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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro
terça-feira 5 abril 2011
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Notícias do Rio
O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro homenageou, pela 23ª vez, com a Medalha Chico Mendes de Resistência, aqueles que lutam pelos direitos humanos, e pessoas e entidades que têm se destacado nas lutas de resistência em nosso país e no exterior.
A Cerimônia ocorreu no dia 01 de abril as 18h, na OAB/RJ, com a presença de diversos militantes e organizações da esquerda assim como familiares dos premiados. Foi um momento de muita mística para nossa prática militante.
Criada em 1989, a Medalha Chico Mendes de Resistência foi uma resposta à homenagem prestada naquele ano, durante o Governo Sarney, a militares e civis que participaram ativamente dos órgãos de repressão durante a ditadura (1964-1983).
Há 23 anos a Medalha Chico Mendes de Resistência é entregue em 31 de março ou 1º de abril, no sentido de marcar para a sociedade em geral, o que foi o golpe militar de 1964 e seus inúmeros efeitos que se fazem sentir ainda hoje.
Os homenageados deste ano de 2011 foram:
1) Alexandre Anderson Souza – Grupo Homens do Mar.
2) Ana do Carmo Montenegro (in memorian).
3) Áurea Elisa Valadão (in memorian).
4) Austregésilo Carrano Bueno (in memorian).
5) CEJIL – Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional.
6) Comitê Popular de Combate e Erradicação do Trabalho Escravo e Degradante no Norte Fluminense.
7) Familiares de Jovenildo dos Santos, assassinado no Morro da Coroa.
8) Juan Roger Rodriguez.
9) Lúcio Petit da Silva (in memorian).
10) Thomaz Miguel Pressburger (in memorian).
A Medalha leva o nome de Chico Mendes como uma homenagem muito especial ao seu trabalho em busca de melhores condições de vida no campo, pela conservação das nossas riquezas naturais, pela defesa de índios e seringueiros. Pelo que fez em prol da liberdade e da justiça, teve sua morte anunciada e foi assassinado há 21 anos, no Acre.
Mais de duzentas pessoas que lutam ou lutaram nos mais diferentes e múltiplos combates de resistência já receberam a homenagem. Afirmando a memória dos verdadeiros heróis do Brasil e de outros países, a medalha tem cumprido um importante papel na história: lembrar os efeitos dos horrores cometidos por governos ditatoriais, condenar aqueles que se comete até hoje, e não deixar morrer os nomes dos combatentes pela liberdade, dignidade, justiça, e contra toda forma de opressão e tortura.
Participaram da 23ª Medalha Chico Mendes de Resistência, as entidades parceiras: Centro de Atendimento a vítimas de violência – CEAV, Centro pela Justiça e Direito Internacional – CEJIL, Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia/RJ, Comitê Chico Mendes, Justiça Global, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Partido Comunista Brasileiro – PCB, Partido Socialismo e Liberdade- PSOL e e Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência.
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2011-04-05 ::
alantygel
terça-feira 5 abril 2011
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Notícias do MST Rio
Caros Amigos/as, parceiros de luta,
O MST receberá no dia 14 de abril, mês em que realizamos nossas lutas pela Reforma Agrária em Lembrança aos 15 anos de Massacre Eldorado dos Carajás, a Medalha Tiradentes, pelo Deputado Paulo Ramos, em memória aos 25 anos de lutas e resistências do movimento.
Sabemos que no processo de criminalização aos movimentos sociais este ato se torna uma ação importante e precisamos compartilhar com cada amigo/a;
Será no dia 14 de abril as 10 h. no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, na ALERJ. Em seguida, faremos um ato pela Reforma Agrária e Contra os Agrotóxicos, às 12:00, na escadaria da ALERJ.
Contamos com todos/as
Abraços,
Movimento Sem Terra-RJ

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2011-04-05 ::
alantygel
terça-feira 5 abril 2011
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Notícias do Rio
Por Daniel Russell Ribas, com colaboração de Victor Marchesini e fotos de Henrique Fornazin

