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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro
terça-feira 31 maio 2011
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Notícias do Rio
por Alan Tygel

O dia 31 de maio de 2011 ficará para sempre na história do Morro Santa Marta. Oito meses depois de entrar em funcionamento, e um mês após o fechamento pela polícia, a Rádio Comunitária Santa Marta foi oficialmente fundada. Em uma assembleia com a participação de locutores, moradores e da futura diretoria da Rádio, foi aprovada a ata de fundação da Associação de Comunicação Comunitária Santa Marta.
Em maio deste ano, a rádio comunitária foi fechada por agentes da Polícia Federal e da Anatel, que levaram o transmissor de forma ilegal. Ironicamente, a apreensão ocorreu no dia 3 de maio, dia Munidal pela Liberade de Imprensa. Com a criação da associação, espera-se agilizar o processo de obtenção da outorga, de forma que a rádio possa cumprir as exigências legais.
Apesar disso, no morro Santa Marta a rádio é amplamente reconhecida como comunitária. Moradores vem se queixando constantemente do fechamento da rádio, e reconhecendo a função social da rádio em informar os moradores sobre as notícias do morro, e em ser um veículo pelo qual a comunidade pode se expressar livremente. Este foi o tom das falas ao final da cerimônia de fundação da rádio, que contou também com a presença de representantes do conselho da rádio: Associação de Moradores do Santa Marta, GRES Unidos do Santa Marta, Grupo Eco, e as ONGs Atitude Social e FASE.
Vida longa à Rádio Santa Marta, em breve de volta ao ar!
Mais informações: www.radiosantamarta.com.br
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2011-05-31 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Boletins

Boletim do MST RIO — Nº 20 — De 18 a 31/05/2011

Fazenda São Paulo, Acampamento Mariana Criola, latifúndio improdutivo com 1500ha, localizado no município de Valença no estado do Rio de Janeiro. No dia 12 de maio ocorreu mais uma tentativa de uma homologação de acordo, na justiça federal de Barra do Piraí, visando a desapropriação da fazenda, mais uma tentativa frustrada.
Desde 2003 o INCRA iniciou o processo de desapropriação dessa fazenda considerada improdutiva. O MST organizou a ocupação como forma de pressão para a sua desapropriação, chegou a ser despejado pela justiça estadual, mas foi reocupada pelos trabalhadores, que organizaram o acampamento Mariana Criola. Em 2009, o proprietário acordou com o INCRA uma desapropriação parcial do imóvel. A justiça federal de Barra do Piraí e o Ministério Público Federal, desde então vêm sendo favorável a desapropriação. O INCRA nas três audiências do acordo foi incapaz de apresentar em juízo uma proposta de desapropriação. Não é apenas o poder judiciário que vem dificultando as desapropriações e assentamentos das famílias. Mesmo quando não existe oposição por parte do proprietário e do poder judiciário o INCRA se revela incompetente e desinteressado para cumprir com suas obrigações constitucionais.
No primeiro final de semana de maio, uma equipe do Grupo de trabalho (GT) de Geografia Agrária da AGB-RJ (Associação Brasileira de Geógrafos) esteve no norte-fluminense para observar de perto os impactos dos mega-projetos do Porto do Açu sobre a agricultura na região. Durante dois dias, a equipe esteve no assentamento Zumbi dos Palmares, por onde deverá passar o traçado de duplicação da BR-101, e em São João da Barra, para observar as obras do Porto do Açu. A estimativa é de que 200 famílias sejam afetadas.
A lógica de desenvolvimento que se espalha por todo o Brasil, em projetos como do Porto do Açu, do Complexo Petroquímico (COMPERJ) em Itaboraí ou da TKCSA, em Santa Cruz, Rio de Janeiro, traz junto o discurso do crescimento urbano. É preciso que se diga às custas de que se promove esse desenvolvimento. Aonde vão se instalar os novos moradores destas cidades médias que prevêem um crescimento de 5 a 10 vezes a população atual. E ainda, de onde se espera que venham os alimentos para as populações urbanas, já que a ofensiva contra a pequena agricultura e os sem-terra continua. Do agronegócio?
