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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

Reunião de Pré-Lançamento da Frente Estadual de Combate à Violência Contra Mulher

quarta-feira 23 março 2011 - Filed under Notícias do Rio

Foto Luta Violência contra MulherNo dia 22/03 foi realizado o pré-lançamento da Frente Estadual de Combate à Violência Contra Mulher. O evento, realizado no SEPE-RJ, contou com a presença de cerca de 30 mulheres de diversas organizações que lutam pelos direitos feministas.

Esta iniciativa faz parte de um longo processo que se iniciou no ano passado, no dia da luta contra violência à mulher (25/11). Na organização do 08 de março de 2011, a ideia da Frente Estadual foi retomada com força, resultando na realização deste pré-lançamento.

A reunião teve como objetivo debater a criação de um instrumento de luta no combate à violência sofrida pelas mulheres no estado do Rio de Janeiro. Com a proposta ainda em concepção, a frente pretende ser um instrumento de permanente diálogo e um espaço de formação, além de possuir capacidade prática de responder com agilidade aos problemas de violência. A frente pretende ainda pautar o tema da violência nas organizações, realizar debates sobre possíveis mudanças na lei Maria da Penha e ser um importante espaço de promoção das lutas.

Uma velha frase feminista infelizmente não perdeu sua atualidade: QUEM AMA NÃO MATA !

Em nossa sociedade está provado: O MACHISMO MATA!!!

Por isso devemos nos unir e espalhar por todos os cantos deste país: Basta de machismo! Basta de violência! Basta de mortes!!

“No Brasil, as agressões contra as mulheres ocorrem a cada 15 segundos e os companheiros são responsáveis por quase 70% dos assassinatos do sexo feminino.”

POR MIM, POR NÓS E PELAS OUTRAS: NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

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Escola de Serviço Social da UFRJ recebe os estudantes do MST

quarta-feira 23 março 2011 - Filed under Notícias do MST Rio

Por Alan Tygel

ServiçoSocialMST

No último dia 15 de março, a Escola de Serviço Social da UFRJ (ESS/UFRJ) deu as boas vindas aos seus mais novos alunos: 60 militantes do MST e de outros movimentos sociais do campo, matriculados na turma especial para assentados da reforma agrária. O curso, viabilizado pelo PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), finalmente se inicia, fruto da articulação entre MST, INCRA (executor do PRONERA) e ESS/UFRJ.

Os alunos, vindos de 20 estados do Brasil, terão cinco anos de curso em regime de alternância, ficando 8 semanas em aulas, e 3 meses em suas atividades normais. Esta não é a primeira vez que a ESS/UFRJ é pioneira em ampliar o acesso à ainda elitizada UFRJ: o Serviço Social foi o primeiro curso da universidade a ter uma turma no período noturno, possibilitando a participação efetiva de trabalhadores neste espaço. Veja o depoimento de Marina dos Santos, uma das alunas do curso.

A aula inaugural do ano de 2011 foi proferida por José Paulo Netto, professor aposentado da escola, mas que fez questão de estar presente neste momento. Antes disso, uma mesa composta Marcelo Braz (professor da ESS), Marcelo Correa (decano do CFCH), Mavi Rodrigues (diretora da ESS), Maristela Dal Moro (coordenadora do curso de Serviço Social), Joana Motta (representante do CA), Rosane Rodrigues (INCRA) e Geraldo Gasparin (coordenação pedagógica da ENFF) saudou os novos alunos, contando um pouco da história da construção deste curso.

ServiçoSocialMST

Mesa de Abertura: Geraldo Gasparin (ENFF), Mavi Rodrigues, Marcelo Correa (CFCH/UFRJ), Marcelo Braz (ESS/UFRJ), Maristela Dal Moro (ESS/UFRJ), Joana Motta (CA), Rosane Rodrigues (INCRA)

O auditório completamente lotado denunciava que alí ocorria um evento histórico. “Estou a 31 anos na Universidade, e raríssimas vezes ví este auditório cheio”, disse Marcelo Macedo, que também representava o reitor. Mavi Rodrigues ressaltou o elitismo da universidade pública brasileira: “No Brasil, menos de 5% dos jovens têm acesso à universidade pública; destes, pouquíssimos são filhos de trabalhadores urbanos; e menos ainda, filhos dos trabalhadores rurais.” Mavi exaltou ainda a parceria entre os diversos atores desta empreitada: o MST, que forçou a entrada dos camponeses na universidade, o INCRA, que executa o PRONERA, o CA, que ajudou na luta contra as resistências internas, o CFCH, que foi a primeira porta de entrada para camponeses através de um curso de extensão, e o reitor Aloisio Teixeira, que foi um grande aliado na derrubada dos obstáculos jurídicos e burocráticos deste processo. E finalizou: “A entrada de trabalhadores rurais no campus universitário é comparável ao corte da cerca do latifúndio”.

