Content

Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

NOTA DE DENÚNCIA – MST-RJ

segunda-feira 23 agosto 2021 - Filed under Notícias do MST Rio

MST-RJ vem, por meio desta nota oficial, denunciar as ações do Instituto Nacional da Reforma Agrária (Incra) do Rio de Janeiro, por meio do superintendente Cassius Rodrigo de Almeida e Silva, que no dia  21/8 no Acampamento Cícero Guedes em Campos dos Goytacazes, atuou para desestruturar  a organização das famílias que lutam pelas terras da antiga usina Cambahyba.

O acampamento denominado Cícero Guedes, uma homenagem ao dirigente do MST  assassinado em 2013, completou dois meses e conta com a presença de mais 300  famílias. Muitas das  famílias que lá estão lutam por estas terras há mais de 20 anos, esperando a tão sonhada reforma agrária, e estão em busca de conquistar um espaço para reprodução da vida social e econômica, outras tantas,  que se somaram ao acampamento Cicero Guedes, são expressões do  agravamento da crise econômica, desemprego neste contexto de Pandemia provocada pela covid-19, e se somam à luta pela terra com a perspectiva de conquistar melhoria de vida. 

E não poderia ser diferente, pois a reforma agrária é uma política de desenvolvimento nacional que permite a efetivação da democracia, na medida em que contempla segmentos populacionais marcados pela vulnerabilidade social e econômica, logo efetivar a reforma agrária é garantir o estado democrático e de direito imposto por nossa Constituição de 1988..

No entanto, insiste a Superintendência do INCRA Regional do Rio de Janeiro em ignorar  tantas mazelas sofridas por estas famílias. A autarquia  competente para implementar a Política de Reforma Agrária, prefere manter o tom de ameaças de reintegração de posse e utiliza de subterfúgios para desagregar a comunidade. Alega ser ilegítima a presença destas famílias, que esperam pelo poder público há 21 anos! 

E mais grave, Ignorando que vivemos em crise sanitária sem precedentes, que em Campos se encontra com índices elevados de internação hospitalar, t o Superintendente propõe que essas famílias abandonem a área em que estão abrigadas e fiquem na beira de estrada, expondo as famílias e crianças a diversas violências e aglomeração, dizendo ser esse . o único caminho para que sejam cadastradas para futuro edital.

as o que quer o superintendente? Deslegitimar o MST? Criminalizar sua luta por reforma agrária? O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem estado neste processo de luta para que as terras da Usina cambahyba,que muito explorou a mão de obra de tantos trabalhadores e trabalhadoras, além de ter servido à ditadura empresarial-militar  ao usar seus fornos para incinerá-los. Essas terras precisam estar nas mãos de trabalhadores e trabalhadoras, produzir alimentos livres de agrotóxicos que possam chegar à mesa de tantos e tantas brasileiras. 

Ações como estas do INCRA não contribuem para a implementação de política que possibilita a tantas famílias saírem da extrema pobreza, ter acesso à vida digna e com qualidade, possam produzir seus próprios alimentos. Além de ser um ato arbitrário que vai contra a decisão da Juíza Federal ao determinar que: 

Ante o exposto, CUMPRA-SE o mandado de imissão na posse, a fim de evitar a destinação irregular dos imóveis, com a ressalva de que, em relação aos ocupantes recém acampados no local, deve o INCRA, por intermédio de sua Câmara de Conciliação Agrária e da Ouvidoria Regional, priorizar uma solução pacífica para a demanda, incluindo a possibilidade de assentamento provisório enquanto providencia o processo de seleção nos termos legalmente previstos.

Não é “solução pacífica” quando  o Superintendente  chega ao acampamento escoltado por carros da polícia federal fortemente armada e com uso de colete de balas. Se recusa a falar com a deputada estadual Renata Sousa, que se encontrava na área, se recusa a falar com as famílias, mas conversa com 3 a 4 pessoas prometendo que se elas saírem da área ganharão cestas básicas e serão contempladas com lotes, enquanto as outras que ficarem sofrerão reintegração violenta.

Esquece o superintendente que existe uma Constituição? que determina ao servidor público e todo aquele que atua como um servidor público o dever de agir com impessoalidade? Quer dizer então que a família amiga da superintendência do INCRA terá privilégios para serem escolhidas por edital? Esperamos que tenha sido um erro de interpretação dessas pessoas que conversaram em particular com o Superintendente.

Mas apesar das ameaças do INCRA, nestes dois meses em que as famílias estão se estruturando e aguardando para serem assentadas, estão com horta com produção agroecológica e já realizaram a primeira colheita. Também estão finalizando a construção da Escola, que articula tanto espaços educativos para crianças, jovens e adultos. Como forma preventiva não apenas ao Covid-19, o Setor de Saúde do MST já realizou diversas formações. Porque é assim que se dá função social à terra, é assim que se constrói a reforma agrária!