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Depois de 24 horas de vigília (veja os vídeos), os movimentos de luta por moradia e contra as remoções do Rio de Janeiro realizaram um ato em frente à sede da Defensoria Pública na manhã desta quinta-feira, 12. O protesto foi contra a falta de atendimento que vem acontecendo desde que o Núcleo de Terras e Habitação – NUTH foi desmobilizado, com a troca da coordenadora, a demissão de todos os estagiários e o fechamento da sala de atendimentos, a equipe de defensores pediu transferência. Os representantes das comunidades não têm mais acesso à Defensoria e, quando procuram atendimento, são orientados a telefonar para o 0800 do órgão.
Além dos representantes dos movimentos que tratam do acesso à moradia e de associações de moradores das comunidades ameaçadas de remoção, ativistas de outros movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos estiveram presentes. Os vereadores Reimont (PT) e Eliomar Coelho (PSOL) participaram do ato. Eliomar anunciou que já está colhendo assinaturas para a instalação de uma CPI na Câmara Municipal sobre as remoções.
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Há 18 anos, um grupo de artistas dá expressão ao caos no Rio de Janeiro. São quase duas décadas de artesania, na busca por um teatro sensível, intenso, e sobretudo crítico. Hoje, pode-se dizer que eles têm um lar. No Armazém 6 do Cais do Porto, que transborda vida após ser reformado, eles instalaram suas tralhas e suas ideias. Ali resolveram fazer emergir seus sonhos em forma de dramaturgia. É um oásis num mar de abandono, entre os armazéns, cada vez mas sucateados para justificar a nociva reforma portuária que se planeja no local. O Armazém da Utopia, do grupo Ensaio Aberto, é uma ilha de esperança e ideologia no cantinho do Rio Antigo. Para celebrar a maturidade dos 18 anos, apenas exerceram seu ofício. Ergueram uma criativa e tocante exposição.
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Veja abaixo os pontos diferentes entre o texto de acordo apresentado ao deputado federal Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara, e a emenda 186, escrita no “corredor” pelo relator do projeto de mudanças na Código Florestal Aldo Rebelo e o deputado Cândido Vaccarezza.
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No marco de seus 15 anos de história, o Movimento dos Pequenos Agricultores vai novamente às ruas reafirmar o seu compromisso com a luta do campesinato. Entre os dias 16 a 20 de maio, cerca de 15 mil camponeses estarão mobilizados em mais de 10 estados na Jornada Nacional de Luta do MPA.
Entre as principais reivindicações da jornada estão as políticas públicas para o fortalecimento do campesinato, produção de alimentos saudáveis e erradicação da pobreza no campo, que incluem: Crédito subsidiado para produção de alimentos, investimentos para comercialização e beneficiamento da produção, energia elétrica de qualidade e com tarifas reduzidas para produção de alimentos, moradia digna para as famílias camponesas, adequação da legislação sanitária para comercialização da produção camponesa, rebate nas dívidas dos pequenos agricultores e educação adequada à realidade das famílias no campo.
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A convite dos Amigos da Terra da Suécia e da Finlândia, organizações que o MST tem longa parceria, Marcelo Durão foi indicado pelo Setor de Relações Internacionais do MST para realizar de 11 a 21 de abril debates sobre Soberania Alimentar, Agroecologia, Reforma Agrária, Agronegócio e para apresentar denúncia das ações predatórias da Stora Enso na reunião anual dos acionistas da empresa.
O momento mais trabalhado foi a exposição das denúncias dos crimes realizados pela Stora Enso/Veracel no Brasil, dentro da reunião anual dos acionistas da empresa. Desde que se estabeleceu na região, a empresa comete desde crimes ambientais desde a evasão de impostos, falsificação de documentos até a corrupção de servidores públicos, entre outros. O Ministério Público e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA) impuseram multas à Veracel pela contaminação de nascentes de riachos e rios com o uso de agrotóxicos, principalmente herbicidas.
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A contaminação do rio Pardo, no interior de SP, por defensivos agrícolas pode inviabilizar sua água para consumo devido aos custos de construção de uma estação de tratamento de água que eliminaria essas substâncias.
Resultados parciais desse estudo indicam que a água do Pardo está contaminada por defensivos agrícolas como o diuron e hexazinona. Cristina conta que foram feitas várias amostragens e os herbicidas foram identificados em várias delas.
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O brasileiro ingeriu, em média, 3,7 quilos de agrotóxicos em 2009. Trata-se de uma massa de cerca de 713 milhões de toneladas de produtos comercializadas no país por cerca de seis corporações transnacionais. Estas empresas controlam toda a cadeia produtiva, da semente ao agroquímico ligado a ela. Uma condição que pressiona o agricultor familiar, refém da compra do “pacote tecnológico” gerador da dependência na produção. O capital dessas companhias do ramo é maior que o produto interno bruto da maioria dos países da Organização das Nações Unidas. Só no Brasil lucraram 6,8 bilhões de dólares em 2009.
