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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

Militantes do MST Rio chegam ao acampamento nacional

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do MST Rio

por Alan Tygel

Acampamento Nacional Hugo Chavez - Brasília

Cerca de 20 militantes dos acampamentos e assentamentos do MST no Rio de Janeiro chegaram no dia 10 de março a Brasília para compor o acampamento nacional Hugo Chávez. O objetivo principal do acampamento é se manter durante um ano, com trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de todas as regiões do Brasil se alternando no local para pressionar o governo a assentar as mais de 150 mil famílias que hoje ainda lutam pela terra no país. Os militantes do Rio de Janeiro se juntaram às companheiras e companheiros vindos de outros estados das regiões sudeste e nordeste. Nas próximas fases, outras regiões do Brasil irão compor o acampamento.

No momento, o local ainda está na fase de construção dos espaços físicos e da sua organicidade. Além das barracas de alojamento, haverá espaços para saúde, ciranda, cozinha, secretaria e uma grande plenária usada para assembleias e para a formação dos militantes.

Acampamento Nacional Hugo Chavez - Brasília

Segundo Andreia Matheus, da coordenação nacional do MST no RJ, o objetivo principal é a conquista de novos assentamentos. “No Rio de Janeiro, temos famílias acampadas há mais de cinco anos, por isso nossa primeira pauta é a desapropriação de fazendas como a Cambahyba e a Bom Jardim”.

O Rio de Janeiro tem acumulado casos emblemáticos na luta pela terra. O acampamento Irmã Dorothy, em Quatis, está chegando ao seu oitavo ano, com as famílias em situação precária. Água encanada e rede elétrica ainda são sonhos distantes, que se espera que sejam concretizados com a conquista da terra. Os acampados do Osvaldo de Oliveira já sofreram 3 despejos e hoje ficam à beira da estrada, aguardando a desapropriação e uma definição para poderem seguir suas vidas.

 

Acampamento Nacional Hugo Chavez - Brasília

Andreia ressalta a importância de militantes estarem em Brasília: “Algumas áreas estão paradas aqui em Brasília e outras estão paradas no judiciário no Rio de Janeiro.” Assim, os processos parados na capital federal podem ter um acompanhamento mais próximo.

O que mais chama atenção no cenário da luta pela terra no Rio de Janeiro são os dois recentes casos de violência ocorridos no norte do estado. Os assassinatos de Cícero Guedes e Regina Santos Pinho mostram claramente o efeito da demora no assentamento da famílias pelo INCRA. “O Rio de Janeiro está num período de bastante tensão. Queremos tratar da questão da violência do campo aqui em Brasília, mas temos clareza de que a demora na desapropriação é que gera a violência”, reforça Andreia.

Ao longo dos próximos meses, o acampamento Nacional Hugo Chávez será espaço de formação de militantes, cujo conteúdo inclui temas relacionados à questão agrária, produção de alimentos saudáveis, oficinas, atividades culturais e temas da conjuntura política nacional e internacional.

Acampamento Nacional Hugo Chavez - Brasília

Acampamento Nacional Hugo Chavez - Brasília

Acampamento Nacional Hugo Chavez - Brasília

 

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8 de março: “Chega de Estupros em Rio das Ostras”

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do MST Rio

Jessica Monteiro, Dayse Oliveira, Elson Hoyos, Ana Paula Natal Penno*

No dia 8 de março de 2013, os integrantes do acampamento Osvaldo de Oliveira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participaram do ato público “Chega de Estupros em Rio das Ostras”. Constituído pela comunidade acadêmica local (UFF/PURO) e representantes da sociedade civil de Rio das Ostras, a manifestação aconteceu na Praça José Pereira Câmara, localizada no centro da cidade. O movimento luta contra a violência de gênero contra as mulheres e especificamente no município e denuncia o aumento silencioso de estupros e propor o debate sobre as formas de enfrentamento dessa problemática que vem atingindo a realidade da população riostrense. Nesse sentido, o movimento elaborou uma qualificada carta de reivindicações ao poder público, exigindo medidas urgentes nesta questão.

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O acampamento Osvaldo de Oliveira preparou cartazes e falas pautando a violência contra as mulheres, evidenciando a realidade das mulheres no campo além de realizar uma homenagem à companheira Regina dos Santos, trabalhadora rural brutalmente assassinada em fevereiro de 2013, no assentamento Zumbi dos Palmares em Campos dos Goytacazes-RJ.

Segundo dados oficiais, a cada 15 segundos, 1 mulher é agredida no Brasil. Em Rio das Ostras, o aumento da ocorrência de estupros de mulheres pode ser comprovado por dados de oficiais de órgãos públicos, quanto pelos relatos de mulheres vítimas de estupro e de diversos casos conhecidos pela população. Inúmeros casos ainda não integram as estatísticas oficiais, mas estão bastantes presentes na realidade do município. O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro que aponta esses dados, afirma que no mês de setembro de 2012 foram registrados 14 casos de estupros na 128ªDP.

 

Rios das Ostras - MSTO debate sobre violência de gênero contra as mulheres não pode está desvinculado da luta pela terra, na medida em que lamentavelmente é uma realidade vivenciada pelas companheiras que bravamente protagonizam o Movimento Sem Terra. Nas lutas do MST, as mulheres trabalhadoras atuam bravamente, pautando o rompimento das correntes do patriarcado e construindo novas relações de gênero e de classe.

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É ainda essencial pensar nessa grave expressão da barbárie à luz deste modo de organização social, que naturaliza e reproduz o machismo de forma funcional à acumulação burguesa. A violência masculina contra a mulher é fruto do modelo patriarcal de sociedade, em que as relações pessoais afetivas estão fundamentadas no princípio da propriedade, do controle e do domínio sobre a mulher. Enfim, reafirmando a importância da participação do Movimento Sem Terra em manifestações e discussões como esta, salientamos a necessidade de identificar e discutir as diferentes expressões da estrutura de desigualdades sociais para o fortalecimento da luta pela transformação da sociedade.

Rio das Ostras - MST

“Para cada companheira tombada, nem um minuto de silêncio! Regina dos Santos, presente, presente, presente!”

*Bolsistas do Programa de Extensão Universidade Itinerante: formação político-cultural em direitos humanos voltada para comunidades rurais da baixada litorânea e região norte do estado.
PURO/UFF – PROEXT 2013 – MEC-SESu

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Violência em Campos mobiliza autoridades do estado do RJ em acampamento

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do MST Rio

do Boletim do MST

No dia 26 de fevereiro, duas altas autoridades do estado do Rio de Janeiro estiveram reunidas no acampamento Luiz Maranhão, em Campos dos Goytacazes, com os militantes do MST. A subsecretária de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, Andréa Sepúlveda, o Comandante Geral da PM, Eri Ribeiro Costa Filho, e suas equipes foram ao local após os dois crimes ocorridos no início do ano: o assassinato de Cícero Guedes e de Regina dos Santos, ambos militantes do MST e assentados do Zumbi dos Palmares.

A presença das autoridades no local buscou tranquilizar os acampados e reforçar o compromisso do estado na investigação das mortes. Ao mesmo tempo, a importância dada ao acontecimento, e o reforço do policiamento no local legitimam ainda mais a ocupação e reforçam a urgência da desapropriação da fazenda. Veja matéria publicada no site do Governo do Estado do Rio de Janeiro:

REPRESENTANTES DA SEASDH E DA SESEG SE REÚNEM COM MILITANTES DO MST EM CAMPOS

27/02/2013, por Renata Sequeira

Subsecretária Andréa Sepúlveda também se encontrou com o delegado titular da 134DP e com a família do agricultor Cícero Guedes, morto em janeiro

Dando continuidade ao trabalho que a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos está desenvolvendo com os militantes do MST de Campos desde o assassinado do agricultor Cícero Guedes, que aconteceu em janeiro, a subsecretária de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, Andréa Sepúlveda, visitou, nesta terça-feira (26/02), as famílias que estão morando no acampamento que funciona na Usina Cambahyba, num complexo de sete fazendas com 3.500 hectares de extensão. A subsecretária foi acompanhada do Comandante Geral da PM, Eri Ribeiro Costa Filho, que anunciou as medidas adotadas pela polícia para a segurança do acampamento Luis Maranhão e do assentamento Zumbi dos Palmares, que também funciona na cidade.

“A visita da equipe da Subsecretaria de Direitos Humanos foi pensada para explicar aos militantes do acampamento que os programas de proteção à pessoa são de responsabilidade do Governo do Estado. Neste caso, os militantes do MST foram incluídos, como coletividade, no Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PEPDDH), cujo ingresso e saída são deliberados pela Coordenação Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, que é formada por representantes da sociedade civil e do governo. A nossa conversa foi de extrema importância porque tivemos a chance de ouvir as demandas e mostrar a eles que é importante que a investigação aconteça, para descobrirmos a motivação do crime, e para isso é essencial que eles colaborem, sabendo que estarão protegidos e em segurança”, afirmou a subsecretária Andréa Sepúlveda.

O PEPDDH, decreto nº 44.038 de 18 de janeiro de 2013, diz que é considerado Defensor de Direitos Humanos “toda a pessoa física ou jurídica, grupo, instituição, organização ou movimento social que promova, proteja ou se dedique à defesa dos direitos humanos”, por isso é permitido incluir o movimento. Além disso, a proteção não se dá apenas com a retirada dos militantes do local, mas outras maneiras de proteção, como a segurança do acompanhamento para proteger a todos.

“A preocupação da polícia é saber o que aconteceu e descobrir qual foi a motivação do crime, que pode ter sido política, mas pode ter sido provocada por uma briga interna ou até mesmo de família. Assim, é importante para a polícia saber a realidade desses militantes e como eles estão vivendo para que essas informações possam ajudar no andamento das investigações e também na elaboração de um plano para o policiamento ostensivo”, explicou o Comandante Geral da PM, Erir Ribeiro Costa Filho, que adiantou que o policiamento na área foi reforçado: uma viatura fica 24 horas na frente do acampamento Luis Maranhão e há rondas diárias no assentamento Zumbi dos Palmares.

Na parte da tarde, a subsecretária se reuniu com o delegado titular da 134DP, Geraldo Assed, para colocar a equipe da subsecretaria à disposição e também para saber o andamento do inquérito sobre o assassinato de Cícero Guedes. No final da tarde, a subsecretária visitou a família do agricultor e teve a chance de conversar com a esposa de Cícero, Lucia, 42 anos, e os filhos do casal.

“Nós estamos tocando a vida como Deus quer. O Cícero, mesmo depois de assentado, sempre apoiou o movimento, porque ele queria que as pessoas, assim como ele, também tivessem um pedaço de terra. Ele morreu esperando as próximas chuvas para, com o dinheiro da plantação, alugar um trator para facilitar o trabalho”, conta Lucia, que já conseguiu colocar o seu nome no benefício do Bolsa Família.

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Deu na Imprensa: “É preciso superar a impunidade”, defende Marina dos Santos

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do MST Rio

Alan Tygel e Vivian Virissimo
Publicado no Brasil de Fato

A violência em Campos dos Goytacazes, região norte do Rio de Janeiro, ocorre com a cumplicidade do poder público que não garante apoio aos assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). É o que afirma a dirigente estadual do MST, Marina dos Santos, em entrevista ao Brasil de Fato. Além de apresentar um resgate da conjuntura de violência e impunidade em Campos, ela comenta os dois brutais assassinatos de trabalhadores rurais do Assentamento Zumbi dos Palmares.

“Há uma profunda precariedade na execução das políticas públicas, dando espaço para o poder local de concentração da terra, o latifúndio, ficar à vontade na exploração da mão de obra, agir de forma violenta e com ameaças aos trabalhadores. A impunidade é uma marca forte na região”, contou Marina. Líder do acampamento Luís Maranhão, localizado na Usina Cambahyba, o assentado Cícero Guedes foi executado com dez tiros em uma emboscada no dia 26 de janeiro. Onze dias depois, a também assentada Regina dos Santos Pinho foi encontrada com um lenço amarrado no pescoço em sua casa.

Marina também faz um balanço do panorama da reforma agrária no governo da presidenta Dilma Rousseff. “Seria muito importante a presidenta dar uma sinalização concreta de avanço na conquista de terras e desenvolvimento dos assentamentos ou o governo dela vai passar como o que teve pior desempenho dos últimos anos na reforma agrária, desde os governos da ditadura militar”, criticou.

Brasil de Fato – Você participou das primeiras ocupações na região de Campos, há 16 anos. Durante este tempo, foram diversos casos de violência contra trabalhadores sem terra. Em algum deles houve julgamento e punição dos responsáveis?

Marina dos Santos – A violência contra trabalhadores pobres na região, especialmente os que se organizam e lutam por melhores condições de vida, é histórica. No caso do MST, desde a primeira ocupação, nas terras da Usina São João, hoje Assentamento Zumbi dos Palmares, é diária. Uma violência permitida, com cumplicidade pelo poder público, uma vez que não garantem políticas públicas de apoio à produção e infraestrutura das áreas. Há uma profunda precariedade na execução das políticas públicas, dando espaço para o poder local de concentração da terra, o latifúndio ficar a vontade na exploração da mão de obra, agir de forma violenta e com ameaças aos trabalhadores. A impunidade é uma marca forte na região. É preciso superar esse estado de impunidade, julgando e punindo os responsáveis por tanta barbaridade.

O caso da assentada Regina dos Santos Pinho tem elementos fortes de violência contra a mulher. Isso difere o caso de outros, ou confirma uma tendência maior de violência de gênero?

As autoridades policiais ainda não desvendaram os motivos do assassinato da Regina. Ao que tudo indica foi um caso de violência sexual. Foi um crime bárbaro. E faremos pressão para que esse assassinado seja investigado, julgado e que os responsáveis sejam penalizados. Isso só demonstra o descaso a que são submetidos os assentamentos da região. Regina é mais uma vítima de um sistema de extermínio, exploração e marginalização daqueles que ousam lutar por um mundo mais justo e digno através da reforma agrária, num contexto de dominação do latifúndio onde as relações culturais reproduzem essa violência instalada.

Campos é uma das cidades mais ricas do país, com cerca de 80 latifúndios. Como esse contexto de concentração de renda e disputa fundiária ajuda a entender essa onda de violência que atinge o MST?

Campos é um município muito rico, recebe muito dinheiro dos royalties, mas isso não representa mudanças sociais e econômicas para os segmentos menos favorecidos da população, é uma das cidades que tem mais pobres no Brasil, a maioria da população vive de cestas básicas e programas de compensação social. É uma vergonha como os governos local e estadual tratam a população com um sistema populista e os mais privilegiados continuam sendo os grandes proprietários.

Como você analisa o caráter desta violência na região? As raízes são somente a questão da disputa fundiária, ou há outros elementos?

As raízes desse sistema se sustentam mantendo os camponeses reféns de uma política oligárquica e latifundiária operada pelo Estado brasileiro que financia descaradamente um modelo de desenvolvimento concentrador e explorador da terra. Esse modelo é responsável pela desigualdade social, que mantém o processo de concentração do poder, nega os direitos à população e garante uma péssima distribuição de recursos e não permite aos povos do campo o direito a uma cidadania real através da implementação de uma efetiva política de Reforma agrária. Um exemplo real disso é o orçamento mínimo da atual Secretaria de Agricultura do município que mostra o total descaso às necessidades da agricultura familiar camponesa, ao mesmo tempo, em 2009, Campos foi considerada pela OIT o município com maior índice de trabalho escravo do Brasil.

Como está o clima na ocupação da Usina Cambahyba após os crimes? Como o movimento tem lidado com o medo dos acampados diante desses dois casos recentes de violência?

Os assassinatos do Cícero e da Regina trouxeram um clima de insegurança em toda a região. Em todos os acampamentos e assentamentos as famílias estão se sentindo tensas, inseguras e fragilizadas, mas estamos pressionando as autoridades locais e nacionais para que olhem pra essa realidade e dediquem esforços no sentido de investigar, descobrir os responsáveis por tanta violência e prender os mandantes e executores. É preciso que haja julgamento, condenação pública e justiça.

Essa violência é mais acentuada em Campos dos Goytacazes do que no resto do estado? Qual o panorama brasileiro de violência contra os assentados e acampados?

Campos está localizada na região Norte/Noroeste, que representam 35,3% da área total do Estado, com prioridade na produção agrícola. As usinas canavieiras sempre foram financiadas com recursos públicos, mas sem controle nenhum. Elas sempre fizeram mau uso do recurso público, tanto que quase todas faliram e mantém altíssimas dívidas com a União, através da Fazenda Nacional, a Cambayba é um grande exemplo. Então, esses usineiros da região nunca tiveram nenhum escrúpulo seja com o dinheiro público, seja com os direitos trabalhistas, sempre utilizaram da força e violência. Isso gerou uma cultura forte na região de milícias, jagunçagem e pistolagem que parece uma terra sem lei.