E é desse esperançar de construir uma nova vida, que as famílias do Acampamento Cicero Guedes resistirão,  porque essa terra é dessas famílias que lutam há muito tempo, que só querem plantar, produzir, colher e alimentar a nação!

 Nenhum passo atrás mas toda uma vida de luta!!! MST-RJ

2 comments  ::  Share or discuss  ::  2021-08-23  ::  pablo

No Rio de Janeiro, Acampamento Cícero Guedes completa um mês de resistência e organização

terça-feira 10 agosto 2021 - Filed under Notícias do MST Rio

resultado da organização coletiva, mais de 300 famílias sonham com a conquista da terra.

Por Pablo Vergara e Camilla Shaw Coletivo de Comunicação MST-RJ

Marcha das famílias acampadas dentro do Acampamento Cícero Guedes. Foto Clarice Lissovsky


Da Página do MST

Em uma quinta-feira, 24 de junho, centenas de famílias Sem Terras ocuparam a fazenda Cambahyba, formando o Acampamento Cícero Guedes, com um mês de resistência a ocupação já teve sua primeira grande vitória conseguindo efetivar a imissão de posse das terras da antiga Usina de Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, concedida pela Justiça Federal ao  INCRA.

O Acampamento Cícero Guedes é resultado da organização coletiva das famílias que se organizam em núcleos de bases e seus setores, com mais de 300 famílias que construíram seus barracos, uma cozinha coletiva que oferece quatro refeições diárias, com café da manhã, almoço, janta e lanches reforçados, uma farmácia coletiva garante proteção e cuidados a todas pessoas e assegura os protocolos necessários para a prevenção da transmissão do coronavírus promovendo o uso de máscaras e álcool em gel, também o setor de produção avança na implementação da horta coletiva com mudas de hortaliças agroecológicas e com um coletivo que trabalha todos os dias na sua manutenção e irrigação. A juventude do acampamento construiu uma quadra de futebol onde já teve o primeiro campeonato de futebol Cícero Guedes onde os jovens levantaram a taça!

Atividade cultural e Ato Politico – ecumênico no Acampamento Cícero Guedes. Foto Tarcísio Nascimento

Além de muito trabalho, o primeiro mês foi marcado por solidariedade e celebração das conquistas. No passado sábado 10 de julho, foi realizada a primeira atividade cultural do acampamento, iniciando com plantio da horta coletiva e ato político-ecumênico, com a presença de entidades religiosas de diversas religiões da região, atividade contou com uma marcha em fileira até os fornos da usina onde aconteceu o ato ecumênico em homenagem às vítimas de tortura e violência no campo e vítimas da ditadura militar, incinerados nos fornos da usina, relembrando também o assassinato covarde da Liderança Sem Terra Cícero Guedes, assassinado nas aproximações da usina em 2013. Diversas personalidades políticas também visitaram o acampamento como os deputados estaduais Flavio Serafini (PSOL/RJ) e Waldeck Carneiro (PT/RJ) e os vereadores Lindbergh Farias (PT/RJ) e Tarcísio Motta (PSOL/RJ).

O sonho no Acampamento Cícero Guedes é um sonho comum. São 300 famílias oriundas da luta pela terra e tem a convicção pela conquista do sua Terra, com o sonho de uma terra para produzir e plantar, sonho de um lar para ver a família crescer com saúde, segurança, nos 1300 hectares de terra que foram desapropriadas e hoje precisa da efetivação do projeto de assentamento, elaborado pelo Incra. Até aqui, chegaram no acampamento famílias que já passaram por diversos despejos violentos ao longo de 21 anos de luta pela terra na região de Campos dos Goytacazes, famílias de acampamentos que foram criminalizados e inclusive destruídos com retroescavadeira, arrasando com plantações, moradias de alvenaria e sonhos da terra para se viver, famílias que passaram anos embaixo da lona preta em acampamentos como: Mário Lagos, Oziel Alves, Madre Cristina, 17 de Abril e Luíz Maranhão, essa é a história cruel de violência contra o povo Sem Terra, de despejo e de uma ausência de política de reforma agrária. Foram exatamente 21 anos para a justiça decretar a imissão de posse de três fazendas, Saquarema, Flora e Cambahyba. As famílias sabem do seu direito e exigem que sejam assentadas já, pois só a luta popular e organização possibilitam a Reforma Agrária.Conheça mais sobre o Acampamento Cícero Guedes.

Farmácia Popular

Farmácia Popular do Acampamento Cícero Guedes, que atende as mais de 300 famílias acampadas. Foto Stefane Girassol

Hoje os acampados contam com uma Farmácia Popular, a saúde é uns dos principais eixos na organização do acampamento, desde o dia da ocupação foi designada uma equipe para cuidar dos protocolos de segurança em combate ao Coronavírus e a farmácia além de distribuir máscaras em reuniões e assembleias, dispõe de medicamentos e cuidados para ferimentos e primeiros socorros.

