanos.
Além disso, oferece cursos superiores e de especialização, em convênio com mais de 35 universidades (por exemplo, Direito e Comunicação no campo) e mestrado sobre Questão Agrária, por meio de convênio com a UNESP e UNESCO.
A ENFF também mantém convênio com mais de 15 escolas de formação em outros países e com o Ministério da Educação de Cuba, com o objetivo de implementar no Brasil o método de educação e alfabetização lá desenvolvido e praticado.
Entretanto, no momento em que o MST é obrigado a mobilizar as suas energias para resistir aos ataques implacáveis dos donos do capital, a escola torna-se carente de recursos. Nós não podemos permitir, sequer tolerar a idéia de que ela interrompa ou sequer diminua o ritmo de suas atividades.
Por isso em dezembro de 2009, um grupo de intelectuais, professores, militantes e colaboradores resolveu criar a “Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes”, com os seguintes objetivos:
- Divulgar as atividades da escola, por todos os meios possíveis;
- Iniciar uma campanha nacional pela adesão de novos sócios;
- Promover atividades e campanhas de solidariedade para angariar recursos, incluindo doações de livros, revistas, publicações e material audiovisual para a Biblioteca da ENFF;
- Apoiar e incentivar o desenvolvimento de projetos de educação e escolarização de crianças, jovens e adultos do campo, da cidade, das comunidades indígenas e quilombolas, bem como projetos contra as discriminações de raça, cor, gênero, sexo e religião;
- Desenvolver parcerias específicas com instituições e entidades que atuem na área da formação e educação;
- Viabilizar projetos que estimulem estudos acerca da tradição do pensamento crítico;
- Estimular intercâmbio de atividades de formação do Brasil com a América Latina e com outros continentes.
A AAENFF possui um grupo organizado no Rio de Janeiro, que está promovendo atividades de divulgação da ENFF com caráter de formação. Como exemplo, podemos citar as duas atividades realizadas no IFCS em 2010:
Dia 23 de junho: debate sobre formação da classe trabalhadora: A experiência de Formação da ENFF, com Carlos Eduardo Martins(IFCS/UFRJ), José Paulo Neto (ESS/UFRJ), Virgínea Fontes (EPJVF/Fiocruz); e
Dia 27 de outubro: uma mesa redonda com o lançamento do livro da Virginia Fontes (EPJVF/Fiocruz) O Brasil e o Capital-Imperialismo Teoria e História, com comentários de Marco Antonio (CeCAC) e Marcelo Durão (MST) representando a ENFF. O debate foi mediado por Vito Gianotti (NPC). Antes das falas foi exibido um vídeo dos 5 anos da ENFF.
Contatos no Rio de Janeiro:
Amigos da ENFF Rio de Janeiro: email: amigosdaenff.rj@gmail.com
Como ser um/a associado/a:
AAENFF: Rua Abolição, nº167, Bela Vista, São Paulo/SP, Cep: 01319-030, Brasil. Tel.: (11) 3105-0918 / 9454-9030.
Pelo site: http://www.amigosenff.org.br/
email: associacao@amigosenff.org.br
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alantygel
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Cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio de Janeiro e dos estados do ES, PR e SP realizaram um acampamento em frente ao Edifício Sede da Petrobrás (Edise), de 21 a 29 de outubro. Os militantes chegaram ao Rio para participar do grande ato público Contra o Retrocesso e em Defesa Do Emprego, dos Direitos, do Patrimônio Público e da Soberania Nacional, que reuniu cerca de 20 mil pessoas em passeata pela Av. Rio Branco.

Após esta manifestação, os militantes do movimento se mantiveram em mobilização por mais uma semana e montaram acampamento. Esta estrutura foi possível pela parceria com Sindipetro/RJ.
Pelo menos em outras quatro capitais do país, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, integrantes do MST também realizaram mobilizações com os mesmos objetivos que a do Rio, que é de derrotar o candidato da direita e impedir a volta do neoliberalismo e das privatizações. De acordo com o coordenador estadual e membro da direção nacional do MST, Marcelo Durão, os integrantes do MST estão realizando a manifestação de forma militante e voluntária, e além de acamparem em frente à estatal também estão panfletando em locais de grande movimentação. “Entendemos a importância de impedir o retrocesso e nos colocamos nas ruas para passar essa mensagem à população. Nossos materiais, principalmente o jornal Brasil de Fato, têm sido muito bem recebidos pelas pessoas que passam por locais como a Praça XV, o Largo da Carioca e a Central do Brasil”, explica.