Sobre o caso do Cícero dos Santos. Caso se confirme a hipótese de que o mandante e os assassinos eram ligados ao tráfico de drogas: como o MST lida com isso? Que tipo de procedimentos são feitos para tentar garantir que as áreas ocupadas fiquem livres de outros interesses que não a luta pela terra?

Nosso papel de movimento social é continuar organizando o povo, pressionado o Incra para que garanta os critérios estabelecidos para aprovação de quem pode ser assentado. É preciso que o Incra seja contundente na seleção das famílias para garantir um bom assentamento. Queremos fazer da Usina Cambahyba um assentamento de famílias com tradição na agricultura camponesa, participativo, de trabalhadores, com participação da sociedade, das universidades locais, das entidades e movimentos sociais que sempre estiveram presente na luta pela terra e pela reforma agrária. Um assentamento que seja um outro modelo de desenvolvimento da região, baseado na agroecologia, na produção de alimentos saudáveis, na recuperação e preservação ambiental, construindo outras relações culturais baseadas na solidariedade.

Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam que não são comuns os casos de violência em assentamentos. Apesar desses dois casos, o MST segue defendendo a reforma agrária como forma de reduzir a violência no campo?

O MST do Rio não vai ceder um milímetro de suas ações na luta pela democratização da terra e realização da reforma agrária. Mesmo o estado do Rio de Janeiro sendo tão urbanizado, a questão agrária não se difere de outros, o índice de Gini comprova isso em relação a concentração da terra, o uso intensivo que as grande propriedades e usinas canavieiras fazem de agrotóxico, destruição ambiental e utilização de mão de obra escrava para garantir seus lucros. Sem contar a ação do grande capital, como o exemplo do Porto do Açu em São João da Barra (empreendimento do Eike Batista), que tem expulsado os camponeses, destruído o meio ambiente e tem apoio financeiro e político público para esse projeto. Vamos continuar denunciando esse projeto da morte, do desenvolvimento insustentável e concentrador e defendendo a reforma agrária como forma de garantir cidadania e dignidade aos mais pobres, como perspectiva de futuro.

Setores da imprensa têm argumentado que o avanço do capitalismo no campo acabou com o latifúndio improdutivo e que, portanto, a reforma agrária é “desnecessária”. Como o movimento reage a esse posicionamento de donos dos meios de comunicação?

Os grandes meios de comunicação fazem parte da associação do agronegócio no Brasil. Eles têm gerado uma grande confusão na população com suas mentiras. É importante dizer que o capitalismo não acabou com o latifúndio improdutivo e nem que as propriedades modernizadas representam um desenvolvimento para nosso país. A população tem que refletir que tipo de desenvolvimento é esse, quem está lucrando e se beneficiando com isso. O agronegócio tem uma articulação muito grande em diversos setores da sociedade, seja no Congresso Nacional, no judiciário, nos meios de comunicação e em vários setores do executivo. Sua ações têm sido sempre para defender seus interesses, como o caso do Código Florestal.

O MST vem afirmando na imprensa que o governo federal é resultado de uma composição de classes. Como você avalia a possibilidade de avanço da luta pela terra no Brasil neste contexto histórico?

Está claro que o governo é de composição de forças políticas e sociais, o capital e o agronegócio têm muito poder nos aparatos do Estado brasileiro. O governo não tem força para uma proposta de reforma agrária. O pior é que o governo faz opção clara pelo agronegócio, demonstra tanto pelo discurso político da maioria dos ministérios como a liberação de recursos para as grandes empresas. Não existe uma ação do governo de democratizar a terra e para enfrentar o latifúndio improdutivo.

O MST, levando em conta o estágio atual do capitalismo, já não defende mais a reforma agrária clássica vinculada somente aos interesses do desenvolvimento do mercado interno para a indústria. Como uma reforma agrária popular, que solucione os problemas dos trabalhadores rurais, pode ser viável no atual contexto?

Defendemos a reforma agrária popular, em que o governo resolva os problemas emergenciais que há com as mais de 80 mil famílias acampadas em todo o país, garantindo o assentamento imediato delas. E junto com isso, uma ação de desconcentração da terra, punindo o latifúndio acompanhado de políticas de desenvolvimento que garantam em primeiro lugar passar da produção de monocultivos para exportação, para a produção de alimentos, com fartura, qualidade e preço baixo para toda a população desde o campo às cidades, garantindo a soberania alimentar. Em segundo, garantir a construção de pequenas agroindústrias no campo, como forma de geração de empregos, renda e agregar valor à produção. Em terceiro, garantir educação – enfrentar o analfabetismo e ter escolas técnicas e acesso às universidades para toda a juventude.

Recentemente a presidenta Dilma Rousseff sinalizou que recursos do BNDES serão usados não só para dar sustentação à produtividade nos assentamentos, mas também para ampliar o ritmo de desapropriações e legalizações de terras. Como o MST avalia isso?

Seria muito importante a presidenta dar uma sinalização concreta de avanço na conquista de terras e desenvolvimento dos assentamentos ou o governo dela vai passar como o que teve pior desempenho dos últimos anos na reforma agrária, desde os governos da ditadura militar. Se ela quiser, apesar das diversidades de seu governo, tem como ampliar os recursos, reestruturar o Incra, avançar nas desapropriações e investir na infraestrutura dos assentamentos. E isso, acho que passa pela opção de desenvolvimento e investimento da presidenta Dilma. Certamente, estaria pagando uma dívida histórica não só com os sem terras, mas com toda a população brasileira.

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Passeata reivindica direitos da mulher e luta contra o machismo no Rio de Janeiro

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do Rio

Da Agência Brasil

http://institutozuzuangel.blogspot.com.br/2013/03/homenagem-sonia-angel-jones-no-dia-da.html

Rio de Janeiro – Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, centenas de pessoas, em sua maioria mulheres, fizeram uma passeata da Candelária à Cinelândia, no centro do Rio, para reivindicar os direitos da mulher e lutar contra o machismo. A organização não governamental (ONG) Casa das Mulheres Trabalhadoras (Camtra) aproveitou a manifestação para denunciar abusos sexuais contra as mulheres, sucessivos atos de violência e descaso das instituições públicas no atendimento à mulher.

“A passeata é um ato organizado por diferentes frentes da sociedade insatisfeitos com a violência, tais como estudantes, sindicatos, movimentos feministas, para ter acesso aos seus direitos. É lógico que o índice de homicídios contra as mulheres tem aumentado. Isso acontece pelas denúncias contra os seus agressores. Agora, elas denunciam, mas devido à demora da aplicação e rigidez da lei e ausência de ações das políticas públicas, muitas acabam morrendo antes do atendimento da polícia”, diz a coordenadora da Camtra, Eleuteria Silva.

Uma vítima de violência doméstica é a auxiliar de creche Samantha Guedes. Durante três anos em que esteve casada, ela foi vítima de agressões físicas e de cárcere privado. “Nos primeiros quinze dias levei uma surra e depois os atos aconteceram sucessivamente. Não optei por ter filhos, porque não queria pôr um filho no mundo para sofrer mais”.

Para Samantha, a solução só veio quando saiu de casa e retornou para a casa dos pais. “As mulheres são condicionadas a entender que dependemos de um homem para ser feliz, no entanto, quando descobri que minha felicidade estava distante, saí de casa com R$ 10, a roupa do corpo e o denunciei na Delegacia da Mulher. Ele teve que prestar serviços por dois anos e prestou auxilio com cestas básicas”.

Para a aposentada Cleonir Alves, de 72 anos, fundadora da ONG Conselho de Mulheres da zona oeste, apesar do dito popular “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, é preciso interferir e denunciar a violência. “O meu pedido é que haja mais policiamento, na zona oeste, porque falta segurança. Outra luta é por uma Delegacia da Mulher, não dá pra conviver com tanta violência. Então o pedido foi encaminhado ao gabinete do governador e até agora estamos esperando”. Um dossiê da Polícia Civil, divulgado no ano passado, mostra que a zona oeste do município do Rio é a região com maior índice de violência contra a mulher no estado.

Edição: Fábio Massalli

Nota do Boletim do MST RJ: Como forma de homenagem, diversas ruas tiveram seus nomes trocados por nomes de mulheres. Uma das ruas recebeu o nome de Regina Pinho dos Santos, militante do MST assassinada no assentamento Zumbi dos Palmares, em Campos dos Goytacazes, com indícios de violência sexual.

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Deu na imprensa: Trabalhadoras rurais ligadas ao MST participam de protestos pelo país

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do Brasil

NO G1

No Tocantins, o protesto de cerca de 400 mulheres parou o trânsito na BR-153, na região do município de Aliança, sul do estado. Integrantes do Movimento Sem-Terra, elas reivindicaram agilidade na reforma agrária e o fim do desmatamento e do uso exagerado de agrotóxicos. Um grupo ocupou a propriedade da senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, e destruiu viveiros de mudas destinados ao plantio de eucalipto.

Veja matéria

Em Brasília, as mulheres que participam da Jornada Nacional pela Valorização do Trabalho no Campo ganharam apoio nas manifestações. Muitos homens apareceram para reforçar o coro que pede por melhores condições para agricultura familiar.

Depois de ocupar o saguão do Ministério da Agricultura e impedir a entrada de funcionários, uma comissão foi recebida pelo secretário executivo do Ministério. Eles entregaram uma lista com as reivindicações do movimento.

As agricultoras querem mais unidades do INSS e agilidade no atendimento, além da ampliação de quatro para seis meses de licença maternidade.

Em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, os manifestantes montaram acampamento. No fim do dia, representantes entregaram um documento pedindo explicações sobre a demora na reforma agrária. Segundo o Movimento Sem-Terra, atualmente 90 mil famílias ligadas ao MST aguardam em acampamentos para serem assentadas.

O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Müller, recebeu a pauta com os pedidos. Ele disse que vai analisar cada reivindicação, mas não estipulou um prazo para se manifestar sobre o assunto.

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MST-RJ mobiliza trabalhadores rurais para homenagear mulheres e cobrar justiça em Campos

terça-feira 19 março 2013 - Filed under Notícias do MST Rio

do Boletim do MST RJ

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Integrando a mobilização nacional de lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que iniciou o acampamento nacional Hugo Chávez em Brasília e ocupações de terra em diversos estados, o MST RJ marchou nesta quinta-feira (7), em Campos dos Goytacazes, em homenagem à luta das mulheres. O ato lembrou as duas mortes que ocorreram contra assentados do movimento (Cícero Guedes dos Santos e Regina dos Santos). Além disso, a manifestação também reivindicou a desapropriação da Usina Cambahyba, que foi usada para incinerar corpos de militantes políticos durante a ditadura, segundo consta no depoimento do ex-delegado Cláudio Guerra, no livro Memórias de uma Guerra Suja.

Todos os atos do MST tem como eixos de lutas: o repúdio ao agronegócio, contra a violência no campo e violência contra as mulheres trabalhadoras rurais e pela reforma agrária. A marcha saiu as 8 horas em frente a UENF, em direção a praça São Salvador, onde localiza-se a Justiça Federal. Estiveram mobilizadas cerca de 300 pessoas, que estão acampadas no Luis Maranhão (Cambayba) e nos assentamentos da região, especialmente do Madre Cristina e Zumbi dos Palmares.

Como resultado do ato, uma comissão de famílias do acampamento Luiz Maranhão foi recebida pelo juiz da 1a vara federal, Vinícius Vieira Indarte. Cobrado sobre a desapropriação das fazendas da usina Camabahyba, o juiz prometeu uma resposta em breve.

Uma semana depois, o magistrado se declarou incompetente para julgar o caso, que com isso sobe uma instância para o TRF, no Rio de Janeiro. É a segunda vez que o judiciário utiliza este artifício para protelar a decisão. O juiz da 2a vara federal de Campos já havia feito o mesmo procedimento.

Em maio, será realizada uma audiência pública na região. Participarão a comissão de direitos humanos da ALERJ, a Ouvidoria Agrária Nacional, o INCRA, o MDA, e as diversas entidades e movimentos sociais que atuam na cidade de Campos. O objetivo é debater a questão da violência do campo na região.

Confira as fotos de Carolina Abreu.

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Boletim 46

quarta-feira 6 fevereiro 2013 - Filed under Boletins

Caso não consiga visualiza o boletim corretamente, acesse http://boletimmstrj.mst.org.br/boletim46
Boletim do MST RIO – N. 46 – 1 de fevereiro de 2013 – Especial Cícero Guedes

Amigas e amigos,

Jamais imaginamos que o primeiro boletim de 2013 tivesse de ser assim. Mas não há de ser com tristeza quem iremos lembrar do nosso grande companheiro Cícero. Neste boletim, procuramos juntar um pouco do aprendizado que ele nos deixa, para que sigamos nos inspirando em sua força. É nosso dever lembrar e passar adiante a intransigência que Cícero tinha na luta contra o latifúndio. Da mesma forma, sua defesa incondicional da agroecologia deve servir de exemplo para cada militante se inspirar.

Esperamos que esta edição especial do nosso boletim seja alegre, firme e coerente com história do amigo Cícero, para que não fiquemos nem sequer um minuto em silêncio, e para que a ele possamos dedicar toda a nossa vida de luta.

Foto: Alan Tygel

História

A história de vida de Cícero impressio­na. Pai de cinco filhos, o alagoano come­çou a trabalhar aos 8 anos como cortador de cana em situação análoga à escravi­dão. Para fugir das condições desumanas de sua terra natal, ele migra para o Rio de Janeiro mas, sem alternativas, vol­ta ao canavial para trabalhar novamente em situação semelhante à escravidão. Cí­cero e sua família só conseguem se liber­tar dessa situação quando o MST come­ça a se organizar na região para ocupar a primeira fazenda improdutiva em 1996. Seis anos depois de viver embaixo da lo­na preta, ele garante seu lote de terra no maior assentamento do estado, o Zumbi dos Palmares. “Cícero foi vítima do tra­balho escravo no nordeste do país e em Campos. Quando o movimento chega, ele se envolve na ocupação Zumbi dos Palmares. Mas depois ele vira um grande militante encampando a bandeira da reforma agrária para todos neste país. So­lidário, ele queria terra para todos, não queria só para ele”, disse a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Ana Costa, do Comitê Popular de Erradi­cação do Trabalho Escravo, do qual Cíce­ro também fazia parte.

Referência em agroecologia, Cícero ex­trapolava os limites do assentamento e compartilhava seus conhecimentos da lida com os professores e estudantes da Universidade Estadual do Norte Flumi­nense (Uenf) e da UFF. Não era raro ele participar de atividades na universidade, nem mesmo estudantes passarem as tardes conhecendo o assentamento e em es­pecial a produção do seu pedaço de terra. “Se a universidade brasileira pretender ter o mínimo de papel transformador na realidade, ela tem que entender que fo­ra dos caminhos formais há possibilida­de de acumulação do conhecimento tam­bém e, muitas vezes, esse conhecimento se prova tão ou mais importante que o produzido na academia. Cícero era uma prova viva disso. Ele era uma pessoa in­teligente, capaz de evoluir e causar evolu­ção porque os estudantes que se aproxi­maram dele se beneficiaram muito e saí­ram pessoas mais conscientes do limite dos seus conhecimentos formais”.

Cícero acompanhava todas as áre­as que estavam na luta pela terra na re­gião de Campos. Ele atuava nos diver­sos assentamentos e era responsável pe­lo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal. Na ocupação de Cambahyba, ele planejou todo o processo de organização das famílias. Cíce­ro também era organizador e entusiasta das Feiras da Reforma Agrária do MST que acontecem no Largo da Carioca, no centro do Rio, com a venda de verduras e frutas livres de agrotóxicos. “Realizar mais feiras é um desafio e desafio é pra ser cumprido. Tudo pra nós é desafio, es­tamos acostumados com essa situação. Esse negócio de veneno é uma babaqui­ce desses filhos da puta. O capitalismo é cruel e devasta tudo. Não tem esse negó­cio de remédio, é veneno mesmo e vene­no mata”, dizia. O assassinato de Cícero repercutiu internacionalmente. O MST do Rio de Janeiro recebeu notas de soli­dariedade de partidos, organizações, mo­vimentos e sindicatos de Moçambique, Espanha, México, Guatemala, Chile, Ar­gentina, Costa Rica, entre outros.