O Ato pelo Direito à Cidade, pela Democracia e Justiça Urbanas, realizado na sexta-feira de 25 de março, teve como objetivo denunciar à população um fato grave que ocorre hoje no Rio: o processo sistemático de remoções sofridas moradores pobres do município da cidade. A mídia vem ignorando o fato de forma escancarada, de modo que o protesto é o que resta aos envolvidos.
Moradores e líderes comunitários, militantes das comunidades, movimentos sociais, sindicatos, movimento estudantil, partidos e intelectuais estiveram presentes durante a manifestação. Ocorrido no Centro carioca, o ato, iniciou-se com discursos e palvaras de ordem dos militantes na Praça da Candelária, atrás da igreja. Logo após, se dirigiram à travessa em frente à portaria do prédio da Central de Atendimento da Secretaria de Habitação, onde depoimentos de vítimas e mais denúncias foram proferidos. A passeata, então, caminhou a Avenida Rio Branco até a praça da Cinelândia, parando diante à Câmara Municipal, onde foi encerrada com falas de indignação e de solidariedade as comunidades removidas, apontando para uma ação de resistência a esse modelo de desenvolvimento das cidades.
Manifestantes denunciaram o verdadeiro motivo por trás das remoções: o interesse do município e do estado em promover empreendimentos nas áreas de remoção e por uma “limpeza” na imagem da cidade devido aos grandes eventos que serão sediados na capital fluminense, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

Reassentamentos desconsideram direitos dos moradores, afirma militante
Segundo Clara Silveira, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), um exemplo é a situação da comunidade Vila Harmonia, em Jacarepaguá. Os moradores, apesar de oposição declarada, perderam suas casas. “Quase tudo já foi demolido lá. Só ficaram alguns comerciantes, porque estão amparados por uma liminar da defensoria pública.” Outras comunidades em Jacarepaguá, como Restinga e Vila Recreio II, e Madureira, entre essas Campinho, também estão ameaçadas. A Vila Recreio II, por exemplo, contava com 240 famílias e, até o dia do ato, restavam apenas 20. “Tem várias vias que eles vão abrir, que eles não esclarecem exatamente o caminho, por onde vai passar.”
Pressionados, os moradores aceitam por medo de ficarem sem nada. “Mesmo sendo um valor irrisório para a pessoa sair, como quatro ou cinco mil reais, para algo que levou 30 anos construindo, depois de meses e meses e a prefeitura manda gente todo dia para ficar lá ameaçando dizendo “Vocês não vão passar da semana que vem”, manda polícia, manda guarda municipal e aí as pessoas vão perdendo a força e vão saindo.”

Perguntada sobre um eventual plano de realocação, ela afirma que existe. Entretanto, a proposta desrespeitaria as necessidades sociais, financeiras e familiares dos moradores. “O reassentamento, que só pode ser feito em casos extremos, tem que ser feito em uma área próxima, porque as pessoas construíram sua vida ali, criaram seus laços, seus filhos estudam em colégios próximos, as pessoas trabalharam também nas proximidades. Quando você pega uma pessoa e a joga para 50 km, 80 km de onde ela morava, ela perde o emprego e o contato com os laços familiares.”
Silveira afirma que se trata do começo de um processo de remoção de moradores de terrenos que estariam valorizando. “O plano do prefeito é reduzir em até 3,5 % da área ocupada de favela até 2012 e ele já anunciou há quase 2 anos que ia remover 123 comunidades.”
Faixas de diversas comunidades expressam sentimento contra remoção
Manifestantes levantaram faixas, algumas viradas em direção aos veículos que passavam na Avenida Presidente Vargas. Nelas, podia ser lido “Remoção é crime social”; “Desabrigados do Borel / pela chuva de abril (1 ano de luta) / se faz presente contra a remoção”; “COI: O esporte olímpico é comprometido com a dignidade humana? Então, pare Eduardo Paes”. Três carregavam a mesma mensagem: “Movimento Olimpíadas não justifica remoção. Vila Autódromo.”