Horta Coletiva e bosque Marielle Franco

Mudas de árvores distribuídas e plantadas no Bosque Marielle Franco. Foto: Pablo Vergara

O acampamento já conta com uma área preparada e cultivável de 1ha com projeção de expansão, foram 2500 mudas de hortaliças plantadas e 500 mudas de árvores frutíferas distribuídas e plantadas no Bosque Marielle Franco, a produção avança na implementação de um sistema de irrigação automática de “bailarina” e está em estruturação um viveiro para produção de novas mudas. Para Adriano Gomes Alves coordenador da Horta Coletiva e do Núcleo de base 14 “Nós estamos plantando alface, alface roxa, cebolinha, rabanetes, milho, tudo consorciado e de forma orgânica, também melancia, aipim e alguns pés de frutas” relata o agricultor.

Escola do Setor de Educação 

Sem Terrinhas do Acampamento Cícero Guedes em atividade cultural. Foto Clarice Lissovsky

Está sendo organizando pelo acampamento a construção de um grande barracão da educação, a estrutura oferecerá espaço para cursos de formação e de educação do campo para as crianças Sem Terras. Estão sendo recebidas doações de materiais de construção para levantar o barracão da escola do acampamento e também depósitos da conta Pix: Sjosecarlos033@gmail.com. Está programado um mutirão coletivo para a marcar o início da construção do barracão para este sábado 1/8 seguido com uma plenária da Juventude.

Confira mais imagens do Acampamento Cícero Guedes:

*Editado por: Nieves Rodrigues

1 comment  ::  Share or discuss  ::  2021-08-10  ::  pablo

Acampamento Cícero Guedes: a resposta de justiça por 21 anos de luta pela terra

quinta-feira 15 julho 2021 - Filed under Fazenda Cambahyba + MST Sudeste + Notícias do MST Rio

O processo de luta pela terra na região tem mais de 21 anos e continua sem sua efetivação para fins de reforma agrária

Ocupação Cícero Guedes. Foto: Pablo Vergara

Na última quinta-feira (24), o MST, com cerca de 300 famílias de diversas frentes de trabalho de base, ocuparam a fazenda improdutiva Saquarema, pertencente ao Complexo de fazendas Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, após esta ser decretada oficialmente desapropriada para fins de Reforma Agrária pela justiça da 1ª Vara Federal de Campos, no dia 05 de maio junto com outras fazendas: a Flora, Saquarema e a Cambahyba pertencentes ao Complexo. Leia nota oficial aqui.

Cambahyba, Sangue, Tortura e Violencia

O processo de luta pela terra tem mais de 21 anos e continua sem sua efetivação para fins de reforma agrária. O histórico da Usina é marcado por dívidas, sangue e violência. O parque industrial da usina foi utilizado para a queima de corpos de presos políticos assassinados durante a ditadura militar, testemunhos recolhidos pela comissão da verdade ratificada por um dos mandantes e torturador. A usina também é marcada por exploração de trabalho escravo e dívidas previdenciárias. Esses elementos e uma milionária dívida com a união levaram a justiça, após 21 anos, a declarar a desapropriação das terras. 

Foto: Matheus Texeira

Cicero Guedes um Lutador do Povo Brasileiro

A ocupação foi nomeada de acampamento Cícero Guedes em homenagem ao dirigente do movimento na ocupação nas terras da Usina em 2012. Um ano apos a ocupação, o dirigente foi covardemente assassinado nas terra da Cambahyba. Cicero costumava agitar em voz alta “Reforma Agrária quando? JÁ!” o grito de ordem que mobilizou milhares de camponeses por seu sonho de ter acesso à terra.

Cícero é daquelas pessoas que deixaram um legado para humanidade, lutador pelos direitos humanos, o Alagoano sem terra ajudou a libertar milhares de camponeses submetidos à trabalhos análogo à escravidão nos canaviais, lutou pela educação do campo e sempre participou de diversas lutas com conjunto das categorias e sindicatos em Campos dos Goytacazes. Assim o Acampamento Cícero Guedes é construído por uma ampla diversidade de Sindicatos, organizações de direitos humanos e forças políticas que dão unidade no apoio e a resistencia do acampamento.

Leia mais: Júri inocenta suspeito de ser mandante do assassinato de Cícero Guedes em Campos (RJ)

Foto: Camilla Shaw

Histórico Sem Terra

A vida do acampamento começa cedo e as equipes são organizadas diariamente nos setores para a divisão do trabalho a ser realizado. No primeiro dia, esforços foram concentrados para garantir a construção dos espaços coletivos, cozinha, galpão coletivo e segurança para todas as pessoas presentes.

Em seguida, os trabalhadores e as trabalhadoras iniciam as atividades na terra de produção de alimentos em conjunto ao setor de produção onde já estão iniciando o arado das áreas coletivas. As famílias vem de diferentes perfis e frentes de trabalho, processos de acampamentos e despejos forçados, alguns netos e netas de assentados pela reforma agraria e outros que passaram anos na espera da reforma agraria embaixo da “Lona preta”.