Apesar de surgir como a “salvação da lavoura”, prometendo aumento de produtividade, a introdução do químico ligado à semente transgênica incentivou o aumento do uso de tóxicos. O cultivo da soja teve uma variação negativa em sua área plantada (- 2,55%) e, contraditoriamente, uma variação positiva de 31,27% no consumo de agrotóxicos, entre os anos de 2004 a 2008, como explicam os professores Fernando Ferreira Carneiro e Vicente Soares e Almeida, do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB).
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Dia 10 de maio, a Cia. Marginal estreou seu novo espetáculo: Ô, Lili, no planetário da gávea. A peça trata sobre a liberdade através do cotidiano de uma prisão de regime fechado. A partir de depoimentos recolhidos em entrevistas com detentos nos presídios em Bangu e Benfica, o grupo construiu o espetáculo.
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Na sexta-feira dia 27/5, acontecerá no SINDIPETRO-RJ, o seminário Choque do Capital no Rio de Janeiro: MEGA-PROJETOS E MEGA-EVENTOS, organizado pelo PACS, MST, Justiça Global, CMP e Plenária dos Movimentos Sociais. A proposta do seminário é dar continuidade ao debate sobre o avanço de um modelo de desenvolvimento que aprofunda a acumulação do capital no estado do Rio de Janeiro. Diversos movimentos sociais têm se mobilizado frente aos impactos da implantação da CSA, em Santa Cruz e às remoções de moradores de áreas valorizadas por obras de infra-estrutura na cidade do Rio de Janeiro.
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DIA: 24 DE MAIO, AS 9 HS
LOCAL: ALERJ (RUA 1o. DE MARÇO – PRAÇA XV)
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Boletim MST Rio
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Agenda
Na qualidade de Presidente da Comissão Especial para apurar possíveis irregularidades e imprevidências do Governo do Estado e do Instituto Estadual do Ambiente – INEA, no processo de concessão de licenciamento ambiental referente à implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico – CSA, situada em Santa Cruz no Município do Rio de Janeiro, tenho a satisfação de convidar V.Sª., ou, na impossibilidade de comparecimento, seja indicado representante, para participar da 1ª Audiência Pública desta Comissão, a se realizar no dia 24 de maio de 2011, às 9 horas, no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, no Palácio Tiradentes, sede do Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, com a seguinte pauta:
OS IMPACTOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA, AO MEIO AMBIENTE E À ATIVIDADE PESQUEIRA NA BAÍA DE SEPETIBA PROVOCADOS PELA IMPLANTAÇÃO DO PÓLO SIDERÚRGICO DA TKCSA NA ZONA OESTE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.
Certo de que a sua participação será da maior importância para o prosseguimento deste trabalho, aproveito para renovar meus protestos de elevada consideração e apreço.
Atenciosamente,
Deputada LUCINHA
Presidente
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Notícias do Rio
por Renata Silver (Feeb RJ-ES), com fotos de Henrique Fornazin

Depois de 24 horas de vigília (veja os vídeos), os movimentos de luta por moradia e contra as remoções do Rio de Janeiro realizaram um ato em frente à sede da Defensoria Pública na manhã desta quinta-feira, 12. O protesto foi contra a falta de atendimento que vem acontecendo desde que o Núcleo de Terras e Habitação – NUTH foi desmobilizado, com a troca da coordenadora, a demissão de todos os estagiários e o fechamento da sala de atendimentos, a equipe de defensores pediu transferência. Os representantes das comunidades não têm mais acesso à Defensoria e, quando procuram atendimento, são orientados a telefonar para o 0800 do órgão.

Além dos representantes dos movimentos que tratam do acesso à moradia e de associações de moradores das comunidades ameaçadas de remoção, ativistas de outros movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos estiveram presentes. Os vereadores Reimont (PT) e Eliomar Coelho (PSOL) participaram do ato. Eliomar anunciou que já está colhendo assinaturas para a instalação de uma CPI na Câmara Municipal sobre as remoções.