Maristela Dal Moro colocou o curso como a materialização de um sonho coletivo. Segundo ela, receber alunos de 20 estados, sendo 60% mulheres, do MST, Movimento de Pequenos Agricultutores (MPA) e do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), é um mais um marco na luta pela ampliação do acesso à universidade. E deu ainda as boas vindas ao alunos do curso noturno, que ingressaram via SISU, no primeiro vestibular com cotas sociais da UFRJ. Veja entrevista com Maristela Dal Moro. A representante do Centro Acadêmico, Joana Motta, vê no momento histórico a tentativa de popularizar a universidade, direcionando seu foco para os trabalhadores e não para as grandes empresas.

Representando o INCRA, orgão executor do PRONERA, estava Rosane Rodrigues: “Como agente público, é muito gratificante ver um projeto saindo do papel e chegando à ação, chegando à população. Depois de tantos “chás de sofá”, o sonho se concretiza, e honra o trabalho do agente público.” Rosane ressaltou que o PRONERA continua sob responsabilidade do INCRA (e não do MEC) por força dos movimentos sociais, que exigem uma educação diferenciada para os povos do campo. O desafio agora, segundo ela, é transformar o PRONERA em política pública, e não aceitar mais escolas urbanas no campo. E finalizou: “acompanharei o curso como fiscalizadora do INCRA, mas também como militante.” Veja entrevista com Rosane Rodrigues.

Geraldo Gasparin, da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), finalizou: “Colocar os trabalhadores nas malhas escolares, trabalhar pela formação da classe trabalhadora, isso é parte da nossa luta.” Segundo ele, hoje existem cerca de 50 turmas de assentados da reforma agrária em andamento, com mais de 3000 graduados ou graduandos em todo o país. Veja entrevista com Geraldo Gasparin.

Aula inaugural MST 125

Foto: Cícero Rabello

Ao final da mesa, foi apresentada uma mística feita por ex-alunos da escola, e outra feita pelos ingressantes. Veja o vídeo da mística.

A aula do mestre Zé Paulo Netto foi o momento mais rico da noite. Nada mais simples, e ao mesmo tempo relevante, do que falar sobre a história do Serviço Social, e seu panorama hoje no Brasil e no mundo. Segundo ele, o Brasil hoje é o segundo país com mais assistentes sociais no mundo: 90 mil, perdendo apenas para os EUA. Com a expansão do ensino superior privado a partir do governo FHC, cursos de baixo custo (ou seja, “cuspe e giz”) se proliferaram de maneira muito veloz: de 60 cursos de Serviço Social em 1997, passamos a 250 hoje, com qualidade variando de ruim a péssimo. Mas Zé Paulo ressalta: o curso da UFRJ está entre os cinco melhores do Brasil. E recomenda a leitura do código de ética brasileiro da profissão: “É o mais avançado do mundo”.

No contexto histórico, Zé Paulo diz que o Serviço Social chega ao Brasil pela ‘mão santa’ da Igreja Católica: “Plínio Correia de Oliveira, fundador da TFP, foi um dos primeiros professores de Serviço Social do Brasil”. A profissão surge em nosso país no momento em que não se podia mais tratar a “questão social” como caso de polícia. Neste caso, a “questão social” vista pelos olhos da classe dominante deveria ser tratada com ações filantrópicas, quase como extensão dos cuidados maternos. Por isso, a profissão ainda hoje tem uma grande maioria de mulheres.

José Paulo Netto - Foto: Cícero Rabello

José Paulo Netto - Foto: Cícero Rabello

A chamada “questão social” é finalmente decodificada pelo professor como a pauperização dos trabalhadores. Diante deste quadro, verifica-se dois grandes grupos de soluções: no primeiro, considera-se que este problema não é passível de solução dentro do modelo capitalista. Ou seja, a solução passa necessariamente por uma ruptura. No segundo grupo, considera-se que boas políticas públicas (bom bolsa-família) podem resolver o problema. E a partir dos anos 1890, foi esse o caminho escolhido. Desta forma, considerando que o estado precisa oferecer políticas sociais para promover o bem-estar social, fica patente a necessidade de um profissional para executar essas políticas. Surge assim a profissão de assistente social.

Mas como é possível que uma profissão com surgimento instrinsecamente burguês, esteja inaugurando hoje uma turma de Serviço Social para assentados da reforma agrária? Zé Paulo Netto responde com clareza e objetividade: luta de classes.

Assim, encerra-se a aula inaugural de 2011 e inaugura-se o primeiro curso de Serviço Social do MST na UFRJ. E que daqui a cinco anos, tenhamos 60 profissionais do Serviço Social atuando em sintonia com os interesses do trabalhadores do Brasil!

Veja todos os vídeos desta matéria

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Obama não veio a passeio

quarta-feira 23 março 2011 - Filed under Notícias do Rio

Por Alan Tygel

Obama não veio a passeio. Não veio comer baião de dois com carne de sol, não veio assistir capoeira na Cidade de Deus. Definitivamente, não.

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Movimento sociais, partidos políticos e organizações de esquerda mostraram ao todo poderoso Barak Obama que sabem bem o que ele veio fazer aqui. “Tire as garras do pré-sal”, “Fora Obama, o pré-sal é nosso” e “Não à entrega do pré-sal, Obama go home” foram algumas das faixas que puderam ser lidas no ato realizado no último domingo (20/03), antes de seu discurso no Theatro Municipal do Rio, na Cinelândia.