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Fotos

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Veja a apresentação com fotos e textos

Repercussão na imprensa

O assassinato de Cícero foi amplamente noticiado. Veja algumas notícias sobre o caso

Depoimentos, notas e mensagens recebidas:

Companheiros e Companheiras,

Lamento profundamente o assassinato do companheiro Cícero Guedes dos Santos ocorrida nesta sexta-feira em Campos dos Goytacazes, ao que tudo indica, pelas mãos de pistoleiros a mando do Latifúndio atrasado e criminoso.

Vou acompanhar o trabalho da Ouvidoria Agraria do INCRA para exigir que medidas urgentes sejam tomadas e que o assassinato do companheiro Cícero não fique impune. Sabemos que seu assassinato é resultado da violência e da impunidade, que ainda hoje, impera nas mortes de tantos Sem Terra, que sonham e lutam pela Reforma Agraria.

Acompanharei o trabalho do INCRA para que todos os procedimentos, visando a criação imediata do Assentamento no Complexo Cambahyba, sejam cumpridos e que essa área seja destinada as famílias Sem Terra.

Quero me solidarizar com os familiares do companheiro Cícero, com os companheiros do MST, e afirmar que estaremos juntos para continuar a luta de Cícero pela Reforma Agraria em nosso país.

Viva Cícero, viva a Reforma Agraria, viva o MST!!!

Lindbergh Farias


Comite Amig@s MST-Italia/Roma

Cara Marina e companheros do MST de RJ,
è com profonda dor que aprendemos a noticia do assassinado do companheiro Cicero Guedes. Nao temos a oportunidade de conhecer ele pessoalmente, mas um homen que ja lutou para ser assentado e continua numa luta assim perigosa neste momento e em aquele lugar è um verdadeiro lutador do povo e uma grave perda para todo o movimento brasileiro e mundial. A impunidade continua matando lutadores do povo.
Recebam voces e a familha de Guedes a solidariedade e o carinho do nosso comite e nos digam para quem escrever para pedir justiça.
Abroços
Serena, Comite Amig@s MST-Italia/Roma


Sra. Maria Luciene, prezada companheira Marina.
Quero manifestar à Sra. e seus filhos minha solidariedade e sentimento de apoio nesse momento de dor e injustiça brutal.
A violência e morte de seu companheiro e esposo não pode ficar impune. A Sra. conte comigo e com o governo da Presidenta Dilma para agir contra isso!
Lhe abraço, abraço seus filhos e o MST. As causas do companheiro Cícero Guedes sempre foram a Reforma Agrária e a Justiça Social. Ele merece nossa gratidão por dedicar sua vida ao Brasil. As mortes no campo só vão parar quando não houver impunidade. E é esse nosso compromisso.
Maria do Rosario – Ministra Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República


Repudiamos el asesinato de referente del MST y expresamos nuestra solidaridad

Indignación. Eso nos produce enterarnos del asesinato del dirigente del MST de Brasil y Coordinador del campamento Luiz Maranhão, Cícero Guedes dos Santos.

El 25 de enero pasado, en Campos dos Goytacazes, Cícero integrante de la Dirección Estadual del MST en Río de Janeiro, fue emboscado por sicarios cuando retornaba en bicicleta de una reunión. Tenía 54 años cuando las balas impunes acabaron con su vida.

Esta metodología asesina de tercerizar e intentar ocultar la represión a través de la utilización de sicarios se ha vuelto una práctica común en la región, tanto en el campo -recordemos los recientes atentados contra la comunidad Qom o los asesinatos de Cristian Ferreyra y Miguel Galván, militantes del MOCASE-VC- como en las ciudades – donde el territorio está en disputa abierta contra grupos narcos que operan en complicidad con fuerzas policiales, como en el caso del asesinato de nuestros jóvenes compañeros Patón, Jere y Mono en la ciudad de Rosario.
Nos solidarizamos con los compañeros y compañeras del MST, exigimos junto a ellos justicia por Cícero y cárcel a los responsables.

Frente Popular Darío Santillán

www.frentedariosantillan.org


NOTA DE PESAR – UFF

O Conselho Universitário da UFF se solidariza com os familiares e amigos trabalhador rural e militante do MST, Cícero Guedes, assassinado na sexfeira, 25 de janeiro, nas proximidades da Usina Cambahyba, em Campos dGoytacazes, e pede a investigação rigorosa desse crime e a apuração imediados fatos.

Cícero Guedes era assentado desde 2002 no Sitio Brava Gente, no norte Rio de Janeiro, no assentamento Zumbi dos Palmares. Era uma referência construção do conhecimento agroecológico, tanto entre seus companheiros movimento, como também entre estudantes e professores da UniversidaFederal Fluminense.


Pai nosso dos Mártires – Zé Vicente

Pai nosso, dos pobres marginalizados
Pai nosso, dos mártires, dos torturados.
Teu nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida,
Teu nome é glorificado, quando a justiça é nossa medida
Teu reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhão
Maldita toda a violência que devora a vida pela repressão.
O, o, o, o, O, o, o, o

Queremos fazer Tua vontade, és o verdadeiro Deus libertador,
Não vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor.
Pedimos-Te o pão da vida, o pão da segurança, o pão das multidões.
O pão que traz humanidade, que constrói o homem em vez de canhões
O, o, o, o, O, o, o, o

Perdoa-nos quando por medo ficamos calados diante da morte,
Perdoa e destrói os reinos em que a corrupção é mais forte.
Protege-nos da crueldade, do esquadrão da morte, dos prevalecidos
Pai nosso revolucionário, parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos
Pai nosso, revolucionário, parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos
O, o, o, o, O, o, o, o
Pai nosso, dos pobres marginalizados
Pai nosso, dos mártires, dos torturados.


Compas, copio embaixo um texto que foi recitado ontem, durante a mística que organizou a turma do curso de especialização em Estudos Latinos de Juiz de Fora, em homenagem a Cícero Guedes, nosso companheiro assassinado, que vai ao encontro do Pocho Leprati, outro anjo de bicicleta.

Imprescindibles
Imprescindible, el sol del verano,
a veces se cubre de un manto de hielo.
El trópico de capricornio, perplejo,
cobija un verde desierto sin vida.
Imprescindible, el hombre de raza porfiada recorre las calles;
guaraní tozudo, siembra la luz en dos lenguas y en un sueño.
La nube de tierra bermeja, imprescindible, persigue a la bicicleta;
las ruedas apuntan al cielo pero no elevan.
¿Cómo es que arde tanto el fuego en la casa donde mora?
¿Cómo es que la paz se rompe?
¿Cómo es que la habita el miedo?
Imprescindible es el hombre; imprescindible el obrero,
con la bicicleta al hombro y las alas por el suelo…

Dicen que el sol lo atrapó,
que en realidad no hubo fuego.
Que hacia el Alto Paraná las alas bnacas de un sueño,
volaron para rescatar el trópico, el hombre y el cielo…
imprescindibles las alas, imprescindible el suceso;
la bicicleta atada al poste, con fidelidad de perro,
el fuego que se dispara y el hombre que suelta al viento
imprescindibles palabras…
imprescindibles anhelos…

Vuelan alas, vuela el hombre con la rabia desatada,
las ruedas apuntan una vez más hacia el cielo.
Encuentra morros lejanos con nuevos verdes desiertos
y escucha 12 balazos como un retumbo en el pecho…
Imprescindible el lamento, imprescindibles las alas,
imprescindible el dolor, imprescindible el tormento…
Guedes, camponés y obrero…
Otra bicicleta alada, o la misma, de igual sueño…
De camino americano, de luminoso sendero.

Cuéntame un cuento, mamá,
que lo recuerdo al abuelo,
dile al fuego que no vuelva,
que es imprescindible el sueño…


Compas,

O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro decidiu em reunião ontem indicar o companheiro Cícero para receber a Medalha Chico Mendes – in memoriam – este ano. A cerimônia será realizada em 1o de abril em local a ser definido.

O próprio grupo informou que vai providenciar o transporte para que a família de Cícero possa comparecer ao ato.
sds,
Carmen


Poesia ao companheiro e amigo Cícero Guedes
Militante do MST, assassinado em 25/01/13 no RJ
Por Ana Beatriz de Carvalho

Senhores das leis e da justiça, sabe quando paremos de combater?

Paremos de combater quando a terra for repartida e ninguém clamar por terra, pão e liberdade.
Paremos, quando sem pressa pudermos andar pelas praças e jardins e sentir o cheiro das flores e o voo das borboletas.
Pararemos enfim quando os senhores das leis e da justiça pararem de banhar a nossa terra com sangue dos inocentes.
Pararemos quando nossas crianças puderem brincar estudar e correr pelas ruas sem sentir pavor ou medo do poder bélico.

Sabem por que não paremos?

Por que aprendemos com seu legado de grande agitador, animador e rebeldia. A se indignar e resistir.
Empunharemos essa bandeira enquanto essas leis e essa justiça desses senhores não forem para os trabalhadores.

Viva o povo Sem Terra!
Viva a classe a trabalhadora!

Cícero Guedes,
Presente, presente, presente!!!


NOTA DA CONSULTA POPULAR/RJ EM REPÚDIO AO ASSASSINATO DO TRABALHADOR RURAL E DIRIGENTE DO MST, CÍCERO GUEDES

“Reforma agrária, SIM, trabalho escravo NÃO!”

Hoje, dia 28 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data foi escolhida como forma não deixar cair no esquecimento o assassinato covarde de três auditores fiscais do Trabalho e do motorista Ailton Pereira de Oliveira, todos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Na última sexta-feira, 25 de janeiro, Cícero Guedes foi assassinado de forma covarde e brutal, no município de Campos dos Goytacazes, RJ. Cícero fazia parte da Coordenação Estadual do MST no Rio de Janeiro, e era o coordenador do acampamento Luiz Maranhão, localizado no parque industrial da Usina Cambahyba. Ele foi vítima do trabalho escravo em Alagoas, desde os 8 anos de idade. Veio para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida, mas as “oportunidades” se resumiram a mais escravidão. Sua libertação só aconteceu após conhecer o MST, e através da luta pela terra conquistou seu espaço no assentamento Zumbi dos Palmares. Cícero Guedes integrava o Comitê Popular de Combate e Erradicação do Trabalho Escravo do Norte e Noroeste Fluminense.

Em quaisquer condições é inadmissível que trabalhadores, lutadores e lutadoras do povo brasileiro sejam vítimas de crimes bárbaros como esse, em nome dos interesses dos latifundiários. É ainda mais revoltante que isso ocorra em pleno século XXI, deixando bem claro, mais uma vez, os limites deste “Estado democrático”. Infelizmente o que percebemos e sentimos a duras penas é que a história do campo no Brasil segue sendo hegemonizada pelo latifúndio, que carrega os ranços da violência, da escravidão e da exploração, debaixo da máscara de modernidade. A Questão Agrária no Brasil segue sendo dominada pelos interesses dos Negócios, voltada para fora, de costas para o povo brasileiro.

Em ato realizado na Usina pelo MST e pela Articulação estadual por memória, verdade e justiça, no último mês de agosto, Cícero dizia ser questão de honra para ele e para o MST a luta pela desapropriação da área da Cambahyba, onde os corpos de ao menos 10 militantes que lutaram contra a ditadura civil-militar instaurada em 1964 foram incinerados. Em suas palavras, “A mística foi muito forte, ninguém merece ser queimado. Muita gente faz atrocidade neste mundo e não é queimado. É questão de honra para o movimento esse latifúndio virar assentamento. A gente se emociona porque somos seres humanos e sabemos e sentimos na pele o companheiro que luta por justiça social.”

Para nós da Consulta Popular é também questão de honra a luta para que o assassinato de Cícero Guedes não caia no esquecimento. Exigimos das autoridades a garantia da segurança de todos os trabalhadores rurais da região, bem como a rigorosa apuração dos fatos, a exemplar punição dos mandantes e dos executores desse bárbaro crime. Exigimos o fim da impunidade no campo, a começar pela condenação definitiva do empresário e fazendeiro Adriano Chafik, e que ele passe o resto da vida da mesma forma que os mandantes desse assassinato, atrás das grades. Exigimos a imediata desapropriação da área para fins de reforma agrária.

Prestamos nossa mais profunda solidariedade aos familiares, amigos e amigas, companheiros e companheiras de luta de Cícero, assim como à coordenação estadual do MST. Contem conosco para o que for preciso, seguiremos juntos na luta pela Reforma Agrária.

A cada companheiro tombado, nem um minuto de silêncio, MAS TODA UMA VIDA DE LUTA!

Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2013.


Queridos companheiros do MST,

meu sentimento de indignação e revolta pelo assassinato do Cícero é imenso. Envio minha solidariedade e apoio. Me acionem para o que precisar.
Leila Tavares
Marcha Mundial das Mulheres


queridos compas… não consegui chegar ontem… não tive com quem deixar a pequena + teria desejado estar perto nesse momento de dor e desespero…
mas estamos juntos para todas as lutas que vierem…
envio em anexo um escrito da jessica, nossa estudante, e uma foto que tiramos no ano passado na cambahyba, onde, se não em engano, aparece o cicero organizando as fileiras do movimento… bela foto que retrata quem ele era….
aguardo noticias para saber quando nos vemos (dia 6 no rio?) para organizarmos nosso trabalho, que é a melhor homenagem que podemos fazer ao compa!
abraços apertados em todos ai!

“Por nossos mortos, nem um minuto de silêncio. Toda uma vida de Luta!”

Segue abaixo uma singela lembrança que registramos do companheiro Cícero Guedes, do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ASSASSINADO com tiros na cabeça e nas costas, foi baleado quando saía do assentamento de bicicleta na sexta-feira 25/01/2013. Cícero era um das mais destacadas lideranças do MST-RJ, e profundamente lembrado pela sua inquietide, rebeldia e ousadia diante das desigualdades que estruturam nossa sociedade. A mesmo tempo, percebemos no ato de seu enterro ontem, que a frase “Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a tarnura” era uma marca admirada por todos que compartilharam de sua existência pessoalmente e/ou na luta pela reforma agrária e por uma sociedade justa.
Não vamos deixar que essa intensa correria a que estamos submetidos nos estudos e trabalhos, que os confetes do carnaval, que está aí, apague ou embace esse fato. Basta olharmos os números da violência no campo, para atentarmos que a morte de outros compas, a do Cícero e infelizmente de outros(a) que virão, não é nem um pouco por acaso.
A foto abaixo (ou em anexo), ilustra o Cícero (de blusa vermelha e short verde, bem no meio da foto) organizando as fileiras do MST, em um ato político em Campos pela desapropriação da do complexo de sete fazendas, totalizando 3.500 hectares que constitui a usina Cambahyba…

Katia Marro


Marina,

Conheci Cícero e ele participou do Seminário Trabalho Escravo Contemporâneo em 2008, promovido pelo Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC). Seu testemunho contundente a respeito da tragédia que é a escravização de pessoas no mundo atual, faz parte do primeiro livro que o GPTEC publicou.
Quero expressar em meu nome e em nome do nosso Grupo de Pesquisa a solidariedade aos familiares deste homem extraordinário e ao MST.
A violência promovida pelos que concentram terra e riqueza precisa ter um fim. Urgem ações por parte do poder público que transformem esta realidade de desigualdade social. A Reforma Agrária certamente é uma entre outras medidas necessárias.
Meu abraço fraterno

Ricaro Rezende Figueira
Coordenador do GPTEC/UFRJ
Professor e Padre.


Nota Incra sobre a morte de Cícero Guedes dos Santos

1. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) lamentam a morte de Cícero Guedes dos Santos ocorrida nesta sexta-feira, 25, em Campos dos Goytacazes (RJ).

Assim que tomaram conhecimento do fato, entraram em contato com autoridades competentes solicitando prioridade nas investigações para elucidar a motivação e a punição dos responsáveis por esse bárbaro crime.

3. Sobre a menção de que houve morosidade no andamento da criação do projeto de assentamento nos dois imóveis que compõem o Complexo Cambahyba, o Incra esclarece que apenas em agosto de 2012, após 14 anos de contenda, a Justiça autorizou a autarquia federal a dar prosseguimento à desapropriação dos imóveis

4. Tão logo informado da decisão judicial, o Incra deu início e cumpriu todas as etapas necessárias para criação do assentamento. Foram concluídos a avaliação econômica visando a indenização dos proprietários e os estudos para estimar a capacidade de assentamento de famílias. Ainda no final de 2012, imediatamente após a conclusão dos trabalhos técnicos, o Incra empenhou R$ 13,8 milhões em Títulos da Dívida Agrária para ajuizamento da ação de imissão de posse na Justiça Federal em Campos dos Goytacazes.