O engenheiro urbanista Luiz Kohara, integrante do Conselho Consultivo da Ouvidoria Externa da Defensoria Pública de São Paulo, prestou solidariedade à luta dos movimentos em defesa do Núcleo de Terras e Habitação. “O NUTH sempre foi uma referência para todas as outras ouvidorias. Não podemos deixar que este mau exemplo que acontece agora seja seguido em outros estados”, advertiu Kohara. O engenheiro destacou que as comunidades pobres da capital paulista também enfrentam o problema das remoções. “Temos, por exemplo, o Bairro da Luz, uma área de comunidades pobres, que passou a ser chamado de cracolândia. Isso desvaloriza os imóveis, que são desapropriados por valor baixo. Depois, pode expulsar, pode bater em todo mundo, porque a mídia já criminalizou”, analisou.
O conselheiro ainda apontou a especulação imobiliária como motivo para as remoções, a exemplo do que acontece em muitas comunidades cariocas. “Nem sabemos se vai haver Copa em São Paulo, o que está acontecendo é mesmo para atender aos interesses do mercado imobiliário. Mas estamos comprometidos com a luta nacional contra os megaeventos que expulsam os pobres. Esse patriotismo esportivo, ainda por cima, passa uma falsa imagem do país”, pondera.

Sem defesa
O final do ato foi precipitado pela notícia de que, no bairro do Campinho, na Zona Norte, estava acontecendo uma ação de remoção de famílias. A PM e a Guarda Municipal participaram da ação, garantindo que os funcionários da prefeitura pudessem trabalhar. “Quebraram casas e mobília, as pessoas ficaram desesperadas. Teve uma senhora que estava na casa da filha e, quando chegou e viu o que estava acontecendo com a casa dela, passou mal, parece que sofreu um AVC”, relatou Maria dos Camelôs, liderança do movimento de moradores de ocupações.
Com o desmonte do NUTH e a dificuldade de acesso das lideranças dos movimentos aos novos defensores do núcleo, a defesa dos moradores é precária. Duas defensoras recém chegadas ao núcleo estiveram no local, mas não fizeram muito. “Elas não têm nem o comprometimento, nem a experiência da equipe que saiu. Os outros se empenhavam, lutavam até onde podiam para impedir as demolições”, relata Maria dos Camelôs.
Os imóveis do local estão sendo desapropriados para a construção do viaduto da Transcarioca, um corredor expresso de ônibus que ligará o aeroporto do Galeão à Barra da Tijuca. A sanha de remoção da prefeitura não atingiu somente as famílias pobres da região. Algumas das construções fazem parte do conjunto arquitetônico do Forte Nossa Senhora da Glória do Campinho. Construídos na década de 20 os prédios foram tombados pela prefeitura em 2004, gestão de Cesar Maia, a pedido dos moradores. Nem mesmo estabelecimentos comerciais de porte médio e grande serão poupados. Em geral, as remoções são feitas sem obediência às leis e, muitas vezes, os moradores e proprietários não são sequer notificados com a antecedência exigida pela legislação.






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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Campanha Contra os Agrotóxicos
Da Folha de S. Paulo – 17 de maio de 2011

A contaminação do rio Pardo, no interior de SP, por defensivos agrícolas pode inviabilizar sua água para consumo devido aos custos de construção de uma estação de tratamento de água que eliminaria essas substâncias.
A afirmação é da professora e química Cristina Pereira Rosa Paschoalato, da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), que conclui uma pesquisa sobre o rio.
Resultados parciais desse estudo indicam que a água do Pardo está contaminada por defensivos agrícolas como o diuron e hexazinona. Cristina conta que foram feitas várias amostragens e os herbicidas foram identificados em várias delas.
Para ela, o rio Pardo será uma fontes de água potável para quando a capacidade de extração de água de poços artesianos de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) ficar comprometida pela alta demanda e pelo rebaixamento do nível do aquífero Guarani.
O fato de o rio cortar regiões produtoras de cana-de-açúcar, diz ela, influencia no grau de contaminação.
“Cerca de 90% das usinas de cana-de-açúcar aplicam diuron e hexazinona”, afirma a professora.
Ela conta que os dois herbicidas não estão na lista de proibidos da portaria 518 do Ministério da Saúde, que traz normas para manter a qualidade das águas dos rios.
A pesquisadora espera, no entanto, que na reforma da portaria 518 do Conama, que define os padrões de potabilidade da água, esses dois compostos passem a integrar a lista de substâncias controladas e monitoradas.