Hoje no acampamento tem famílias oriundas da Ocupação Urbana Nova Horizonte, localizada em Guarus; acampados do Madre Cristina e 17 de abril, que ficaram em Floresta, município de São Francisco de Itabapoana; famílias despejadas pelo Porto do Açu em São João da Barra; acampados do acampamento Mario Lagos; e também os acampados do Luiz Maranhão, na fazenda Cambahyba, principalmente dos bairros próximos, Martin Laje, Campo Novo, Nova Jockey e Codim.

Foto: Stefane Girasol

Saúde e prevenção ao Coronavírus

No combate a proliferação contra Covid-19, o Coletivo de saúde organizou um ponto central para distribuição de máscaras e álcool. No acesso foi montada uma barreira sanitária que recebe os acampados cumprindo todos os protocolos em combate ao coronavírus, todas as pessoas que acessam acampamento tem que utilizar obrigatoriamente máscara PFF2 e passar álcool 70 nas mãos. Além disso, uma ou mais pessoas da equipe circulava no acampamento com álcool para reposição em cada área de trabalho e máscara em mãos.

Reforma Agrária uma Luta de Todes

Ester, assentada no assentamento popular Irmã Dorothy, em Quatis, deslocou-se do sul fluminense para fortalecer a construção do acampamento Cícero Guedes. A jovem afirma que “só com a reforma agrária a gente vai avançar com agroecologia, com alimentação saudável e com saúde e dignidade para toda nossa população brasileira”.

Segundo Luana Carvalho, da direção nacional do MST no RJ, “a partir da construção desse acampamento inicial a gente quer iniciar já a construção de um assentamento. Pressionar o INCRA [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] pra implementar as políticas públicas da reforma agrária, regularizar essas famílias que estão ocupando.”

Matheus, militante do MST-RJ, coordenador do Armazém do Campo-RJ e filho do Cicero Guedes, defende a democratização da terra e a importância de sua função social para fins de reforma agraria popular.

De acordo com o Estatuto da Terra, o Estado é responsável em promover a Reforma Agrária se a propriedade privada não cumprir com sua função social. De acordo com o segundo artigo, isso ocorre quando: “a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; b) mantém níveis satisfatórios de produtividade; c) assegura a conservação dos recursos naturais; d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem”.

Tagged:

 ::  Share or discuss  ::  2021-07-15  ::  Camilla Shaw

Após quatro meses com atividades via delivery, Armazém do Campo reabre as portas no Rio

quinta-feira 15 julho 2021 - Filed under Armazém do Campo RJ

Fotos Pablo Vergara e Tomas Veliz

Novo horário de funcionamento é de quarta a sábado; atendimento é baseado nos protocolos de segurança contra a covid

Redação Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 14 de Julho de 2021 às 17:47

Depois de passar quatro meses fechado, o Armazém do Campo reabriu as portas do casarão cor-de-rosa em que funciona na Lapa, no centro do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (14). Há quase três anos, o espaço de comercialização organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vende produtos orgânicos e agroecológicos de assentamentos da reforma agrária, empresas parceiras e pequenos agricultores.

Leia também: Armazém do Campo do MST chega a Porto Alegre com produtos da reforma agrária

A reativação do espaço físico, após a concentração das atividades no serviço de delivery pautado nos pedidos online, foi possível com o avanço da vacinação contra a covid-19 na cidade – que atingiu o percentual de 67% da população adulta imunizada com a primeira dose nesta semana. 

“Cada vez mais sentimos a necessidade do retorno da loja em pleno funcionamento e que as pessoas tenham essa referência de alimentação saudável e solidariedade. Por isso também retornamos com o funcionamento da loja com as portas abertas e a possibilidade das pessoas retornarem aos poucos a frequentar o espaço”, conta Ruth Rodrigues, coordenadora política do Armazém do Campo RJ. 

Mesmo com o avanço da imunização, a loja está funcionando com base nos protocolos de segurança contra a covid, como a obrigatoriedade do uso da máscara, a higienização das mãos com álcool em gel para manusear os produtos e o distanciamento entre os clientes.

Com a reabertura do espaço físico, as entregas em domicílio continuam a funcionar através de encomendas e abarcam o centro, a zona Zul, alguns bairros da zona Oeste e zona Norte da capital, além de toda a cidade de Niterói, na região metropolitana. Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp e pelo novo site, inaugurado nesta semana.

Fotos Pablo Vergara e Tomas Veliz

O novo horário de funcionamento do Armazém do Campo RJ é de quarta a sábado, sendo que durante a semana, de quarta a sexta, o atendimento se concentra das 10h às 17h30. Já no sábado, o horário é das 10h às 15h30. 

Campo e cidade

O Armazém do Campo teve as atividades iniciadas no Rio de Janeiro em setembro de 2018 com o objetivo de escoar a produção de alimentos do MST no estado. Estabelecido em diversas capitais do país, a rede de lojas pretende aproximar a população do debate sobre a alimentação saudável no dia a dia.