A atuação da Defensoria Pública também foi alvo de críticas. A comunidade Jardim Recreio, mais conhecida como “Beira Rio”, estaria sendo atendida por estagiários, enquanto os defensores não teriam se reunido com os moradores. “Teve uma mulher da comunidade do Cardoso Fontes que foi lá por dois dias com uma criança, a pedido, e não foi recebida.” Para Maurício Braga, do conselho popular do Coroado, um trabalho coletivo seria a melhor maneira de lidar com a questão. “O estagiário tem que estar lá, mas ele não pode ser um impedimento para a gente chegar ao defensor, o titular.” Ele reconhece que o trabalho do órgão é fundamental para os membros de comunidades. “A Defensoria Pública é a chave dos pobres para adentrar o sistema judiciário.”, afirma.
A vendedora Elizângela Jesus dos Santos e sua família foram removidos e sua casa demolida na comunidade Pavão – Pavãozinho em janeiro de 2011. Ela afirma que tentou procurar por informações com a prefeitura sobre a viabilidade de construção em um terreno, mas ninguém lhe respondeu. Quando a obra estava em seu estágio final, foram surpreendidos com a presença de funcionários da prefeitura quebrando os canos e avisando que teriam de deixar o local imediatamente. Ela afirma que não recebeu qualquer aviso com antecedência para sair do imóvel.

Ao tentar argumentar que não poderia deixar a casa, pois, além de gastarem suas economias na construção, estavam sem lugar para ficar, teria sido ameaçada de ser retirada à força. Após resistir, aceitou uma oferta para fazer um cadastro no programa Minha Casa Minha Vida e receber três cheques no valor de R$ 400 cada como aluguel social. No entanto, o órgão teria informado que, por se tratar de uma obra da prefeitura, ela não teria esse direito. A vendedora insistiu e conseguiu dois cheques.
Elizângela e o marido foram informados que o único lugar onde haveria imóveis disponíveis seria em uma região distante do centro de Campo Grande. Segundo ela, o casal gastou R$ 15 de passagem na trajetória. “Nenhum patrão vai pagar R$ 15 de passagem”, disse. Além do trabalho, ela se preocupa também sua filha e o sobrinho, que estudam em Copacabana. Também teve boa parte de seus móveis roubados, pois precisou deixá-los na rua enquanto procurava uma nova residência no mesmo dia.
O ato caminhou para a travessa em frente à Central de Atendimento da Secretaria de Habitação, que serve como centro de cadastramento de famílias para o programa Minha Casa Minha Vida. Como na Praça da Candelária, pessoas que foram retiradas e as estão sob pressão de perder seus lares fizeram depoimentos. Algumas se emocionam, como Elizângela.

Passeata na Av. Rio Branco ao som de marchinhas e aplausos
Sem esperar pelas 5 viaturas prometidas para a escolta, a passeata teve início. Entre um carro de som na frente e três veículos da PM atrás, os manifestantes seguiam no lado esquerdo da Avenida Rio Branco até a Praça da Cinelândia. Na calçada, militantes realizavam panfletagem do jornal do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio.
Estudantes, moradores e militantes se revezavam no microfone ao lado carro de som, entoando com frequência os gritos de ordem como “Moradia não é mercadoria! A nossa luta é todo dia!” e “Criar! Criar! Poder Popular!” dando o tom desta parte do ato. “O governo esquece da educação e quer levar a classe trabalhadora para Campo Grande”, reclamou a artesã Jane Nascimento, finalizando sob aplausos ao declarar: “Não a uma cidade de exclusão!”
Marchinhas de denúncia também foram cantadas: “Se você pensa que a Copa é nossa / A Copa não é nossa não / A Copa e a Olimpíada é lucro certo para o tubarão”. As próximas falas retomam denúncias e pedidos feitos em frente ao prédio de cadastramento da Minha Casa Minha Vida. Desde a ausência da grande mídia no debate a esclarecimentos de não serem contra o crescimento econômico da cidade, mas opositores à exclusão das camadas menos favorecidas.
Perto da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, os depoimentos seguem. Membros de associações de moradores como João Ricardo, de Vigário Geral, e Carlos Machado, do bairro da Saúde, relataram as dificuldades enfrentadas, de pressão aos habitantes à demolição de imóveis promovidos pela prefeitura. Parlamentares como Chico Alencar, do PSOL/RJ, deram seu apoio.
Veja os depoimentos, entrevistas e falas dos manifestantes.
Veja mais fotos do ato aqui (por Henrique Fornazin).
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2011-04-05 ::
alantygel
terça-feira 5 abril 2011
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Notícias do Rio
por Elisa Brazil (ESS/UFRJ)