5. Para acelerar os procedimentos de criação do assentamento nos primeiros 1,3 mil hectares, que beneficiarão 111 famílias, o Incra protocolou pedido de licença ambiental do projeto de assentamento junto à Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) , requisito indispensável para a criação do projeto.

6. Portanto, o Incra reafirma que todos os procedimentos visando a criação do projeto de assentamento no Complexo Cambahyba foram cumpridos, e que as próximas etapas também terão a mesma agilidade, a fim de que a área seja destinada, definitivamente, para a reforma agrária ainda no início de 2013.

7. Em solidariedade aos acampados, assentados e em apoio aos familiares de Cícero Guedes dos Santos, o presidente do Incra, Carlos Guedes, acompanhado de representante da Ouvidoria Agrária Nacional, se deslocarão para Campos, neste domingo, 27.


ATENTADO CONTRA A PAZ E A JUSTIÇA SOCIAL! MATARAM UM GUERREIRO!

Hoje, 26 de janeiro de 2013, CÍCERO GUEDES, líder do Movimento pela Reforma Agrária e em prol da Agricultura Familiar, amanheceu morto, assassinado, no Assentamento Oziel, em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro. CÍCERO era um trabalhador rural que ousou lutar pelos ideais de Justiça e pelo bem comum do seu povo, trabalhadores rurais expropriados da terra e sem futuro. É mais um líder popular cuja morte se somará às centenas de outras, que ocorrem rotineiramente, de brasileiros que lutam por um Brasil justo e igualitário. Em mais de 90% desses casos, os assassinos permanecem impunes. Por que a Justiça brasileira, nesse momento em que busca nos convencer de que quer por fim à impunidade, não demonstra isso no caso dos crimes políticos contra a liberdade e os direitos humanos, civis, econômicos e sociais, de grande parte da sociedade brasileira, representada pelo movimento sociais e populares pelo acesso à terra rural e urbana e tantos outros? Matando o CÍCERO atentam mais uma vez contra a nossa Liberdade, contra a Democracia e os Direitos Humanos.

PELO FIM DA IMPUNIDADE DOS ASSASSINOS DAS LIDERANÇAS POPULARES! POR UM BRASIL JUSTO E SOLIDÁRIO!

AMIGOS E APOIADORES DO MOVIMENTOS SOCIAIS E POPULARES EM CAMPOS DOS GOYTACAZES!


Colegas

Lamento muito repassar esta notícia. Cícero era uma liderança importante em Campos diante da luta de assalariados, assentados e acampados. Mantinha com os pesquisadores uma relação de interesse na troca de conhecimentos, sem perder sua autonomia nem a oportunidade da entrevista ou da conversa informal para, na interlocução ou na escuta que sabia requerer, dar clareza às ideias que seu espírito combativo e analítico não cessava de se interrogar para agir. Soube ainda fazer das terras deixadas pela usina São João, inférteis diante de tantos produtos químicos e queimadas que visavam aumentar o lucro onde já não o cabia, um exemplo de como o homem poder ser generoso com a natureza que lhe assegura existência por novos dias liberados das agruras dos canaviais. Era uma liderança na prática e na conquista de associados ao movimento agroecológico.
Qualquer justiça que possa vir a er feita, tão improvável nesses casos, será incapaz de compensar a perda para todos nós que lutamos por sociedade com dignidade humana. Perda que os assassinos sabem muito bem da importância, tanto que o liquidaram para apaziguar o medo dos interesses excusos feridos.
Lembro que o local onde ele foi assassinado é de fato assombroso. Foi nas terras da usina Cambayba que, estarrecidos, soubemos que a ditadura mandou jogar no forno da usina alguns dos nossos jovens militantes socialistas.

Abraços de tristeza. Delma


O sal na terra…o sangue na terra!

A morte de um dos líderes do MST local, publicada pelo blog do Roberto, aqui, é mais um triste evento das disputas humanas transformadas em atos de violência extrema.

Por questões éticas e profissionais, não comentarei possibilidades ou supostas linhas de investigação.

Isto fica a cargo dos colegas com a atribuição e talento reconhecido para tanto.

Mas é impossível não enxergar que a luta pela posse da terra pode ser um dos ingredientes deste desfecho trágico.

Por tudo que temos ouvido em relação a disputa com mega-empresários, as violações das leis, formação de milícias armadas e privatização das forças públicas de segurança, corrupção de órgãos fiscalizadores (INEA), ataques ao bom senso, e o uso de instrumentos ideológicos de manipulação e coação, dentre eles a mídia à soldo, fica claro que a ancestral luta por território não foi superada, e mais, se expressa ainda por meios parecidos com àqueles que julgamos ter superado.

Salgam a terra…e sangramos sobre ela.

Nossas homenagens a Cícero Guedes, sua memória de luta, e ao pesar dos seus.

Marcelo Erbas


Apreciados colegas,
estamos aterrados todo el grupo de Coama con la terrible noticia del asesinato del compañero Cicero Guedes. Un hombre que lucho y murio para que todos tuvieramos un espacio donde vivir. La violencia de nuevo destruye la justicia y la razon. Seguiremos buscando entre todos formas concretas de eliminar este flajelo.
Expresamos nuestras mas sinceras condolencias a la familia de Cicero y a los amigos del MST.
Con mucha tristeza,
Martin.


Contem com a solidariedade do povo das favelas
Muitos acreditam não haver necessidade da existência da Comissão da Verdade. O assassinato brutal e covarde do companheiro Cícero Guedes do MST RJ – coordenador da ocupação do MST no parque industrial desativado da Usina Cambahyba em Campos dos Goytacazes nos mostra claramente o contrário. Esse assassinato foi encomendado pelos mesmos interesses que incineraram nos fornos dessa Usina os corpos torturados e mutilados dos combatentes que lutavam contra a ditadura civil-militar.
Apesar de ter se passado quase trinta anos do fim da ditadura, os mesmos métodos utilizados pela repressão continuam sendo usados com o objetivo de amedrontar e destruir os que lutam por seus direitos em pleno século XXI. Primeiro tentam criminalizar as lideranças e os movimentos sociais e ao não conseguirem apelam para o assassinato que ficam impunes.
O Movimento Popular de Favelas manifesta sua solidariedade ao MST pelo assassinato de Cícero Guedes. Contem com a solidariedade do povo das favelas.
O povo não desiste da luta! Cícero presente!!!
Brasil, 01 de fevereiro de 2013
Movimento Popular de Favelas – MPF


REPUDIO AL ASESINATO DE CÍCERO GUEDES

Managua 28 de Enero del 2013
El Movimiento por el RESCATE del sandinismo (RESCATE) repudia y condena el vil asesinato deCícero Guedes, campesino y militante del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) de la ciudad de Río de Janeiro, Brasil quien el 25 de enero fue encontrado muerto con diez balazos en su cabeza.
Como el MST ha informado, Cícero fue un cortador de caña y coordinaba la ocupación del MST de uno de los asentamientos sobre un latifundio improductivo compuesto de varias haciendas en Rio de Janeiro, propiedades en las que,antes de la ocupación de los Sin Tierra, se practicaba todo tipo de violencia, explotación infantil, mano de obra esclava, falta de cumplimiento de los pagos y crímenes ambientales.
La muerte de Cícero se inscribe dentro de la ola de violencia y de impunidad que se viene practicando en contra de la los luchadores por la Reforma Agraria y la justicia social en Brasil.
Como movimiento político nos sumamos a las organizaciones que reclaman a las autoridades brasileñas que se investigue de inmediato este crimen y que se castigue a los culpables materiales e intelectuales de este nuevo crimen a la vez que demandamos ¡CESE LA CRIMINALIZACION DE LOS MOVIMIENTOS SOCIALES!
Así mismo, rechazamos todas las agresiones y amenazas de expulsión que pesan sobre las familias del asentamiento Milton Santos, comunidad consolidada desde hace 7 años por 68 familias que batallaron en la lucha por la reforma agraria y construyeron sus casas y sus vidas cosechando y produciendo alimentos en la región de Americana, São Paulo.
El RESCATE se solidariza con el MST, organización hermana que es un ejemplo en la lucha por los derechos humanos, como el derecho a la tierra, el derecho a la educación, los derechos de las mujeres, el derecho a la vida, el derecho a un ambiente sano, y la lucha por una sociedad justa y democrática, y los instamos a no desfallecer, pues su lucha es un ejemplo de dignidad para todos los pueblos del mundo

Compañero Cícero Guedes: Desde Nicaragua te decimos.
¡Presente. Presente. Presente!

“Nosotros iremos hacia el sol de la libertad,
o hacia la muerte y si morimos no importa,
nuestra causa seguirá viviendo, otros nos seguirán!

Augusto C. Sandino


¡Cicero Guedes presente!

Organizaciones y movimientos sociales de América latina, el Caribe y Europa, que estamos participando de la Cumbre de los Pueblos en Santiago de Chile, del 25 al 27 de enero, queremos manifestar nuestro más enérgico repudio al asesinato del compañero Cicero Guedes, dirigente del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra –MST- de la ciudad de Río de Janeiro, Brasil.

Cicero, de 54 años, ex trabajador de la caña de azúcar, apareció el día de ayer muerto con diez tiros en la cabeza, lo que demuestra nuevamente la impunidad con la que se mueven los pistoleros al servicio de los intereses de los latifundistas y terratenientes brasileños.

Hacemos un fuerte llamado a las autoridades brasileñas competentes para que investiguen el caso y se detenga a los autores materiales e intelectuales de este nuevo crimen contra los movimientos sociales que continuamos luchando por ese otro mundo posible.
Una vez más perdemos a un nuevo dirigente a causa de la represión. Esto nos debe llamar la atención sobre la necesidad de seguir exigiendo el fin de la criminalización de luchas sociales y populares que se da en nuestros países.
Compañero Cicero ¡Presente! ¡Ahora y siempre!
¡Hasta la victoria siempre!

+++++++++++++++++++++++++++++
JUBILEO SUR/AMERICAS


Ciudad de Mexico, 31 de Enero de 2013

Por parte de todas y todos nosotros, de las organizaciones de La Via Campesina
Región América del Norte, expresamos nuestro pesar e indignación frente
al asesinato del dirigente del MST de Brasil, Cícero Guedes dos Santos,
Coordinador del acampamento Luiz Maranhão.

Nos solidarizamos con la familia de Cicero, con los compañeros y compañeras
del MST, y expresamos nuestro sentido mas profundo de dolor y pesar. Los
responsables de su muerte utilizaron cobardemente la violencia extrema, cual está
surgiendo por toda America Latina. Denunciamos esta violencia, la cual es una
represión dirigida a los movimientos sociales y cada vez más a nuestros lideres
campesinos.

Expresamos nuestro repudio total y exigimos a las autoridades responsables que
se tomen las medidas pertinentes para garantizar la seguridad de la familia y de los
compañeros y compañeras de Cicero, así como instrumentar los mecanismos de
investigación que garanticen que autores materiales e intelectuales sean juzgados
y condenados. También hacemos el llamado al gobierno para avanzar en la
expropiación de La Usina Cambahyba.

Rechazamos la violencia que surge del poder terrateniente, cual se impone por los
dueños de los medios de producción capitalista, y cual que está infundiendo el terror
en nuestras comunidades que sobre todo estamos luchando por la paz y la vida digna
de las y los campesinos.

Reiteramos nuestra solidaridad con el MST y con la familia del compañero, Cícero
Guedes dos Santos, que seguirá siendo recordado para siempre atravez de la lucha
que él fortaleció con su vida, y que nosotros nunca abandonaremos.

Con nuestro amor y rabia, en solidaridad,

Los hombres y las mujeres de La Via Campesina, Región America del Norte


Condemning the murder of Cícero Guedes, leader of the Brazilian Landless Workers’ Movement MST – The Right Livelihood Award Foundation

The Right Livelihood Award Foundation strongly condemns the murder of Cícero Guedes, a leader of the Brazilian Landless Workers’ Movement MST. The MST received the Right Livelihood Award (also known as the “Alternative Nobel Prize”) in 1991.

Cícero Guedes dos Santos, coordinator of the Landless Workers’ Movement (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, MST) of Brazil was killed by gunmen on Friday, January 25th. He received some twelve shots to the head while he was bicycling away from a settlement of landless families in the vicinity of the Cambahyba sugar plant, in the municipality of Campos dos Goytacazes in Rio de Janeiro. It is yet unclear who is responsible for the murder.

The MST received the Right Livelihood Award Foundation in the Swedish Parliament in Stockholm in 1991 “for winning land for landless families and helping them to farm it sustainably”. Ole von Uexkull, Executive Director of the Foundation, said: “The Right Livelihood Award Foundation strongly condemns this crime and calls on the state of Rio de Janeiro and the Brazilian government to protect the Landless Movement and their activists.”

Other Laureates of the Right Livelihood Award from all over the world expressed their solidarity and support to the family and colleagues of the murdered activist. The Paraguayan educator and human rights advocate Martín Almada (RLA 2002), lamented that “violent actions continue to claim the lives of Latin American leaders and advocates for the environment and sustainability.”

On their website, the MST explains that Cícero Guedes, who was a sugar-cane cutter, coordinated the occupation of a complex of seven farms with 3,500 hectares (8,600 acres) located in the State of Rio de Janeiro. 14 years ago, this large estate was subject to expropriation by the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA). However, the process continued only recently, when it was approved by the Federal Court in August 2012.

Although 11 years ago he had already managed to acquire land and become a “settler” himself, Cícero Guedes dos Santos remained a tireless advocate of agrarian reform. He taught organic farming techniques to families occupying estates and would always argue that the products obtained from ecologically sound agriculture are “superior” to those sold in supermarkets. His colleagues and family say that nature “was his source of inspiration.”

Cícero Guedes leaves behind five children.


Dear members and family of Cicero,

I am very sad about the death of our active member of the Right Livelihood family.

Please give my admiration and regret.

Monika Griefahn

Co-Chair Right Livelihood Foundation
Ministerin a.D.


ADUENF/SESDUENF
Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense
Seção Sindical do ANDES/ Sindicato Nacional

A diretoria da ADUENF, como representante de uma associação de professores, vem a público para expressar o sentimento de revolta ante o assassinato do assassinato do líder do MST, Cícero Guedes, que muitos na UENF o conheciam, pois ele coordenava a feirinha que ocorre às terças-feiras no pátio do P5. Para nós é inaceitável e extremamente revoltante observar uma família trabalhadora perder o patriarca por apresentar ideais a favor da reforma agrária, por lutar pelo direito do trabalhado a terra, pelo correto uso de terras improdutivas, pelo respeito ao trabalhador agrícola. À família de Cícero o nosso apoio e a garantia que, tanto enquanto membros da diretoria da ADUENF ou como cidadãos, vamos a exigir das autoridades responsáveis a dedicação máxima para que o mandante seja identificado e punido.

A diretoria.


A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, divulgou na uma nota lamentando a morte do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Cícero Guedes dos Santos, em Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi morto a tiros na madrugada de sábado, dia 26.

A ministra entrou em contato com a esposa de Cícero, Maria Luciene, e prestou seus sentimentos. Falando em nome do governo brasileiro, Rosário disse que Cícero “merece a gratidão do país por dedicar sua vida à causa da reforma agrária e da justiça social”.

“A situação de disputa fundiária na região entre Campos dos Goytacazes e São João da Barra tem sido agravada pela morosidade na tramitação de processos judiciais que envolvem imóveis considerados improdutivos e, portanto, passíveis de desapropriação para a reforma agrária. O caso específico da ocupação liderada por Cícero é bastante ilustrativo: o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária havia determinado, há 14 anos, a desapropriação das fazendas que compõem a Usina Cambahyba. Mas só em agosto de 2012 a Justiça autorizou que a autarquia federal desse prosseguimento à desapropriação dos imóveis”, afirmou a ministra na nota.

Como presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, a ministra indicou Wadih Damous, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB RJ), para acompanhar as investigações no local.


Desde el Movimiento Nacional Campesino Indígena –  Via Campesia repudiamos el asesinato de Dirigente del MST

Estimados compañeros y compañeras del MST (Movimiento de los Trabajadores rurales Sin Tierra de Brasil), expresamos nuestro pesar e indignación frente al asesinato del dirigente del MST de Brasil, Coordinador del acampamento Luiz Maranhão, localizado no parque industrial da Usina Cambahyba, Campos dos Goytacazes-RJ, Cícero Guedes dos Santos, de 54 anos, fue asesinado con mas de diez tiros  en la na cabeza por pistoleros en la madrugada del 25 de enero, en Campos dos Goytacazes, en el Estado de Río de Janeiro.