O protesto reuniu cerca de 600 militantes, que marcharam da Glória e Largo do Machado até as proximidades da praça da Cinelândia. Quando o movimento passava pela rua do Passeio em direção à Cinelândia, a coordenação verificou a quantidade desproporcional de efetivo militar, e decidiu que o mais prudente seria terminar o ato ali mesmo. Segundo Marcelo Durão, da coordenação nacional do MST, o ato preservou até o fim seu caráter pacífico, passando sua mensagem de que Obama veio ao Brasil principalmente para negociar o petróleo brasileiro. Veja o depoimento de Marcelo Durão.

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Também foram lembrados no ato os 13 presos políticos que ainda se encontravam encarcerados sem nenhuma prova. Os manifestantes foram detidos no ato realizado na sexta-feira em frente à embaixada americana, sob acusações absurdas e sem provas. As fitas da embaixada, que certamente filmaram tudo, não foram liberadas. Os 12 presos maiores de idade foram levados a presídios (Bangu e Água Santa), enquanto um menor foi recolhido ao Instituto Padre Severino. Coincidentemente, todos foram soltos uma hora após a partida de Obama do Brasil.

foraobama3Outras informações no site da APN

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sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Boletins

Caso não consiga visualiza o boletim corretamente, acesse http://boletimmstrj.mst.org.br/boletim15
Boletim do MST RIO — Nº 15 — De 08 a 22/03/2011

Notícias do MST Rio

Dorothy Stang presente: a luta na Serra e no Vale à sombra da ferrovia e rodovia

P1030239O Acampamento Dorothy Stang em Quatis (RJ) está marcado por cenários fortes que atravessam a vista: no pé da Serra da Mantiqueira, no Vale do Paraíba, próximo da Rodovia Dutra e à sombra da gigantesca da Ferrovia do Aço. O Vale do Paraíba apresenta um vasto cenário de terras e matas degradadas, já abandonadas no passado pela cafeicultura que continuam sendo erodidos pelo gado. O impacto deste modelo urbano-industrial não planejado e o abandono da agricultura atinge também as beiras da Serra da Mantiqueira

Acampamento Dorothy StangNesta busca e compromisso à memória de Dorothy Stang, é muito importante aglutinar a luta pela terra na terra, com a luta ecológica e de defesa das maiorias pobres. Relembrar a vida, paixão e morte de irmã Dorothy cria o espaço da mística importante, reafirma a necessidade da resistência e da cumplicidade entre as lutas da cidade, da roça e da floresta. A conquista da terra em Quatis passa também pela discussão das questões da Serra e do Vale, o enfrentamento da lógica do capital expressa na Ferrovia e na Rodovia.

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Ocupacão do BNDES: Mulheres do Campo e da Cidade na Luta Contra os Agrotóxicos

Ocupação BNDESNo dia 02/03, cerca de 300 mulheres trabalhadoras do campo e da cidade, representando mulheres dos movimentos feministas, sindicais, estudantil, partidos, movimentos populares, ocuparam a sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no centro do Rio de Janeiro, para denunciar os efeitos negativos à vida humana e à natureza da utilização excessiva de agrotóxicos pelo agronegócio.

Ocupação BNDESO objetivo da mobilização foi denunciar os altos investimentos e empréstimos do BNDES aos grandes latifundiários e às transnacionais, que hoje dominam a agricultura no Brasil e se apropriam da natureza e da riqueza produzida no campo.

As Mulheres Sem Terra e da Via Campesina vêm ao longo desses anos realizando lutas contra o modelo do agronegócio no campo, por compreender que as mulheres são afetadas diretamente, sendo elas as principais responsáveis pela soberania e segurança alimentar, através da produção das hortas, pomares e pequenos animais. E ainda este modelo traz violência, opressão as mulheres e falta de perspectiva econômica para elas.

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Notícias do Rio

Moradores de Santa Cruz realizam ato contra TKCSA

Manifestação teve o apoio de pesquisadores da fiocruz. Foto: Clarice Castro.Moradores de Sepetiba e Santa Cruz se uniram a estudantes e movimentos sociais em ato contra a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) ligada ao grupo ThyssenKrupp, em frente ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) na última sexta-feira, 25. As denúncias dos moradores vão desde a contaminação das águas, o desmatamento do manguezal, a redução e comprometimento da pesca até a privatização dos rios e da Baía.

Segundo uma carta de repúdio produzida pelo movimento, as obras da empresa alteraram o sistema de drenagem do entorno de suas instalações e provoca alagamentos. O trem que chega com minério e que passa próximo a muitas residências é fonte de muito ruído e poeira. A carta afirma ainda que, segundo especialistas da Fiocruz, o material particulado emitido pode conter elementos que irritam o aparelho respiratório e que podem provocar até câncer.

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8 de Março: Dia Internacional da Mulher – Contra todas as formas de violência à mulher

No Dia Internacional da Mulher são comemorados os avanços alcançados pela mulher, como a entrada ao mercado de trabalho, a participação na política, etc. O que não costuma ser dito, é que a celebração do dia 8 de março tem uma origem bem diferente da conotação que ele ganhou nos últimos anos.

