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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

XIII JORNADA NACIONAL DOS SEM TERRINHAS – CARTA PARA A SOCIEDADE

terça-feira 19 outubro 2010 - Filed under Sem categoria

Nós, 140 Sem Terrinhas, dos assentamentos e acampamentos do MST, estivemos reunidos no XIII Encontro Estadual, realizado entre 09 a 11 de outubro de 2010, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.

Nosso encontro teve como tema central “Escola, Terra e Dignidade” cujo objetivo foi refletir sobre a educação do campo e a atual situação de precariedade e fechamento das escolas rurais. De 2005 a 2007 foram fechadas 8 mil escolas no Brasil, e na região Norte Fluminense no Rio de Janeiro até o ano de 2010 foram fechadas 12 Escola Rurais.

A partir da reflexão realizada durante o encontro NÓS Sem Terrinhas DENUNCIAMOS:

  1. Precariedade da infra-estrutura das Escolas: salas pequenas, sem recursos de informática, material pedagógico e sala de vídeo;
  2. Ausência ou falta de manutenção das áreas de lazer;
  3. Ausência de biblioteca;
  4. Escolas fora do Campo;
  5. Falta de segurança;
  6. Merenda Escolar precária ou ausente;
  7. Transporte escolar precário e também ausente em alguns locais;
  8. Estradas são precárias;
  9. Ausência do segundo segmento nas Escolas Rurais;
  10. Falta de investimento do Governo nas áreas rurais.

Diante deste quadro AFIRMAMOS:

  1. “A escola que queremos ter é com educação, alegria e que tenha tudo o que um aluno merece”.
  2. “A escola boa é perto de casa, bonita, não caindo aos pedaços, com merenda escolar, sala de vídeo, quadra, área de lazer, biblioteca, informática”.
  3. “Acho que nossas escolas são alegres, pois não há preconceito e discriminação”.
  4. “Os governantes não querem fazer nada para o campo”
  5. “O mundo de hoje precisa de mais educação para todos nós”

SEM TERRINHAS POR ESCOLAS, TERRA E DIGNIDADE!!!

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Sem Terrinha protestam por escolas na semana das crianças

terça-feira 19 outubro 2010 - Filed under Sem categoria

XIII ENCONTRO DOS SEM TERRINHAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Manifestação no centro do Rio denuncia precariedade da educação no campo e urgência da reforma agrária

Sem Terrinha 1
Sem Terrinha 2

“Brilha no céu a estrela do Che. Somos Sem Terrinha do MST”. As palavras de ordem ecoaram na tarde do último dia 11 de outubro, no centro da cidade do Rio de Janeiro, cantadas por 140 meninos e meninas de acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Rio. Ás vésperas do dia das crianças, eles fizeram uma manifestação por educação no campo e pela reforma agrária, na atividade que encerrou o encontro estadual da 13ª Jornada Nacional dos Sem Terrinha. O protesto durou cerca de duas horas, durante as quais as crianças leram a carta final do encontro exigindo que a “escola boa é perto de casa, bonita, não caindo aos pedaços, com merenda escolar, sala de vídeo, quadra, área de lazer, biblioteca, informática”.

Antes do protesto, os Sem Terrinha confeccionaram cartazes e desenhos para levarem à manifestação. Nas produções das crianças, havia muitos desenhos de casas, árvores e frases pedindo melhores condições de estudo e de vida. “Queremos escola melhor, queremos os nossos direitos, queremos uma vida melhor e queremos a nossa vitória”, dizia um cartaz escrito com letras coloridas. Quem passou pelo Buraco do Lume, onde foi realizada a manifestação, pôde assistir também a uma esquete de teatro protagonizada por adolescentes do assentamento Zumbi 4, na zona rural de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. A apresentação denunciou o trabalho escravo nas lavouras de cana de açúcar e a urgência de se implementar um projeto de reforma agrária no país para garantir a dignidade dos trabalhadores.

Sem Terrinha 5
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Ainda durante o protesto foi denunciada a realidade de abandono e precariedade das escolas rurais em todo o país. De acordo com o MST, de 2005 a 2007 foram fechadas oito mil escolas rurais no Brasil, e apenas na região de Campos dos Goytacazes 12 escolas localizadas no campo pararam de funcionar entre 2009 e 2010. “Estamos aqui para cobrar do MEC [Ministério da Educação] e do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e dizer que não queremos escolas fechadas. O dia das crianças é para festejar, mas também para se reunir e fazer luta”, discursou Elisângela Carvalho, do setor de educação do MST.

A escola que queremos ter é com educação, alegria e que tenha tudo o que um aluno merece”, diz a carta final do encontro. O documento lido pelas crianças durante a manifestação também denuncia que nas escolas do campo não há áreas de lazer ou, nas que há, falta manutenção. Os Sem Terrinha reclamaram ainda que faltam também bibliotecas, merenda escolar e material pedagógico. Em muitos casos, as salas são apertadas e praticamente não há escolas que ofereçam o segundo segmento do ensino fundamental. O Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) e o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) também estiveram presentes e expressaram solidariedade aos Sem Terrinha na luta pelo direito à educação.

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Sem Terrinha Em Ação, Pra Fazer Revolução”

O Encontro do Rio de Janeiro integrou a Jornada Nacional dos Sem Terrinha, que acontece todos os anos simultaneamente em vários estados do país, sempre nas datas próximas ao dia 12 de outubro, quando se comemora o dia das crianças. Neste ano, em sua 13ª edição, a Jornada teve como tema central “Escola, Terra e Dignidade”. No Rio de Janeiro, durante três dias, crianças, adolescentes e adultos se reuniram na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), onde participaram de oficinas culturais e de formação política, momentos de lazer como a visita ao Museu da Vida da Fiocruz e espaços de integração com crianças da cidade. Trabalhadores e estudantes da EPSJV também participaram ativamente em todo o evento. “Os Sem Terrinha representam as crianças do Brasil. Vocês, pais da cidade, que estão passando por aqui, também têm compromisso com a escola do campo. Defender a escola pública é também defender a escola rural”, falou a diretora da EPSJV, Isabel Brasil, durante a manifestação, enquanto a criançada repetia no centro do Rio de Janeiro: “Bandeira, Bandeira, Bandeira Vermelhinha, O Futuro Da Nação Está Nas Mãos Dos Sem Terrinha”.