Cristina diz que sua pesquisa simulou os produtos numa estação de tratamento e que as substâncias “passaram direto”, indicando que isso ocorreria também numa ETE convencional.
A pesquisa é realizada pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e pelo Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), em parceria com a Unaerp.
O Daerp afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a pesquisa continua em andamento e que qualquer análise nesse momento será prematura.
“Vamos esperar o fim da pesquisa para ver que medidas preventivas serão tomadas”, afirma a assessoria.
Já a Unica (representante das usinas) informou que se manifestaria depois de ter acesso à pesquisa completa.
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Notícias do Brasil
Da Via Campesina
Veja abaixo os pontos diferentes entre o texto de acordo apresentado ao deputado federal Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara, e a emenda 186, escrita no “corredor” pelo relator do projeto de mudanças na Código Florestal Aldo Rebelo e o deputado Cândido Vaccarezza.
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1. Definição de Área Consolidada (o desmatamento já feito) – central em todo o debate de anistia e recomposição. Era proposta pelo governo apenas para agricultura familiar, os dois deputados ampliaram para todos os grandes proprietários. Além disso, abre uma brecha para consolidar as áreas agrícolas que estão ilegais hoje;
2. Areas de Várzeas- o texto do governo condicionava a utilização delas à proibição de novos desmatamentos, na emenda foi liberado totalmente a utilização dessas áreas que são extremamente sensíveis nos biomas de facil alteração;
3. Culturas de vazantes (arroz, por exemplo)– o texto do governo deixou para trabalhar isso em decreto da Presidenta, a emenda retornou para o texto e liberou para todas as propriedades;
4. Represas de hidrelétricas- no texto do acordo tinha ligado as faixas de APP ao licenciamento, mas colocando limites mínimos, na emenda, o mínimo fica o máximo, além de tirar algumas burocracias;
5. Demais Areas de preservação permanentes, as APPs- o acordo colocou veredas e mangues, a emenda retirou;
6.Pantanal– a emenda dos dois deputados liberava qualquer atividade do agronegócio em todo o Pantanal;
7.Reserva Legal- no texto do acordo ficaram isentos de recompor RL os agricultores familiares e os imóveis que até 2008 tinham quatro módulos, na emenda dos deputados fica liberado de recomposição todas as propriedades até quatro módulos.
Além disso, o texto do acordo tinha uma trava que impedia mexer na reserva legal em caso de desmembramento. Esses dois pontos deixam claro que o real interesse é regularizar os grandes, que vão desmembrar suas propriedades; e assim derrubam na pratica as areas de reserva atuais de 80% para bioma da amazonia e 35% para o cerrado. Com a liberação total até quatro módulos, uma fazenda na Amazônia até 400 hectares pode desmatar tudo. Fica fácil o fazendeiro desmembrar 1.200 hectares em três imóveis e derrubar tudo o que hoje está preservado.
8.Utilização de outras areas como compensação- O texto do acordo permite que a compensação de reserva legal no bioma seja feito apenas por arrendamento em outras áreas, o texto da emenda dos deputados libera a compra, o que criará uma gigantesca pressão sobre as terras dos camponeses que hoje estão preservando, em outras áreas. Assim, os fazendeiros compram suas terras e depois averbam, dizendo que estão preservando o que já estava ali, e desmatam nas áreas que quiserem.
9.Computo-soma da APP e Reserva Legal: no texto do acordo só poderia fazer o computo de APP e RL quem tivesse as áreas conservadas, na emenda ele libera para todo mundo, inclusive aqueles que têm área totalmente devastada;
10. Áreas desmatadas antes da MP do FHC- o texto do acordo diz que o proprietário terá que comprovar que estava legal na época, a emenda passa a obrigação de comprovar para o Estado;
11.Controle do desmatamento- a emenda dos dois deputados retirou toda a parte que leva o processo para o Ministério Público e que impede os condenados de acessarem recurso público;
12. Plantações industriais (eucalipto e pinus, por exemplo) – A emenda dos deputados manteve a incorporação da silvicultura como atividade agrícola na política agrícola brasileira, o que o texto do acordo não tinha.
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Notíciais Internacionais e da Via Campesina
por Marcelo Durão – MST

Seminário em Ramsele, Suécia
A convite dos Amigos da Terra da Suécia e da Finlândia, organizações que o MST tem longa parceria, fui indicado pelo Setor de Relações Internacionais do MST para realizar de 11 a 21 de abril debates sobre Soberania Alimentar, Agroecologia, Reforma Agrária, Agronegócio e para apresentar denúncia das ações predatórias da Stora Enso na reunião anual dos acionistas da empresa.