A origem do 8 de março está vinculado às reivindicações femininas por melhores condições de trabalho, por uma vida mais digna e sociedades mais justas e igualitárias. Relembra a grande onda grevista das operárias têxteis de Nova Iorque (EUA), em 1908 e 1911, em luta por redução de jornada de trabalho, salário igual e contra a intolerância patronal, além da mobilização de mulheres de muitos países pelo direito ao voto e da ação política das operárias russas que desencadearam a Revolução Russa em 1917, saindo às ruas contra a fome, a guerra e a tirania. Tendo como principais palavras de ordem eram “Pão para nossas/os filhas/os” e “Tragam nossos maridos de volta das trincheiras”.

Participem das mobilizações:

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Bloco “Se Benze Que Dá” agita a Maré no Carnaval

Foto: AF RodriguesPelo direito de ir e vir. Esse é o lema do bloco Se Benze Que Dá, que há 7 anos desfila pela conjunto de favelas das Maré. Segundo os membros do bloco, “a meta principal é conseguir desfilar por todas as comunidades da Maré, derrubando os muros e barreiras visíveis e invisíveis impostos pela violência. Loucos? Se benze que dá!”.

A concentração para o desfile começou às 15h, no museu da Maré. Por volta da 17h, os tamborins começaram a esquentar e a sair pelas ruas. Nas ruas, os carros passavam e a curiosidade era nítida. À medida em que as ruas iam se apertando, ficava mais complicado controlar os vai-e-vem de carros e motos. Alguns motoristas passavam de cara amarrada e acelarando, outros mais amáveis, acenando. Com cartazes dizendo “Vem pra rua morador”, “Muro não”, “Muro é o caralho, “Exigimos respeito às favelas” e “Se benze que dá”, o bloco foi aos poucos ganhando as ruas da Maré e também seus moradores.

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Bloco Comuna Que Pariu homenageia o MST

Bloco Comuna Que Pariu homenageia o MSTCom o samba Somos Todos Sem Terra, o bloco Comuna Que Pariu homenageou o MST e realizou sua apresentação na tarde do dia 6, domingo de carnaval. O bloco é formado por militantes do PCB e organizado pela UJC.

Além da presença de diversos militantes, este ano o bloco contou com a presença dos/as educando/as do MST do curso de Serviço Social da UFRJ. Bloco do tipo “concentra mas não sai” animou a militância que se fez presente em frente à ocupação do Manoel Congo, do MNLM, na Rua Alcindo Guanabara, Centro do Rio.

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Notícias Internacionais e da Via Campesina

Jornada das Mulheres da Via Campesina agita o Brasil na luta contra agrotóxicos e contra a violência

Foto Luta das Mulheres- Nacional- SP Nós mulheres da Via Campesina, na Jornada Nacional de Luta das Mulheres – 2011 estivemos nas ruas junto com mulheres da Cidade para denunciar a extrema gravidade da situação do campo brasileiro. Queremos reafirmar com nossa luta que não nos subordinaremos ao modelo capitalista e patriarcal de sociedade, concentrador de poder, de terras e de riquezas.

A pobreza tem cara de mulher. No Brasil são as mulheres e as crianças pobres que mais sofrem as consequências desse modelo devastador do meio ambiente e dos direitos sociais.

Veja como foram as manifestações pelo Brasil.

Protesto das mulheres na Aracruz completa 5 anos

Protesto das mulheres na Aracruz completa 5 anosNa madrugada do dia 8 de março de 2006, 1.800 mulheres da Via Campesina realizaram uma das maiores ações contra o monocultivo de eucalipto no Rio Grande do Sul. Organizadas, as mulheres ocuparam o viveiro hortoflorestal da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro, município que fica a cerca de duas horas de Porto Alegre. Na ação, elas destruíram estufas e bandejas de mudas de eucalipto.

A repercussão do protesto ampliou o debate sobre a monocultura de eucalipto e chamou a atenção da sociedade sobre os malefícios sociais, ambientais e econômicos desse tipo de cultura.

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Expediente

Boletim MST Rio

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Dorothy Stang presente: a luta na Serra e no Vale à sombra da ferrovia e rodovia

sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Notícias do MST Rio

Por Nancy Cardoso Pereira – Pastora metodista CPT, com fotos de Nanda Scarambone

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O Acampamento Dorothy Stang em Quatis (RJ) está marcado por cenários fortes que atravessam a vista: no pé da Serra da Mantiqueira, no Vale do Paraíba, próximo da Rodovia Dutra e à sombra da gigantesca da Ferrovia do Aço.

Antigas fazendas de café e coisa nenhuma e um rápido processo de industrialização no Rio de Janeiro e São Paulo transformaram a região do Vale do Paraíba numa extensão mal feita das políticas urbano-industriais e no abandono de políticas agrárias e agrícolas. De acordo com pesquisadores, a agricultura participa com menos de 1% na economia da região.

Acampamento Dorothy Stang

O Vale do Paraíba apresenta um vasto cenário de terras e matas degradadas, já abandonadas no passado pela cafeicultura que continuam sendo erodidos pelo gado. O impacto deste modelo urbano-industrial não planejado e o abandono da agricultura atinge também as beiras da Serra da Mantiqueira tendo como principais problemas:

  • o parcelamento irregular do solo;
  • ocupação desordenada e mau uso do solo;
  • poluição dos recursos hídricos;
  • abertura e manutenção de estradas;
  • corte ilegal de vegetação nativa (mata ciliar);
  • queimadas.

