Há 3 anos o legado da vereadora Marielle Franco inspira as lutas populares no Brasil e pelo mundo afora. Exigimos Justiça pelo seu brutal assassinato e do motorista Anderson Gomes, quem mandou matar Marielle e Anderson e por quê?
Ao longo do mês de março, como parte da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra em 2021, o MST plantou árvores em homenagem à vereadora. Os Bosques Marielle Franco no Rio de Janeiro foram construídos a muitas mãos em diversos espaços, Assentamentos e Acampamentos com apoio da Justiça Global, Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal no Rio de Janeiro (SISEJUFE), Mutirão Bem Viver e Campanha Nós por Nós.
No Aterro do Cocotá, na Ilha do Governador (RJ), inauguramos o Bosque Marielle no dia 14 de março celebrando sua memória com esperança de que suas sementes continuem florescendo. Todas as ações foram realizadas conforme as normas sanitárias, no ar livre, com distanciamento e uso de máscara.
Na Unidade Pedagógica de Agroecologia do Acampamento Edson Nogueira, em Macaé, uma roda de conversa relembrou a vida de Marielle Franco e sua trajetória como defensora dos Direitos Humanos. Na parte da tarde, o plantio de árvores foi realizado na frente da escola. Foram plantadas mudas de acerola, jaca, cajá, graviola, coco, mamão e cana. Abacate, manga, cana e plantas ornamentais também compõem o Bosque. O Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, também em Macaé, plantou mais 20 árvores.
Ipê, abacate, laranja, limão, romã e café fazem parte do Bosque Marielle Franco construído no Assentamento Dandara dos Palmares, em Campos dos Goytacazes. Participaram da inauguração a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Sindipeteo NF, com o coletivo de saúde.
Com muita alegria e espírito de luta, os trabalhadores rurais Sem Terra do Sul Fluminense juntamente com o CRAS iniciaram a construção do Bosque Marielle Franco na área ao redor da cachoeira no Assentamento Irmã Dorothy, em Quatis. Foram plantadas mudas ipês, arueiras e árvores frutíferas. O projeto vai reflorestar toda margem da cachoeira, e transformar em um exuberante Bosque para que toda comunidade desfrute da área de lazer. O Assentamento Terra da Paz, em Piraí, e Maricá também vão construir Bosques Marielle Franco.
Ditadura nunca mais! Na madrugada do dia 1 de abril, data do golpe militar de 1964, MST e trabalhadores da educação de Maricá bloquearam a RJ-106 para que nunca se esqueça dos assassinatos de ontem e de hoje.
Os assassinos de ontem formaram os de hoje, por isso seguimos sem esquecer nem perdoar nesses 57 anos do golpe empresarial-militar de 1964, que aprisionou o país em um porão por 21 anos (1964-1985). Um golpe de estado com apoio do imperialismo, assim como foi em outros países da América Latina naquele período. E no Brasil contou também com apoiadores e financiadores nos setores da classe dominante, como empresários, latifundiários e os principais veículos de comunicação.
No campo e nas florestas foram mais de 2000 assassinados por policiais e pistoleiros de latifundiários, entre indígenas, camponeses, e lideranças engajadas na luta pela terra e reforma agrária. Familiares foram perseguidos e torturados, além de advogados, religiosos de pastorais, jornalistas e militantes de oposição sindical que apoiavam a luta camponesa.
Após 57 anos os aparatos da ditadura nunca se desmontaram completamente, e se mostram cada vez mais presentes no governo genocida de Bolsonaro, que segue declarando guerra ao povo e entendendo os movimentos populares como inimigos internos. São mais de 300 mil mortos nessa grave crise de saúde e social, responsabilidade direta deste governo negacionista que conta com mais de 6.100 militares em cargos, teve a desastrosa atuação de um general no ministério da saúde e tendo o novo ministro da defesa, também general, emitindo uma nota de comemoração do golpe empresarial-militar. Enquanto isso, o povo segue sofrendo cada vez mais com a vida cara, com fome e morrendo sem vacinas em filas de espera por vagas em UTI.