Na Suécia fiquei o período de 11 a 18 de abril onde realizei diversos debates e entrevistas todos passando pelos temas expostos acima com dois momentos mais centrais.
O primeiro foi a conversa com parlamentares Suecos (do Partido Verde, Partido de Esquerda e Liberal) que fazem parte de um grupo responsável por questões sobre a América Latina, em especial o tema do comércio com a Europa.
O debate se passou rapidamente pela reforma agrária no Brasil, o MST, e sobre modelo de produção do agronegócio e suas conseqüências por conta do comercio de soja e etanol. A Suécia importa muita soja do Brasil e esta muito interessada na utilização do etanol acreditando que é energia limpa e ecológica.

Reunião com parlamentares na Suécia
O debate centrou-se no modelo de produção da soja e da cana para etanol. Expus que estas culturas causam muito impactos sócio-ambientais no Brasil, como a degradação da natureza, contaminação pelo intenso uso de agrotóxicos, diminuição da produção de alimentos básicos dos brasileiros, disputa por territórios, super exploração do trabalhador e muitas vezes trabalho escravo, entre outras. A tentativa foi de desmistificar a produção do etanol como ecológica. Eles acreditam que a soja deles que vem principalmente das fazendas do Centro Oeste não são transgênicas e sem altos usos de agrotóxicos.
O segundo momento foi um seminário na cidade de Ramsele, uma cidade da região central da Suécia, com o tema: Recuperar o poder sobre o alimento e Recursos Naturais. O seminário buscou articular uma plataforma comum entre diversas entidades: das áreas da luta camponesa; luta coorporativa dos agricultores familiares; Defensores do meio ambiente (florestas, etc); Urbanos por alimentos não envenenados; Municípios com desenvolvimentos local e defesa da cultura local incluindo os camponeses; e Agricultura urbana.
O seminário teve 3 dias de debates e foram abordadas questões como soberania alimentar, produção orgânica de alimentos, preocupação com a qualidade dos alimentos, relação produtor consumidor, a questão das florestas de pinus e as empresas madeireiras.
O principal objetivo deste encontro foi a tentativa de construir na região, unidade entre as organizações.
Na Finlândia fiquei de 18 a 21 de abril e com a mesma dinâmica: debate na universidade de Helsinque, entrevistas em rádios e webtv, os temas se centraram mais nos impactos da Stora Enso no Brasil, pelo plantio de eucalipto.

Reunião da Stora Enso: eu, o presidente (Jouko), e o diretor da América Latina, responsável pelo Brasil (Otávio Pontes)
Visitei pequenos agricultores que trabalham de forma cooperada e que fazem parte da Via campesina Finlândia. Este produtores trabalham com morango, ervas (temperos), batata, leite, galinhas e possuem uma loja de comércio justo, tudo agroecológico ou orgânico.
O momento mais trabalhado foi a exposição das denúncias dos crimes realizados pela Stora Enso/Veracel no Brasil dentro da reunião anual dos acionistas da empresa. Desde que se estabeleceu na região, a empresa comete desde crimes ambientais desde a evasão de impostos, falsificação de documentos até a corrupção de servidores públicos, entre outros. O Ministério Público e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA) impuseram multas à Veracel pela contaminação de nascentes de riachos e rios com o uso de agrotóxicos, principalmente herbicidas.
Dentre as ações da Stora Enso/Veracel no Brasil, a perda da biodiversidade é o principal, pois a mata atlântica é o bioma com maior número de espécies (animais e vegetais) do planeta, mas temos a contaminação de nascentes, córregos e lagoas pelo uso de agrotóxicos; expulsão de comunidades da região; diminuição da produção de alimentos básicos; centralização da propriedade de grandes quantidades de terra na mão da empresa; aumento da pobreza; entre muitas outras ações comuns ao modelo do agronegócio.
Estas denuncias causaram desconforto por parte da diretoria da empresa e aos acionistas, tanto que após o termino da reunião o próprio presidente da empresa fez questão de vir conversar sobre a importância das denuncias, da presença do MST e que queria estabelecer diálogo aqui no Brasil. Não existe como acreditar em nada disso. Pois qualquer solução dada para resolver estas questões seria afetando (reduzindo) diretamente os altos ganhos anuais que a empresa vem conquistando ano a ano.