Marcelo Durão também ressalta a importância de manter o povo mobilizado, mesmo depois das eleições. “No Rio de Janeiro estamos desde 2007 sem assentamentos, por isso, além de lutar contra o retrocesso, precisamos cobrar que o próximo governo atenda às reivindicações dos movimentos sociais, como saúde, educação, trabalho, moradia e reforma agrária”.
Fotos: NiloMendes
Fonte: Agência Petroleira de Notícia
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alantygel
terça-feira 9 novembro 2010
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Notíciais Internacionais e da Via Campesina
Os Movimentos sociais de todo o mundo estão se mobilizando para a 16ª Conferência das Partes (COP 16) da convenção Marco das Nações Unidas para a Mudança Climática (CNNUCC) que se acontecerá em Cancun, México de 29 de novembro a 10 de dezembro de 2010.
A COP 15 em Copenhague demonstrou a incapacidade dos governos para enfrentar as causas reais do caos climático. No último momento, os EEUU pressionaram para aprovar de forma antidemocrática o chamado “Entendimento de Copenhague”, com intenção de levar o debate para os compromissos de Kioto das Nações Unidas e favorecer soluções voluntárias com base no livre mercado.
As Negociações climáticas parecem cada vez mais um grande mercado. Os países industrializados, historicamente responsáveis pela maioria das emissões de gases de efeito estufa, estão inventando todos os truques possíveis para evitar reduzir-las. Por exemplo, o “mecanismo para um desenvolvimento limpo (MDL) do protocolo de Kioto permite aos países seguir contaminando e consumindo como de costume, ao mesmo tempo que pagam aos países do sul global para abrir novas plantações agrícolas que se consideram “sumidouros de carbono” .
Neste mercado climático global, as empresas transnacionais estão tentando embolsar o máximo de dinheiro possível, vendendo tecnologias destrutivas mascaradas por trás de uma mentira de que podem solucionar a crise climática, com os agrocombustíveis geneticamente modificados com o pretexto de reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Por exemplo, desde a eleição de Obama, a Monsanto tem gastado milhões pressionando o Congresso para a legislação sobre a mudança climática. A maior empresa de sementes do mundo diz que os monocultivos de sua soja Roundup Ready podem qualificar para os créditos de carbono, pois contribuem na redução de gases de efeito estufa no solo. As comunidades que vivem onde há os monocultivos de soja podem atestar os efeitos da devastação desses monocultivos em seu entorno e nas suas vidas.
Muitos governos dos países do Sul, atraídos também pelas novas oportunidades financeiras, tendem a aproveitar em vez de mudar a novos modos de produção e consumo que seriam de utilidade para a população. Por exemplo, dar apoio a agricultura sustentável e dos camponeses seria muito mais benéfico para a sociedade e o meio ambiente do que fomentar as plantações de monocultivos.
A Maioria dos países não tem tomado muito a sério as negociações de políticas que podem reverter a crise climática, em vez disso, estão negociando por quanto tempo mais poderão seguir escapando sem fazer nada, pois simplismente querem seguir com seus “negócios como sempre”.
Por esta e outras razões que os movimentos sociais, e organizações de todo o mundo devem seguir lutando contra este modelo que destrói não só o meio ambiente como também nossas vidas.
Convidamos a todos/as para neste período estarmos junto realizando atividades em tosos os países denunciando esta crise e exigindo mudança neste modelo.
¡Miles de soluciones del pueblo ante el cambio climático!
¡Miles de parcelas campesinas para enfriar el planeta!
¡Miles de Cancún por la justicia climática!
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alantygel
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Notícias do Brasil
Por Bianca Costa
Da Página do MST

No dia 29 de outubro de 1985, mais de 6 mil pessoas participaram da primeira grande ocupação de terra massiva do Estado do Rio Grande do Sul.
A ocupação da Fazenda Anonni é considerada uma das maiores da história do MST e garantiu o assentamento de mais de 400 famílias na região Norte do Estado.
A área de mais de 9 mil hectares é um marco para a luta pela terra e também ficou nacionalmente conhecida pelo filme “Terra para Rose”, que além de contar a história da ocupação, mostrou o espírito de luta da sem terra Roseli Salete Nunes da Silva, assassinada durante a ocupação.
A importância do momento da ocupação e a história de luta das famílias que estão assentadas na Fazenda Anonni é o que motiva os pequenos agricultores a manter viva a memória.
Isaias Vedovatto, que hoje faz parte da direção estadual do MST, participou da ocupação e trabalha ativamente para a recuperação da memória.