No último dia 02 de abril, teve início o curso de Formação Política, na Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ. Este curso é um projeto de extensão vinculado ao Centro de Cidadania da Praia Vermelha, em parceria com outras unidades e institutos, tendo como objetivo promover e (re) afirmar a função social da universidade. A perspectiva é de socializar o conhecimento àqueles que não tiveram e não têm acesso à universidade através do mecanismo formal de seleção, oferecendo uma visão histórica sintética da natureza dos regimes e formas políticas e do alcance da participação cívica.
A turma conta com 81 alunos, e é composta por representantes de movimentos sociais, militantes sindicais e de comunidades, alunos da faculdade de serviço social, supervisores de campo de estágio e gestores de políticas sociais. O curso de Formação Política é dividido em quatro módulos para que os participantes possam optar pelos temas de maior interesse. O primeiro módulo está dividido em três temas: “Emancipação Humana e Emancipação Política”, exposto pelo professor Mauro Iasi, na aula inaugural; “Sociedade Capitalista”, com o professor Marcos Botelho (ESS); e “Natureza do Estado” com a professora Sara Granemann (ESS/UFRJ).

No formato atual o curso acontece de 15 em 15 dias, aos sábados, de 9hs as 16hs, possibilitando que mais pessoas possam participar desse espaço. Durante a manhã acontecem as aulas expositivas dos professores convidados, e na parte da tarde são feitas oficinas. Segundo Cristiane Lopes, coordenadora do Centro de Cidadania, as oficinas são entendidas como “um momento de reflexão e de debate, no qual os alunos, através das várias formas de aprendizagem, não só da escuta, mas da fala e do refletir coletivo, possam se apropriar dos conceitos que são abordados.”
Para o desenvolvimento desta metodologia, foram realizados encontros com coletivo 13 de Maio, histórico núcleo de educação popular, no qual se trabalha na perspectiva da construção coletiva do saber. Outros espaços pioneiros na formação política, como a Escola Nacional Florestan Fernandes, também foram consultados.
Na primeira aula, o professor Mauro Iasi trabalhou o tema proposto apresentando tópicos como cidadania clássica e cidadania moderna, distinção entre o público e o privado, direitos civis, direitos políticos e direitos sociais, supressão dos vínculos de dependência pessoal, pensamento liberal, emancipação humana, luta de classe e propriedade privada.