Raquel Júnia- Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

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MST ocupa latifúndio em Macaé

terça-feira 19 outubro 2010 - Filed under Notícias do MST Rio

mst_macae_meninas_bandeiraNa madrugada de terça-feira sete de setembro, dia do Grito dos Excluídos, 400 famílias organizadas no MST ocuparam a Fazenda Bom Jardim, situada no Córrego do Ouro – 2º distrito do município de Macaé. Famílias Sem Terra de toda a região e de diversos municípios como Rio das Ostras, Cabo Frio, Casimiro de Abreu e Macaé participaram da ocupação.

A área foi vistoriada pelo INCRA em 2006 e considerada latifúndio improdutivo por não cumprir a função social e ambiental. A área de reserva legal não está agravada no IBAMA e as áreas de proteção permanente também não foram protegidas. A fazenda possui mais de 1.600 ha e foi decretada de interesse social, para fins de reforma agrária no diário oficial dia 1 de setembro.

Nos primeiros dias de acampamento a situação se manteve tranqüila. O grande problema estava sendo à entrada de mais famílias para a ocupação por impedimento de fazendeiros vizinhos. Seguranças terceirizados (jagunços) fechavam as vias de acesso que são municipais. Suspeita se que o dono desta “empresa de segurança” seja um sargento da PM da Macaé. Com a realização de uma mobilização em frente a ocupação e com a cobrança das famílias na prefeitura os acessos ao acampamento foram liberados.

mst_macae_meninada_juntaSobre o antigo dono, Barbosa Lemos, figura muito conhecida na região, já foi deputado estadual e é também empresário do ramo de Comunicação em Campos. Segundo Barbosa Lemos, o local é uma das maiores Áreas de Preservação Permanente do estado do Rio de Janeiro. “São mais de 1.500 hectares de mata e hoje é considerada umas das maiores áreas de preservação permanente do Estado, “É um local impróprio para morada, pois é uma área particular onde funciona a reserva ecológica, e não pode ter assentamento. Além de ser um santuário ecológico”, mas o que se observa na realidade é criação de boi e muito desmatamento, não existe seque um pé de goiaba, mesmo a terra sendo aparentemente de boa fertilidade.

Infelizmente no dia 7 de outubro o acampamento do MST em Macaé sofreu uma derrota. O Juiz determinou a reintegração de posse da Fazenda Bom Jardim. E no mesmo momento a policia se movimentou para realizar o despejo das famílias. Após um dia longo e de muita tensão no acampamento tivemos a informação de que a reintegração de posse aguardada foi frustrada devido a articulação do MST e movimentação das advogadas que conseguiram a reconsideração da decisão no plano estadual. Isso significa que as quase 200 famílias acampadas continuam em paz com as bandeiras do Che e do MST bem no alto reafirmando a luta pela reforma agrária e por justiça social.

mst_macae_geral_04Com isso o acampamento ganha fôlego para e consolida. Os núcleos estão definidos e cada um definirá suas metodologias de atuação de forma coletiva, e daqui para a frente a tarefa é intensificar o trabalho de base e buscar os mecanismos para começar a plantar. Infelizmente na esfera federal foi novamente determinada a reintegração de posse colocando mais uma vez as famílias do acampamento sob intensa tensão. O Incra junto com a sua ouvidoria encaminhou um oficio pedindo uma reunião de conciliação com o Juiz de Macaé mais ainda temos resultado da possibilidade da realização desta reunião. Organizamos a ocupação da Fazenda Bom Jardim para cobrar do Governo Federal a conclusão da desapropriação. O nosso objetivo é construir um assentamento produtivo em harmonia com o meio ambiente.

A proposta para esta Ocupação é realizar um assentamento com princípios agroecológicos (Projeto de Desenvolvimento Sustentável – PDS) e de forma cooperada devido às fortes características ambientais da fazenda. É importante ressaltar que hoje no Estado do Rio de Janeiro a onde se tem área de mata atlântica preservada é a onde temos a pequena agricultura atuando ou a onde temos o ambiente topográfico muito recortado. Aonde o latifúndio e a especulação imobiliária chegaram a nossa mata atlântica foi degradada e poluída.

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REFORMA AGRARIA POR JUSTIÇA SOCIAL E SOBERANIA POPULAR

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O agronegócio da cana continua escravizando em Campos

terça-feira 19 outubro 2010 - Filed under Notícias do Rio

Mais uma vez o agronegócio modelo de desenvolvimento para o campo brasileiro defendido pelo patronato rural, empresários, banqueiros e governos estadual e federal se utiliza de trabalho escravo.

Noventa e cinco trabalhadores foram resgatados durante operação conjunta do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, Superintendência Regional do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal em fazendas das usinas de cana-de-açúcar da região de Campos dos Goytacazes, norte do Estado. Trabalhadores da localidade foram novamente flagrados em condições degradantes de trabalho nas frentes de trabalho inspecionadas. O pagamento das indenizações e verbas rescisórias totalizou cerca de R$ 100 mil.

A operação ocorreu no último dia 24 de agosto. Com o apoio da Marinha do Brasil. As localidades foram cercadas por viatura da Polícia Rodoviária Federal para evitar a dispersão dos trabalhadores clandestinos, que laboram sem quaisquer garantias asseguradas pela legislação brasileira. Trabalhadores sem registro em carteira, ausência de água potável, de instalações sanitárias nas frentes de trabalho, de locais para refeições, de equipamentos de proteção individual e de ferramentas de trabalho foram as principais irregularidades detectadas pela fiscalização, que comprovou a degradância das condições do meio ambiente de trabalho.

Segundo a procuradora do Trabalho Guadalupe Louro Turos Couto, a equipe flagrou as irregularidades nos primeiros dias de execução do serviço na Fazenda Marrecas, de propriedade da empresa Erbas Agropecuária S/A. “As circunstâncias impostas caracterizaram a submissão desses trabalhadores a condições análogas às de escravo. Diante de todos os fatores e provas colhidos, foi reconhecido o vínculo de emprego com a Empresa Erbas Agropecuária. Aos resgatados foram pagas as verbas trabalhistas decorrentes de rescisões indiretas do contrato de trabalho e indenizações por danos morais individuais e coletivos”, explicou a procuradora.