Para Ruth Rodrigues, o espaço tem o papel fundamental para criar uma ponte entre o campo e a cidade ao introduzir a discussão sobre a necessidade da reforma agrária no país, além de tornar acessível alimentos agroecológicos, não transgênicos e sem agrotóxicos para a população em geral.

“O Armazém convida todas as pessoas a se alimentarem com comida de verdade, a discutirem as pautas ambientais e também a solidariedade. Com cooperação e organização das famílias assentadas e acampadas do estado e das cooperativas nacionais além do apoio das pessoas tem sido possível estabelecer esse projeto”, conclui.

Edição: Mariana Pitasse

 ::  Share or discuss  ::  2021-07-15  ::  pablo

Quilombolas e sem terras cultivando sementes e lutas em Quatis

segunda-feira 5 julho 2021 - Filed under Sem categoria

por Gabriel Amorim

Coletivo de Comunicação MST-RJ

Compartilhar o alimento, o conhecimento e a solidariedade foi o que marcou a visita do MST ao Quilombo Santana, em Quatis, no sul fluminense. Na manhã deste último sábado (03/07) companheiras e companheiros do assentamento Irmã Dorothy, do mesmo município, estiveram no território quilombola para conversar e pensar juntos possibilidades de fortalecimentos da luta na região. Pois, semelhante ao assentamento Irmã Dorothy, o Quilombo Santana também sofre com os ataques do INCRA em seu processo de luta de mais de vinte anos para a conquista da terra e reconhecimento das famílias.

Foram os primeiros passos para se atualizar sobre as realidades de cada comunidade, e pensar possibilidades conjuntas nas lutas da questão agrária e de regularização fundiária, na produção, comercialização, infraestrutura, cultura e educação. Questões que são importantes para a resistência e auto organização de todo territórios e comunidades para que produza e viva com soberania. Também se conversou sobre as sementes crioulas, sua reprodução e cuidado em bancos de sementes para plantio e trocas entre comunidades. Assim como a alfabetização de jovens e adultos, o intercâmbio de experiências, formações e conhecimentos em cultivos e processos produtivos, trabalhando metodologias onde o povo aprende com o povo.

Celebrando este momento também foi entregue à comunidade uma rama de mandioca Pão do Chile, de assentamentos do norte do estado e que está sendo reproduzida no assentamento Irmã Dorothy. E sementes crioulas do feijão Karukando, produzido no PDS Osvaldo de Oliveira e no Acampamento Edson Nogueira, em Macaé, e que agora a juventude do quilombo poderá reproduzir e cuidar.

Só a aliança de quilombolas, pequenos agricultores, sem terras pode fazer frente ao avanço dos ataques do ultraliberalismo e deste governo genocida de Bolsonaro e Guedes, lutando por terra e território para produzir resistência, saúde, alimentos, solidariedade, trabalho coletivo e um povo forte.

 ::  Share or discuss  ::  2021-07-05  ::  Gabriel

MST inaugura site de comercialização Terra Crioula no Sul Fluminense

terça-feira 29 junho 2021 - Filed under Notícias do MST Rio + Terra Crioula

Por Gabriel Amorin

Coletivo de Comunicação MST-RJ

No último domingo (20), as famílias assentadas do MST na região Sul Fluminense passaram a contar com um sistema de comercialização das Cestas da Reforma Agrária, é o site Terra Crioula. Os pedidos foram abertos de domingo a quinta-feira, e as entregas foram feitas em quatro sedes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE) em Volta Redonda, Barra Mansa, Resende e Quatis/Porto Real.

O processo de comercialização no território é organizado pelo Coletivo Alaíde Reis, mantendo vivo o nome de Seu Alaíde, um histórico e saudoso militante do movimento na região. Reunindo núcleos de famílias dos assentamentos Terra da Paz, Roseli Nunes e Irmã Dorothy, o coletivo conta com uma produção diversificada em mais de cem itens, entre verduras, ervas, raízes, grãos, laticínios e beneficiados caseiros.

Desde 2016 o coletivo desenvolve sua estratégia de organização da produção e cooperação na comercialização, organizando-se a partir de experiências de comercialização direta como cestas, feiras locais e a Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, realizada anualmente na capital do estado. Nesse processo local, tem sido importante a relação de apoio mútuo com os as trabalhadoras e trabalhadores da educação que compõem o SEPE na região. Pois a organização dos trabalhadores da cidade para adquirirem a produção do pequenos agricultores organizados no campo é fundamental para o fortalecimentos das alianças entre o povo do campo e da cidade. Essa relação entre o MST e o SEPE na região busca ir para além da comercialização, construindo um trabalho político conjunto, com a organização de visitas, confraternizações e mini vivências dos “cestantes” nas áreas de produção.