E ao término da aula, perguntado sobre a proposta do curso, respondeu: “É uma boa iniciativa da escola que primeiro trata o conhecimento não como uma propriedade de alguns, que vai responder a certos interesses privados e volta pra esses interesses privados, mas exatamente por ela ser pública, ela tem que se voltar pra fora dos muros acadêmicos. Então esse é um curso que junta lideranças de bairro, militantes de movimentos sociais, profissionais já formados e a sua comunidade onde atuam pra poder vir aqui fazer curso de formação. É bem o que materializa esse compromisso da universidade com seu caráter publico afinal de contas, já que é um espaço público, é prioritariamente dessa população e desse encontro com o mundo acadêmico. A gente sempre tem uma idéia de extensão que a gente leva esse conhecimento a eles como se fosse algo muito valioso e de fato é, mas é também muito valioso esse contato. É dele que a gente alimenta a academia com as verdadeiras questões. Muitas das questões que nós discutimos aqui e que são essenciais na formação do Serviço Social, como a questão social, a questão do estado, as políticas públicas, os limites dos direitos, é essa população que materializa essa questão pra gente: quais são as demandas reais, qual o limite desses direitos e através desse encontro é que a gente pode dar vida a teoria social”.
Na parte da tarde aconteceu o momento de apresentação lúdica dos alunos, seguido da apresentação do documentário “ENFF: uma escola em construção” e de trechos do filme “Quanto vale ou é por quilo?”. Em seguida, houve uma exposição de experiências do grupo fazendo uma relação com o conteúdo exposto no primeiro momento, o que fomentou um amplo e construtivo debate.
O curso é gratuito e para inscrever-se nos módulos seguintes não será exigido a participação nos módulos anteriores, embora a ementa tenha sido elaborada considerando uma sequência de debates fundamentais para construção de uma consciência crítica e cidadã.
Contatos: Mônica Delgado ou Cristiane Lopes
(21) 3873-5394 ou 3873-5393
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2011-04-05 ::
alantygel
terça-feira 5 abril 2011
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Notíciais Internacionais e da Via Campesina
por Marcelo Durão – MST
Breve Histórico:
Em 1992, no Rio de Janeiro, representantes de quase todos os países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a idéia do Desenvolvimento Sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. A diferença entre 1992 e 1972 (quando teve lugar a Conferência de Estocolmo) pode ser traduzida pela presença maciça de Chefes de Estado, fator indicativo da importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990.

A ECO92, Rio92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. Movimentos Sociais, Ambientalistas e ONGs (a sociedade civil) fizeram um encontro paralelo no Aterro do Flamengo.
A ECO92 consagrou o conceito de Desenvolvimento Sustentável e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, ao mesmo tempo, a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançarem na direção do desenvolvimento sustentável. Naquele momento, a posição dos países em desenvolvimento tornou-se mais bem estruturada e o ambiente político internacional favoreceu a aceitação pelos países desenvolvidos de princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
Na ECO92 foram criadas três convenções: a Convenção sobre Diversidade Biológica; a Convenção Marco das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas; e a Convenção sobre Desertificação.
A ECO92 legitimou o conceito Desenvolvimento Sustentável abrindo possibilidades para empresas e países continuarem suas ações predatórias e agora neste segundo momento seria um aprofundamento ainda mais forte deste conceito anterior no termo Economia Verde incluindo mais claramente o mercado como parte deste novo momento do capitalismo.
Origem da Proposta:
A RIO+20 surge a partir de uma proposição do presidente Lula em uma Assembléia nas Nações Unidas – ONU em 2008 com a finalidade de rediscutir os acordos internacionais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 20 anos depois da ECO92. Esta proposta foi acatada pelas Nações Unidas, e a conferência já está em fase de preparação. Ocorrerá de 4 a 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro.
Como proposta inicial, a pauta possui três pontos principais: Economia Verde, Governança Global e Avaliação da Implementação dos Acordos, seus avanços e seus desafios, sendo este último o mais esperado, já que trata das conferências que foram construídas na ECO92. Como já se pré-avalia que os acordos multilaterais construídos nas conferencias pós ECO92 não aconteceram e não foram assumidos, surgem os outros dois pontos. A Economia Verde, como um dos vetores principais para alcançar o desenvolvimento sustentável e o alívio da pobreza, e o tema da Governança Global para o Meio Ambiente, que faria o trabalho de regulação do funcionamento dos agentes da Economia Verde. Agiria como agência reguladora dos últimos recursos naturais remanescentes do planeta, gerindo a divisão destes recursos pelos agentes da Economia Verde.
Dentre os três pontos acima colocados, já se apresenta como tema único o da Economia Verde, um termo ainda sem conceituação clara. A Economia Verde vem colocando como mercadoria diversas questões que não entendemos como mercadoria, como exemplo uma floresta nativa ou a dinâmica da abelha na polinização e na realização do mel. Este “serviço ambiental” agora seria possível de ser valorizado e posto no mercado.
Os debates que vêm acontecendo na ONU expressam que o modelo de acordos com compromissos firmados politicamente em nível mundial entre os países não é a forma mais eficaz para gerar avanços. O que vem sendo trabalhado não só como conteúdo, mas também como processo das conferências – vide Copenhague e depois Cancun – é que cada país faz o que pode, cada país diz o que está fazendo desde que não prejudique a sua economia. Como os acordos e compromisso assumidos nas conferências desde a ECO92 não estão sendo compridos, criam se então metas voluntárias e novos acordos com outra filosofia (a de mercado), e não compromissos e responsabilidades de forma coletiva e global.
Deixa-se de lado a responsabilidade de ter desenvolvimento econômico com padrões de sustentabilidade mais rígidos.
Paralelamente ao encontro oficial, a RIO+20 surge como oportunidade de reunir forças para juntos nos mobilizarmos e nos colocarmos em luta contra as falsas soluções para a questão ambiental. Contra a presença de empresas e Estados, que com o discurso da Economia Verde, potencializam as atividades que promovem mudanças climáticas e a injustiça ambiental, ampliando as desigualdades sociais. Temos que nos organizar para fazer um amplo processo de formação para a resistência e a construção de acordos que realmente sejam colocados em prática pelos Estados.
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2011-04-05 ::
alantygel
terça-feira 5 abril 2011
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Notícias do Rio
Do SEPE-RJ