A fazenda pertence à Empresa Erbas Agropecuária S/A e a cana retirada era vendida para a Usina Paineiras. A intermediação da mão de obra ficava a cargo do empreiteiro Valter Júnior Henrique Gomes. Os trabalhadores encontrados são da região de Campos dos Goytacazes. De acordo com os depoimentos colhidos, a maioria é vinculada à Usina Sapucaia que, por sua vez, por estar em processo de recuperação judicial, não tem honrado com o pagamento dos salários. Segundo os trabalhadores, a alternativa para garantir a sobrevivência foi trabalhar na condição de clandestino (sem registro em carteira).

Segundo relatos, a rotina era exaustiva.

Os ônibus pegavam os trabalhadores por volta das 6h. No horário de almoço, era feita a pausa para refeição. Geralmente, os trabalhos terminavam por volta das 17h, mas alguns paravam antes por conta do cansaço. No local, não havia instalações sanitárias e os trabalhadores tinham que fazer as necessidades fisiológicas no canavial. A comida não tinha acondicionamento e muitos faziam a refeição debaixo de sol. A fiscalização detectou ainda irregularidades relacionadas ao equipamento de proteção individual (EPIs) e às ferramentas, como facão e lima. A empresa não forneceu os EPIs e as ferramentas de trabalho.

Além disso, outra norma de segurança que estava sendo descumprida diz respeito ao transporte das ferramentas, que devem ser colocadas no bagageiro do ônibus. Procuradores e auditores fiscais confirmaram a irregularidade, uma vez que as ferramentas estavam sendo levadas próximas ao indivíduo, colocando-o em situação de risco. Durante a operação, um trabalhador, que estava sem as botas adequadas de proteção, machucou a perna com o facão. No ônibus que transportava a turma, não havia nenhum kit de primeiros socorros. Foram inspecionados quatro veículos e todos os trabalhadores transportados estavam com a situação irregular.

Diante das denúncias comprovadas e das provas colhidas, representantes da empresa foram intimados a comparecer à sede do Ministério Público do Trabalho em Campos dos Goytacazes para prestar depoimento. Eles assinaram Termo de Ajustamento de Conduta para regularizar a situação dos trabalhadores. A empresa se comprometeu a efetuar o pagamento das verbas rescisórias e indenizações a título de dano moral individual.

Os auditores fiscais do Trabalho Bárbara Rigo de Carvalho, Solange Zamith Guimarães, Cláudio Secchin, Bruno Barcia e Marcelo dos Anjos efetuaram os procedimentos legais para registro, baixa na carteira de trabalho e pagamento das verbas rescisórias. Eles emitiram também as guias do seguro-desemprego aos trabalhadores, que poderão receber, nos próximos três meses, um salário mínimo caso não consigam trabalho com carteira assinada. O pagamento das verbas ocorreu entre os dias 01 e 03 de setembro na sede do Ministério Público do Trabalho em Campos dos Goytacazes.

A reflexão que fica é até quando a nossa sociedade se manterá passiva a este modelo que só se preocupa com a cumulação e centralização de capital e em gerar especulação, exploração, degradação e poluição ambiental. E ainda teremos que ver na ‘Marquês de Sapucaí’ ano quem em 2011, Mocidade Independente de Padre Miguel trazer como tema para a avenida o Agronegócio.
Fonte: MPT

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domingo 15 agosto 2010 - Filed under Boletins

Boletim do MST-RJ
Boletim do MST RIO — Nº 04 — De 04 a 17/08/2010

Notícias do MST Rio

Curso de Licenciatura em Educação do Campo

No sentido de ampliarmos o debate sobre uma educação atendendo as demandas do campo, a UFRRJ assumiu o curso de Licenciatura em Educação do Campo, que iniciará em setembro de 2010, tendo como público alvo assentados e assentadas da Reforma Agrária. O curso destina-se a formação de educadores e educadoras para atuação nas escolas do campo situadas nestes contextos específicos e socioculturais diversificados.

Com duração de 3 anos, o curso terá duas grandes áreas de conhecimento como opção de especialidade do educando: 1. Ciências Sociais e Humanidades 2. Agroecologia e Segurança Alimentar. A Estrutura e Funcionamento do Curso terão como base a Pedagogia da Alternância, sendo a primeira etapa do Tempo Escola de 20 de Setembro a 31 de Outubro deste ano, contando com a presença de 60 jovens e adultos dos Assentamentos da Reforma Agrária e 10 Quilombolas e Indígenas.

Para saber mais: Curso de Licenciatura em Educação do Campo

Bibliotecas Populares nos Assentamentos Rurais do Rio de Janeiro

O Projeto de Extensão Bibliotecas Populares nos Assentamentos Rurais do Rio de Janeiro é uma parceria entre a o Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Geografia Agrária (GeoAgrária) da Faculdade de Formação de Professores da UERJ e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio de Janeiro.

Através deste, construímos coletivamente 3 bibliotecas em assentamentos rurais no estado e elaboramos 5 cartilhas contado a história da luta pela terra no estado do Rio de Janeiro. O projeto tem assim contribuído para o resgate e a preservação da memória da luta pela terra, parte essencial da reafirmação permanente da identidade dos trabalhadores rurais sem terra e da mobilização destes para continuar a sua luta pela democratização da sociedade.

Por outro lado, contribui também para colocar o saber universitário a serviço destes trabalhadores, de forma coerente com o papel social que a Universidade deve desempenhar. Ademais, o contato que os estudantes de graduação mantém com os trabalhadores rurais sem terra nas visitas periódicas aos acampamentos e assentamentos representa para estes estudantes um aprendizado fundamental para sua formação como cidadãos e educadores.

Neste ano de 2010 estamos trabalhando no assentamento Roseli Nunes, em Piraí, realizando mutirões de arrumação dos livros e organização da biblioteca junto com os integrantes da comunidade, e entrevistando-os para reconstituir a história da luta pela terra que resultou na criação do assentamento Roseli Nunes.

Rio de Janeiro recebe a visita de 3 educadores da Galícia/Espanha

Durante o período de 23 a 28 de julho, recebemos aqui no Rio de Janeiro a visita de três camaradas educadores espanhóis, Julia, Marcos e Chaves, que vieram da Galícia, região norte da Espanha. Os educadores trabalham com ensino de crianças e jovens na Espanha e vieram ao Brasil realizar uma pesquisa sobre a Educação e a Saúde no MST.

Conheceram o MST através de atividades de formação feitas na própria Galícia com a ONG Amarante e se encantaram com as experiências de educação do movimento. Durante a estadia, os três participaram de um a conversa sobre a conjuntura da reforma agrária no Rio de Janeiro e no Brasil e puderam perceber as dificuldades da luta pela terra e os entraves para a realização da reforma agrária, conheceram o Acampamento Marli Pereira em Paracambi, onde também participaram da 14° Romaria da Terra e das Águas junto com as famílias acampadas e assentadas.