De acordo com ele, muitas coisas foram escritas sobre a Fazenda Anonni, mas a história nunca foi contata pelos participantes reais do processo.
“Nesses 25 anos é possível olhar para traz e recuperar a história por meio do olhar dos próprios trabalhadores. Um esforço de lembrança coletiva”, afirma.
Vedovatto conta que os trabalhadores pretendem recuperar fotos, materiais e instrumentos da época da ocupação para realizar uma espécie de memorial no Instituto Educar, uma escola que fica dentro do assentamento da Fazenda Anonni, na cidade de Pontão, região Norte do Estado.
O advogado do MST na região, Leandro Scalabrin, afirma que a idéia da recuperação da memória surgiu da necessidade de reforçar a identidade do assentamento e criar, nas novas gerações, a cultura da lembrança da luta pela terra na região.
“A ideia é aproveitar que as pessoas estão vivas para contar a história. Pois enquanto a memória não vira documento, ela se perde. Muitos escreveram, mas a versão dos participantes reais da história ainda está para ser contada”, afirma. Oitenta lideranças da região já estão organizando esse processo.
Atualmente o assentamento conta com três escolas, diversas cooperativas que produzem leite, um frigorífico que vende em grande escala, ginásios para a prática de esportes e espaço para o lazer e cultura. Os assentados ainda produzem para seu autosustento.
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Notícias do Rio
Moradores da Vila Taboinhas, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio, entraram em confronto com a Polícia Militar na tarde desta terça-feira (9) após seis horas de negociação. Eles bloquearam a principal via de acesso à comunidade por volta das 14h30 a espera de uma solução para o impasse gerado pelo cumprimento de uma ordem de despejo. Por volta das 15h o comandante do 31º batalhão da Polícia Militar (Recreio), tenente-coronel Antonio Couto da Cruz entrou na comunidade acompanhado com mais quatro policiais e um oficial de justiça. O grupo entrou no local para fazer um reconhecimento da área, quando começou o confronto. A PM usou bombas de gás lacrimogêneo e gás pimenta contra os moradores da comunidade.
Crianças e mulheres passaram mal com os efeitos do gás. Cerca de 20 policiais invadiram a área e clima ficou tenso entre PM e moradores, que se recusam a deixar a área.
Por volta das 15h, a comunidade ainda avaliava uma proposta feita pelos dois representantes da Defensoria Pública do Rio, que tentam mediar o conflito para chegar a uma solução pacífica. A proposta é dar mais 30 dias de prazo aos moradores, enquanto a Secretaria Estadual de Habitação avalia uma alternativa para reassentar as cerca de 400 famílias.
A Prefeitura do Rio não havia enviado nenhum representante da secretaria de Habitação ou Assistência Social até a chegada de duas assistentes às 14h30, acionadas pela Defensoria Pública. A 500 metros dali, pela manhã, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), participava de uma cerimônia de apresentação dos ônibus articulados.
Os moradores argumentam que não haviam recebido até então nenhum aviso da prefeitura sobre a ilegalidade da ocupação e dizem que fizeram melhorias no local, como o aterramento do mangue.
Um pedido de reintegração de posse determinou a saída de 400 famílias no prazo de 48 horas. Os moradores vivem no local há cinco anos, mas o terreno pertence a uma construtora.
Há 18 anos no Rio, a diarista Fátima Cândida dos Santos, de 54 anos, participou da criação da comunidade, em 2005, e conta que os próprios moradores se reuniram para fazer melhorias no local. Hoje, ela mora com o filho, a nora e os dois netos em uma casa de quarto, sala, cozinha e banheiro e ainda paga as prestações do empréstimo que fez para a reforma.
– Quando a gente veio pra cá, não havia nada. Passamos por três enchentes, perdemos tudo. Nos reunimos para aterrar o terreno. O que dá mais revolta é que, se era pra tirar, que fosse no começo. Por que não foi antes? Demos tudo de nós para construirmos essa casa. A gente não tem pra onde ir. Aqui é um lugar onde só existe gente trabalhadora e pai de família. Dormimos de porta aberta, é uma comunidade unida.
Os moradores negaram a informação de que a comunidade é dominada por milicianos. A informação surgiu dos advogados dos proprietários do terreno, que citaram um levantamento do Ministério Público que apontaria a presença de milícia.
O defensor público Francisco Horta afirmou que o processo de reintegração de posse começou em 2007. Na época, contava como réu do processo uma moradora que não vivia na comunidade. Ela conseguiu uma ordem judicial para que seu nome fosse retirado da ação. Depois disso, os autores da ação não atuaram mais no processo, que ficou sem réu.