O site de comercialização, por sua vez, é consequência dos acúmulos do MST na organização do Espaço de Comercialização Terra Crioula, entre 2017 e 2019, no Centro do Rio de Janeiro. Um espaço quinzenal onde os coletivos de produção e comercialização dos assentamentos e acampamentos do estado comercializavam sua produção em bancas de feira no espaço e na Cesta da Reforma Agrária. Também eram realizadas atividades culturais, de comunicação, rodas de conversa, almoços da Culinária da Terra, produção de camisas pelo coletivo de serigrafia e oficinas. E formações com base em tecnologias sociais com membros dos coletivos regionais ali presentes, contribuindo com a cooperação e organização dos processos organizativos locais. O nome Terra Crioula é também a identidade social da produção do MST no estado. Elaborada em 2010, carrega as simbologias da terra e da identidade “crioula” na diversidade latino-americana dos povos e comunidades do campo e das florestas, propondo uma outra relação entre quem produz e quem consome, e reforçando os valores da produção fruto de trabalho coletivo e cooperado e auto-organização dos territórios.

É a partir dessa política do movimento para a comercialização na capital que se desenvolve a proposta do site, elaborado pela equipe de estudantes e professores do TIC-DEMOS (Tecnologias da Informação e Comunicação, Democracia e Movimentos Sociais), um projeto do SOLTEC/NIDES/UFRJ. Buscando solucionar a demanda de otimizar o processamento de pedidos da Cesta da Reforma Agrária neste espaço, reduzindo o trabalho que era feito manualmente com planilhas e aplicativo de celular, e contribuindo em uma melhor organização e envolvimentos de mais “cestantes”.

Agora o movimento busca implementar este sistema de comercialização das Cestas da Reforma Agrária nas regiões do estado, e também está em fase de desenvolvimento do sistema para utilização no Armazém do Campo, no Centro da Cidade do Rio. Contribuindo com a otimização do trabalho e maior divulgação das cestas organizadas pelos coletivos do movimento nos territórios.

Além de gerar menos trabalho para o processamento dos pedidos, que geralmente são feitos por aplicativo de celular ou formulário online internet, o site possibilita inserir variados conteúdos como fotos e diversos tipos de informações sobre os produtos, como receitas e ingredientes. Além de conteúdos sobre o histórico do coletivo, perguntas frequentes, entre outros. Ou seja, o site também contribui com a propaganda, difusão e reunião de informações sobre a produção que muitas vezes podem estar dispersas, e informando sobre as propriedades de algum alimento, que muitas pessoas podem desconhecer. O sistema também pode auxiliar a produção pois gera planilhas com os dados das vendas, por produtos e suas categorias, quantidades, valores de venda, totais comercializados num dado período etc.

No momento, o site Terra Crioula está sendo utilizado na região sul, com vendas mensais em quatro municípios. Os resultados já são sentidos, mas seguem os desafios para avançar em outras regiões, ao passo das realidades locais, o que demanda também estrutura, como computadores, energia elétrica estável e internet. Além de cada vez maior organicidade planejamento dos coletivos e formação de pessoas para gerir o sistema, que também está em permanente processo de ajuste e adaptação à realidade dos coletivos.

O desenvolvimento do site é uma ação que se insere e dialoga dentro de um conjunto do planejamento do MST para a comercialização no estado. O que demanda também a luta permanente pelas devidas políticas de estruturação e de garantia de permanência dos assentamentos, que não são cumpridas por parte do INCRA e governos. Na região, por exemplo, o assentamento Irmã Dorothy encontra-se em campanha de resistência contra a tentativa do INCRA e do Estado de expulsar as famílias da terra. Mas são os movimentos sociais do campo e da cidade os que têm trabalhado e lutado para apresentar propostas para combater a vida cara, a fome, a miséria e falta de acesso à moradia impulsionadas pelas políticas genocidas de Bolsonaro e Guedes. E o MST tem contribuído com esse processo com a produção de alimentos saudáveis para o povo e solidariedade na luta pela Reforma Agrária Popular.

O site Terra Crioula pode ser acessado no endereço https://terracrioula.mst.org.br

Lutar, construir reforma agrária popular!

 ::  Share or discuss  ::  2021-06-29  ::  Clivia Mesquita

Por que ocupamos as terras da usina Cambahyba?

quinta-feira 24 junho 2021 - Filed under Fazenda Cambahyba + Notícias do MST Rio

Há 25 anos o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marca sua trajetória no Rio de Janeiro com a ocupação de terras das fazendas da falida usina Capelinha, em Conceição de Macabu. A ocupação se deu em resposta ao latifúndio improdutivo e ao massacre do Eldorado dos Carajás, onde 21 Sem Terras foram assassinados pelo governo do estado (PSDB) no Pará em abril de 1996. No ano seguinte o MST-RJ se consolidou com a ocupação da usina São João em Campos dos Goytacazes (RJ) dando origem ao assentamento Zumbi dos Palmares, onde mais de 500 famílias conquistaram sua terra para viver e produzir alimentos.