Também conheceram acampamentos da Região Norte Fluminense, como o 17 de Abril, onde ficaram alojados, Eldorado dos Carajá e Zumbi dos Palmares, além da pré-assentamento Madre Cistina e do assentamento Josué de Castro. EM todas as áreas conheceram experiências de produção de plantas medicinais e de alimentos Agroecológicos. Agora os educadores seguem viagem para o Espírito Santo, a fim de dar continuidade à pesquisa e a esta importante articulação do MST com aqueles da comunidade internacional que compartilham lutas.

Notícias do Rio

II Encontro de Agroecologia do Estado do Rio de Janeiro

O Encontro reune entre os dias 05 e 07 de agosto, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), aproximadamente 400 participantes para debater soberania alimentar e transição para agricultura agroecológica. Dentre os participantes estão agricultores familiares, quilombolas, assentados da reforma agrária, extensionistas, professores e pesquisadores.

Um importante segmento para o desenvolvimento rural do estado e para onde poucos olham diz respeito a agricultura familiar que, em números de estabelecimentos se equipara até mesmo com estados considerados agrícolas. Apesar das dificuldades enfrentadas e da pouca valorização atribuída a este segmento, agricultores familiares de todo o estado do Rio de Janeiro vem desenvolvendo estratégias de reprodução e mostrando resistência quando o assunto é produção de alimentos, cuidado com o meio ambiente e desenvolvimento local.

Dar visibilidade a estas resistências, trocar experiências e debater propostas e ações que fortaleçam a agricultura familiar são objetivos do II Encontro de Agroecologia do Rio de Janeiro, que está sendo organizado por mais de 20 movimentos e organizações que compõem a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro, estruturada desde 2006 a partir da identificação e sistematização de experiências com o objetivo de tirá-las do isolamento dando visibilidade as mesmas.

Para maiores informações: http://articulacaorj.blogspot.com/ e clicando aqui.

Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológico

Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológicoA partir da observação de demandas de formação e capacitação dos jovens no âmbito da Agroecologia, a AARJ (Articulação de Agroecologia no Rio de Janeiro), realiza o Projeto Campo-Campus desde 2009 em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e financiado pelo Conselho nacional de Pesquisa (CNPq). O objetivo do Projeto é possibilitar a construção de uma identidade e protagonismo juvenil para o fortalecimento do movimento agroecológico, a partir da aproximação com a temática da Agroecologia, e compreensão da necessidade de estabelecer um novo modelo produtivo no campo e na cidade.

O primeiro Tempo Escola dos 28 alunos da 2ª turma de jovens aconteceu entre os dias 25 de Julho e 07 de Agosto 2010. A partir desta data até a próxima etapa, em janeiro de 2011, acontece o Tempo comunidade, quando irão desenvolver atividades práticas e pedagógicas, para serem apresentadas de forma lúdica no Tempo Escola.

Contato: coordenação Executiva do Projeto Campo–Campus Intervivência Universitária (juventudeagroecologia@yahoo.com.br)

Para saber mais:
Programa Intervivência Universitária – Campo e Campus – Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológico no Estado do Rio de Janeiro.

Notícias do Brasil

Plebiscito Popular: Campanha pelo limite da propriedade da terra!

Falta menos de um mês para o início do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Entre os dias 01 e 07 de setembro, toda a sociedade brasileira terá a oportunidade de dizer se é a favor ou contra a concentração de terras no país, ou seja, se concorda ou não com o latifúndio. O Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra está organizado em todo país e vem, mobilizando cidadãos e cidadãs que acreditam em um Brasil mais justo e igualitário.

No Rio de Janeiro já estão organizados mais de 15 comitês, que tem levado debates para a sociedade. Além disso, há um calendário intenso de atividades até o Plebiscito, que deverá ser o momento de maior mobilização e de recolhimento de assinaturas da iniciativa popular para pressionar o poder público.

A próxima Plenária Estadual da Campanha está marcada para quarta-feira, dia 18/8, às 18h no Sindipetro.

Para saber mais: www.limitedaterra.org.br ou entre em contato comforumra.rj@gmail.com

Notícias Internacionais e da Via Campesina

Cooperação Via Campesina e Haiti

Somos Nós Que Temos Coragem Para Fazer HistóriaDesde o século XVIII, a revolução dos escravos negros no Haiti, gerou tensões aos dominadores colonizadores que temiam a massificação continental da luta negra anti-escravista. Desde então, o imperialismo dos EUA tem estado atento ao Haiti. Não é a toa que em menos de 100 anos, o Haiti já tenha sofrido duas intervenções militares estadunidenses e uma ocupação militar patrocinada pelas Nações Unidas, sob o comando do exército brasileiro.

A resistência do povo haitiano é muito forte e a solidariedade entre povos tem sido fundamental. Neste apoio, desde 2004, camponeses e camponesas da Via Campesina Brasil seguiram para uma missão de solidariedade com o povo e as organizações camponesas haitianas. Em 2009, a Via Campesina enviou ao Haiti a Brigada Internacionalista Dessalines de Solidariedade ao Haiti, que percorreu os dez departamentos do país, que realizou um diagnóstico sobre as possibilidades de parceria e colaboração entre os camponeses brasileiros e haitianos e tiraram alguns pontos chaves de atuação: as sementes; a captação de Água; o reflorestamento; e a formação.

Para saber mais: “Somos Nós Que Temos Coragem Para Fazer História”

Publicações

Expediente

Boletim MST Rio

  • Coordenação de Comunicação e Cultura: Claudio Amaro.
  • Coordenação da Secretaria Estadual: Nívia Regina.
  • Produção: Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).
  • Colaboradores: Jéssica Santos, Luisa Chuva e Leon Diniz.
  • Contato: boletimmstrj@gmail.com
  • Arquivo de boletins: clique aqui.

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“Somos Nós Que Temos Coragem Para Fazer História”

domingo 15 agosto 2010 - Filed under Notíciais Internacionais e da Via Campesina

Somos Nós Que Temos Coragem Para Fazer HistóriaPor Thalles Gomes

“Se Nou Ki Gen Kouray Pou Fé Listwa” – CHIMEN PEYIZAN (*)

No início do século XVIII, vitoriosa a revolução dos escravos negros liderados por Toussaint L’Ouverture e Jean Jacques Dessalines, o termo ‘haitianismo’ passou a ser sinônimo de liberdade. Qualquer menção ao Haiti fazia com que os colonizadores e senhores de engenho nas Américas tremessem diante da possibilidade de massificação continental da luta negra anti-escravagista.