Enviamos nuestra solidaridad mediante un abrazo fraterno a los familiares y a sus compañeros y compañeras,frente a esta enorme perdida. Fueron muchos los aportes del compañero Cicero a la lucha por la tierra , la agricultura campesina y la agro ecología, desde su origen y sabiduría campesina., que fue creciendo en el desarrollo de las luchas del MST y la Vía Campesina. Nuestras luchas continuaran enriqueciéndose y alimentándose de sus luchas y su mística, junto a todas y todos nuestros mártires.
Expresamos nuestro mas enérgico repudio, frente a los crimines, y frente a una practica que estamos viviendo cotidianamente en nuestra región, donde desde el poder terrateniente y trasnanciaonal apuesta al crimen organizado como mecanismo para generar violencia sobre los dirigentes sociales y las organizaciones que luchamos porla teirra y la defensa de los bienes naturales, esta violencia acompañada de la practica de la criminalizacion de la lucha se complementa en el marco de la ofensiva sore nuestros territorios y la naturaleza
Frente a esto, exigimos a las autoridades responsables se tomen las medidas pertinentes para garantizar la seguridad de la familia y de los compañeros y compañeras de Cicero, así como instrumentar los mecanismos de investigación que garanticen que autores materiales e intelectuales sean juzgados y condenados., ademas de la necesidad de que el gobierno y las autoridades responsables avacen con la expropiación de la hacienda denominada Usina Cambahyba (un complejo de siete haciendas que totaliza 3.500 hectáreas), así como de las demás haciendas reclamadas por des de 150 mil acampados en Brasil

Somos tierra para alimentar a los pueblos!
Movimiento Nacional Campesino Indígena de Argentina
CLOC – Via Campesina


Pela punição aos assassinos do companheiro Cícero Guedes!
Foi assassinado na sexta-feira, dia 25 de Janeiro, o militante, membro da Direção Estadual do MST Cícero Guedes, Coordenador do Acampamento Luis Maranhão, ocupação recente do movimento da Usina Cambahyba, em Campos. Estamos todos indignados com mais este ato brutal contra a Reforma Agrária e seus lutadores. Cícero Guedes vivia desde 1998 no assentamento Zumbi dos Palmares na região, uma conquista do movimento. Mesmo já tendo seu pedaço de terra não abandonou a luta e tombou lutando, ao sair de uma reunião na usina. Ele é mais uma vítima da violenta repressão que se organiza contra os movimentos sociais, especialmente contra aqueles que atentam contra a “sagrada” grande propriedade privada rural. Segundo a Comissão Pastoral da Terra o numero de trabalhadores rurais ameaçados de morte cresceu, entre 2010 e 2011, de 125 para 347, apesar da estagnação da reforma agrária no país.
O crime se deu nas proximidades da usina Cambahyba, onde, na autocracia burguesa-militar, usaram-se seus fornos para incinerar os corpos daqueles que morriam sob tortura, dentre os quais o dirigente do PCB Luis Maranhão.
Solidarizamo-nos com o movimento e com a família de Cicero e cobramos, junto a todos os setores democráticos da sociedade, a apuração imediata e completa do brutal assassinato.

Direção da ESS/UFRJ

 


Nota de repúdio ao assassinato de militante do MST-RJ
Rio Grande do Sul, 27 de Janeiro. 2013.

As organizações e movimentos sociais dos países participantes do X Encontro Latino Americano das Organizações Populares Autônomas – ELAPOPA, reunidos em Porto Alegre nesta data, manifestam o mais profundo sentimento de luto e revolta em relação ao brutal assassinato do militante do MST Cícero Guedes dos Santos. Assassinado por conta das retaliações locais oriundas da ocupação “Luís Maranhão”, na usina de cana-de-açúcar Cambahyba em Campos dos Goytacazes – RJ. Ocupação emblemática, pois nestas terras, pertencentes à família de Heli Ribeiro Gomes, fornos de fabricação de açúcar eram emprestados para incinerar corpos de militantes mortos pela ditadura militar.

Companheiro presente desde a primeira ocupação do MST no estado do Rio de Janeiro, onde hoje é o assentamento Zumbi dos Palmares, Cícero era um militante de garra e presença marcante. Onde houvesse luta, onde houvesse animação no movimento lá estava o companheiro com sua voz firme e suas palavras de ordem sempre desafiando o Capital, sempre combatendo a exploração da classe trabalhadora, resistindo e organizando. Sua trajetória enquanto trabalhador rural é semelhante a de milhares de outros camponeses em nosso continente, migrando de região em região, lutando contra o latifúndio em diversos acampamentos e ocupações de terra em busca de justiça social e soberania popular. Sua família, assim como tantas outras que resistem no campo, nunca se cansou de lutar pela reforma agrária, dispostos sempre a organizar a produção de alimentos saudáveis e a mobilizar novos companheiros para seguir na construção de uma sociedade mais digna e igualitária.

Manifestamos mais uma vez nossa indignação, exigindo que sejam punidos os assassinos e reforçando que é culpado também o Estado brasileiro, que não realiza a reforma agrária. Neste governo que mantém milhares de famílias debaixo de lona e na beira de estradas, sofrendo com todo tipo de ameaças e dificuldades. É culpado também o agronegócio com seu modelo de exploração dos pobres que, quando não mata com o veneno de seus agrotóxicos, mata com a bala de seus capangas.

As sementes do poder popular seguem com vida e, neste momento, companheiros de luta nas mais diversas barricadas da  América Latina gritam:

“NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA!!
ARRIBA LOS QUE LUCHAN!!
COMPANHEIRO CÍCERO GUEDES… PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!!”


PCdoB Rio
Nota de pesar pelo falecimento do Dirigente do MST Cícero Guedes.

Nota de pesar pelo falecimento do Dirigente do MST, Cícero Guedes
Coordenador de ocupação do MST na Usina Cambahyba, assassinado no Rio

“Esta não é a parte que nos cabe neste latifúndio”!
(Chico Buarque)

O Municipal Rio do PCdoB recebe consternado a notícia do assassinato de Cicero Guedes do MST em Campos / RJ. Estamos reproduzindo a nota da direção do Movimento com a denúncia da morte na Usina que é marca do latifúndio improdutivo e também local onde pesa a acusação de incineração de corpos de militantes no período da Ditadura.

O Municipal Rio do PCdoB, presta solidariedade aos camaradas e companheiros do MST, amigos e parentes e pede justiça e o fim da impunidade. Com certeza, o PCdoB estará presente no sepultamento com suas bandeiras de luta.

O Municipal RIO do PCdoB, através da direção municipal em Campos e da Estadual RJ, manifestam integral solidariedade aos camaradas do MST. Exigimos rápido e integral esclarecimento de mais este assassinato de lideranças populares, assentamentos e a total Reforma Agrária no Brasil.

Saudações Socialistas,

Sonia Latge
Presidenta do Municipal Rio do PCdoB
Direção Municipal Rio do PCdoB


¡Cicero Guedes presente!

Organizaciones y movimientos sociales de América latina, el Caribe y Europa, que estamos participando de la Cumbre de los Pueblos en Santiago de Chile, del 25 al 27 de enero, queremos manifestar nuestro más enérgico repudio al asesinato del compañero Cicero Guedes, dirigente del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra –MST- de la ciudad de Río de Janeiro, Brasil.

Cicero, de 54 años, ex trabajador de la caña de azúcar, apareció el día de ayer muerto con diez tiros en la cabeza, lo que demuestra nuevamente la impunidad con la que se mueven los pistoleros al servicio de los intereses de los latifundistas y terratenientes brasileños.

Hacemos un fuerte llamado a las autoridades brasileñas competentes para que investiguen el caso y se detenga a los autores materiales e intelectuales de este nuevo crimen contra los movimientos sociales que continuamos luchando por ese otro mundo posible.

Una vez más perdemos a un nuevo dirigente a causa de la represión. Esto nos debe llamar la atención sobre la necesidad de seguir exigiendo el fin de la criminalización de luchas sociales y populares que se da en nuestros países.

Compañero Cicero ¡Presente! ¡Ahora y siempre!

¡Hasta la victoria siempre!


Nota de repúdio ao assassinato de militante do MST-RJ

Rio Grande do Sul, 27 de Janeiro. 2013.

As organizações e movimentos sociais dos países participantes do X Encontro Latino Americano das Organizações Populares Autônomas – ELAPOPA, reunidos em Porto Alegre nesta data, manifestam o mais profundo sentimento de luto e revolta em relação ao brutal assassinato do militante do MST Cícero Guedes dos Santos. Assassinado por conta das retaliações locais oriundas da ocupação “Luís Maranhão”, na usina de cana-de-açúcar Cambahyba em Campos dos Goytacazes – RJ. Ocupação emblemática, pois nestas terras, pertencentes à família de Heli Ribeiro Gomes, fornos de fabricação de açúcar eram emprestados para incinerar corpos de militantes mortos pela ditadura militar.

Companheiro presente desde a primeira ocupação do MST no estado do Rio de Janeiro, onde hoje é o assentamento Zumbi dos Palmares, Cícero era um militante de garra e presença marcante. Onde houvesse luta, onde houvesse animação no movimento lá estava o companheiro com sua voz firme e suas palavras de ordem sempre desafiando o Capital, sempre combatendo a exploração da classe trabalhadora, resistindo e organizando. Sua trajetória enquanto trabalhador rural é semelhante a de milhares de outros camponeses em nosso continente, migrando de região em região, lutando contra o latifúndio em diversos acampamentos e ocupações de terra em busca de justiça social e soberania popular. Sua família, assim como tantas outras que resistem no campo, nunca se cansou de lutar pela reforma agrária, dispostos sempre a organizar a produção de alimentos saudáveis e a mobilizar novos companheiros para seguir na construção de uma sociedade mais digna e igualitária.

Manifestamos mais uma vez nossa indignação, exigindo que sejam punidos os assassinos e reforçando que é culpado também o Estado brasileiro, que não realiza a reforma agrária. Neste governo que mantém milhares de famílias debaixo de lona e na beira de estradas, sofrendo com todo tipo de ameaças e dificuldades. É culpado também o agronegócio com seu modelo de exploração dos pobres que, quando não mata com o veneno de seus agrotóxicos, mata com a bala de seus capangas.

As sementes do poder popular seguem com vida e, neste momento, companheiros de luta nas mais diversas barricadas da  América Latina gritam:
NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA!!

‘’ARRIBA LOS QUE LUCHAN!!

COMPANHEIRO CÍCERO GUEDES… PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!!


Vivem mais os que morrem lutando! Cícero Presente!

Cicero Guedes, 54 anos, destacado dirigente do MST na cidade de Campos foi assassinado com dez tiros na cabeça. A cada ano tombam lutadores e lutadoras do campo e da cidade submetidos à criminalização das lutas populares.

Assassinatos que sempre seguem desconsiderados pelo Estado e cujos autores intelectuais e materiais continuam livres e matando impunemente sem tetos, sem terras, lideranças comunitárias, pescadores, quilombolas, indígenas e sindicalistas para os proprietários de grandes extensões de terras no campo e na cidade ou de grandes empresas em nosso país.

Cícero Guedes era coordenador da ocupação do MST no parque industrial desativado da Usina Cambahyba em Campos dos Goytacazes. A mesma Usina cujos fornos foram utilizados pela Ditadura civil-militar para incinerar os corpos dos militantes que morriam sob tortura.

Solidarizamo-nos com o MST e com a família de Cicero e entendemos ser necessária a construção de uma unica voz no enfrentamento desse covarde assassinato e pela desapropriação imediata da Usina Cambahyba.

Se sabemos que a punição não virá aos carrascos a serviço do latifúndio e do agronegócio – ou, se vier, como raramente ocorre, em nada impedirá que outros venham a tombar -afirmamos que estamos sempre juntos no embate, buscando aquilo que, realmente, traz a possibilidade de plena vida aos lutadores do povo: a construção de uma nova maioria rumo ao poder popular em nosso país.

Cícero Guedes é um exemplo de luta e continuará inspirando os que ousam sonhar e lutar porum Brasil onde a vida das pessoas será mais importante que um pedaço de terra.

Vivem para sempre na memória do povo os que morrem lutando por justiça!
Brasil, 30 de janeiro de 2013
Brigadas Populares


Pela punição aos assassinos do companheiro Cícero Guedes!

A notícia do assassinato do militante do MST Cícero Guedes, atacado, na sexta-feira, dia 25 de Janeiro, ao sair de uma reunião do movimento na usina Cambahyba (Acampamento Luis Maranhão) causa grande indignação em todos os que lutam contra a desigualdade social. O companheiro Cícero, que, mesmo já assentado, exercia a coordenação do Acampamento, é mais uma vítima do violento esquema de repressão que se organiza para reprimir os movimentos sociais, e, em particular, das ações ilegais de grupos armados a serviço da oligarquia agrária, montados para tentar barrar o avanço da luta pela reforma agrária.

O crime se deu na usina Cambahyba, o mesmo local onde, à época da ditadura, houve a prática  usual de tortura e onde foram cremados corpos de militantes políticos que se opunham ao regime. Muitos corpos de militantes do PCB, entre eles o de Luís Maranhão (que dá nome ao Acampamento do MST), assassinados pelas forças repressivas, foram queimados ali. Muito provavelmente, os proprietários da Usina, assim como outros grupos empresariais, foram agraciados com favores e terras, em troca do apoio às ações repressivas.

O PCB exige a apuração completa desse crime, conclama a todas as forças progressistas e democráticas que se somem na luta pela punição dos culpados, pelo fim da impunidade aos que praticam crimes contra o povo, pelo avanço da Reforma Agrária, pela Justiça Social.
O Companheiro Cícero não viveu em vão. Sua luta e seu exemplo permanecerão vivos na luta cotidiana dos trabalhadores.
Companheiro Cicero…
Presente!!!

26 de Janeiro de 1913

Partido Comunista Brasileiro

Secretariado Nacional Comissão Política Regional do Rio de Janeiro


Nota do Núcleo Socialista de Campo Grande em repúdio ao assassinato de Cícero Guedes do MST/RJ

Na última sexta feira, dia 25 de janeiro, o latifúndio mostrou mais uma vez sua face mais covarde: a violência na calada da noite! Assassinado por emboscada, Cícero Guedes, um homem do povo, trabalhador rural e importante liderança de trabalhadores e trabalhadoras, em Campos de Goytacazes, RJ, membro da direção estadual do MST e coordenador do acampamento Luiz Maranhão.  Cícero Guedes é morto porque incomodava, porque com total convicção seguia lutando lado a lado com aqueles e aquelas que o latifúndio, há mais de quinhentos anos, explora, esmaga, indigna e mata. Cícero Guedes é morto porque entregou seu sangue e suor à causa da luta pela vida, primeiro lutando por terra, por educação e finalmente por uma sociedade justa e igualitária. Cícero Guedes é morto, como tantos e tantas nesses quinhentos anos, porque denunciava a violência do latifúndio, mas,  sobretudo, porque anunciava, com sua bela voz, que somente a organização e luta do povo poderá vencer a dominação do capital e do latifúndio.

O Núcleo Socialista de Campo Grande / Rio de Janeiro, que há mais de 10 anos se dedica à reflexão e formação política na Zona Oeste, acreditando que esta é uma das formas de prepararmos a sociedade que desejamos, tal qual desejava Cícero Guedes, afirma:
– Repudiamos mais esta ação covarde do latifúndio;
– Exigimos a prisão imediata dos mandantes e dos executores deste assassinato;
– Reafirmamos nossa crença na organização do povo como única forma de superação do capitalismo e construção do socialismo;
– Somos solidários aos bravos companheiros e companheiras do MST na luta pela reforma agrária e pelo fim da violência no campo.

Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2013


ADUFRJ-SSIND DIVULGA NOTA

É com imensa tristeza na alma e no coração que vimos expressar nossa dor e indignação pelo assassinato do Coordenador do Acampamento Luiz Maranhão, localizado no parque industrial da Usina Cambahyba, no município de Campos (RJ), Cícero Guedes. Liderança expressiva do MST/ RJ, Cícero Guedes, de 54 anos, foi executado na noite do dia 25/01 quando se deslocava do acampamento Luiz Maranhão, antiga fazenda Cambahyba, para a sua casa no Assentamento Zumbi dos Palmares. Cícero fazia parte da Direção Estadual do MST no Rio de Janeiro.
Subscrevemos a caracterização deste crime como resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos sem-terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária. Unimos, mais uma vez, nossa voz e braços, junto com o MST e com os movimentos sociais do campo e da cidade, na exigência que os culpados, assassinos e mandantes, sejam julgados, condenados e presos, comprometendo nosso esforço para este fim.