No jogo que as classes dominantes querem impor, elas nunca podem perder. E para isso elas têm uma carta que “mata” todas as outras. É a repressão, a ditadura. O capitalismo ultraliberal, assim como o agronegócio, não vai dar solução para os problemas do povo, vai gerar cada vez mais desigualdade social, miséria e morte. São os assassinos de ontem e hoje que buscam se perpetuar no país, os escravocratas, os ditadores e torturadores, latifundiários e jagunços, os genocidas do povo.
Por isso dizemos ditadura nunca mais! Vacina para todos e todas! Organizar os territórios na luta pela terra e Reforma Agrária Popular! Em defesa das águas, florestas, sementes crioulas e gerando vida!
Com o agravamento da pandemia, a expectativa é aumentar o volume de pedidos e contribuir para que a população carioca fique em casa
Por Coletivo de Comunicação MST-RJ
O Armazém do Campo RJ decidiu que o espaço físico da loja, localizado no Lapa, vai ficar fechado até o dia 26 de abril. As entregas em domicílio de produtos do MST serão reforçadas nesse período, funcionando de terça a sábado no Rio de Janeiro. No momento mais crítico da pandemia, a equipe espera atender mais consumidores e parceiros interessados em adquirir os alimentos da Reforma Agrária de forma segura. A expectativa também é contribuir para que a população carioca fique em casa.
Em nota, o Armazém RJ afirma que o mais importante é salvar vidas. E que o fechamento da loja por um mês é um gesto de solidariedade às famílias dos 300 mil mortos por Covid-19. A medida vai além das previstas em decreto para conter o avanço da doença no município do Rio. A partir desta sexta (26), os serviços não essenciais da cidade fecham as portas somente por dez dias.
“Estamos passando por um momento muito difícil da pandemia, quando o número de mortes só aumenta, leitos disponíveis quase já não existem mais na rede pública e privada, e os nossos governantes continuam minimizando e buscando saídas paliativas, que não enfrentam de fato o caos na saúde e a crise social que vivemos, afetando cada dia mais trabalhadoras e trabalhadores, em especial, mulheres chefes de família, ambulantes, negras, negros e favelados”, diz a nota.
Há 2 anos, a rede Armazém do Campo inaugurou a terceira loja de produtos do MST do país no coração da Lapa. O espaço é referência em alimentação saudável, arte, cultura e política. Local de encontros, resistência e comercialização dos mais diversos produtos da Reforma Agrária Popular e empresas parceiras, o Armazém também realiza ações de solidariedade. A Marmita Solidária, por exemplo, já distribuiu mais de 3 mil refeições para trabalhadores informais e pessoas em situação de vulnerabilidade no Rio. Desde o início da pandemia, a loja restringiu o acesso do público e adotou medidas sanitárias preventivas.
Serviço
O sistema de entregas do Armazém do Campo RJ funciona por meio de um formulário aberto duas vezes por semana. Entre as opções, legumes, frutas e verduras frescas, leite, arroz, feijão, café, bebidas prontas, grãos, cereais e farinhas. O pedido mínimo é de R$70 e o frete varia de acordo com a região da cidade. Produtos de higiene e acessórios como bonés e camisas também estão disponíveis para o público em cada pedido. Mais informações na página do Facebook Armazém do Campo RJ e pelo Instagram @armazemdocampo.rio.
Leia a nota completa:
Car@s companheir@s e consumidores, informamos que a partir do dia 26 de março até o dia 26 de abril manteremos o espaço físico do Armazém do Campo fechado, funcionando apenas com entregas.
Estamos passando por um momento muito difícil da pandemia, quando o número de mortes só aumenta, leitos disponíveis quase já não existem mais na rede pública e privada, e os nossos governantes continuam minimizando e buscando saídas paliativas, que não enfrentam de fato o caos na saúde e a crise social que vivemos, afetando cada dia mais trabalhadoras e trabalhadores, em especial, mulheres chefes de família, ambulantes, negras, negros e favelados.
Para nós, o mais importante neste momento é salvar vidas, por isso tomamos a decisão do fechamento como gesto de solidariedade a todas as famílias que perderam seus entes queridos e para contribuir no entendimento da população de que é preciso ficar em casa.
No entanto, pedimos a todos e todas que não deixem de consumir e colaborar com o projeto Armazém do Campo, essa pandemia também tem nos colocado numa situação difícil para manter todos os custos em dia. Continue pedindo, comprando através do nosso WhatsApp (21) 99702-9303. Estaremos entregando alimentos saudáveis todos os dias da semana!