Desde então, os olhos das nações imperialistas estiveram sempre atentos a qualquer movimento de massas dos herdeiros de L’Ouverture.

As suspeitas de um novo ascenso do ‘haitianismo’ eram pronta e duramente sufocadas. Não é a toa que em menos de 100 anos, o Haiti já tenha sofrido duas intervenções militares estadunidenses e uma ocupação militar patrocinada pelas Nações Unidas, sob o comando do exército brasileiro.

Mas não são só os olhos imperialistas que repousam sobre o Haiti. Os trabalhadores e trabalhadoras das Américas, que tanto beberam do exemplo revolucionário haitiano, também estão atentos e prontos para prestar apoio à sua luta.

É neste espírito de solidariedade entre os povos, e para se contrapor à ocupação militar imposta ao país pelas Nações Unidas em 2004, que camponeses e camponesas da Via Campesina Brasil se organizaram para uma missão de solidariedade com o povo e as organizações camponesas haitianas.

Iniciado o contato os movimentos camponeses haitianos em 2007, a Via Campesina Brasil enviou em Janeiro de 2009 a Brigada Internacionalista Dessalines de Solidariedade ao Haiti.

Durante todo o ano passado, os quatro integrantes da Brigada Dessalines percorreram todos os dez departamentos do país e, em parceria com as organizações camponesas, realizaram um diagnóstico sobre as possibilidades de parceria e colaboração entre os camponeses brasileiros e haitianos.

Além desse diagnóstico, a Brigada Dessalines fortaleceu o vínculo da Via Campesina Brasil com os movimentos sociais haitianos e o KAT JE – os quatros movimentos sociais camponeses que compõem a Via Campesina Haiti. O termo KAT JE vem do provérbio popular “kat je kontre, manti kaba” (‘Quando quatro olhos se encontram, a mentira acaba’) e abarca os movimentos MPP (Mouvman Peyizan Papay), Tét Kole Ti Peyizan, MPNKP (Mouvman Peyizan Nasyonal Kongré Papay) e KROS (Kodinasyon Rejional Oganizasyon Sidés). Em colaboração com esses movimentos, também existe uma parceria com a Organização Não Governamental PAPDA (Plateforme Haïtienne de Plaidoyer pour un Développement Alternatif).

Neste diagnóstico, a Brigada levantou quatro pontos chaves de atuação e cooperação:

1. Sementes – Para fortalecer a produção e soberania alimentar do povo hiatiano, foi proposto o envio de sementes crioulas e leguminosas do Brasil, além da construção de um Centro Nacional de Sementes, voltado para o armazenamento e produção de sementes a ser coordenado pelos próprios camponeses haitianos.

2. Captação de Água – A falta d’água é um problema que afeta todo o Haiti, em particular a população camponesa. Por isso a proposta de cooperação e repasse de tecnologias para a construção de cisternas, poços e açudes.

3. Reflorestamento – Mais de 95% da mata nativa haitiana foi devastada e 70% da população depende do carvão vegetal para conseguir energia. A proposta, construída junto com o KAT JE, é a da criação de um Plano Nacional de Reflorestamento, além de ações localizadas como planos de reflorestamento regionais e a construção de um Viveiro Central.

4. Formação – Construção de uma Escola Técnica em Agroecologia e de uma Escola de Formação Política em parceria com a Via Campesina Haitiana.

Com o terremoto que atingiu o Haiti em 12 de Janeiro de 2010, e que afetou fortemente o campo haitiano devido ao êxodo das populações oriundas das cidades mais afetadas para a área rural – estima-se que cerca de 1.5 milhões de pessoas ficaram desabrigadas -. A Via Campesina Brasil, durante sua II Plenária Nacional, decidiu por fortalecer a Brigada Dessalines, para que as propostas de cooperação levantadas em seu diagnóstico pudessem ser levadas adiante de maneira mais rápida e efetiva.

Dessa forma, para se somar aos quatro brigadistas que compunham a Brigada Dessalines, vinte e sete militantes do MAB, MMC, MPA, MST, MTD e CPT, oriundos de dez estados de todas as cinco regiões do país se reuniram na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) durante o mês de março. São camponeses e camponesas, técnicos agrícolas, técnicos agropecuários, técnicos em agroecologia, técnicos em administração de cooperativas, especialistas em poços e cisternas, carpinteiros, pedagogos, técnicos em enfermagem, engenheiros florestais, administradores, médicos.

Após um mês de formação na ENFF, os brigadistas partiram rumo ao Haiti no início de Abril de 2010. Todos e todas dispostos a se somar na luta do povo haitiano por liberdade e soberania. Um exemplo concreto de solidariedade entre os povos, que não precisa nem de armas nem de lucros para se efetivar.

 

“Ann Ale Lite!”
“Vamos À Luta!” 

(*) Chimen Peyizan é a tradução para Via Campesina em Kreyòl.

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Programa Intervivência Universitária

domingo 15 agosto 2010 - Filed under Sem categoria

Campo e Campus – Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológico no Estado do Rio de Janeiro.

Jovens rurais protagonizando o fortalecimento da agricultura familiar e a construção do conhecimento agroecológicoA Articulação de Agroecologia no Rio de Janeiro (AARJ), a partir do acúmulo gerado nas regiões do estado, onde existem diversas experiências agroecológicas, pode identificar demandas de formação e capacitação dos jovens no âmbito da Agroecologia.

Desta forma, vem realizando projeto desde 2009 em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e financiado pelo Conselho nacional de Pesquisa (CNPq). Tendo este o objetivo de possibilitar a construção de uma identidade e protagonismo juvenil para o fortalecimento do movimento agroecológico, a partir da aproximação com a temática da Agroecologia, e compreensão da necessidade de estabelecer um novo modelo produtivo no campo e na cidade. Resgatando assim valores e práticas culturais que busquem a conservação e preservação do meio ambiente. E que os jovens sejam protagonistas direto neste resgate de cultura e valores junto à comunidade e sua organização social.