– Eles não foram citados na ação, portanto não tiveram direito a ampla defesa garantida pela Constituição.
O terreno pertence à construtora Debret S.A. e a mais dez pessoas físicas. O advogado dos proprietários afirmou que eles souberam da ocupação em 2007, e que no ano seguinte conseguiram uma decisão favorável a reintegração de posse. Na época, oficiais de justiça não encontraram a comunidade, por isso a ordem de despejo está sendo cumprida só agora.
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Mesmo num período de crise política, de representação e da institucionalidade, onde as eleições fundamentalmente não representam disputa de projetos. Tivemos no Rio de Janeiro alguns resultados importantes para o conjunto da classe trabalhadora, para organizações e movimentos sociais. No entanto continua o desafio de realizar ações de luta conjunta, pois no quadro eleitoral, também apresenta muitos desafios.
A eleição de Chico Alencar e Marcelo Freixo, ambos do PSOL, mostra pra sociedade fluminense e para os partidos a importância da parceria dos mandatos com as lutas da classe trabalhadora. Esse processo foi fruto da ação militante de muitos companheiros e companheiras. O resultado do segundo lugar para ambos demonstra a importância da ação coletiva nesse processo eleitoral, sem o aparato material de muitos outros candidatos e o resultado disso, mas também a responsabilidade para próximo período.
A reeleição de outros/as camaradas parceiros históricos na Luta pelos direitos, pela Reforma Agrária, comprometidos com a classe trabalhadora foram importantes como a Dep. Inês Pandeló do PT, que tem sua atuação marcante na luta pelos direitos das mulheres e da educação; o Dep. Paulo Ramos do PDT, que proporcionou ao MST a medalha Tiradentes e o Dep. Molon do PT agora como deputado federal. Lembrando também a eleição para senador do Lindenberg do PT que na gestão como prefeito em Nova Iguaçú tornou possível o assentamento de comunidades do campo de mais de 20 anos, quando redefiniu áreas rurais em Nova Iguaçú; entre outros.
Porem sabemos que foram eleitos uma grande quantidade de candidatos que não representam o projeto da classe trabalhadora, e isso aumenta a nossa responsabilidade de realizar as lutas e construir ações conjuntas.
Este processo nos mostra a necessidade da construção de mandatos com uma concepção política diferenciada, essencialmente por duas questões:
A primeira podemos dizer para fora, no método que organiza o mandato, com princípios bem definidos como: mandato constituído de modo aberto e em luta na parceria com os movimentos sociais fortalecendo as lutas e se fortalecendo, ter coordenação coletiva, divisão tarefas, bandeiras políticas claras, inserção com base social , se manter coerente na postura e na relação com o povo e possuir ação transformadora.
A segunda, podemos dizer para dentro, é o próprio comportamento do mandato na ALERJ. Onde o mandato em nenhum momento se mostre vacilante perante as questões intrínsecas da ALERJ, pelo contrário se mostre a todo o momento também lutador e parceiro das questões que se pauta no dia a dia da população fluminense e dos movimentos sociais.
Desejamos aos camaradas reeleitos, assim como os eleitos, muitas realizações nestes próximos 4 anos e desde já nos colocamos ao lado para as lutas que já se mostram e as que virão.
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Notícias do Rio
Segmentos universitários defendem a criação, no local, de um espaço cultural público e democrático. A luta de mais de 40 anos para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) reaver o terreno onde irregularmente funcionava a casa de espetáculos Canecão, em Botafogo, finalmente acabou. Depois de idas e vindas na justiça, os ocupantes entregaram as chaves do imóvel, em 20 de outubro. Uma surpresa agradável foi que, no dia seguinte, 21, ainda foi conquistada pela universidade a reintegração de posse do espaço vizinho ao Canecão onde chegou a operar, também de forma irregular, um bingo. Por conta disso, transformou-se em comemoração, no próprio dia 21, uma passeata antes prevista como parte da campanha de retomada do Canecão. Organizada pela Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), a manifestação, que tinha caráter reivindicatório, ganhou ares de festa.
No dia 9 de julho, com a unidade dos segmentos universitários, foi realizado um grande ato-show pela retomada do espaço da universidade. Diversos grupos e artistas apresentaram-se para uma plateia que chegou a quase mil pessoas circulando pelo campo da Educação Física, na Praia Vermelha. O ato-show foi encerrado com a apresentação da Velha Guarda da Portela. Com um público ainda maior, um segundo ato-show, no dia 15 de outubro, tendo como grande atração a sambista Teresa Cristina, reforçou a campanha.