Alteração da política de reforma agrária pode excluir famílias Sem Terra que moram no Irmã Dorothy, no Sul Fluminense, há 15 anos
Por Coletivo de Comunicação MST-RJ
A Medida Provisória nº 759, também conhecida como MP da Grilagem, editada pelo então presidente interino Michel Temer em 2016, alterou diversos pontos da política de reforma agrária. Como toda Medida Provisória, a MP da Grilagem tinha prazo de validade. No entanto, em 2017 ela é convertida na Lei nº 13.465, passando a ser definitiva.
Entre uma série de mudanças, a nova lei agrária altera o processo de seleção das famílias Sem Terra. É nesse contexto que mais de 50 famílias do assentamento Irmã Dorothy, em Quatis, localizado no Sul Fluminense, estão apreensivas em plena pandemia. Elas temem a possibilidade de serem excluídas dentro dos novos critérios que estabelecem um sistema de pontuação das famílias.
Segundo Edneia Pinto, coordenadora regional do MST, a última visita do INCRA em dezembro gerou instabilidade no Irmã Dorothy. “Vieram falar que não reconheciam ninguém como morador. Algumas famílias ficaram tão apreensivas que foram embora ou alugaram casa na cidade com medo do que possa acontecer”.
Pela regra antiga, a seleção das famílias para a reforma agrária não era feita por edital público e só poderiam participar as famílias acampadas no Irmã Dorothy ou que estivessem aguardando em outros assentamentos. A partir de 2017, podem participar da seleção qualquer pessoa que more em municípios vizinhos. Barra Mansa, Passa Vinte (MG), Porto Real, Resende e Valença podem se candidatar a um lote do assentamento Irmã Dorothy.
“Aqui temos muitos idosos, temos receio que famílias com mais força de trabalho passem por acima no edital, mas nós vamos vencer essa luta. Estamos organizados em núcleos e certos de que ou assenta todo mundo ou não assenta ninguém”, completa Edneia, coordenadora regional e moradora do Irmã Dorothy.
Ela explica que o assentamento é resultado da junção de acampamentos que acabaram se desfazendo ao longo dos anos na região. As famílias que estão desde o início da ocupação passaram por fases difíceis e de muita luta, chegando a morar embaixo de lonas, mas sempre se mantiveram unidas. É por isso que o lema “Não apaguem nossa história! Todas as famílias assentadas já” foi definido em assembleia para enfrentar esse momento.
Histórico
O processo de construção do Irmã Dorothy teve início em 2004, quando o INCRA começa a verificar se a Fazenda da Pedra era um latifúndio improdutivo. Em fevereiro de 2005, uma equipe do INCRA vai à fazenda, constata a improdutividade do imóvel e recomenda sua desapropriação para fins de reforma agrária.
Alguns meses depois, organizadas junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e ao Sindicato de Trabalhadores Rurais de Barra Mansa, as primeiras famílias ocuparam a Fazenda da Pedra para pressionar pela criação do assentamento no local.
Durante 9 longos anos, uma decisão judicial obrigou as famílias do Irmã Dorothy a permaneceram em uma pequena área correspondente a 2% do imóvel. Em 19 de outubro de 2006 foi publicado o Decreto Presidencial que autorizava a desapropriação da Fazenda da Pedra. Ainda naquele mês, os procuradores do INCRA entraram com a ação judicial de desapropriação.
Apesar da lei estabelecer prazo de 48 horas para imissão na posse pelo INCRA, essa só veio a acontecer oito anos depois, em outubro de 2014. Mesmo assim, o assentamento só foi criado oficialmente em setembro de 2015 e desde então nenhuma família foi cadastrada.
Com o início da pandemia, a produção de alimentos do assentamento Irmã Dorothy também ficou direcionada para as ações de solidariedade. Além da Marmita Solidária, que distribuiu mais de 1.400 refeições em Resende, o assentamento já organizou Feiras Popular e o Sopão Solidário. Alimentos saudáveis da Reforma Agrária como rúcula, couve, limão, goiaba e aipim chegaram à mesa de funcionários públicos, ao hospital São Lucas e famílias em situação de vulnerabilidade.