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Notícias do Rio
por Leandro Uchoas, foto de Luiza Chuva
“Os artistas estão mergulhados no mesmo caos que o resto de nós, mas são especiais, pela habilidade que têm de dar a esse caos uma forma expressiva, de torná-lo mais claro, de nos ajudar a navegar, a reconhecer nossas forças e a encontrar um ao outro, para que possamos sobreviver, e às vezes até vicejar em meio ao turbilhão.”
(Marshall Berman)

Há 18 anos, um grupo de artistas dá expressão ao caos no Rio de Janeiro. São quase duas décadas de artesania, na busca por um teatro sensível, intenso, e sobretudo crítico. Hoje, pode-se dizer que eles têm um lar. No Armazém 6 do Cais do Porto, que transborda vida após ser reformado, eles instalaram suas tralhas e suas ideias. Ali resolveram fazer emergir seus sonhos em forma de dramaturgia. É um oásis num mar de abandono, entre os armazéns, cada vez mas sucateados para justificar a nociva reforma portuária que se planeja no local. O Armazém da Utopia, do grupo Ensaio Aberto, é uma ilha de esperança e ideologia no cantinho do Rio Antigo. Para celebrar a maturidade dos 18 anos, apenas exerceram seu ofício. Ergueram uma criativa e tocante exposição.
Havana Café, O Noviço, Missa dos Quilombos, Cabaré Youkali, Sobre o Suicídio, Pierrô saiu à Francesa. Imagens, vestimentas e citações que integraram as inúmeras peças da Companhia Ensaio Aberto desde 1993. De um beco, surge uma câmara vermelha instalada. Os visitantes são convidados a entrar dentro dela, e deixar fluir em si as sensações distintas que provoca. Em outro ambiente, uma peça centrada no debate da Reforma Agrária é exibida em vídeo. Em outro, cenas das guerras iugoslavas dos anos 1990 são projetadas ao fundo, enquanto uma atriz declama um aflito poema. Mais à frente, os históricos versos de João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina, são interpretados por um ator. Pintada em uma das paredes, a frase de Berman é apenas uma das citações que, de certa forma, agrupadas, sintetizam os objetivos do grupo.
Já no fim da noite, às 20h, um desfecho à altura do conjunto. A peça “Sete sentimentos capitais – corpos e cidades” é encenada. Utilizando como tema a exploração sexual de crianças e adolescentes, é um soco no estômago. Sucedem-se relatos tocantes de jovens abusados pelos padrastos, vizinhos, velhos, e até pelos próprios pais. Da relação com a polícia, aos depoimentos constantes de interação conflituosa com a família, a peça forma um mosaico das experiências desses jovens e das suas prováveis causas. “Não sou uma garota de programa. Sou uma garota de problema, que tem conta de água e luz para pagar”, afirma uma das personagens. Como um jornalista, o narrador apresenta dados e decisões de convenções internacionais. “A cada dia, pelo menos 5.472 meninos e meninas são vítimas de violência sexual na América Latina e Caribe”, diz, em determinado momento.
Na segunda-feira (16), uma apresentação extra contou com a presença da ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário. Claramente impactada com a força da peça, fez um discurso emocionado. “A violência dentro de casa faz com que, muitas vezes, a rua seja um lugar mais seguro. Por isso temos que atuar nas duas frentes”, disse, referido-se ao combate à violência em casa, e à redução da moradia nas ruas. A ministra também lembrou que na mesma semana, no dia 18, seria o Dia Nacional de Combate à Violência e Exploração Sexual. Ela sugeriu que o Disque 100 seja incorporado ao cotidiano das pessoas. Tentou, de certa forma, dar respostas ao narrador, que durante a peça lançou a pergunta síntese à plateia: o que você tem a ver com isso?
A Companhia Ensaio Aberto estreou em 1993, com Cemitério dos Vivos, inspirado nas experiências de internação de Lima Barreto no manicômio da Praia Vermelha, atual campus da UFRJ. Já encenou 19 espetáculos, sempre recheados de conteúdo político e cultural. Atualmente, eles alimentam um projeto chamado Construindo o Armazém da Utopia. Pretender formar 108 jovens pobres das ocupações e comunidades próximas, incentivando a participação política, por três anos. No terceiro, os jovens já estariam empregados. Entretanto, haveria pressões externas para expulsá-los do local. Planejada apenas para atender aos interesses das grandes construtoras, a reforma portuária imaginada para a região tende a ser um duro golpe. Os artistas não condenam, porém, a reforma. Querem, antes, debatê-la com a sociedade, e manter o espaço reservado à cultura, e às habitações populares, no projeto.