Por fim, os ocupantes do Canecão receberam da Justiça o prazo final de 18 de outubro para entregar o prédio às autoridades da UFRJ (o que se concretizou no dia 20). Com esta retomada, finaliza-se um ciclo de lutas e inicia-se outro pautado pela defesa da gestão pública e democrática deste espaço em benefício de uma cultura sem interesses comerciais.
Anderson Tavares, estudante de História e integrante do DCE Mário Prata, afirmou que o movimento tinha por objetivo chamar a atenção da comunidade e da população para que os espaços restabelecidos pela UFRJ sejam utilizados para a produção de cultura popular. “É importante que o Canecão seja acessível a todos”, frisou. Ele também criticou a reitoria: “A reitoria vem dizendo que quer fazer um novo contrato para a locação desse espaço com outra empresa privada. Esse modelo de gestão nós não queremos”, afirmou.
De parar o trânsito
Ao som da bateria do bloco carnavalesco “Simpatia é quase amor”, e usando palavras de ordem, a comunidade iniciou a caminhada que começou na Av. Pasteur, seguindo pelas ruas Dr. Xavier Sigaud e Lauro Müller. Nas ruas, populares ajudavam a dar o tom de comemoração à manifestação. Das sacadas de alguns apartamentos era possível notar moradores aplaudindo o movimento e dançando ao som do bloco. Em frente à casa de espetáculos, os estudantes e professores prenderam um grande cartaz que diz: “Adufrj e Centros Acadêmicos na Praia Vermelha: Por um espaço cultural, público e democrático. O Canecão é nosso”.
No instante em que colocavam a faixa, o estudante de Comunicação Social, Kenzo Soares, afirmou que aquele se tratava de um momento histórico: “Estamos mostrando para toda a população que o Canecão é de quem?”. Ao que todos responderam sonoramente: “É nosso!”. Nesse momento, o movimento fechou por completo a Rua Lauro Müller. Em menos de cinco minutos a polícia chegou para liberar parte do trânsito.
Centro cultural
O diretor da Adufrj-SSind, Eduardo Granja tomou a palavra: “Neste momento está nascendo o futuro Centro Cultural da UFRJ”. Alertou, porém, para a dificuldade da implementação do plano: “Esse é um projeto lindo, mas difícil, porque há aqueles que pensam esse espaço como lugar de cultura mercantilizada. Mas há nós, que defendemos um espaço de cultura democrática, que coloque a cultura a serviço do povo”. Ele chamou a comunidade a participar desse momento de disputa por modelos de gestão dos espaços. “Encontraremos dificuldades inclusive dentro da universidade. Mas, a partir de agora, o Canecão é nosso!”.
Representante da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel), Malu Ribeiro falou sobre o esvaziamento de espaços culturais na cidade voltados para jovens: “A juventude, de modo geral, tem seus espaços de cultura limitados. Essa conquista histórica, resultado de anos de luta, é também da população do Rio de Janeiro, da população brasileira. É por isso que encampamos essa luta”.
Espaço de formação
Numa última intervenção, o estudante Kenzo afirmou que hoje a UFRJ não possui espaços para a formação cultural de seus alunos, como palco para apresentações de música e teatro e que o objetivo é de que o Canecão se torne esse espaço: “É por isso que estamos aqui hoje, para fazer desses espaços de cultura, de extensão da universidade”, finalizou. Antes de retornarem ao campus da Praia Vermelha, o movimento voltou à frente do antigo bingo no qual escreveram palavras de ordem e pintaram o símbolo da campanha “O Canecão tem que ser nosso”. Depois, voltaram para a rua e, sendo acompanhados pela polícia seguiram até o campus onde encerraram a caminhada.
Planos futuros
O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ, Carlos Levi, disse em entrevista ao Jornal da Adufrj que a proposta da reitoria é criar uma comissão de artistas e professores de todo o estado do Rio para que ouvir os anseios da sociedade sobre o espaço do Canecão, especificamente. “A expectativa é montar um Centro de Cultura da UFRJ e adequar os espaços para essa prática, já que as atuais instalações não são apropriadas para esse fim”, afirmou.
O pró-reitor falou que para isso, a ideia é realizar parcerias com os governos estadual e federal. A curto prazo, no entanto, o objetivo é realizar uma verificação técnica das instalações junto à Defesa Civil, para que se tenha um laudo confiável sobre as reais condições de estrutura elétrica, hidráulica e física do prédio. Já com relação ao espaço onde funcionava o bingo, Levi disse que a UFRJ vai avaliar “o que pode ser remanejado da Praia Vermelha para aquele espaço”, mas ainda não tem um plano específico. “Aquele local está muito degradado. Antes de tudo, será preciso realizar uma grande reforma”, finalizou.