É com pesar que informamos que o Assentado Sr. Roberto Barbosa Machado, do Assentamento Dandara dos Palmares, localizado em Campos dos Goytacazes, região Norte do RJ, faleceu esta manhã. A causa da morte está em investigação, e estamos aguardando o resultado da análise. Sr. Roberto se une ao MST na região, nos anos de 2002, quando vê a perspectiva de acesso à Terra, em uma região marcada pela concentração de terras no entorno das usinas sucroalcooleiras, com a exploração máxima de trabalhadores e trabalhadoras rurais. A Luta pela Reforma Agrária para muitos destes trabalhadores passa a ser sua esperança de liberdade da exploração do capital. Antes de chegar à antiga fazenda Betel, hoje Dandara dos Palmares, as famílias ficaram meses na beira da estrada, na frente da Usina Cana brava. No dia da ocupação, Sr Roberto foi um dos que ajudaram na entrada da Fazenda, na resistência, e na consolidação do assentamento.
Todos nos MST/RJ nos sentimos entristecidos, e nos solidarizamos com a família do Sr. Roberto.
Ouça no podcast Terra Crioula o episódio “Mulheres contra os vírus e as violências”, especial para a semana da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra! Tem poesia, informação e entrevista com a Lisbet Julca, do Setor de Gênero do MST em São Paulo sobre o enfrentamento da violência contra mulher no campo, a participação das Mulheres Sem Terra nos espaços organizativos e como a Reforma Agrária Popular combate o patriarcado.
sexta-feira 12 março 2021
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Com grande pesar, MST se despede de Joaquin Piñero
É com grande pesar que nos despedimos do companheiro Valquimar Reis, nosso estimado Joaquin Piñero ou Kima, como era carinhosamente chamado pela militância Sem Terra. Joaquin faleceu na noite desta última quinta-feira (11/3), após complicações em seu estado de saúde.
Rondonense, flamenguista, iniciou sua militância no MST em São Paulo e dedicou mais de 20 anos de sua vida na luta pela terra, pela Reforma Agrária Popular e por uma sociedade mais justa para a classe trabalhadora. Atuou em diversos setores, estados e missões internacionalistas no MST.
Violeiro, poeta, sempre nos encantou com sua moda enluarada, e era um apaixonado pelo samba.
Desempenhou várias atividades dentro do MST, entre elas relacionadas as tarefas internacionalistas, sendo nosso representante na Articulação dos Movimentos Populares da ALBA, participando de inúmeros processos importantes na América Latina.
Em certa ocasião teve uma prisão injusta, que roubou muitos meses de sua vida. Mesmo assim não desanimou, era exemplo de persistência e otimismo. Joaquin organizou um cursinho supletivo na cadeia e passou a ser conhecido pelos presos como “Professor!”. Todos seus alunos na turma passaram.
Nos últimos anos de sua vida atuou no Rio de Janeiro, dedicado nas articulações em diversos setores da sociedade. Estudou Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) através de uma turma especial do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Joaquin estava assentado no Irmã Dorothy, em Quatis, no interior do Rio.
A alegria, o companheirismo, o amor com a família e compromisso com a luta são algumas características de Joaquin. Sempre muito querido por todos ao seu redor foi um militante dedicado, movido por grandes sentimentos de amor, como nos legou Che Guevara.
Joaquin deixa duas filhas e uma companheira amada, as quais estendemos toda a nossa solidariedade neste momento de dor. A família Sem Terra perde um dos seus membros valorosos e reafirmamos o compromisso de nos mantermos na luta pela emancipação da classe trabalhadora.
O MST está de luto, mas honrará seu legado de militância e dedicação.
Rio de Janeiro, 12 de março de 2021 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Marmita Solidária entregou refeições para trabalhadoras informais e ações cobraram Auxílio Emergencial, Vacina e Fora Bolsonaro
Coletivo de Comunicação MST-RJ
O mês de março, tradicionalmente, dá início ao calendário de lutas do ano com o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Com o agravamento da pandemia e a necessidade de reforçar os cuidados com a saúde e o distanciamento social, as mulheres Sem Terra organizaram no Rio de Janeiro atividades virtuais, ações de solidariedade, homenagens e protestos sob o lema “Mulheres na luta pela vida! Fora Bolsonaro! Vacina para todos e auxílio emergencial já”.