As experiências que deram base para organização do Projeto Campo- Campus foram projetos: Agentes jovens em Casimiro de Abreu, Protagonismo Juvenil na coleta da Palmeira Juçara no quilombo do Campinho/Paraty-RJ e o programa de formação com jovens do campo e da cidade do MST/RJ. Este projeto tem previsão de 2 anos, encerrando em 2010, e formando 2 duas turmas de jovens monitores para as regiões da AARJ.

A metodologia da formação é baseada na Pedagogia da Alternância que está relacionada à construção do conhecimento a partir de outro paradigma, organizada em momentos presencial na UFRRJ (Tempo Escola) e momentos da Comunidade (Tempo Comunidade).

Programa Intervivência UniversitáriaE atualmente está acontecendo o primeiro Tempo Escola da 2ª turma de jovens, que iniciou no dia 25 de Julho e irá até o dia 07 de Agosto 2010, quando se inicia o Tempo comunidade, quando irão desenvolver atividades práticas e pedagógicas. A próxima etapa será em janeiro de 2011 nas férias escolares, quando então apresentarão de forma lúdica os trabalhos por eles desenvolvidos.

Esta 2ª turma está com 28 jovens com idade de 14 a 19 anos, das seguintes regiões: Norte, Serra Mar, Vale do Paraíba, Costa Verde e Metropolitana. Sendo destes 21 meninos e 07 meninas, das diversas organizações sociais: Fórum de comunidades Tradicionais (Quilombo, Caiçara e indígena – Tribo Guarani), Assentados da Reforma Agrária (MST, CPT), Agricultores familiares (COPAGÈ), e Organizações da Agricultura Urbana (Verdejar, Rede Fito Vida, Pro fito).

E acontecerá no dia 04 de agosto o Encontro Estadual dos jovens do Campo- Campus, quando estarão encontrando-se com jovens da primeira turma de 2009, este terá objetivo de realizar integração nas ações que já estão sendo desenvolvidas nas regiões, além de ser ponto de partida para organização de um Encontro Estadual de Jovens da Articulação de Agroecologia para 2011.

“Espero que haja uma maior valorização da cultura da minha comunidade, e que os jovens e todas as outras pessoas comecem a ter uma participação maior nessa luta”. (Jovem do projeto Campo Campus 2009)

Coordenação Executiva do Projeto Campo – Campus Intervivência Universitária (juventudeagroecologia@yahoo.com.br)

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Curso de Licenciatura em Educação do Campo

domingo 15 agosto 2010 - Filed under Sem categoria

A educação é um direito de todos, e refletindo sobre isso é que os movimentos sociais fizeram lutas para que juntos pudessem romper com o latifúndio do saber para que todos e todas tivessem acesso à universidade. Portanto, os movimentos sociais, as universidades e o PRONERA/INCRA, vêm formando vários sujeitos nas áreas de Reforma Agrária em diversas áreas do conhecimento. E no sentido de ampliarmos o debate sobre uma educação atendendo as demandas do campo, foi que a UFRRJ assumiu o curso de Licenciatura em Educação do Campo, que iniciará em setembro de 2010, tendo como público alvo assentados e assentadas da Reforma Agrária.

Deste modo, o curso destina-se a formação de educadores e educadoras para atuação nas escolas do campo situadas nestes contextos específicos e socioculturais diversificados. Com duração de 3 anos, o curso terá duas grandes áreas de conhecimento como opção de especialidade do educando: 1. Ciências Sociais e Humanidades 2. Agroecologia e Segurança Alimentar.

O curso acontecerá em 6 etapas, divididas em Tempo Escola e Tempo Comunidade, sendo a primeira etapa do Tempo Escola de 20 de Setembro a 31 de Outubro deste ano, sendo alternado entre o Campus IM da UFRRJ em Nova Iguaçu e o Campus Seropédica, onde contará com 60 jovens e adultos dos Assentamentos da Reforma Agrária e 10 Quilombolas e Indígenas.

As discussões para a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico deste curso contaram com diversos atores, tais como a Universidade, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), RECID (Rede Cidadã), Cedro (Cooperativa…), AMOC (Associação dos Moradores do Campinho) e os grupos organizados GETERRA (Grupo de Estudos, Trabalho e Ensino em Reforma Agrária) e GAE (Grupo de Agricultura Ecológica), que desde o ano de 2009 vem se reunindo com periodicidade.

A Estrutura e Funcionamento do Curso terão como base a Pedagogia da Alternância, visto que garante a participação dos assentados e filhos de assentados da Reforma Agrária, bem como a construção de processos de formação em que a teoria se constrói como elaboração do real, da materialidade das relações sociais e da historicidade dos conflitos da sua comunidade e do mundo.

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quinta-feira 22 julho 2010 - Filed under Boletins

Boletim do MST-RJ
Boletim do MST RIO — Nº 03 — De 20/07 a 04/08/2010

Notícias do MST Rio

MST inicia curso de Políticas Públicas em Saúde para Populações do Campo em parceria com a Fiocruz

Entre os dias 21 de junho e 10 de julho, 32 militantes – integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), do Movimento Popular de Saúde (MOPS) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) – de diversos estados do Brasil, participaram da 1ª etapa do Curso de Especialização Técnica em Políticas Públicas em Saúde para Populações do Campo, realizado na Escola Politécnica da Fiocruz, Rio de Janeiro.

O curso busca capacitar os trabalhadores do campo para compreender e discutir as políticas públicas em saúde, a partir das especificidades das realidades no meio rural e do respeito aos saberes tradicionais. Esta primeira etapa discutiu Estado e Sociedade, a fim de preparar teoricamente a turma para a ênfase nas Políticas de Saúde. O curso está organizado em cinco etapas, que serão realizadas em regime de alternância entre Tempo Escola e Tempo Comunidade. Clique aqui para saber mais.

Estudantes de Direito da UFRJ realizam projeto de extensão em acampamentos do MST na região Norte Fluminense

Entre os dias 26 e 27 de junho, um grupo de aproximadamente 10 estudantes de Direito da UFRJ, estiveram no Acampamento Eldorado dos Carajás e no Projeto de Assentamento Josué de Castro, apresentando o Projeto de Extensão para assessoria jurídica de trabalhadores rurais, em parceria com o MST. Sob a coordenação do professor Marilson Santana e com o acompanhamento do Centro de Assessoria Jurídica Popular Mariana Criola, o grupo já tem uma próxima atividade prevista para o dia 14 de agosto na região. A atividade contou ainda com a participação de Marcelo Luiz de Souza, estudante de Direito da Turma Especial para beneficiários da Reforma Agrária da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A Turma Especial de Direito da UFG foi uma difícil conquista dos trabalhadores rurais organizados, que continuam precisando de doações de livros jurídicos para a biblioteca. Quem quiser doar livros, pode deixar no Escritório que fica na Rua Pedro I, 7, sala 803, Centro, Rio de Janeiro/RJ, ou ligar para (21) 2240-8496 ou (21)2533-6556 indicando o local e horário em que o(s) livro(s) pode(m) ser buscado(s).