Expressamos nossa solidariedade à família, seus companheiros de trabalho e luta, militantes e dirigentes do MST.
Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!
Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 2012

Diretoria da Adufrj


Companheir@s,

Seguimos construindo as trincheiras da luta. Exigindo justiça e denunciando a criminalização da luta pela terra e dos dirigentes das organizações que enfrentam o capital, o agronegócio!!!

Abraços solidários,

MST PA

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”
Rosa Luxemburgo


Repudiamos el asesinato de Dirigente del MST y expresamos nuestras solidaridad y exigencia de justicia

En el marco de la Cumbre de los pueblos , en enero de 2013, delegados y delegadas de la CLOC VC, expresamos nuestro pesar e indignación frente al asesinato del dirigente del MST de Brasil, Coordinador del acampamento Luiz Maranhão, localizado no parque industrial da Usina Cambahyba, Campos dos Goytacazes-RJ, Cícero Guedes dos Santos, de 54 anos, fue asesinado con mas de dies tiros  en la na cabeza por pistoleros en la madrugada del 25 de enero, en Campos dos Goytacazes. El participo de una reunion en la noche anterior en el  acampamento y fue baleado en una emboscada cuando retornaba en bicicleta para su casa en el  asentamiento Zumbi dos Palmares. Cícero hacía parte da Dirección Estadual del MST en Rio de Janeiro.

Nos solidarizamos con los compañeros y compañeras del MST, con la familia de Cicero, y expresamos nuestro mas enérgico repudio. El accionar de pistoleros y paramilitares es lamentablemente ya una practica común en todo el continente, en el cual terratenientes , agronegocios y transnacionales operan favoreciendo el crimen organizado, ya que esa violencia es funcional a su ofensiva por la privatización de la naturaleza, la concentración de la tierra y de la producción de alimentos

Exigimos a las autoridades responsables se tomen las medidas pertinentes para garantizar la seguridad de la familia y de los compañeros y compañeras de Cicero, así como instrumentar los mecanismos de investigación que garanticen que autores materiales e intelectuales sean juzgados y condenados.

También hacemos el llamado al gobierno para avanzar en la expropiación de La usina Cambahyba (un complejo de siete haciendas que totaliza 3.500 hectáreas).

La violencia que emerge del poder terrateniente solo podrá llegar a la paz cuando se concrete la Reforma Agraria Integral
Por la Tierra y la Soberanía Alimentaria

América Lucha

Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo – Vía Campesina


é isso camarada Durão, o que podemos fazer é seguir cobrando justiça e manter firme a luta tal como fez Cicero toda a vida…
Mantenha-nos informados das atividades em torno do caso para que possamos estar presentes.
um abrção forte em todos os compas do MST
Marcelo  Braz
Cicero Guedes, presente, presente, presente!!!


Marcelo e camaradas do MST,
Somo-me aos demais companheiros nessa solidariedade e momento de pesar que a família do Cícero e que todos os lutadores pela reforma agrária estão sentindo.

Até quando a luta do povo vai ser criminalizada? Que pelo menos esse crime não fique impune.
No mais, só nos resta seguir em frente para deixar claro que a luta do Cícero e todos outros que tombaram em combate não seja em vão.
Fraternais abraços,
Pedro Ivo


compañero, desde Guatemala como Marcha Mundial de Mujeres, manifestamos nuestra solidaridad a la familia, a la comunidad, a la organización y al movimiento por la pérdida del compañero Cícero Guedes, nos sumamos a las exigencias de justicia y captura de quien lo asesino y a mantener las luchas en nuestros países y en el continente para avanzar en la consecución de una vida digna para todas y todos, atentamente,
Sandra Morán, guatemala.

Queridão,
imagino como vcs estão. Queria estar aí. Queria ter ido ao enterro ontem.  Gostava muito dele.  Era alagoano num era? Aqui conseguimos tirar a nota. Vamos ficar no pé do delegado. Miguel hoje liga para la. conte conosco e muita força. Nao ha de ficar em branco esse assassinato.
bjks
Sandra Quintela


Compas,

Temos acompanhado as noticias do assassinato do companheiro Cícero.
É triste, sobretudo pela politica que este governo tem e com o que esta fazendo com a reforma agrária e a luta.

Como informado ele era alagoano, vocês sabem informar de qual municipio e se ainda tem familiares por aqui. Vejam e se precisarem de alguma coisa estamos por aqui.

Ao camarada Cícero o nosso compromisso de seguir firmes na luta.

abraços
Débora Nunes MST
Alagoas – BR


meus sentimentos e toda minha indignação.
Maria Mello


Queridos Compañeros (as):

Acompanho com tristeza esse caso e me uno a usteds nel repudio alasesinato de Cicero, hasta que los criminosos sean punidos.
Fuerte abrazo del Brasil (SERPAJ)

Ivete Caribé da Rocha


Caro Marcelo Durão,
No sábado, logo que tomamos conhecimento , por seu e mail, desde violento e lamentável epsiódio, a equipe de Comunicação do Vitae Civilis fez o  que pode, embora singelo ato: divulgar na nossa página e ferramentas de midias:
http://www.vitaecivilis.org.br/index.php/br/midia/noticias/461-nota-de-falecimento
Infelizemente estamos ocm o site do FBOMS atacado por virus e o provedor, por precaução, deixou o desativado. Há gente trabalhando nisso. Mas certamente, demais colegas da coordenação do FBOMS também teriam apreciado uma nota de homenagem ao Cicero Guedes.
Mais uma vez, nossa solidariedade!
Abraços
Rubens Born


Jorge Menghini
Marcelo: Enviamos a você e a todo o MST nossa solidaridade pelo assassinato do companheiro Cicero Guedes.
Um abraço.
Jorge Menghini e Nora Manzanares.

“a cada companheiro tombado nem um minuto de silêncio, mas sim toda uma vida de luta!”
Solidariedade e sentimento de indignação aos familiares e todos os companheiros que estão presentes na luta no RJ.

Att,
Alessandra Farias
Companheir@s,


Queridos Compañeros (as):

Acompanho com tristeza esse caso e me uno a usteds nel repudio alasesinato de Cicero, hasta que los criminosos sean punidos.
Fuerte abrazo del Brasil (SERPAJ)

Ivete Caribé da Rocha


Meus pesames casmaradas,
Infelismente, enquanto os governos prioriam o agronegocio e o capital, nossos camaradas continuam sendo assassiandos…
Seguiremos em luto e luta.
Abs
Vanderlei


Kleybson Andrade

Ei camarada, como vai?

Foi uma notícia muito dura pra nós a morte do Cícero, mande muita força pra todxs dentro do movimento. A nossa melhor homenagem a ele será seguir a sua luta.

Um abraço forte!


A morte de Cícero Guedes e a permanente necessidade de um amplo processo de reforma agrária

Artigo publicado originalmente no site da Revista Somos Assim

A perda de determinados indivíduos não fica restrita à sua família, que talvez seja quem menos perde pelo seu desaparecimento físico. Apesar de a morte ser algo que é parte constituinte do fato de se estar vivo, algumas vezes esta nos debilita tão fortemente que não pode ser tomada como etapa de um ciclo natural. Isto fica ainda mais evidente quando a morte resulta do extermínio encomendado com a finalidade de nos privar coletivamente de pessoas cuja importância extrapola a família e a comunidade mais imediata em que se inserem como seres sociais.

E é por isso que a execução de Cícero Guedes, trabalhador que vivia e produzia alimentos no Assentamento Zumbi dos Palmares, ao mesmo tempo em que cumpria um papel essencial de catalisador de iniciativas coletivas em prol do desenvolvimento econômico, social e ambiental dos assentamentos rurais criados a partir de 1998 no Norte Fluminense, ganha grande significado. Ex- cortador de cana que se libertou da escravidão a partir do seu engajamento na luta pela reforma agrária, Cícero não teve muita educação formal. À primeira vista, não seria dado como uma pessoa capaz de exercer a forte liderança que logrou realizar, mas a aparência de homem simples e de poucas palavras era apenas um aspecto de uma personalidade criativa, irrequieta e instigadora. Como tive a oportunidade de relatar a alguém que me perguntou sobre ele, o Cícero era uma pessoa que em inglês se adjetiva como sendo do “no nonsense”. Isto na prática significa que Cícero não se dava a perder tempo com pessoas que não traduziam suas ideias em atos práticos de transformação, que em seu caso alcançava até a forma com que produzia alimentos. Não é à toa que Cícero havia se transformado numa das figuras mais visíveis de um esforço que está se fazendo em prol da produção de alimentos saudáveis. Ao mesmo tempo, até por seu exemplo ativo, Cícero era um motivador nato que, cantando ou entoado gritos de guerra, era capaz de energizar quaisquer ambientes em que estivesse.

Entretanto, a maior perda que ocorrerá com a morte de Cícero será no plano da organização e da comercialização da produção do alimento que teimosamente brota da terra, graças ao esforço hercúleo de centenas de famílias que convivem com as ameaças do latifúndio e a indiferença de um governo federal que preferiu apostar no latifúndio agroexportador, em vez de realizar uma mudança estrutural na propriedade da terra no Brasil, condição essencial para que pudéssemos ter alguma chance de mudar os padrões históricos de desigualdade com que convivemos desde que os conquistadores portugueses aqui chegaram. O mais trágico é que a morte pelas mãos de assassinos de aluguel alcançou Cícero num momento em que seus esforços de articulação em prol de mecanismos coletivos de comercialização começavam a frutificar.

O maior risco que corremos agora é que o vácuo deixado pelo assassinato de Cícero contribua para o esfacelamento das iniciativas coletivas que ele, a duras penas, conseguiu articular com outras lideranças existentes nos diferentes assentamentos que existem no Norte Fluminense. A verdade é que, ao contrário dos sindicatos patronais que são custeados diretamente pelo Estado brasileiro, as organizações camponesas independentes que existem no Brasil vivem do sacrifício abnegado de lideranças voluntárias, que além de trabalharem de graça, ainda se tornam os alvos preferenciais dos inimigos da reforma agrária.

Felizmente, apesar da comoção e da tristeza que eu encontrei quando estive no velório de Cícero, a maioria dos presentes parecia entender que não lhe resta alternativa a não ser a de prosseguir a luta pela reforma agrária. Esta compreensão política é essencial, pois as tarefas que Cícero deixou por resolver continuarão carecendo do engajamento ativo de todos os que entendem a importância da reforma agrária. E aqui me parece importante notar que, apesar de todas as miragens colocadas para nos iludir, a questão da distribuição da propriedade da terra ainda ocupa um lugar chave na realidade brasileira, que continua sendo marcada por uma profunda desigualdade na distribuição da riqueza nacional.

O mais lamentável disto é que ao se retardar a implementação de mudanças estruturais, como a representada pela reforma agrária, o Brasil acaba caindo num perigoso terreno onde a certeza da impunidade contribui para o aumento da violência social. O mais preocupante disto é que, no caso da reforma agrária, há ainda o impacto que cedo ou tarde teremos na área da segurança alimentar, pois com o avanço do agronegócio há um aumento da hegemonia das monoculturas e um consequente retrocesso no cultivo de alimentos, realidade que já aparece nas estatísticas da balança comercial, aonde a importação de alimentos vem aumentando vertiginosamente.

Este entendimento conjuntural é que nos faz compreender o papel essencial que figuras como o Cícero cumprem nas nossas vidas. O interessante é que ao contemplar de forma objetiva e distanciada a relação entre o indivíduo e o coletivo é que percebo como ficamos infinitamente mais pobres com a morte de alguém que deu tanto de si para que todos nós pudéssemos simplesmente ter o que comer todos os dias.


Camaradas do MST do Rio
Com profunda tristeza e indignação que recebemos a noticia  do assassinato do camarada Cicero.  Fico aqui me perguntando até quando vamos ter que enterrar nosso militantes? Quem de nós sera o próximo?? Sabemos que precisamos seguir lutando por nós e por ele, mas não podemos ficar nas palavras/discurso de apoio, penso que precisamos propor algo. Estou com dificuldade de sugerir  por não ter as informações das circunstancias e causas de seu assassinato.
Sugiro que vc nós envie informações, mesmo que seja de caráter mais internas (caso não se pode tornar publicas) pra que possamos sugerir fazer algo a nível nacional.
Fico no aguardo e estou a disposição.
Abraços fraterno.
Valdir


UMA HOMENAGEM TARDIA PARA O COMPANHEIRO CÍCERO
quero escrever-me de homens
quero calçar-me de terra
quero ser a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho

e quando ficar sem mim
não terei escrito senão por vós
irmãos de um sonho
por vós que não sereis derrotados

deixo a paciência dos rios
a idade dos livros

mas não lego mapa nem bússola
porque andei sempre sobre meus pés
e doeu-me às vezes viver
hei-de inventar um verso que vos faça justiça

por ora basta-me o arco-íris em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço
Companheiros – Mia Couto

Escrevo como uma homenagem tardia, mas também como forma de apaziguar o meu espírito que se remoi por não estar nesse momento cercada pelos muitos companheiros e companheiras diante da tristeza e dor pelo assassinato do companheiro Cícero. Nunca vivenciei de forma tão opressiva o distanciamento entre corpo e coração: se meu corpo permanece no rj, meu coração encontra-se em campos, dolorido e solidário à familia de Cicero. Peço então aos que puderem que encaminhem para a família de Cícero esta homenagem como um pedido de desculpas meu…envergonhado pela minha ausência, na esperança de que o desejo de estar presente supere distâncias…

Não cheguei a tempo de me deslocar para Campos, assim escrevo marcada por profunda tristeza de não poder prestar essa homenagem ao Cícero e com o opressivo sentimento de impotência diante da certeza de que um gesto como esse, tão ignóbil, tão torpe como o assassinato de um homem, cuja vida se voltava para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, mesmos as palavras silenciam por vergonha!

Conheci Cícero na luta por conquistarmos a Usina improdutiva Cambahyba e já se passaram um pouco mais de 1 década em que as muitas famílias de sem terra esperam essa desapropriação, o que demonstra que o tempo é uma estrada com muitos caminhos e o nosso judiciário, no que se refere em garantir justiça para os deserdados da terra, escolhe sempre o caminho mais longo, quando não resolve parar no meio do caminho.

Uma das características mais marcantes de Cícero, pelo menos para mim, era justamente sua voz. Grossa e potente. É que habitualmente falo alto e assim sempre me alegra encontrar irmãos e irmãs que compartilham dessa incontinência vocal. Mas Cícero, com certeza, me ganhava.

Muitas marchas foram embaladas por palavras de ordem entoadas pelo Cícero e nós, caminhantes da terra, sabemos o quão bem faz ter ao lado um companheiro que seja capaz de levantar, mais do que a poeira da terra, os nossos ânimos. E era isso que Cícero fazia com grande maestria. Embalava como ninguém as nossas caminhadas.

Mas é preciso que se diga: o fantástico na potência da voz de Cícero não era um produto de um dom particular do seu timbre, mas sim a certeza de que Cícero trazia dentro de si muitas vozes. Cícero era nosso caleidoscópio vocal!

Não falava por si e sim por muitos, milhares. Sua força derivava disso, de uma generosidade que o fazia emprestar sua voz para todos os que pela opressão da miséria, da injustiça acabam silenciando no desespero, restando-lhes apenas um sopro de vida. Cícero sabia a importância do falar, do gritar na vida dos injustiçados, pois seja narrando nossas histórias, seja gritando palavras de ordem espantamos os inimigos da vida, da esperança, da justiça.

Cícero foi silenciado, mas de forma diversa do que esperam seus assassinos – e não se iludam nós sabemos quem são: os mesmos vermes da história que por séculos mantêm para si enormes extensões de terra cujo único fim está em especular, parasitas cuja única atividade de exploração não é a da terra, mas sim dos homens e mulheres que sobre ela estão -, o silêncio de Cícero será temporário.

As muitas vozes que seu corpo carinhosamente guardava estão agora soltas levadas pelo vento e como sementes pousarão na terra, tão amada por Cícero, e germinarão em muitas outras vozes e um grito se ouvirá saindo da terra, ensurdecedor, fazendo estremecer em qualquer parte do mundo um latifundiário, que pense ser possível ignorar os deserdados da terra, os milhares de sem terra, de quilombolas, de indígenas e tantas identidades, que como diz a canção “põe com carinho a semente pra alimentar a nação”, que ouse se esconder no argumento da legalidade:

CICERO VIVE…ETERNAMENTE!