O dia 8 de março começou na capital fluminense com o Amanhecer Pela Vida na Avenida Brasil, em frente à Fiocruz. Movimentos do campo popular estenderam uma faixa na passarela cobrando a volta do auxílio emergencial de R$600 até o fim da pandemia. Além do Movimento Sem Terra, a ação também foi organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD) e Levante Popular da Juventude. Atividades semelhantes ocorreram em outros pontos da região metropolitana.
O acampamento Edson Nogueira, em Macaé, organizou uma roda de conversa como parte da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra. As homenageadas foram as companheiras Neli Stellet, militante do MST tombada em 2018 no Rio de Janeiro, e a vereadora Marielle Franco, assassinada no mesmo ano. Mulher guerreira e corajosa, conhecedora das plantas medicinais, Neli inspira a luta diária da militância estadual por justiça e Reforma Agrária. Dona Neli e Marielle Franco, presente!
O MST também participou da inauguração da Biblioteca Ana Primavesi, organizada pela Cooperativa Cooperar em Maricá, onde foram doadas mudas agroecológicas. A Praça do Turismo, no centro da cidade, foi ornamentada por faixas e cartazes com a mensagem das mulheres: “Sem feminismo não há agroecologia!”
Feminismo camponês
“Mulheres pela vida semeando a resistência, contra a fome e as violências” foi o tema da live que aconteceu nesta terça (9), às 19h, nas redes sociais do MST. Mediada pela dirigente nacional do MST Luana Carvalho, participaram a Deputada Federal (PSOL) Talíria Petrone, Camila Laricchia, professora universitária e engenheira popular, e Atiliana Brunetto, da Direção Nacional de Gênero do MST. Atiliana destacou o protagonismo das Mulheres Sem Terra e o caráter formativo da Jornada para o conjunto da sociedade.
“A Jornada tem uma força muito grande, e nesse momento representa uma unidade de força das mulheres trabalhadoras no âmbito nacional. De vontade de lutar e denunciar o processo que estamos vivendo. Semeamos o feminismo camponês e popular porque é nossa prática diária. Estamos articuladas mundialmente falando sobre o feminismo da classe trabalhadora. Também semeamos ousadia e rebeldia contra tudo que nos oprime e sufoca”, explicou a dirigente.
A transmissão ainda contou com depoimentos de seis Mulheres Sem Terra de diversas regiões do Rio de Janeiro. Jorgina, Quitia, Marilza, Relma e Camila compartilharam suas vivências na militância e pensamentos sobre autoestima, agroecologia, violência contra mulher, trabalho e Reforma Agrária.
“Aprendi a ser guerreira e a conquistar meu espaço no MST, a importância que a agroecologia tem nas nossas vidas. Hoje eu prezo por isso. Produzo, tenho liberdade e autoestima. Cresci muito através do Movimento e continuo fazendo parte”, disse Relma Aparecida, assentada há 17 anos Terra da Paz, em Piraí.
“Vivemos uma tragédia e sabemos no corpo de quem impacta a dor e a violência desse momento. Sabemos também que a resistência vem das mulheres, somos nós as responsáveis pelos cuidados, estamos à frente do enfrentamento ao Covid, lutamos pela defesa dos nossos territórios. Não tenho dúvida que o enfrentamento desse momento vai vir também da luta das mulheres trabalhadoras”, afirmou Talíria Petrone durante a transmissão.
Solidariedade
Nesse momento de agravamento da pandemia, as trabalhadoras informais são as mais afetadas pela crise econômica e sanitária. Por isso, a solidariedade também fez parte da Jornada das Mulheres Sem Terra nesta quarta-feira (10). A Marmita Solidária distribuiu mais de 600 refeições em ocupações urbanas e bairros periféricos da capital carioca e do Sul Fluminense.
No cardápio do dia: Feijão Campo Vivo, Arroz Terra Livre, legumes produzidos pelo Coletivo Alaíde Reis e a farinha de mandioca do Assentamento Zumbi dos Palmares.