Fonte: Comunicação da Adufrj-SSind
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2010-11-09 ::
alantygel
terça-feira 9 novembro 2010
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Notícias do MST Rio

A ocupação da Fazenda da Pedra, completou no dia 23 de outubro desse ano, 2010, seu quinto aniversário. Mas a história dessa luta tem quase 3 séculos. A apropriação das terras da Fazenda da Pedra data do final do século XVIII, durante o ciclo do café. Desde então a luta pela terra não parou mais. A maior prova disso é a existência do Quilombo de Santana. Uma comunidade remanescente de Quilombolas que luta até hoje pela regularização fundiária. A história dessas duas lutas (Quilombolas e Sem Terra) se encontram na força que os quilombolas deram para a ocupação das terras da Fazenda da Pedra. As terras reivindicadas pelos quilombolas, não fica mais no perímetro da Fazenda da Pedra. Mas a opressão tem origem na mesma família (Carvalho Salgado).
Desde o início da organização da ocupação, ainda durante os trabalhos de base e preparação das famílias, três forças se juntaram (MST, Quilombolas e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra Mansa, através de seu Presidente Bernardino Moreira) e rompemos as cercas e os cercos que impediam o povo de chegar ao direito de retomar seus territórios.

Essa ocupação teve sabor especial, porque os trabalhadores e trabalhadoras organizadas enfrentaram o poder político do latifúndio. A Prefeitura de Quatis, do Prefeito Alfredo de Oliveira do PT, mobilizou a Guarda Municipal para impedir a ocupação e o Poder Judiciário em conluio com o Governo do Estado mobilizaram a Polícia Militar. O aparato pró-latifúndio ainda contou com o apoio da Deputada Federal Cida Diogo, também do PT, que procurou diversas vezes o INCRA-RJ para tentar parar o Processo de Desapropriação.
Aproveitamos um vacilo das forças repressoras da liberdade, por ocasião do Plebiscito do Desarmamento e como mágica os trabalhadores brotaram do chão, nascendo das terras abandonadas, junto com o desejo de torná-las produtivas de alimentos. Era 25 de outubro de 2005 e logo na primeira assembléia o povo acampado dizia que na Fazenda da Pedra nascia a COMUNIDADE IRMÃ DOROTHY, reforçando a identidade de luta pela terra, resgate da memória dos lutadores e lutadoras do povo e comprometendo-se com o desenvolvimento integrado e sustentável. Irmã Dorothy: PRESENTE EM NOSSA LUTA!!!!
Realizada a ocupação, as ameaças logo começaram. A aposta dos donos do poder é que os deserdados não ficaríamos um dia. Ao final do primeiro dia, após resistir à primeira tentativa de reintegração de posse, a primeira comemoração. Ficamos um dia! A aposta, então, passou a ser que não ficaríamos uma semana: nova comemoração! Depois um mês… Um ano… dois anos… três anos… quatro anos… cinco anos. Cinco anos de luta, de resistência. Muitas bandeiras trocadas, mas o acampamento continua resiste e produz vida, verduras, esperanças…
As trabalhadoras e trabalhadores fazem sua parte: ocupar, resistir, produzir… mas continuam aguardando o Governo Federal e o Poder Judiciário, fazer o mais simples… garantir que a Constituição Federal seja cumprida e o direito a terra garantindo. Até quando vamos comemorar aniversário de resistência do acampamento?? Queremos comemorar o Assentamento!

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2010-11-09 ::
alantygel
quarta-feira 27 outubro 2010
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Boletins

Boletim do MST RIO — Nº 06 — De 26/10 a 09/11/2010

Habitação nos assentamentos de Reforma Agrária
A habitação é um tema que tem movimentado os Assentados da Reforma Agrária do Médio Paraíba do Sul/RJ, onde os assentamentos estão em processo de discussão para acessar o Credito Aquisição de Material de Construção, também conhecido como crédito habitação, que dá inicio à base da moradia sonhada pelas famílias Sem Terra. O valor atual do crédito é de 15 mil reais, chegando a este valor depois de muitas lutas das famílias nestes últimos anos. Aqui no Rio de Janeiro, a cooperativa e o Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente (SPCMA), tem buscado discutir metodologia que atinja ao máximo o desejo das famílias neste momento simbólico. Para tal, foram elaboradas cartilhas sobre crédito, identificação de pessoas com habilidade em construção civil, para decidir a forma de construção, seja individual, ou coletiva em forma de mutirão. Contando com a parceria de estudantes da Arquitetura da UFRJ, as famílias agora estão entrando na fase de discussão da tipologia das casas, com auxilio de uma maquete.