Hoje, 24 de junho de 2021, 300 famílias ocupam uma das fazendas que pertence ao Complexo de Fazendas Cambahyba, após esta ser decretada oficialmente desapropriada para fins de Reforma Agrária pela Justiça da 1ª Vara Federal de Campos no dia 5 de maio junto com outras fazendas, a Flora, Saquarema e a Cambahyba pertencentes ao Complexo.

Nasce assim o Acampamento Cícero Guedes, construído com o apoio de diversas organizações, sindicatos, entidades de Direitos Humanos, entidades religiosas, partidos políticos, movimento estudantil, movimentos sociais do município de Campos dos Goytacazes e também entidades nacionais.

As famílias que participam da ocupação são oriundas de diversos territórios de resistência da região e processos de lutas atuais e anteriores, como os agricultores de São João da Barra despejados no Porto do Açu, trabalhadores do corte de cana de Floresta, Ocupação Nova Horizonte em Guarus, Trabalhadores do bairro da Codin e do antigo acampamento Luís Maranhão.

A história da Usina Cambahyba é a expressão da formação da grande propriedade e da exploração da força de trabalho e do meio ambiente no Brasil. É uma história de violência marcada pela resistência dos trabalhadores e trabalhadoras.

Há mais de 20 anos, o MST luta pela desapropriação do Complexo Cambahyba, que desde 1998, através de decreto presidencial, foi considerada improdutiva por não cumprir sua função social.

Essas terras pertenceram ao ex-vice-governador do estado, Heli Ribeiro Gomes (1968), e a ausência de função social da terra se fazia diante da manutenção de trabalho análogo à escravidão, degradação do meio ambiente, exploração do trabalho infantil, além de acumular dívidas trabalhistas e previdenciárias milionárias com a União.

Não foram poucas as ocupações e as mobilizações para que o direito à desapropriação das terras da Cambahyba se realizasse. Foram muitos os momentos que nos levaram à praça São Salvador para que o judiciário federal finalmente reconhecesse a improdutividade e garantisse a imissão de posse ao INCRA. Exatos 21 anos de luta, de perdas, mas também de resistência e esperança de que essas terras seriam dos trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra.
Por isso, ocupamos a Cambahyba! Ocupamos pela memória daqueles que foram silenciados e desaparecidos pela desumanidade do poder.

Daqueles que foram torturados, assassinados na Ditadura empresarial-militar e tiveram a conivência da Cia Usina Cambahyba permitindo que seus fornos fossem utilizados para incinerar 12 corpos de presos políticos e opositores do regime. Dentre eles, Luís Maranhão, Fernando Santa Cruz e Ana Rosa Kucinski.

Ocupamos as terras da Cambahyba para exigir justiça para Cícero Guedes, grande liderança do MST que lutou ativamente para ver o chão conquistado e as famílias trabalhadoras com melhores condições de vida. Também em homenagem à Dona Neli, Seu Toninho, Edson Nogueira, Renilda e Dona Regina que doaram suas vidas e batalhas
pelo tão sonhado direito à terra, efetivação da reforma agrária e pelo fim do trabalho escravo nos latifúndios açucareiros em Campos dos Goytacazes.

Ocupamos as terras da Cambahyba para exigir democracia, terra para produzir comida saudável para todas as trabalhadoras e trabalhadores pobres do campo e da cidade que vem sofrendo as consequências da pandemia de Covid-19 negligenciada pelo governo. Ocupamos a Cambahyba cumprindo todos os protocolos de saúde porque queremos vacinas para todas, todes e todos. Reforçamos as práticas de saúde em relação ao distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel. Nos levantamos para denunciar o governo genocida de Jair Bolsonaro com mais de 500.000 mil mortes de brasileiras e brasileiros.

Ocupamos a Cambahyba porque ela é um patrimônio público da memória, de resistências das famílias de trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra que nada mais querem do que a efetividade da Constituição que impõe a reforma agrária para terras improdutivas.

Em nenhum momento tivemos dúvidas de que se tratava de um latifúndio improdutivo marcado pela exploração do trabalho, impactos ambientais e comprometimento com a ditadura empresarial-militar que manchou nossa história.

Nossa Luta é uma luta de todas e todos, viva o Acampamento Cícero Guedes pela vida digna, vacina no braço, comida no prato!
Ditadura Nunca Mais!
Fora Bolsonaro!
Viva o Acampamento Cícero Guedes!
A CAMBAHYBA É NOSSA!


24 de junho de 2021
Direção Estadual do MST-RJ
Imprensa: 21-980948624 / 22-988315760

 ::  Share or discuss  ::  2021-06-24  ::  Clivia Mesquita

Educação do Campo é tema do podcast Terra Crioula

terça-feira 22 junho 2021 - Filed under Notícias do MST Rio + Podcast

Ouça o podcast no canal Terra Crioula no youtube ou nas plataformas de áudio digitais

Pública, gratuita, de qualidade e libertadora! O episódio #8 do podcast Terra Crioula debate o projeto de educação que queremos para a classe trabalhadora. Políticas públicas, os desafios que a educação enfrenta na pandemia e a experiência do MST com o método de alfabetização cubano “Sim, eu posso” também são tratados pelas entrevistadas.