No dia 31 de março, Dia Estadual de Luta em Defesa da Educação Pública, milhares de professores, funcionários e estudantes das escolas do Estado e do município do Rio e das universidades realizaram manifestação em defesa da educação Pública. Os manifestantes denunciaram o descaso dos governos com a Educação. Numa só voz, exigiram 10% do PIB para a Educação.
As entidades que integram o Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública – FEDEP (universidades, sindicados e associações das escolas federais e técnicas, partidos políticos, centrais sindicais e diversas entidades representativas dos estudantes) fizeram uma grande passeata da Candelária até a Cinelândia para exigir dos governos federal, estadual e municipais mais investimentos, melhores salários e melhores condições de trabalho nas escolas públicas estaduais, municipais e federais.
Entidades que compõem o Fórum: ADCPII; ADUFF-Ssind; ADUFRJ-Ssind; AERJ; AFIASERJ; ANDES-SN/RJ; ANEL; APAEP/Caxias; ASDUERJ; CSP/Conlutas; DCE UERJ; DCE UFF; DCE UFRJ; Escola Politécnica Joaquim Venâncio/Fiocruz; Fac. de Educação da UFRJ; Fac. de Educação da Baixada Fluminense; Fac. de Educação da UERJ; Fac. de Educação da UFF; Forum de Saúde; Grêmios do CPII; Intersindical; MNLM; MST; MTL; PCB; PCR; PSOL; PSTU; SEPE; SINDSCOPE; SindJustiça; SINDPEFAETEC; SINTUPERJ; UEDC; UJR.
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2011-04-05 ::
alantygel
quarta-feira 23 março 2011
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Boletins