E cruzando a região está um dos maiores empreendimentos ferroviários que liga as principais minas de minério de ferro e usinas siderúrgicas do Brasil, seus maiores mercados consumidores e seus principais portos marítimos: a Ferrovia do Aço (MRS Logística). No rastro da Ferrovia e sua história conturbada de mandos e desmandos desde a ditadura militar, a Ferrovia deixa também um rastro de degradação ambiental e social: áreas anteriormente contaminadas e degradadas durante o período frenético de construção que ainda não foram sanadas; o contínuo problema de gestão de materiais perigosos que vão sendo deixados por onde passa; Emissões ao ar de produtos perigosos; a falta de segurança operacional e prevenção de acidentes; e o não tratamento de resíduos, emissões e efluentes derivados de operações de manutenção; a vulnerabilidade de saúde e segurança dos empregados; ocupação irregular da faixa de domínio; nenhum envolvimento e desenvolvimento da comunidade; impacto negativo sob o patrimônio cultural das cidades atingidas; comprometimento de condições de vida de povos indígenas; e ausência total de sistemas de gestão ambiental que garantam a saúde do território e das comunidades.

Acampamento Dorothy Stang

Neste cenário que retrata bem as opções desenvolvimentistas que vêm se mantendo na história do Brasil, a ocupação do MST em 2006 na região de Quatis (RJ) coloca a questão da terra em suas dimensões agrária, agrícola e ambiental, exigindo que os movimentos sociais encarem a região de uma outra maneira. A presença do Acampamento Dorothy Stang na região do Vale do Paraíba é importante e vital para a reflexão e ação dos setores da sociedade que se juntam na luta por um modelo de sociedade que rompa com a lógica destrutiva do capitalismo. A luta segue para transformar as estruturas das forças produtivas e do aparelho produtivo, na busca de um desenvolvimento ecossocialista, baseado na agricultura orgânica dos camponeses e nas cooperativas agrárias, nos transportes coletivos, nas energias alternativas e na satisfação igualitária e democrática das necessidades sociais da grande maioria.

Nesta busca e compromisso à memória de Dorothy Stang, é muito importante aglutinar a luta pela terra na terra, com a luta ecológica e de defesa das maiorias pobres. Relembrar a vida, paixão e morte de irmã Dorothy cria o espaço da mística importante, reafirma a necessidade da resistência e da cumplicidade entre as lutas da cidade, da roça e da floresta. A conquista da terra em Quatis passa também pela discussão das questões da Serra e do Vale, o enfrentamento da lógica do capital expressa na Ferrovia e na Rodovia.

P1030229

Este objetivos nos uniram no dia 12 de fevereiro de 2011 no Acampamento Dorothy Stang: aglutinar setores dos movimentos sociais e eclesiais que se juntam na luta pela terra e na terra como exercício de formulação de um “outro mundo possível” também no Vale do Paraíba. A presença de setores eclesiais progressistas, sindicatos, parlamentares e de movimentos pela moradia mostraram o desafio de aglutinar os movimentos sociais na região a partir de uma pauta comum de formação e intervenção.

A comunidade de fé e luta reunida foi convidada pelo coordenador do Acampamento – Sr. Chiquinho – a plantar muitas árvores nativas da Mata Atlântica firmando assim um compromisso de defesa do Acampamento Dorothy Stang mas também de luta conjunta.

Acampamento Dorothy StangAcampamento Dorothy Stang
Foto  Acampamento Irmã Doroty

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Ocupacão do BNDES: Mulheres do Campo e da Cidade na Luta Contra os Agrotóxicos

sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Notícias do MST Rio

pelo Coletivo Mulheres do MST

Ocupação BNDES

No dia 02/03, cerca de 300 mulheres trabalhadoras do campo e da cidade, representando mulheres dos movimentos feministas, sindicais, estudantil, partidos, movimentos populares, ocuparam a sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no centro do Rio de Janeiro, para denunciar os efeitos negativos à vida humana e à natureza da utilização excessiva de agrotóxicos pelo agronegócio.

Ocupação BNDES

O objetivo da mobilização foi denunciar os altos investimentos e empréstimos do BNDES aos grandes latifundiários e às transnacionais, que hoje dominam a agricultura no Brasil e se apropriam da natureza e da riqueza produzida no campo.

As Mulheres Sem Terra e da Via Campesina vêm ao longo desses anos realizando lutas contra o modelo do agronegócio no campo, por compreender que as mulheres são afetadas diretamente, sendo elas as principais responsáveis pela soberania e segurança alimentar, através da produção das hortas, pomares e pequenos animais. E ainda este modelo traz violência, opressão as mulheres e falta de perspectiva econômica para elas.

Ocupação BNDES

Neste ano, o foco de denúncia deste modelo foram os Agrotóxicos, haja visto que o Brasil é o país que mais utiliza venenos no campo. Esta forma de produção está matando a natureza, os rios e a vida de quem vive e trabalha na terra e nas cidades.