No centro do Rio, as quentinhas produzidas no Armazém do Campo RJ e no Centro de Ação Comunitária (CEDAC) atenderam as ocupações Moisés e Almirante João Cândido. A distribuição também percorreu o Mercado Popular da Uruguaiana com o Movimento Unido dos Camelôs (Muca). No Sul Fluminense, as marmitas com alimentos da Reforma Agrária chegaram nos bairros Vicentina e Baixada Olaria, em Resende.
Diversos movimentos sociais e sindicatos fazem parte dessa iniciativa desde o início da pandemia. O custo de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia na conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 27970-6) ou através da chave PIX CNPJ: 08.087.241/0001-21 da Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF).
Marielle presente!
No próximo domingo (14), data em que o assassinato político da vereada Marielle Franco completa 3 anos sem solução, o MST planeja um Amanhecer no Rio de Janeiro. Nos Assentamentos e Acampamentos da Reforma Agrária do estado serão erguidos bosques em homenagem à lutadora popular e defensora dos Direitos Humanos. As ações por Marielle das Mulheres Sem Terra contam com apoio da Justiça Global, Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal no Rio de Janeiro (SISEJUFE), Mutirão Bem Viver e Campanha Nós por Nós.
Na manhã desta quinta-feira, 04 de março de 2021, a guarda municipal de Macaé e a polícia militar do Estado do Rio de Janeiro em ação arbitrária ao princípio da legalidade, que se opõe a toda e qualquer forma de poder autoritário e antidemocrático, tentou “reintegrar” área pública da prefeitura de Macaé sem a presença de oficiais de justiça ou qualquer documento que autorizasse o poder municipal a reintegrar o terreno e usar as força do estado contra as famílias
Alertamos que a ação implicou mobilização de grande contingente de força policial, causando aglomeração, enquanto cerca de 300 famílias permanecem desassistidas e sem condições mínimas de higiene para minimizar os riscos de contágio pelo coronavírus. Alertamos também sobre as condições dadas de abuso de poder, excesso das forças de coerção do estado contra civis sem autorização da justiça e contrariedade à decisão do poder público do estado do Rio de Janeiro que proíbe as ações de reintegração durante a pandemia.
Há um mês a prefeitura de Macaé realizou uma reintegração em Trapiche – Córrego do Ouro com as mesmas condições. O terreno encontra-se desapropriado pelo poder público municipal desde 2006. No decreto a prefeitura argumenta desapropriação com urgência para fins de urbanização.
O MST busca a transformação social da sociedade, onde todas e todos possam ter paz, dignidade e tranquilidade para viver.
Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito.
Serão distribuídas refeições com alimentos da Reforma Agrária e máscaras nos bairros Baixada Olaria e Vicentina
Coletiva de Comunicação MST-RJ
A chegada de março trouxe a Jornada de Luta das Mulheres e a retomada de diversas ações de solidariedade do MST no Rio de Janeiro. A próxima edição da Marmita Solidária acontece simultaneamente na capital carioca e no Sul Fluminense na próxima quarta-feira (10). Além das marmitas, a ação também vai entregar máscaras nos bairros Baixada Olaria e Vicentina, e livros no Armazém do Campo RJ.
Serão preparadas e distribuídas, ao todo, 600 refeições com alimentos dos assentamentos da Reforma Agrária para a população que se encontra em situação de maior vulnerabilidade com o agravamento da pandemia. “O governo Bolsonaro além de golpista minimiza a pandemia enquanto tira direitos da classe trabalhadora”, afirma Edneia Pinto, coordenadora regional do MST-RJ, do assentamento Irmã Dorothy, em Quatis.
A atividade está inserida na Jornada de Luta das Mulheres sob o lema “Mulheres na luta pela vida, fora governo Bolsonaro! Em defesa do SUS! Vacina para todes e auxílio emergencial já! Água é um direito, contra a privatização da CEDAE!”
Quer somar com a iniciativa?
O custo de cada Marmita Solidária é R$ 8,35. É possível apoiar com qualquer quantia através da conta no Banco do Brasil (Ag: 3086-4 / C/c: 127970-) CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (ESESF).
Além do MST, também constroem a Marmita Solidária no Rio de Janeiro o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sisejufe, UBM, Cedro, Cedac, PCdoB, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).