Nossas convidadas Luana Carvalho da Direção Nacional do MST e Cida Lobato do Setor de Educação do MST-RJ falam sobre a relação da luta pela terra e o direto à educação. Com participações especiais de dona Delira, assentada do PDS Osvaldo de Oliveira, e interpretação de Márcia Ramos da canção “Construtores do futuro” de Gilvan Santos.

Ouça nas plataformas digitais:
Spotify | Anchor | RadioPublic | Breaker | Apple Podcasts

Acompanhe nas redes sociais:
Instagram @terra_crioula
Facebook.com/MST.Rio.RJ
Twitter @rj_mst

> O podcast Terra Crioula é uma parceria do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e o Setor de Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra do Rio de Janeiro (MST-RJ)

 ::  Share or discuss  ::  2021-06-22  ::  Clivia Mesquita

NOTA DO MST RJ SOBRE A DESAPROPRIAÇÃO DA CAMBAHYBA

quarta-feira 2 junho 2021 - Filed under Fazenda Cambahyba + MST Sudeste + Notícias do MST Rio

Foi com alegria que recebemos a notícia da decisão pela imissão de posse da Cia Usina Cambahyba. Foram mais de 21 anos lutando pela desapropriação dessas terras que marcam a história de Campos mas também a história do país.

Em nenhum momento tínhamos dúvidas de que se tratava de um latifúndio improdutivo marcado pela exploração do trabalho, impactos ambientais e comprometimento com a ditadura empresarial-militar que manchou nossa história.

Lutamos pela desapropriação, enfrentamos constantemente ações de reintegração de posse, violentas, como a que ocorreu onde seu Antônio, grande guerreiro, foi arrastado pela polícia.

A história da Usina Cambahyba expressa a formação da grande propriedade no Brasil. É uma história de violência, mas de resistência dos trabalhadores e trabalhadoras.

Nas terras da Cambahyba muitos tombaram na luta pela terra. Seus sulcos são atravessados pelo sangue dos trabalhadores. Dentre eles, Cícero Guedes, grande liderança, que nunca desistiu de de lutar pela Cambahyba, pela reforma agrária e por uma sociedade justa!

Por isso, nós, trabalhadores e trabalhadoras do MST/RJ, não abandonamos nunca a luta pela Cambahyba, porque é nossa história, é nossa resistência, é a nossa capacidade de irresignação diante da injustiça do latifúndio, é pela memória dos lutadores e lutadoras, como Cícero, Neli, Seu Antonio que nos legaram sementes que reafirmamos:

A Cambahyba é nossa, é d@s trabalhador@s sem terra que romperam as cercas e construirão uma nova história nas terras da Cambahyba!

REFORMA AGRÁRIA JÁ!!!

Rio de janeiro, 01 de junho de 2021

1 comment  ::  Share or discuss  ::  2021-06-02  ::  pablo

Dandara dos Palmares: 18 anos cultivando lutas no norte fluminense

quarta-feira 26 maio 2021 - Filed under Notícias do MST Rio

Há 18 anos, no dia 25 de Maio de 2003, o latifúndio da Fazenda Santana / Betel deixava de ser improdutivo e ganhava o nome da guerreira quilombola Dandara dos Palmares. Fruto da luta de dezenas de famílias Sem-Terra, garantindo função social da terra em Campos dos Goytacazes. Onde antes só tinha gado e cana destruindo o solo e explorando o povo pro latifundiário ficar mais rico, hoje tem produção agroecológica e árvores frutíferas de vários trabalhos coletivos do MST.

E esta data de luta foi celebrada no último domingo (23/05), em uma ação simbólica de plantio de 250 mudas nativas da mata atlântica realizada por jovens do Coletivo Sementes do Dandara, do Coletivo de Fitoterápicos e do Coletivo de Comercialização Terra Crioula Norte Fluminense. Contou também com a presença de uma companheira da Comissão Pastoral da Terra (CPT), um importante aliado histórico presente desde a ocupação do território.

A ação se integra também ao Plano Nacional de Plantio de Árvores e Produção de Alimentos Saudáveis do MST, que tem por objetivo realizar a recuperação de áreas degradadas através de Agroflorestas e da Agroecologia.

As lutas de ontem frutificam hoje com a juventude do Dandara dos Palmares, subindo agrofloresta e se organizando coletivamente para produzir, se auto-organizar e combater a sanha do projeto de morte do agronegócio. Viva o assentamento Dandara dos Palmares! Que venham mais 18 anos!

#TodosPelaReformaAgraria #25AnosMSTRJ

 ::  Share or discuss  ::  2021-05-26  ::  pablo