Os recursos públicos administrados pelo BNDES não podem ser utilizados sem critérios técnicos e legais e desrespeitando a legislação ambiental em vigor, em favor de uma irresponsável e destruidora expansão dos monocultivos.

Ocupação BNDES

As organizações e movimentos exigem do banco uma radical e profunda reorientação de sua política, com investimentos prioritários em educação, emprego, saúde, direitos previdenciários, habitação e reforma agrária.

E que não financie o agronegócio e empresas como a siderúrgica TKCSA, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, que matam o mangue, o mar, contaminando o ar e colocam milhares de pessoas em situação insuportável de sobrevivência.

Ocupação BNDES

A mulheres defendem a agroecologia, a biodiversidade, a agricultura camponesa cooperada, a produção de alimentos saudáveis, a Reforma Agrária, os direitos previdenciários, a Saúde e Educação gratuita e de qualidade para todos, a igualdade de direitos, mudança do Queremos reafirmar com nossa luta que não nos subordinaremos ao modelo capitalista e patriarcal de sociedade, concentrador de poder, de terras e de riquezas.

Defendem a terra, a água, as sementes, a energia e o petróleo como bens da natureza a serviço dos seres humanos.

As mulheres reafirmam a luta contra a subordinação ao modelo capitalista e patriarcal de sociedade, concentrador de poder, de terras e de riquezas.

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8 de Março: Dia Internacional da Mulher – Contra todas as formas de violência à mulher

sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Notícias do Rio

Participem:

No Dia Internacional da Mulher são comemorados os avanços alcançados pela mulher, como a entrada ao mercado de trabalho, a participação na política, etc.

O que não costuma ser dito, é que a celebração do dia 8 de março tem uma origem bem diferente da conotação que ele ganhou nos últimos anos.

A origem do 8 de março está vinculado às reivindicações femininas por melhores condições de trabalho, por uma vida mais digna e sociedades mais justas e igualitárias. Relembra a grande onda grevista das operárias têxteis de Nova Iorque (EUA), em 1908 e 1911, em luta por redução de jornada de trabalho, salário igual e contra a intolerância patronal, além da mobilização de mulheres de muitos países pelo direito ao voto e da ação política das operárias russas que desencadearam a Revolução Russa em 1917, saindo às ruas contra a fome, a guerra e a tirania. Tendo como principais palavras de ordem eram “Pão para nossas/os filhas/os” e “Tragam nossos maridos de volta das trincheiras”.

E, em 1910, aconteceu na Dinamarca a II Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras, organizada pela II Internacional, onde Clara Zetkin propôs que as trabalhadoras de todo o mundo seguissem o exemplo das americanas e comemorassem o dia da mulher unificado sob o slogan “O voto para as mulheres vai unificar nossas forças na luta pelo socialismo”.

E por conta disso, em 1921, a Conferência das Mulheres Comunistas, da recém fundada 3ª internacional, realizada em Moscou, fixou como 8 de março o dia Internacional da Mulher.

Seguindo o exemplo destas mulheres continuamos nas ruas celebrando nossas conquistas e reivindicando os direitos que ainda nos são negados.

Por uma vida sem violência
Cotidianamente as mulheres são reféns de violência. No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem, totalizando cerca de 2 milhões por ano, e dez mulheres são assassinadas a cada dia. No Rio de Janeiro uma mulher é morta vítima de violência a cada dia. Em 2009, houveram no Estado 4.120 casos de Estupro e Atentado Violento ao Pudor ; 71.240 de Ameaça; 79.240 de Lesão Corporal Dolosa; 4.470 de tentativa de Homicídio e 5.790 casos de Homicídio Doloso.

Essa violência atinge principalmente as trabalhadoras e jovens brasileiras, especialmente as negras.

Frente a esse cenário, não vemos políticas eficazes. A criação da Lei Maria da Penha (Lei no 11.340), que institui a violência contra mulher como um crime, não tem sido suficiente. As agressões só crescem e são inúmeros os casos, desde os que ganham os jornais, ou mesmo de uma amiga ou parente que também se sentiu desprotegida pelo Estado. A lentidão da Justiça para encaminhar o processo faz com que a impunidade cresça e muitas mulheres morram. A falta de casas-abrigo para as que necessitam, de creches para as filhas e filhos, também deixa as mulheres mais vulneráveis. É necessário também a implementação de políticas de prevenção à violência, com atendimentos psicológico e assistencial, inclusive com atendimento em domicilio, quando necessário.

Por isso, também é preciso investimento para acabar com a violência. Desde que foi criada, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, tem sofrido cortes anuais no seu orçamento e em 2011 o governo federal já prometeu cortar 50 bilhões do orçamento público, significando também uma piora na qualidade da saúde, educação, etc.