Fernanda Maria Vieira
Mariana Criola


http://pedlowski.blogspot.com.br/2013/01/o-covarde-assassinato-de-cicero-guedes.html

Tive o privilégio de conhecer e conviver com Cícero Guedes, ex-cortador de cana e ex-trabalhador escravo que a luta pela reforma agrária transformou numa das principais lideranças camponesas do Rio de Janeiro.  Ainda que eu já devesse me acostumar com este tipo de perda violenta, pois o Cícero é apenas mais que é morto pelos que se opõe à reforma agrária e às transformações estruturais que precisamos no Brasil, a verdade que não consigo.

Aqui não se trata de sentimentalizar uma perda, mas de ressaltar que a perda não é apenas humana, mas profundamente política. Além de ser um exemplo de homem, marido e pai, Cícero incorporava as melhores qualidades que as verdadeiras lideranças devem ter. Além de ter transformado um ex-pedaço de latifúndio improdutivo em terra para o plantio de alimentos, Cícero vinha lutando para criar as estruturas que permitissem aos assentados do Norte Fluminense ganhar mais pelo trabalho duro que realizam.

Agora aos que ficam, a obrigação não é apenas exigir a apuração e a prisão dos assassinos, mas continuar o esforço organizativo que o Cícero vinha tentando fazer.  Em minha modesta opinião esta será a única forma efetiva de seguir o caminho aberto pelo Cícero.

E seguir empunhando a bandeira que ele sempre tão energicamente segurou e defendeu.


MEU CAMARADA EM NOME DO CONJUNTO DAS FAMILIAS ASSENTADAS E ACAMPADAS DO MST.PEDEIXAMOS
UM FORTE A FAMÍLIA DO COMPANHEIRO LUIZ E FORÇA A TOD@S DO MST DO RJ.
TERTO.MST.PE


Marcelo
Extremamente lamentável mais esse violento episódio! Nossa solidariedade aos militantes e às lideranças de vosso movimento! Nossos sentimentos de pesar, sobretudo `a família de Cicero Guedes.
Rubens Born
Vitae Civilis instituto e
integrante da coordenação do FBOMS


Que dura noticia.
Agora sem assentamentos e continuam as mortes. é porque ainda tem muito latifúndio a ser desapropriado
abraços
Rita zanotto

Via Campesina Sudamerica


Caro,

Sinto muitíssimo Marcelo. É lamentável.
Meus sentimentos de pêsames e de revolta.

Abraço fraterno,

Vânia Viana


lamentável a situação e a perda. Nosso abraço e disposição de enfrentamento, a mais essa covardia.

Alexandre Gollo
Coop. CEDRO.


Toda nossa solidariedade aos companheiros neste momento de dor, que com certeza se transformará em mais um momento de luta e resistência, como foi a trajetória de nosso camarada. Contem com nosso apoio e nossa cumplicidade, na luta por justiça e sobretudo pela conquista e defesa dos nosso ideais.

um forte e sentido abraço,
marcelo.
central de movimentos populares
Mais uma morte na luta pela terra no Brasil. Tristeza pela perda do Cícero.
um forte abraço pro MST/RJ e seguimos na luta.
Elisa Guaraná


estou repassando a triste noticia a varios companheiros, inclusive aos camaradas do PCB
se precisar de algum apoio contem comigo
abraços fraternos
Cicero Guedes, Presente, Presente, Presente!!!

Marcelo Braz


É lamentável o assasinato, em dois meses, na região de Campos, de Cícero Guedes, Antônio Carlos Biazini e Antônio Carlos Biazini, três ativistas do MST. Junto-me a todos os que exigem a apuração urgente dos três assassinatos e punição rigorosa dos que executaram e dos que mandaram executar. No dos primeiros casos, a palavra “urgente” fica um pouco fora do tempo. Mas, claro, não esqueceremos e continua valendo.
Seguem, a título puramente individual, alguns pontos para reflexão e possível ação.
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que acaba de ser reeleito, é um especialista em “pacificação” quando se trata de militarizar favelas (“comunidades”), especialmente se isto, além de controlar os dominados, abre perspectivas de especulação para os empreendimentos imobiliários. Creio que seria, no mínimo, politicamente educativo, exigir que ele atue também nesta outra “pacificação”, com a busca e punição aos referidos matadores e mandantes. Também ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso,  se deve exigir as mesmas apurações e punições exemplares. E creio que à própria presidenta Dilma Rousseff, que é ágil em desapropriar para interesse social dos dominantes, mas nem tanto quanto se trata dos interesses de lutadores e lutadoras do campo e da cidade.
A presidenta e seu ministro nem podem alegar que foram pegos de surpresa. Leio no “Portal Vermelho” de 02/06/2011 (18 meses atrás!), que o “Governo [decidiu] formar força-tarefa contra assassinatos no campo”. Como se observa na matéria, a preocupação maior era com o que ocorria na Amazônia. O casal José e Maria foi assassinado um pouco antes (24/maio), no sul do Pará, e, três dias antes, em Rondônia, Adelino Ramos, lutador rural do PC do B. (http://www.vermelho.org.br/rr/noticia.php?id_noticia=155623&id_secao=1).
Espero estar errado. E que também D. Tomás Balduino também se equivoque em suas denúncias contra a barbárie conduzida pela senadora ruralista Katia Abreu e a sombria perspectiva de que esta se torne ministra governo Dilma.
Mas, do jeito que anda este governo, a política é de contrarreforma agrária e urbana, o que significará intensificação da ofensiva para desativar movimentos sociais no campo e na cidade. Caso não se apontem as responsabilidades políticas do governo e de sua “base aliada” neste processo, as forças populares ficarão confusas e a resistência política a essas barbáries poderá se enfraquecer. A responsabilidade da avaliação e minha, mas eu me apoio fundamentalmente em duas matérias do excelente Brasil de Fato n. 516 (17-23/01/2013): “Sem mexer com os grandes” (p.4) e “A favela virou a alma do negócio” (p. 6).
Solidário abraço e mais um ano de grandes lutas para o MST.
Lúcio.


Enquanto o Estado Brasileiro não fizer a Reforma Agrária, não tomar uma atitude com relação a concentração de terras, o povo brasileiro, e principalmente os que lutam de forma organizada, continuam morrendo por meio das mãos do poder. É lamentável, Brasil de tantos séculos e com o modelo de corrupção, que leva a concentração do poder e das riquezas, logo a Reforma Agrária não acontece, e somente através dela que se chega no processo de igualdade de direitos. Não temos como chegar a Paz no Campo sem a Reforma Agraria. A morte é o sinal da incapacidade dos poderes em ver o que esta tão visível,a  impunidade. É covardia não fazer a RA mais covardia ainda é não punir os assassinos e mais ainda é permitir a lentidão da maquina publica em não realizar a sua parte levando os trabalhadores a morte, cada um tem um pedaço da culpa. Reagir é necessário, vamos combater os crimes da Reforma Agrária, um dos caminhos é fazendo-a.
Maria de Oliveira
Pernambuco


Querido Durão,
somente agora fiquei sabendo dessa notícia tão triste e que nos causa uma indignação visceral. Passei o fim de semana fora de Serô e não tive acesso à net ou mesmo ao noticiário. De volta para casa duas notícias demasiadamente tristes: esse brutal assassinato e a tragédia do incêndio em Santa MAria, com mais de 420 vítimas fatais.
Estou desolada.
Um abraço aos familiares e companheiros do Cícero, uma liderança fundamental que parte de forma tão violenta. Até quando vamos ver essas coisas acontecerem???
Não tenho palavras tal o impacto das notícias!!
Bjo,
Ana Dantas
Reitora da UFRural RJ


Querida Marina, caro Durão:
Estou, pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, acompanhando as investigações sobre o crime bárbaro e covarde que tirou a vida do companheiro Cícero Guedes. Acabo de falar com a delegada de plantão da Polícia Civil de Campos, dra. Magdeleine Rangel, que garantiu empenho na apuração e confirmou que recebeu determinação expressa, neste sentido, da Chefe de Polícia Civil do RJ,  dra. Marta Rocha, dada ao delegado titular, dr. Geraldo Assed.  A DP vai nos manter informados de cada etapa da investigação. A delegada comentou também, para minha surpresa, que “o pessoal da ocupação onde Cícero estava pouco antes de morrer não quis colaborar”.  Que isso, para o que peço a confirmação de vocês, não seja desculpa para se alegar dificuldades se chegar aos pistoleiros e mandantes, que temos fundadas razões para supor que sejam do latifúndio, dos podres poderes que delinquem sob o manto da impunidade!
Solicito que considerem a viabilidade de um ato no Centro do Rio, ainda esta semana, no qual também colheríamos assinaturas para um Manifesto denunciando a impunidade dos crimes de morte no campo, dirigido à Presidenta da República, à Comissão de Direitos Humanos da OEA e à Anistia Internacional.
No aguardo, e sempre solidário, pedindo também que transmitam um abraço fraterno e enlutado a todo(a)s os familiares de Cícero e a todo(a)s do Movimento,
Chico Alencar
Deputado Federal, titular da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2013


Marcelo favor transmitir nuestra mayor solidaridad a las compañeras y compañeros y familia de Cicero. Nuestro mayor repudio ante este asesinato que nos llena de mucha tristeza. Nos solidarizamos desde Costa Rica,

Un saludo
Isaac
COECOCEIBA-Amigos de la Tierra Costa Rica


Hola compañeras/os,

acabo de ver que han asesinado a un compañero del MST en Brasil. Propongo que la Cumbre de los Pueblos mande un comunicado de repudio y solidaridad, y que exigimos a Dilma en la cumbre de Chile que tome acciones y de garantías al MST, también deberíamos repudiar al gobierno por permitir tales atentados. ¿opiniones?

Un abrazo, Tom


Asesinan a tiros a importante líder de los Sin Tierra de Brasil Cícero Guedes, dirigente de los campesinos de Río de Janeiro, fue acribillado, incluso con disparos en la cabeza. Cuerpo fue encontrado cerca del asentamiento Oziel Alvez.

“Tom Kucharz – Ecologistas en Acción

Ecologistas en Acción
Madri


Marcelo, manifesto meu pesar.   O inimigo nao descansa.   Um grande abraço
Silvia Eloisa Fernández
Chile


Nossa Durão, bem nessa área… Força pra todos vcs nesse momento extremamente triste pela perda de mais um companheiro. Grande abraço. Kelli
Setor de gênero MST


Queridos amigos do MST,

Estou horrorizada com essa notícia. Mais uma execução de liderança popular, expressando a permanência de uma violência truculenta e seletiva que incide sobre as formas de organização popular e, em especial, sobre o MST.
Dessa vez, um assassinato bárbaro contra militante que lutava para a transformação em Centro de Memória desse local – a Fazenda Cambahyba –  latifúndio canavieiro que foi o palco de incineração de presos e de perseguidos pela ditadura empresarial-militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1988.

Dupla e justa luta leva o MST nesse local:
1) pela desapropriação IMEDIATA da fazenda para a reforma agrária, enormes extensões de terra que apenas consolidam o poder espúrio de alguns proprietários, protegidos por extensa capangagem. Estas terras devem ser imediatamente destinadas à Reforma Agrária e a um uso social;
2)  pela instauração URGENTE no local de um CENTRO DE MEMÓRIA, com recursos para instaurar processos de formação, de maneira a instruir a população para que ditaduras, concentração fundiária abusiva e violências de proprietários, como este assassinato, sejam banidos para sempre de nossas vidas.
Cícero Guedes dos Santos, tua vida e teu assassinato mostram a justeza dessas lutas.
Chega de mártires! Pela punição imediata dos assassinos e de seus mandantes.
Virgínia Fontes
Historiadora


Estimad@s

Consternado, indignado e triste, expresso minha solidariedade diante de tal barbárie. Ja entrei em contato com os compas da Adufrj para que possamos acompanhar o caso e apoiar a luta no que for necessário. Havendo uma convocatoria para organizar uma manifestaçao, estaremos apoiando integralmente.

Deixo um abraço grande a voces e aos familiares de Cicero
Roberto leher


Prezado Marcelo, prezados companheiros e companheiras do MST.

Nossos votos de solidariedade à família de Cícero e ao Movimento por mais este ato carniceiro dos latifundiários deste país.

Estamos muito revoltados e indignados.

Muita força e firmeza na luta.

Abraço

Cleber Buzatto
Secretário Executivo do Cimi


minha solidariedade, realmente é um absurdo perdermos vidas dessa forma tão violenta. Bjs da Tetê Moraes


Querida Marina,

Que o espírito do companheiro Cícero descanse em paz e que continue espiritualmente na luta por justiça, principalmente no campo. A vida continua!
grande abraço
Náustria


Marina e demais companheiros do MST.
Foi com grande dor e pesar que recebi ontem a noite, através do nosso cooperado Gonzaga e noticia da morte do companheiro Cícero.

O tempo é muito lento para os que esperam,
Muito rápido para os que tem medo,
Muito longo para os que lamentam,
Muito curto para os que festejam,
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.
(William Shakespeare)
Cícero plantou o mar, a esperanças e a coragem.
Um forte abraços e fé em Deus!
Generosa de O Silva
Cedro/CENATER


Querida Marina,
Receba o apoio e carinho da equipe da Rede Social, neste momento tão difícil! Saiba que podem contar conosco para o que for preciso! Favor avisar se necessitarem de apoio jurídico, pois Fon e Bob estão em contato com os companheiros do setor de DH aqui em SP.
Em solidariedade,
Maisa


querida Marina e Companheiros do MST

é revoltante como o latifundio continua assassinando as lideranças do movimento social. A falta da Reforma Agrária associada com a impunidade dos assassinos tem sugerido que a vida dos trabalhadores segue de pouco valor para quem mata e para quem manda matar. Que cada um, cada uma de nós siga nas trincheiras do combate à toda forma de crime organizado que vem desde a implantação das sesmarias. Minha solidariedade aos amigos e familiares do Cícero Guedes.

abraços,

Sueli Bellato


Expediente

Boletim MST Rio

  • Nesta edição: Vívian Viríssimo, Alan Tygel, Nívia Silva, Marina dos Santos, Marcelo Durão
  • Contato: boletimmstrj@gmail.com
  • Arquivo de boletins: clique aqui.

4 comments  ::  Share or discuss  ::  2013-02-06  ::  alantygel

Assassinato de Cícero repercute na imprensa brasileira

quarta-feira 6 fevereiro 2013 - Filed under Artigos

O Dia

Rio – A execução do trabalhador rural sem terra Cícero Guedes, em Campos, expressa a forma como é tratada a parcela da população que ousa exigir direitos assegurados a poucos. O movimento do qual participava quer, para produzir alimentos, o mesmo que o Estado garante ao agrobusiness: direito de propriedade. Mas seus companheiros são criminalizados, desqualificados ou assassinados como ele o foi. As instituições devem ser referência de ordem e redutoras das incertezas do futuro. A criminalização dos movimentos sociais os torna vulneráveis perante tais instituições, bem como perante o crime organizado em conluio com agentes públicos.

Para a polícia, o assassino de Cícero era um traficante que se infiltrara no acampamento pretendendo sua dominação. Mas, em nota, o movimento afirmou que “o acusado não possui nem nunca possuiu vínculo com o MST. O acusado representava interesses criminosos que pela força tentaram dominar o acampamento”. Esclarecido o assassinato, é preciso investigar a serviço de que interesses atuava o acusado.

Nenhuma instituição ou organização social, seja templo religioso, poder do Estado, ONGou associação de moradores, está isenta da possibilidade de sofrer infiltração por postulantes de interesses escusos.

A possibilidade de apropriação de organizações sociais por criminosos é realidade. Em tempos passados, no subúrbio do Rio, um grupo de paramilitares se apoderou da organização da festa de São Jorge e queria cobrar taxa até do padre. O Estado, que serve a alguns, precisa ser apropriado pela sociedade, a fim de que possa se colocar ao lado dela em defesa dos seus interesses e do seu processo de organização. Afinal, o Estado há de ser expressão da sociedade civil, e não o seu rival. Num Estado legitimado pela maioria, expressão da democracia, a providência não há de se manifestar por seres ocultos que conduzam as coisas, mas a previdência ou medidas prévias para alcançarmos conjuntamente os fins que desejamos.