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Curso de Licenciatura em Educação do Campo
Encerra no dia 29 de setembro a primeira etapa do curso de licenciatura em educação do campo, que está acontecendo no campus de Seropédica na UFRRJ parceria INCRA/PRONERA e movimentos sociais.
Esta etapa está sendo marcada por várias atividades curriculares de introdução a Agroecologia, Soberania Alimentar e Ciências Sociais e Humanidade. Além dessas atividades, os educandos/as participaram de outros momentos muito importante para o curso e para a formação da turma, no último dia 08 de setembro a turma relembrou em uma Jornada Socialista a morte do comandante Ernesto Che Guevara, reafirmando os valores socialistas e reforçando o compromisso com a classe trabalhadora.
A turma também participou no dia 20 de setembro, da solenidade oficial dos 100 anos da UFRRJ, esse foi mais um momento em que ficou claro que a educação do campo se dá através da luta também no espaço da universidade, pois a mesma proibiu a turma de se manifestar com gritos de ordem e utilização de bandeiras,mas ainda assim a turma não se deixou esmorecer e mais uma vez deixou registrado a importância de um curso que dialoga com a realidade do campo brasileiro, comprovando que a universidade não deixa de ser um latifúndio do saber. E como nos diz Paulo Freire “ Não é na resignação, mas na rebeldia em face das injustiças que nos afirmaremos.”
É na indignação e no sentido de garantir que todos possam ter acesso a educação, e educação de qualidade, que a turma de Licenciatura em Educação do Campo seguirá se reafirmando perante as injustiças e fazendo luta para que um nova proposta de educação seja estendida aos povos indígenas, quilombolas e aos movimentos sociais.
Curso de formação teatral militante
O Curso de Formação Teatral Militante está sendo realizado desde agosto de 2009 no estado do Rio de Janeiro. No curso estão sendo formados artisticamente militantes de movimentos sociais do campo e da cidade como o MST, o Fórum do Meio Ambiente do Trabalhador, o Núcleo Socialista de Campo Grande e Movimento Estudantil. Os educandos possuem a tarefa militante de repassar a metodologia aprendida para sua organização. Para produzir um teatro comprometido com nossas lutas recorremos ao Teatro do Oprimido (TO), uma vez que este é um método estético que visa à transformação da realidade e a humanização a partir do DIÁLOGO – os oprimidos como protagonistas de sua própria libertação – e através de meios estéticos. Ao longo do curso a turma participou de atividades políticas com apresentações de peças teatrais, intervenções artísticas e oficinas. Entre as atividades está a manifestação do Grito dos Excluídos (7 de setembro de 2009), o Encontro dos Sem-Terrinha (2009), a abertura do Fórum Social Urbano (2010).
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O ‘Comitê trabalho escravo norte fluminense’ recebe Prêmio João Canuto 2010
Dia 21 de outubro, o Movimento Humanos de Direito (MhuD) realizou o Fórum de Direitos Humanos com entrega do Prêmio João Canuto 2010, no CFCH/UFRJ. O MhuD é um movimento que reúne artistas e personalidades que desenvolvem atividades em prol da paz e dos Direitos Humanos. O foco do movimento está em temas como o trabalho escravo, os abusos praticados contra criança e adolescentes, as questões dos quilombolas, índios e do meio ambiente.
O objetivo da atividade foi dar visibilidade a organizações socais rurais e urbanas que se dedicam a diversas ações na luta por direitos humanos. Do Rio de Janeiro foram agraciados o Comitê contra Trabalho Escravo região Norte Fluminense, do qual a CPT e o MST fazem parte e o AHOMAR, Associação homens do mar da Bahia de Guanabara. A atividade também foi importante para dar visibilidade à luta contra a exploração do trabalho nos monocultivos da cana na Região Norte Fluminense, já que em 2009 o Rio de Janeiro o estado com maior quantidade de trabalhadores resgatados em situação de trabalho escravo.