Portanto as mulheres estarão na rua exigindo:

  • O fim de toda forma de violência à mulher!!
  • Aplicação da Lei Maria da Penha! Construção de casas-abrigo! Punição aos agressores!
  • Salário igual para trabalho igual!
  • Aumento de 62% do salário mínimo, rumo ao piso do DIEESE!!
  • Licença-maternidade de 6 meses a todas as trabalhadoras sem isenção fiscal!
  • Pela aplicação da lei que garante creches gratuitas e em período integral nos locais de moradia, trabalho e estudo!
  • Anticoncepcionais para não abortar. Aborto legal e seguro para não morrer!
  • Pela efetiva atenção à saúde da mulher! Saúde pública de qualidade!
  • Pela redução da mortalidade materna! Acompanhamento de qualidade antes, durante e depois do parto! Pela abertura de Centros de parto natural!
  • Pela criminalização da homofobia!
  • Pelo fim do machismo, o racismo e a homofobia!!
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Bloco “Se Benze Que Dá” agita a Maré no Carnaval

sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Notícias do Rio

Por Alan Tygel, do SOLTEC/UFRJ, com colaboração de Gizele Martins

Foto: AF Rodrigues

Foto: AF Rodrigues

Pelo direito de ir e vir. Esse é o lema do bloco Se Benze Que Dá, que há 7 anos desfila pela conjunto de favelas das Maré. Segundo os membros do bloco, “a meta principal é conseguir desfilar por todas as comunidades da Maré, derrubando os muros e barreiras visíveis e invisíveis impostos pela violência. Loucos? Se benze que dá!”.

A concentração para o desfile começou às 15h, no museu da Maré. Por volta da 17h, os tamborins começaram a esquentar e a sair pelas ruas. Nas ruas, os carros passavam e a curiosidade era nítida. À medida em que as ruas iam se apertando, ficava mais complicado controlar os vai-e-vem de carros e motos. Alguns motoristas passavam de cara amarrada e acelarando, outros mais amáveis, acenando. Com cartazes dizendo “Vem pra rua morador”, “Muro não”, “Muro é o caralho, “Exigimos respeito às favelas” e “Se benze que dá”, o bloco foi aos poucos ganhando as ruas da Maré e também seus moradores.

Foto: Luiz Baltar

Foto: Luiz Baltar

Outro lema do grupo é: “Vem pra rua morador”. Com isso, mais do que um simples bloco de carnaval entre os cerca 400 que desfilaram no Rio este ano, o Se Benze Que Dá se constitui como instrumeto de luta política. Chamar os moradores para a rua tem um significado especial dentro do conjunto de favelas da Maré. A ideia é “questionar as dificuldades de circulação interna de seus moradores entre as diferentes comunidades que constituem a Maré”, além de “interferir e transformar a sua realidade”.

A letra do samba coletivo deste ano (confira a letra completa) exalta os sete anos do bloco e lembra eventos ocorridos recentemente. Um deles foi a invasão de uma feira por um caveirão, cujo saldo foram barracas destruídas e mercadorias perdidas. O muro construído em torno da Maré também foi alvo do samba. Chamado pelo governo eufemisticamente de proteção acústica, o samba afirma: “Proteção Acústica Nossa voz não vai calar / Esse muro pra que serve? / Esconder e Maquiar”. Desta forma, juntando protesto e carnaval, o bloco afirma: “A Maré é a avenida do bloco Se Benze que Dá.”

Foto: Luiz Baltar

Foto: Luiz Baltar

Crianças e idosos eram os mais animados com a passagem do bloco. Alguns casais ficavam nas janelas, alguns se arriscavam a descer. Outros até se juntavam ao bloco por alguns metros. Saindo da Baixa do Sapateiro, o bloco cruzou as fronteiras do Parque Maré e Nova Maré, para terminar na Nova Holanda. Ao final, já com a noite caindo, dezenas de moradores se juntaram ao bloco, ao lado daqueles que haviam seguido desde o início. Para os moradores, mais uma batalha na luta por respeito às favelas e pelo direito de ir e vir; para quem veio de fora, um passeio por um mundo que vive sob a cortina midiática da violência, em que nada além dela é mostrada. A Maré é feita de gente disposta a transformar o lugar que vive, é isso que se vê estando lá.

Foto: Leo Lima

Foto: Leo Lima

Mas… quem disse que o carnaval acabou? Neste sábado (12/03/2011), tem o segundo desfile do Se Benze Que Dá. A concentração é às 16h no Museu da Maré (Av. Guilherme Maxwell, número 26, em frente ao antigo SESI). É só saltar na passarela 7 e entrar à direita de quem vem do Centro. O trajeto deste sábado começa no Museu (Baixa do Sapateiro), e segue passando pelo Conjunto Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Salsa e Merengue, Vila do João e Conjunto Esperança.

Se benze que dá!

Maiores informações em http://www.blocosebenzequeda.com. Mais fotos do bloco, em outras manifestações: http://picasaweb.google.com/sebenzequeda .

Foto: Luiz Baltar

Foto: Luiz Baltar

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Bloco Comuna Que Pariu homenageia o MST

sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Notícias do Rio

Com o samba Somos Todos Sem Terra, o bloco Comuna Que Pariu homenageou o MST e realizou sua apresentação na tarde do dia 6, domingo de carnaval. O bloco é formado por militantes do PCB e organizado pela UJC.