SERVIÇO: Exposição até 3 de julho. Horário de funcionamento: de sexta a domingo, das 17h às 20h. Endereço: Armazém 6 – Cais do porto. Av. rodrigues alves, s/n°.
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Agenda

Dia 10 de maio, a Cia. Marginal estreou seu novo espetáculo: Ô, Lili, no planetário da gávea. A peça trata sobre a liberdade através do cotidiano de uma prisão de regime fechado. A partir de depoimentos recolhidos em entrevistas com detentos nos presídios em Bangu e Benfica, o grupo construiu o espetáculo.
O processo de criação da Cia Marginal, realizado a partir de conversas com quem vive a realidade que exploram no espetáculo é o mesmo proposto na peça: Qual é a nossa cara?. A primeira peça da Cia. tratava da realidade da favela da Maré, onde vivem os atores, e trazia histórias reunidas junto aos seus moradores. Da mesma forma, “Ô, lili”, dirigido por Isabel Penoni, é a metáfora da liberdade, não só nos presídios, mas em espaços como a favela, com restrições e fronteiras impostas por muros, pelo tráfico e pela polícia.
A partir das histórias de vida de quem protagoniza os espaços marginalizados, como a prisão, a peça foge de olhares estigmatizados sobre a pobreza e a prisão. E através de um olhar subjetivo sobre a construção da intimidade na prisão, o espetáculo torna-se também universal, capaz de sensibilizar e emocionar e com um olhar profundamente crítico, retratar a opressão e nos fazer refletir.
http://www.youtube.com/watch?v=j3CPhMgBmIY
SERVIÇO: Planetário da Gávea – RJ, às terças e quartas – 21h, até 1° de junho
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia), R$ 5 (grupos organizados)
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2011-05-17 ::
alantygel
terça-feira 17 maio 2011
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Notícias do Brasil
Secretaria Nacional do MPA
Brasília, 11 de maio de 2011,
No marco de seus 15 anos de história, o Movimento dos Pequenos Agricultores vai novamente às ruas reafirmar o seu compromisso com a luta do campesinato. Entre os dias 16 a 20 de maio, cerca de 15 mil camponeses estarão mobilizados em mais de 10 estados na Jornada Nacional de Luta do MPA.
Entre as principais reivindicações da jornada estão as políticas públicas para o fortalecimento do campesinato, produção de alimentos saudáveis e erradicação da pobreza no campo, que incluem: Crédito subsidiado para produção de alimentos, investimentos para comercialização e beneficiamento da produção, energia elétrica de qualidade e com tarifas reduzidas para produção de alimentos, moradia digna para as famílias camponesas, adequação da legislação sanitária para comercialização da produção camponesa, rebate nas dívidas dos pequenos agricultores e educação adequada à realidade das famílias no campo.
Durante esse período, diversas audiências nacionais e estaduais estarão sendo realizadas para garantir a pauta de reivindicação do movimento. Já foram solicitadas reuniões com o Ministério da Fazenda, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura, Ministério das Cidades, Secretaria Geral da República, Ministério do Desenvolvimento Social e combate à fome (MDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Companhia Nacional de abastecimento (Conab) e Embrapa.
A jornada traz também como pauta central o combate ao uso de agrotóxicos, tema que vem sendo discutido com a sociedade por meio da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, lançada em abril deste ano. O Brasil é bicampeão mundial em consumo de agrotóxicos. Em 2009, foram mais de 1 bilhão de litros utilizados na agricultura, e os cultivos vinculados ao agronegócio lideram o ranking de aplicação de veneno. Somente a cultura da soja é responsável por 51% do montante de agrotóxicos comercializados no país. Para o MPA, o fim do uso de agrotóxicos deve estar ligado a uma nova dinâmica de produção no campo, caracterizada pelo fim dos latifúndios e dos monocultivos, e que priorize a produção de alimentos para garantia da soberania alimentar do povo a partir da agricultura camponesa com base agroecológica.
Leia o informativo da jornada 2011 do MPA
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2011-05-17 ::
alantygel