Siderúrgica TKCSA é o novo matadouro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro
O professor de história da Universidade Federal Fluminense – UFF, Marcelo Badaró, escreveu um texto denunciando a Siderúrgica TKCSA por desrespeito ao meio ambiente, à legislação trabalhista, dentre outras questões. No dia 17 de setembro, uma missão de solidariedade e investigação de denúncias esteve em Santa Cruz, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, nas imediações da recém-inaugurada Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA). De capital majoritariamente alemão, ligada ao grupo transnacional Tyssen Krupp, com participação da Vale do Rio Doce, a CSA foi projetada para se transformar na maior siderúrgica da América Latina. Durante a construção, e agora com a ativação de parte da Indústria, foram registradas perseguições e ameaças aos pescadores, contratação ilegal de trabalhadores chineses, moradores com doenças causadas pela poluição e tantas outras ilegalidades. Mas é importante observar que há também uma intensa mobilização e organização coletiva dos moradores, pescadores, mulheres, professores e outros grupos envolvidos na luta contra a empresa, que afirmam que não estão sozinhos na luta.
Leia o texto de Marcelo Badaró na íntegra

Breve análise sobre a Colômbia, a questão da militarização e violência contra mulheres
Amanda Matheus- Direção Nacional do MST-RJ
Na Colômbia, além da concentração da terra, estão em curso os mega-projetos conduzidos por empresas multinacionais estrangeiras. Estas empresas atuam principalmente na exploração de matérias-primas como petróleo, carbono, ouro e gás natural para exportação. Mais de 50% da exportação do país no ano passado no país foi de petróleo e carbono.
Outro elemento central na Colômbia é a política de militarização, implementada pelo governo colombiano e dos EUA. A militarização tem sido uma estratégia dos EUA para exercer um controle econômico, social, político e ideológico no mundo e na America Latina. A presença de militares dos EUA na Colômbia vem desde muitos anos, e faz parte da estratégia de dominação dos EUA nos países da America Latina.
Os governos colombiano e estadunidense adotaram diversos acordos militares entre si. É o chamando Plan Colômbia, uma aposta armamentista e de militarização norte-americana, que tem por objetivo a instalação de bases militares norte-americanas no território colombiano e em outros países da America latina. Com isso, pretende-se avançar na ocupação dos territórios latino-americanos.
Nesse contexto de conflito armado, a população é a que mais sofre as conseqüências. Nos desplazamentos de terras de campesinos e indígenas, nos assassinatos, as mulheres são as que mais sofrem com esses conflitos.
A violência contra as mulheres pode ser observada no Encontro Internacional de Mulheres e Povos das Américas contra a militarização que ocorreu na Colômbia, convocado pela Marcha Mundial de Mulheres; Via Campesina; COMPA (Convergência dos Movimentos e Povos das Américas; Conselho Mundial de Paz CMP; Coordinador Agrário Nacional – CNA; PCN (Processos de Comunidades Negras; Movimento Social de Mujeres Contra La Guerra y por La Paz; grupo Compromisso; USD – União Sindical Obrera da industria de Petróleo, Corporación Colômbia de Teatro.

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Camponeses das Américas organizam congresso no Equador
A articulação dos movimentos camponeses e indígenas do continente americano e a luta e incidência política foram os objetivos que permearam o 5º Congresso da Coordenação Latino Americana de Organizações do Campo (CLOC), aconteceu entre 8 e 16 de outubro, na cidade de Quito, no Equador. A CLOC nasceu em 1994, a partir de um encontro entre 84 organizações, de 18 países da América Latina e Caribe, nos marcos da ‘Campanha Continental 500 anos de Resistência Indígena, Negra e Popular’. Essa articulação teve como eixo central dar unidade aos movimentos sociais camponeses e indígenas contra o impacto das políticas neoliberais implementadas em nosso continente. O 5° CLOC contou com a presença de 1200 delegados e se propôs a discutir um novo projeto de desenvolvimento para a América Latina, colocando em pauta a ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América).
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Jovens haitianos chegam ao Brasil para intercâmbio de um ano

Desde o dia 27 de setembro, setenta e seis (76) jovens haitianos de origem camponesa estão na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em São Paulo, para um intercâmbio de um ano no Brasil. A vinda dos jovens é fruto de um projeto de cooperação entre a Via Campesina brasileira e movimentos camponeses haitianos. Durante o primeiro mês os haitianos estarão na ENFF e depois se dividirão por áreas de Reforma Agrária em diversas regiões do país, onde terão contato com as experiências desenvolvidas pelos movimentos camponeses brasileiros.
O princípio da cooperação é o da solidariedade entre os povos. Desde janeiro de 2009 uma Brigada Internacionalista da Via Campesina está no Haiti, construindo um processo de integração entre camponeses dos dois países e o objetivo deste intercâmbio no Brasil é também fortalecer as organizações e movimentos de ambos os países através do apoio técnico e político.
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2010-10-27 ::
alantygel