Visita de estudantes ao assentamento rural Roseli Nunes

No dia 30 de junho, aproximadamente 50 estudantes de duas turmas do ensino médio do Centro Educacional Aísio Teixeira (CEAT) realizaram trabalho de campo no assentamento Roseli Nunes, localizado na cidade de Piraí-RJ. Na semana seguinte, dia 4 de julho, o assentamento recebeu duas turmas de pré-vestibulares comunitários da Associação Mangueira Vestibulares (AMV) e da Vila Isabel Vestibulares (VIVE).

As visitas aconteceram da mesma forma, os estudantes foram recebidos pela coordenação do assentamento que trabalhou com eles a história da comunidade, como surgiu, as dificuldades e como se encontra atualmente, só então foram divididos em grupos para conhecer toda a comunidade, as casas e barracos de lona preta, hortas e plantas medicinais, a lavoura e toda criação de animais que existe no assentamento. Após o almoço, com a comunidade na sede do Assentamento, os estudantes puderam se expressar sobre o que viram e ouviram, sobre a luta do MST e então debater a diferença entre uma matéria que a TV mostra e o que eles viram na prática.

A realidade dos grupos são bem diferentes e a comunidade pode perceber isso, os estudantes do CEAT são todos e todas adolescentes que não possuem a percepção real dos problemas vividos e vivenciados pelo estudantes dos pré vestibulares, que possuem faixa etária diferenciada e mais avançada. Como os estudantes moram em favelas e também são discriminados pela “sociedade”, ou seja, por tudo o que a mídia passa em seus boletins e telejornais, não é difícil unificar forças para lutar contra esse modelo capitalista que visa o lucro a qualquer custo. Torna-se cada vez mais necessário e importante este tipo de relação para aproximar o campo da cidade e vice versa, e também para acabar com as informações mentirosas que a grande mídia divulga sobre o MST, sobre os assentamentos de reforma agrária e sobre as famílias Sem Terra.

Notícias do Rio

Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra

Campanha pelo Limite da Propriedade da TerraCerca de 100 pessoas participaram neste sábado do Seminário da Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra. Realizado na sede do Sindipetro-RJ o Seminário teve como tema a Questão Agrária no Brasil e no Rio de Janeiro e a importância dos plebiscitos populares como instrumento de mobilização e conscientização da sociedade.

Na parte da manhã houve palestra, seguida de debate em torno do tema do Seminário e na parte da tarde foram realizadas reuniões dos comitês já formados para a campanha. São estes: Zona Sul do Rio de Janeiro; Centro do Rio de Janeiro / IFCS-UFRJ; Zona Norte do Rio / UFRJ-Fundão; Zona Oeste do Rio de Janeiro; Niterói / UFF; São Gonçalo / UERJ; Seropédica / UFRRJ; Nova Iguaçu; Petrópolis; Magé; Araruama; Macaé e Rio das Ostras; Campos dos Goytacazes.

A próxima atividade da Campanha será a Plenária Estadual, dia 21/07, às 18:30h no Sindipetro-RJ, Av. Passos, 34. Entre em contato com a Secretaria Operativa da Campanha para se informar sobre os Comitês e obter material da Campanha:

  • Telefones: (21) 8159-1948 – Boing; (21) 8388-1728 – Sidney.
  • Endereço eletrônico: forumra.rj@gmail.com
Lançada Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária no Rio

Lançada Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária no Rio. Foto: Samuel Tosta.No dia 30 de junho, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, ocorreu o lançamento da Rede de Comunicadores que apóiam a luta pela Reforma Agrária. Cerca de 150 pessoas assistiram ao debate que contou com apresença da Marina dos Santos, direção nacional do MST, com o jornalista Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, Igor Felippe dos Santos, da assessoria de comunicação do MST e Álvaro Neiva, do coletivo Intervozes.

Os debatedores discutiram a importância do fortalecimento de veículos de mídia alternativos, capazes de mostrar fatos silenciados pela mídia comercial e combater a criminalização das lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais em geral, especialmente o MST. Além disso, recuperaram o histórico da Rede de Comunicadores, criada por iniciativa da sociedade para reagir à criminalização das lutas realizadas pela mídia burguesa. A ideia da rede é agilizar a defesa frente aos ataques à Reforma Agrária, além de apresentar informações e reunir materiais sobre o tema.

O blog da Reforma Agrária é www.reformaagraria.blog.br. Nele pode ser lido o manifesto da Rede.

Notícias do MST no país

As enchentes em Pernambuco e Alagoas e o MST

As enchentes que atingiram a Zona da Mata pernambucana e a Zona da Mata alagoana nas últimas semanas destruiu casas e a infra-estrutura de cidades e vilas, deixando cerca de 60 mortos e mais de 60 mil pessoas desalojadas em ambos os estados. Não só as cidades foram atingidas, mas também alguns assentamentos, nos quais muitos trabalhadores perderam suas casas e toda a produção.

Assim como no caso das chuvas de abril no Rio de Janeiro, a culpa desta tragédia tem sido lançada à natureza. Mas é importante um olhar mais crítico sobre a situação a partir da realidade local, pois as regiões atingidas são marcadas por intensa concentração de terras, destruição ambiental e desigualdades sociais que levaram parte da população às periferias das cidades, para viverem em condições precárias de vida.

Mais de 100 trabalhadores rurais do MST de Pernambuco estão trabalhando no apoio às populações das cidades e povoados mais afetados pelas enchentes que atingiram o Estado nas últimas semanas. A partir da organização de brigadas de solidariedade, são realizadas as distribuições de donativos, o apoio médico de urgência e no apoio à população para a reorganização dos municípios, montando acampamentos aos desabrigados.

Leia mais clicando aqui e aqui.