Boletim do MST RIO — Nº 16 — De 23/03 a 05/04/2011

No último dia 15 de março, a Escola de Serviço Social da UFRJ (ESS/UFRJ) deu as boas vindas aos seus mais novos alunos: 60 militantes do MST e de outros movimentos sociais do campo, matriculados na turma especial para assentados da reforma agrária. O curso, viabilizado pelo PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), finalmente se inicia, fruto da articulação entre MST, INCRA (executor do PRONERA) e ESS/UFRJ.
Os alunos, vindos de 20 estados do Brasil, terão cinco anos de curso em regime de alternância, ficando 8 semanas em aulas, e 3 meses em suas atividades normais. Esta não é a primeira vez que a ESS/UFRJ é pioneira em ampliar o acesso à ainda elitizada UFRJ: o Serviço Social foi o primeiro curso da universidade a ter uma turma no período noturno, possibilitando a participação efetiva de trabalhadores neste espaço. Veja o depoimento de Marina Santos, uma das alunas do curso.
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No dia 18 de março no Sindipetro-RJ, o MST recebeu a visita de 20 pessoas dos Estados Unidos entre pesquisadores, professores, agricultores e técnicos de Ong´s, coordenados por Carlos Aguilar do Ibase.
A perspectiva dos Norte Americanos foi de conhecer melhor o modelo do agronegócio em especial a produção do Etanol no Brasil e suas influências na agricultura camponesa.
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Obama não veio a passeio. Não veio comer baião de dois com carne de sol, não veio assistir capoeira na Cidade de Deus. Definitivamente, não.
Movimento sociais, partidos políticos e organizações de esquerda mostraram ao todo poderoso Barak Obama que sabem bem o que ele veio fazer aqui. “Tire as garras do pré-sal”, “Fora Obama, o pré-sal é nosso” e “Não à entrega do pré-sal, Obama go home” foram algumas das faixas que puderam ser lidas no ato realizado no último domingo (20/03), antes de seu discurso no Theatro Municipal do Rio, na Cinelândia.
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No dia 22/03 foi realizado o pré-lançamento da Frente Estadual de Combate à Violência Contra Mulher. O evento, realizado no SEPE-RJ, contou com a presença de cerca de 30 mulheres de diversas organizações que lutam pelos direitos feministas.
Esta iniciativa faz parte de um longo processo que se iniciou no ano passado, no dia da luta contra violência à mulher (25/11). Na organização do 08 de março de 2011, a ideia da Frente Estadual foi retomada com força, resultando na realização deste pré-lançamento.
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A Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida será lançada no próximo dia 07 de Abril, em diversos estados do país. A iniciativa surgiu no Seminário contra o Uso dos Agrotóxicos, organizado pela Via Campesina em parceria com a Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, realizado em setembro de 2010, na ENFF.
Estão sendo esperadas atividades como atos públicos, audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília, debates nas Universidades e atividades de agitação e propaganda na sociedade.
A proposta é que a Campanha se torne permanente. A partir dela, devem ser construídos comitês estaduais com representação de diversas organizações, para fazer o debate e a luta contra os agrotóxicos. Luta essa que envolve a luta por um outro modelo de produção e do campo, pelo direito à alimentação e à saúde da população.
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Boletim MST Rio
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2011-03-23 ::
alantygel
quarta-feira 23 março 2011
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Notícias do MST Rio
No dia 18 de março no Sindipetro-RJ, o MST recebeu a visita de 20 pessoas dos Estados Unidos entre pesquisadores, professores, agricultores e técnicos de Ong´s, coordenados por Carlos Aguilar do Ibase.
A perspectiva dos Norte Americanos foi de conhecer melhor o modelo do agronegócio em especial a produção do Etanol no Brasil e suas influências na agricultura camponesa.
O debate foi construído em dois momentos: o primeiro momento com a exposição e comentário de um vídeo sobre o modo de produção da cana; e um segundo momento o debate mais geral sobre os ramos de produção do agronegócio no Brasil e suas influências no campo.
O vídeo trouxe elementos do dia-a-dia dos trabalhadores dos canaviais desde a implantação da cultura até a colheita. Comentado por Marcelo Durão, do MST, o vídeo explicitava as questões do modelo da monocultura da cana como a super exploração do trabalhador, o desrespeito as leis trabalhistas, a degradação e a poluição ambiental causados pela perda da biodiversidade e pelas queimadas, a contaminação dos trabalhadores pelo uso totalmente inadequado de agrotóxicos, enfim todas as mazelas que este modelo causa.
Marcelo Durão ressalta que a queima do etanol como combustível é realmente muito mais limpa que os combustíveis derivados do petróleo, mas a sua produção não tem nada de limpa e muito menos de “bio”. A produção de cana no Brasil ainda segue padrões da época do Brasil colônia, grandes extensões de terras com um único produto – monoculturas, com utilização de trabalho escravo ou análogo, e isso em pleno Rio de Janeiro, visando basicamente o comércio exterior. A lógica deste modelo é produzir commodities e não alimentos ou até mesmo energia.
“Nós não chamamos de bio-combustiveis, porque bio é vida e este modelo não tem nada de vida. Chamamos de agro-combustiveis, pois vem de produtos agrícolas.” – Diz Marcelo Durão.
O segundo momento se deu com a exposição do professor da Uerj e Fiocruz, e pesquisador da ABRA, Paulo Alentejano. Ele trouxe as questões gerais do modelo do agronegócio e seus impactos no campo brasileiro. Discorreu sobre como este modelo vem a passos largos ganhando cada vez mais força e espaço competindo diretamente com a agricultura camponesa familiar na produção de alimentos. Cada vez mais culturas como eucalipto, cana, soja, pecuária vão ganhando espaço em detrimento da diminuição de culturas da nossa cesta básica como arroz, feijão e mandioca.
Realçou também a expansão da fronteira agrícola cada vez mais pra cima da região amazônica proporcionando também o aumento da violência no campo, principalmente nesta região.
“Este modelo proporcionou ao Brasil o titulo de ser o país que mais utiliza agrotóxico no mundo, a ponto de termos em media o consumo de 6 quilos de agrotóxicos por habitantes ao ano no Brasil” – expõe Paulinho.
Alguns questionamentos colocados foram da possibilidade de produção de agrocombustíveis dentro dos assentamentos e na agricultura camponesa familiar. O colocado pelos debatedores foi que a lógica não pode ser de substituir a produção de alimentos da agricultura camponesa para a produção de agrocombustíveis. Os agrocombustíveis devem ser um incremento a mais que proporcione mais uma estratégia no aumento da renda das famílias camponesas, e não a substituição.
Após o debate o grupo se deslocou para o aeroporto para seguirem ao Mato Grosso do Sul para continuarem as investigações e indagações sobre os impactos do agronegócio, só que agora iriam ver além da cana a produção de soja.
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2011-03-23 ::
alantygel
quarta-feira 23 março 2011
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2011-03-23 ::
alantygel
quarta-feira 23 março 2011
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Notíciais Internacionais e da Via Campesina

A Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida será lançada no próximo dia 07 de Abril, em diversos estados do país. A iniciativa surgiu no Seminário contra o Uso dos Agrotóxicos, organizado pela Via Campesina em parceria com a Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, realizado em setembro de 2010, na ENFF.
Estão sendo esperadas atividades como atos públicos, audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília, debates nas Universidades e atividades de agitação e propaganda na sociedade.
A proposta é que a Campanha se torne permanente. A partir dela, devem ser construídos comitês estaduais com representação de diversas organizações, para fazer o debate e a luta contra os agrotóxicos. Luta essa que envolve a luta por um outro modelo de produção e do campo, pelo direito à alimentação e à saúde da população.

Esta campanha possui dois eixos. O primeiro tem como meta denunciar o modelo de produção agrícola, as causas desses venenos e alertar sobre as doenças causadas por esses produtos. Além disso, pretende denunciar que os agrotóxicos têm sido uma das formas do agronegócio ganhar mais dinheiro através do controle na fabricação e comercialização.
O segundo eixo tem como meta anunciar o que queremos para a sociedade, dentro de um outro projeto de desenvolvimento para a agricultura. Assim, devemos almejar um desenvolvimento baseado na agroecologia, na agricultura saudável, na produção de alimentos para toda a população. Baseado também na construção de uma outra sociedade com outros valores, com uma educação e saúde diferentes.
Em resumo: nesta Campanha queremos denunciar o modelo do agronegócio pautar e qual sociedade nós queremos.
Em breve estaremos divulgando as atividades construídas aqui no RJ para o dia 07/04.
Participe da Campanha Nacional da Via Campesina contra o uso dos agrotóxicos !!!!
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2011-03-23 ::
alantygel