Além da presença de diversos militantes, este ano o bloco contou com a presença dos/as educando/as do MST do curso de Serviço Social da UFRJ. Bloco do tipo “concentra mas não sai” animou a militância que se fez presente em frente à ocupação do Manoel Congo, do MNLM, na Rua Alcindo Guanabara, Centro do Rio.Bloco Comuna Que Pariu homenageia o MST

Veja a letra do samba:

Somos Todos Sem Terra, mas que uma questão objetiva, hoje nossa opção
(Letra: Heitor Cesar R. de Oliveira e Marcos Botelho)

Sou Filho da Comuna
Bom de ginga e bom de luta
Bato no meu peito
Sou sem Terra
Sou Brasileiro

Tem Latifundiário,
Tem Usineiro
A quem diga são Heróis,
Não Passam de Grileiros

Se nossa fosse essa terra,
Íamos cultivar,
Um país novo
Começar a Brotar

Sou Filho da Comuna
Bom de ginga e bom de luta
Bato no meu peito
Sou sem Terra
Sou Brasileiro

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Moradores de Santa Cruz realizam ato contra TKCSA

sexta-feira 11 março 2011 - Filed under Notícias do Rio

Do Jornal da AdUFRJ – www.adufrj.org.br

Ao final da atividade, movimento recebeu a notícia de que a siderúrgica não receberá a licença definitiva

Manifestação teve o apoio de pesquisadores da fiocruz. Foto: Clarice Castro.

Manifestação teve o apoio de pesquisadores da fiocruz. Foto: Clarice Castro.

Moradores de Sepetiba e Santa Cruz se uniram a estudantes e movimentos sociais em ato contra a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) ligada ao grupo ThyssenKrupp, em frente ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) na última sexta-feira, 25. As denúncias dos moradores vão desde a contaminação das águas, o desmatamento do manguezal, a redução e comprometimento da pesca até a privatização dos rios e da Baía.

Segundo uma carta de repúdio produzida pelo movimento, as obras da empresa alteraram o sistema de drenagem do entorno de suas instalações e provoca alagamentos. O trem que chega com minério e que passa próximo a muitas residências é fonte de muito ruído e poeira. A carta afirma ainda que, segundo especialistas da Fiocruz, o material particulado emitido pode conter elementos que irritam o aparelho respiratório e que podem provocar até câncer.

De acordo com informações de estudos do próprio Inea, cerca de 411 moradores foram entrevistados e, desse total, 86,8% disseram que a qualidade do ar que respiram não é boa, 71% percebem a existência de poeira, 14,3% percebem fumaça e 10,1% sentem odores. Criada para se transformar na maior siderúrgica da América Latina, a siderúrgica atingiu principalmente os pescadores, que perderam as condições de pescar.

O deputado estadual Marcelo Freixo mostra os resíduos do material e da poeira inalada pelos moradores da região. Foto: Clarice Castro

O deputado estadual Marcelo Freixo mostra os resíduos do material e da poeira inalada pelos moradores da região. Foto: Clarice Castro

Entidades se solidarizam
A economista Sandra Quintela afirmou que essa questão não é apenas um problema dos pescadores e marisqueiros de Santa Cruz, mas de toda a cidade e também do Brasil: “Essa siderúrgica sozinha vai aumentar 76% da emissão de gás carbônico, que é o principal provocador do aquecimento global”. A professora Sandra Martins, que representou a Adufrj-SSind, falou da importância de se utilizar todo o conhecimento produzido na universidade em apoio a essa luta, e segundo ela, a seção sindical dará todo o apoio aos moradores da região. O estudante da Escola Politécnica Joaquim Venâncio/Fiocruz, Jorge Luis da Costa Silva, de 17 anos, denunciou o Inea por receber dinheiro da siderúrgica, o que segundo ele, tira a credibilidade do órgão que tem a função de fiscalizar. A militante do MST Nivia Regina da Silva disse que é um grande desafio enfrentar a empresa, tendo em vista o poder político e econômico que ela tem: “É de uma ousadia muito grande fazer este enfrentamento. Os pescadores e as famílias estão de parabéns. O MST e a Via Campesina querem se somar a essa luta”.

Depois de uma conversa com representantes do Inea, os moradores receberam a notícia de que a licença permanente não será concedida, mas a luta ainda está longe de terminar.

Relato dos moradores
Os moradores, além de impulsionar o ato, estiveram presentes e apresentaram suas reivindicações, além de provas de que a saúde da população local tem sido prejudicada. Cirleide de Oliveira Fernandes, moradora de Santa Cruz há 15 anos, disse que sente seu direito de viver retirado: “Santa Cruz está esquecida dentro do mapa do Brasil. Queremos nosso direito de viver”.

Aurora Liz, de 56 anos, moradora há 22 anos, sofre de sangramentos constantes no nariz, e segundo ela, desde a instalação da empresa, necessita fazer visitas regulares ao médico: “Nem mesmo a atendimento local nós temos direito. Vivemos a mercê de hospitais. Sinto como se tivesse uma agulha em meu corpo, precisamos de socorro”.

Moradora mostra os resíduos do material e da poeira inalados pela população local. Foto: Clarice Castro

Moradora mostra os resíduos do material e da poeira inalados pela população local. Foto: Clarice Castro

A diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) em Campo Grande, Eva de Jesus, que é moradora de Sepetiba disse que os estudantes tiveram suas condições já precárias acentuadas, sobretudo pela falta de ventilação nas salas de aula da região.

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