Notícias do Brasil

O código florestal, o meio ambiente e o Estado de Direito ruralista

Foi aprovado relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PcdoB) na comissão especial que discute alterações no Código Florestal, na primeira semana de julho. Agora, o projeto será votado no plenário da Câmara dos Deputados. Entidades ambientalistas e movimentos sociais do campo avaliam que as mudanças representam um retrocesso para a política de preservação ambiental, mas também para a Reforma Agrária.

A Constituição Federal brasileira determina a propriedade que não cumprir com a sua função social, deverá ser desapropriada e destinada à Reforma Agrária, com exceção de pequenas propriedades. A função social é cumprida quando a propriedade é produtiva, preserva o meio ambiente, respeita as leis trabalhistas e favorece o bem-estar social.

Porém, o relatório aprovado na comissão prevê, entre outros pontos, anistia a todos os latifundiários criminosos que desrespeitaram o Código Florestal até julho de 2008. Ou seja, o conceito constitucional de função social não foi cumprido e essas terras deveriam ser desapropriadas, no entanto, os proprietários serão perdoados. O crime compensa para os ruralistas… Milhares e milhares de hectares que deveriam se transformar assentamentos de sem-terra vão continuar nas mãos de criminosos que não aceitaram a legislação ambiental em vigor. Leia mais clicando aqui.

Diversos movimentos assinaram um manifesto contra o substitutivo aprovado do Código Florestal. Leia por aqui o manifesto “Em defesa do meio ambiente brasileiro e da produção de alimentos saudáveis: não ao substutivo do código florestal brasileiro!”

Notícias Internacionais e da Via Campesina

Rede Jubileu Sul e 1 ano do Golpe de Estado em Honduras

Entre os dias 16 e 18 de junho, em Manágua foi realizada a III Assembleia regional da Rede Jubileu Sul Américas. A Rede em seus 10 anos de vida se enraíza no grande Sul – África Ásia, America Latina e Caribe, pautando a centralidade da dívida pública como o principal mecanismo de enriquecimento das elites em nossos países e continentes.

A Assembleia reafirmou compromissos e acordos de denúncia frente ao Golpe de Estado que o imperialismo e as oligarquias impuseram ao povo hondurenho. O Jubileu Sul/América rechaça também a ocupação econômica e militar do Haiti e qualquer tentativa de desestabilização ou derrubada dos processos de mudança em curso na região.

A Rede Jubileu participou de diversos protestos referentes ao aniversário de 1 ano do golpe de Estado. O povo hondurenho demonstra a importância de se refundar o estado hondurenho a partir da realização de uma Assembleia Constituinte. O povo hondurenho segue sua luta que não é só sua. É nossa também de todos os povos do Sul… Leia mais clicando aqui.

Publicações

Expediente

Boletim MST Rio

  • Coordenação de Comunicação e Cultura: Claudio Amaro.
  • Coordenação da Secretaria Estadual: Nívia Regina.
  • Produção: Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).
  • Colaboradores: Jéssica Santos, Luisa Chuva e Leon Diniz.
  • Contato: boletimmstrj@gmail.com
  • Arquivo de boletins: clique aqui.

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Rede Jubileu Sul e 1 ano do Golpe de Estado em Honduras

quinta-feira 22 julho 2010 - Filed under Sem categoria

Por Sandra Quintela

Entre os dias 16 e 18 de junho, em Manágua foi realizada III assembleia Regional da Rede Jubileu Sul Américas. A Rede em seus 10 anos de vida se enraíza no grande Sul – África Ásia, América Latina e Caribe, pautando a centralidade da dívida publica como o principal mecanismo de enriquecimento das elites em nossos países e continentes. No Brasil, a rede jubileu Sul está organizada desde 1999 com o Tribunal da Dívida Externa e logo depois os plebiscitos populares, começando o sobre a dívida pública em 2000.

Fazendo a memória dos 10 anos de luta voltamos a enfatizar a estreita relação existente entre as novas condições de endividamento impostas sobre a região e o avanço dos tratados de livre comércio na América Central e Caribe, assim como na região Andina e Mercosul assinados com Estados Unidos e com a União Europeia. Destacamos os efeitos nocivos e acumulados com a dívida ecológica, sociais, históricas, culturais e climáticas sobre nossos povos.

Decidimos seguir fortalecendo a análise das causas e consequências históricas da dívida externa, continuar impulsionando o chamamento pela realização de Auditorias participativas e integrais das dívidas cobradas de nossos países. Assim como, fortalecer a visão que confirme o exponencial crescimento das dívidas, tanto externa como interna, na atual conjuntura de crise global e a necessidade de continuar aprofundando os temas transversais que confluem em torno das raízes históricas da dívida, a dívida ecológica e climática, o livre comércio, a militarização e a criminalização dos movimentos sociais.

Como Jubileu Sul/Américas continuamos rechaçando o Golpe de Estado que o imperialismo e as oligarquias impuseram ao povo hondurenho, assim como denunciamos ao endividamento ilegítimo acumulado pela ditadura e nosso apoio incondicional a heroica resistência do povo hondurenho e suas organizações de massa em luta por recuperar o sagrado direito a liberdade. Repudiamos o reconhecimento do governo do Sr. Porfirio Lobo, surgido de eleições ilegítimas, como qualquer ação indireta que pretenda reconhecer o atual governo de Honduras.

Continuamos a denunciar e repudiar à ocupação econômica e militar do Haiti, apoiando a seu povo na luta pela soberania, autodeterminação e vida, assim como a qualquer tentativa de desestabilização ou derrubada dos processos de mudança em curso na região, como o que protagonizaram,  entre outros, o povo e o governo de Cuba há mais de 50 anos.

Estes foram os pontos mais importante de nossos compromissos e acordo entre representantes de 10 países presentes na Assembleia.

Também entre os dias 19 e 29/07 estivemos em Honduras junto a Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras, onde participamos de várias atividades relacionadas aos protestos referentes ao aniversário de 1 ano do golpe de Estado. A impressão forte que fica é de um povo em luta. Um povo que há um ano não deixa as ruas nem a vontade de refundar o estado hondurenho a partir da realização de uma Assembleia Constituinte com esse objetivo.

Uma forte presença de debates sobre a refundação e a reinvenção de democracia nos moldes de que a democracia direta seja o mecanismo de definição dos rumos do país.

O povo hondurenho segue sua luta que não é só sua. È nossa também de todos os povos do Sul que no dia-a-dia de suas vidas não perdem a esperança de poder viver bem na nossa Pacha Mama sem exploradores nem explorados.

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