João Batista Damasceno

Doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito. Membro da Associação Juízes para Democracia

Em Campos, uma triste sina se repete na luta pela terra

Dona Lúcia respira fundo antes de cada palavra. A voz é baixinha e parece doída. “Ele só queria um pedaço de terra. Só um.” O assassinato do marido, o líder sem-terra Cícero Guedes, 48, há uma semana em Campos, no Norte Fluminense, desenha a realidade de um país que ostenta a posição de sexta economia mundial mas ainda tem no campo a mesma violência de cinco décadas atrás.

O alagoano foi executado faltando sete dias para se completar 22 anos da morte de Expedito Ribeiro de Souza, 43, outra liderança que terminou a luta pela reforma agrária com o corpo crivado de balas, só que no Pará.

Leia mais

Brasil de Fato

Nem um minuto de silêncio

Cantorias, místicas e protestos mar­caram o enterro do militante do Movi­mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cícero Guedes, no último dia 26. Autoridades, assentados e mili­tantes sociais e políticos participaram do ato em homenagem à liderança assas­sinada em emboscada com doze tiros, na madrugada de sexta-feira, em Cam­pos dos Goytacazes (RJ). “A cada com­panheiro tombado, nem um momento de silêncio, mas toda uma vida de luta”, bradavam os presentes sob forte emo­ção. Ele fazia parte da coordenação esta­dual do movimento e era líder do acam­pamento Luiz Maranhão, localizado no parque industrial da Usina Cambahyba, fazenda nacionalmente conhecida por ter servido para incineração de corpos de políticos mortos e torturados por agentes da ditadura civil-militar brasileira.

Leia matéria completa

Coordenador de ocupação do MST na Usina Cambahyba é assassinado no Rio de Janeiro

O trabalhador rural assentado Cícero Guedes não conseguia conter as lágrimas quando recordava da mística que homenageou militantes incinerados nos fornos da Usina Cambahyba pela ditadura civil-militar brasileira nos anos 1970 e 1980. Era angustiante para ele imaginar que naquele lugar pelo menos dez militantes torturados e mortos no DOI e na Casa da Morte haviam sido incinerados por lutarem por justiça social. Décadas depois, no mesmo lugar, a liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cícero Guedes, tomba pelo sonho de ampliar a reforma agrária no país.

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Globo.com

Enterrado, no RJ, corpo de líder do MST assassinado no fim de semana

Tristeza e revolta na despedida que contou com parentes, amigos e autoridades.
Representantes do MST e da Pastoral da Terra prestaram as últimas homenagens à Cícero Guedes, morto no sábado, 26, quando saia de um dos assentamentos em Campos dos Goytacazes.

Leia e veja vídeo

Miradas al Sur

Un dirigente del Movimiento sin Tierra, asesinadoCícero Guedes dos Santos, un dirigente del Movimiento de los Trabajadores rurales Sin Tierra de Brasil (MST), fue asesinado en la madrugada del 25 de enero con más de diez tiros en la cabeza, en Campos dos Goytacazes, en el Estado de Río de Janeiro.

“El salvaje asesinato de Cícero es un claro mensaje al MST, pues era uno de los principales referentes del movimiento”, señaló en diálogo con Miradas al Sur Diego Montón, uno de los dirigentes del Movimiento Nacional Campesino Indígena de Argentina (CLOC – Vía Campesina), con fuertes lazos con el MST brasileño.

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Jornal Ururau

Integrantes do MST lembram trajetória de Cícero Guedes

Dirigentes do Movimento dos Sem Terra (MST) realizaram na tarde desta terça-feira (29/01), uma coletiva na sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF). Emocionados todos lembraram com carinho, a trajetória de luta do companheiro do movimento Cícero Guedes, assassinado no último sábado (26/01).

Um dos diretores do SindipetroNF, Luiz Carlos Mendonça, relembrou toda a trajetória do MST desde o ano de 1997, quando Cícero mesmo no início de sua luta no movimento se mostrou parceiro e solidário.

Leia mais

Rede Brasil Atual

MST quer que culpados pelo assassinato de Cícero Guedes sejam punidos

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) afirmaram ontem (28) à TVT que esperam que os responsáveis pelo assassinato do militante Cícero Guedes sejam julgados, condenados e presos. Cícero foi encontrado morto no último sábado (26), com vários tiros, na Estrada da Flora, que liga a Usina Cambaíba – onde há um assentamento coordenado pelo militante – à BR-356, no norte do Rio de Janeiro. A polícia investiga a ação de pistoleiros.

Leia matéria completa

Exame

Cícero Guedes, líder do MST, é morto no norte fluminense

O dirigente rural, de 43 anos e que tinha cinco filhos, foi visto pela última vez na tarde de ontem, quando saiu de bicicleta do assentamento, onde estão concentradas as famílias do MST que ocuparam a Usina Cambahyba, um engenho de açúcar desativado composto por sete fazendas e com 3.500 hectares de extensão.

BBC Brasil

Líder do MST é encontrado morto no Rio de Janeiro

Cícero Guedes dos Santos, um dos líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) foi encontrado morto na cidade de Campos, no norte do Estado do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado. De acordo com a polícia local ele teria sido assassinado enquanto voltava para casa de bicicleta nas primeiras horas do dia.

Leia matéria completa

Jornal do Brasil

Morte do líder do MST é atribuída à demora da desapropriação de terras

“São 14 anos esperando a decisão da Justiça Federal, isso é inaceitável. Toda essa disputa é fruto da demora do judiciário federal. Não fosse essa lentidão absurda não teríamos perdido uma vida. Espero que o episódio sirva para acelerar este processo, que era o maior sonho dele”, criticou o deputado estadual Marcelo Freixo.

Leia matéria completa

Último Segundo

Líder do MST é encontrado morto em Campos dos Goytacazes

O MST divulgou nota em seu site hoje dizendo que a morte de Cícero Guedes é “resultado da violência do latifúndio”. “A morte da companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos sem-terra e da lentidão do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] para assentar as famílias e fazer a reforma agrária. O MST exige que os culpados sejam julgados, condenados e presos”, diz a nota.

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Agência Estado

Morte de líder do MST tem característica de execução

“Certamente foi uma execução. Descartamos totalmente a hipótese de latrocínio”, disse a delegada Madeleine Farias. da 134ª Delegacia de Polícia. Até domingo, três testemunhas foram ouvidas: um filho de Guedes dos Santos e duas pessoas que moravam perto do local do crime, uma estrada vicinal. A partir de amanhã, o delegado titular, Geraldo Assed, assume o caso. Nenhum pertence da vítima foi levado, segundo as informações prestadas por parentes aos policiais encarregados da apuração do crime.

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1 comment  ::  Share or discuss  ::  2013-02-06  ::  vivian

Boletim 45

domingo 23 dezembro 2012 - Filed under Boletins

Caso não consiga visualiza o boletim corretamente, acesse http://boletimmstrj.mst.org.br/boletim45
Boletim do MST RIO – N. 45 – 24 de dezembro a janeiro de 2012

Companheir@s, militantes, amigas e amigos do MST no Rio de Janeiro,

Chegamos ao final de mais um ano. Mais do que relembrar das lutas, vitórias e derrotas de 2012, é hora de apontar os desafios para um ano que, antes mesmo de começar, já se mostra repleto de atividades importantes no contexto da organização dos movimentos sociais e sua posição dentro da luta de classes da atual conjuntura. Estaremos nos preparando para o nosso VI Congresso, em 2014, ao mesmo tempo em que um acampamento permanente em Brasília reunirá centenas de militantes para acompanhar de perto as movimentações no congresso e no senado. Seguiremos construindo a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, atuando na linha de frente contra os barões do agronegócio brasileiro e e as multinacionais que os sustentam e lucram com o câncer provocado pelos venenos.

Entretanto, atividades importantes que ocorreram no ano de 2012 vão nos auxiliar a cumprir os desafios de 2013. Inciamos o ano de militância com o tradicional 8 de março, que foi pautado na luta contra o código florestal dos ruralistas. O mês de abril, em que lembramos o massacre de Eldorado dos Carajás, foi marcado por protestos direcionados ao INCRA, em função da paralisia da reforma agrária. Neste ano, completaram-se 5 anos sem assentamentos no estado do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que o acampamento Osvaldo de Oliveira, em Macaé, sofreu seu quarto despejo.

Sem dúvida nenhuma, o ponto alto do ano de 2012 foi a Cúpula dos Povos. Recebemos em nossa cidade milhares de lutadores e lutadoras do Brasil e do mundo inteiro e dissemos ao engravatados da Rio+20 que não acreditamos nas falsas soluções da economia verde para os problemas ambientais do planeta.

O segundo semestre foi marcado pelo fortalecimento do trabalho de base, com o objetivo de discutir com a base as principais questões que serão tratadas no VI Congresso do MST. Ao mesmo tempo, o Encontro Unitário ocorrido em Brasília reforçou a necessidade urgente da união entre movimentos sociais se realmente desejamos alterar a correlação de forças estabelecida hoje em nosso país. E mesmo com tantos acontecimentos em 2012, ainda houve espaço no final do ano para 3 grandes atividades.

A primeira delas foi a ocupação da área da usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, onde 10 militantes de esquerda foram incinerados pela ditadura civil-militar. Hoje, 200 famílias constroem o acampamento Luiz Maranhão. A III Feira da Reforma Agrária trouxe 15 toneladas de alimentos livres de agrotóxicos para o Largo da Carioca, em um debate direto sobre reforma agrária com a população carioca. E finalmente, encerramos o ano com o Encontro das Amigas e Amigos do MST, onde pudemos compartilhar as conquistas do ano entre as pessoas que lutam ao nosso lado.

Assim, nos despedimos de 2012 com a 45a edição do nosso Boletim do MST RJ, acreditando na construção de um mundo melhor, com reforma agrária, agricultura familiar camponesa, agroecologia, e muita energia para seguir ocupando, resistindo, e produzindo alimentos saudáveis, vida e amor.

Notícias do MST Rio

MST realiza a III Feira Estadual da Reforma Agrária no RJ

Em defesa da Agricultura Camponesa, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST realizou a Feira Estadual da Reforma Agrária nos dias 10 e 11 de dezembro, no Largo da Carioca, centro do Rio. Priorizando a produção de alimentos sadios e de qualidade, a Feira é um contraponto ao modelo hegemônico voltado para a monocultura, produção para exportação, superexpoloração do trabalho e degradação e poluição ambiental.

“É para apresentar uma alternativa contra essa situação que prejudica o meio ambiente, os agricultores e os consumidores de produtos que estamos aqui realizando uma mostra de produtos da Reforma Agrária. Este é um evento em defesa da Agricultura Camponesa já que a produção com utilização de técnicas de agroecologia garantem, ao mesmo tempo, o equilíbrio com a natureza e o aumento da produtividade”, defendeu Nivia Silva, dirigente estadual do MST RJ.

Para o agricultor Daniel Vieira Jr., do assentamento Terra Prometida de Nova Iguaçu, a feira foi um troca de experiência importante com a sociedade para divulgar os produtos e a experiência da agroecologia. “A feira mostra para a sociedade que a agricultura camponesa é muito mais importante que o agronegócio. Ela é um contraponto às grandes empresas que matam, poluem e trazem prejuízos. O povo sem terra está firme lutando por isso e estamos no rumo certo, disse Daniel Vieira Jr.

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Acampados do Luiz Maranhão realizam ato em Campos

No dia 18 de dezembro, as 200 famílias do Acampamento Luiz Maranhão realizaram um ato com representantes de organizações como Sindipetro-NF, CPT, PCB, Comitê Contra o Trabalho Escravo Norte Fluminense, entre outros, reivindicando a desapropriação imediata das terras da fazenda Cambahyba.

No momento do ato foi encaminhado uma carta da direção regional do MST ao representante do MDA, à Vereadora Odiséia e ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Na carta consta a pauta de reivindicações da região em relação à desapropriação de fazendas improdutivas como Sapucaia, Cambayba, Maruí Almada e São Cristóvão, além de melhoria dos assentamentos como água, estrada, ponte, e comercialização de alimentos, e ainda a contrução de 3 escolas do campo no município de Campos dos Goytacazes.

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Encontro das Amigas e Amigos do MST debate reforma agrária no Rio

Mística, música e poesia marcaram o Encontro dos Amigos e Amigas do MST realizado na última terça-feira (11), no Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro/RJ), no Rio de Janeiro. O encontro fez balanços e projetou o próximo ano que será de preparação para o 6o Congresso Nacional em 2014, que definirá os rumos do movimento.

O dirigente do MST Nacional, Gilmar Mauro, analisou o atual cenário da reforma agrária no governo federal e o classificou como “adverso”. “A política de assentamentos vem minguando. Até agora foram assentadas 10 mil famílias e é provável que não se atinja o patamar do ano passado em que foram assentadas 20 mil. Além disso, está havendo retrocessos em áreas já conquistadas, como é o caso do assentamento Milton Santos que está enfrentando um processo de reintegração de posse”, falou.

De acordo com ele, as famílias acampadas têm esperado pela desapropriação entre 6 e 10 anos para o assentamento definitivo. “Fizemos um levantamento e estimamos que 85 mil famílias estão acampadas no Brasil. Mesmo índice que tínhamos no governo FHC. Este número diminuiu no governo Lula, mas agora está crescendo novamente”, destacou.

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Notícias do Rio
Agricultores do 5º distrito se manifestam contra desapropriações e salinização no Açu

Agricultores e agricultoras do Açu, do 5º Distrito de São João da Barra, realizaram um ato no dia 18/12, fechando a rodovia principal, RJ 040 que dá acesso ao Complexo Portuário do Açu.

Esta ação teve como obejtivo protestar contra as ações degradantes da empresa LLX, que além de retirar as famílias de suas terras, tem realizado impactos ambientais nesta região, um dos mais graves de “desertificação” do Açu, em decorrência de processo de salinização da região, com as obras do Porto.

Os Agricultores do do 5º Distrito, movimentos sociais, pesquisadores da UENF vem denunciando o alto nível de salinidade na água, que estaria sendo ocasionado devido à abertura de um canal para a construção do complexo portuário.

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Brasil
Mulheres de todo o país denunciam “Projeto da Morte” no Dia dos Direitos Humanos e defendem a agricultura camponesa

No dia 10 de dezembro, dia internacional dos Direitos Humanos, Mulheres da Marcha Mundial de Mulheres realizaram em todos os estados e a nível internacional ações de solidadriedade e de luta pelos direitos humano.

No Brasil, o dia foi marcado pela luta, resistência e solidariedade as mulheres agricultoras da Chapada do Apodi no RN. O lema foi a defesa da autonomia das mulheres e da soberania alimentar como parte da luta por outro modelo de produção e consumo para o bem estar de todas e todos em harmonia com a natureza.

No Rio de Janeiro foi realizado um ato no largo da carioca ao meio dia, local onde estava sendo realizada a feira da Reforma Agrária.
Mulheres sem terra se juntaram nesta luta, pois se trata de uma pauta fundamental na luta contra o modelo do capital, o agronegócio, em defesa da soberania alimentar e agroecologia.

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Justiça ao Massacre de Felisburgo

No último dia 20 de novembro o Massacre de Felisburgo completou oito anos. Diante disso, diversas atividades serão realizadas ao longo dos próximos meses para discutir a impunidade que ainda cerca o massacre que executou cinco trabalhadores rurais e ainda feriu a bala outras 12 pessoas – dentre eles uma criança -, queimou a escola local e vários barracos, deixando centenas de famílias somente com a roupa do corpo no acampamento Terra Prometida, na fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, Minas Gerais.

Entretanto, as atividades em torno do Massacre de Felisburgo visam, sobretudo, reivindicar a punição do latifundiário e mandante do crime, Adriano Chafik, e seus pistoleiros, uma vez que Chafik vai a Júri Popular no dia 17 de janeiro de 2013. O Comitê Justiça para Felisburgo montará acampamento em BH para acompanhar o Juri.

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Artigos
Entrevista com Prof. Carlos Rezende esclarece o processo de salinização em curso no V Distrito de São João da Barra

Em função da grande repercussão da matéria publicada pelo Jornal Folha de São Paulo e do pronto desmentido emitido pela Assessoria de Comunicação da LL (X), procurei o Prof. Carlos Eduardo Rezende, chefe do Laboratório de Ciências Ambientais, para que ele fornecesse uma entrevista que esclarecesse de vez as evidências de que o processo de salinização em curso nas águas e terras do V Distrito de São João da Barra não tem nada de natural e têm sim uma ligação direta com as obras realizadas na região para a construção do porto e do estaleiro que são até agora as únicas coisas concretas do outrora grandioso projeto intitulado “Complexo Industrial Portuário do Açu” (CIPA).

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Expediente

Boletim MST Rio

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