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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

Ração geneticamente modificada pode afetar o sistema reprodutor dos animais

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Campanha Contra os Agrotóxicos

Traduzido de All about feed

19 de junho de 2012

Cientistas russos conseguiram provar a existência de sérios riscos à saúde de animais alimentados com ração geneticamente modificada. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa da Associação Nacional de Segurança Genética (NAGS – National Association for Genetic Security – Rússia). De acordo com os autores, foram encontrados inúmeras alterações patológicas em experiências com animais que consumiram alimentos geneticamente modificados.

Foi relatado retardo no desenvolvimento e no crescimento dos animais, além de distorções relacionadas à procriação, com aumento na proporção de fêmeas, redução do número de espermatozóides por litro, com redução maior ainda nas segundas e terceiras gerações.

De acordo com o presidente da NAGS, Alexander Baranov, o maior impacto negativo da comida geneticamente modificada descoberto durante as investigações é o “impedimento ao processo reprodutivo”, tornando quase impossível que se chegue à terceira geração.

“Os resultados dos nossos estudos confirmam as descobertas dos cientistas europeus, que apontaram os impactos negativos na saúde de animais devido à alimentação com comida geneticamente modificada” disse Baranov. “Nós utilizamos soja da linha 40-3-2, largamente utilizada na Rússia para engordar os rebanhos. Essa soja encontrada nas rações é permitida na Rússia, inclusive para consumo humano” acrescenta.

A afirmação feita pela NAGS reacende as discussões na sociedade russa em torno da alimentação de rebanhos com alimentos geneticamente modificados e se estes devem ou não ser permitidos. Atualmente, o Parlamento russo está debatendo uma nova lei relacionada a animais, e muitos especialistas têm aconselhado a proibição total do cultivo e utilização de alimentos geneticamente modificados na criação de animais.

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Banimento de agrotóxicos: Metamidofós no Brasil, e Tiametoxam na França

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Campanha Contra os Agrotóxicos

Agrotóxico metamidofós não pode mais ser vendido no Brasil

do portal da Anvisa

A partir deste mês de julho, o agrotóxico metamidofós está banido do mercado brasileiro. Devido aos problemas para a saúde relacionados ao uso do produto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, em janeiro de 2011, a retirada do agrotóxico do mercado nacional.

Estudos toxicológicos apontam que o metamidofós é responsável por prejuízos ao desenvolvimento embriofetal. Além disso, o produto apresenta características neurotóxicas, imunotóxicas e causa toxicidade sobre os sistemas endócrino e reprodutor.

“Ao longo do processo de discussão com os diversos setores da sociedade sobre a retirada do produto do mercado, não foram apresentadas provas de que o produto é seguro para a saúde das pessoas”, explica o diretor da Anvisa José Agenor Álvares. No Brasil, o inseticida era utilizado para o controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate para uso industrial, e trigo.

O metamidofós teve o uso banido em países como China, Paquistão, Indonésia, Japão, Costa do Marfim e Samoa. No bloco de países da Comunidade Europeia, o agrotóxico também foi proibido.

França proíbe Tiametoxam

do Pratos Limpos

O ministro da agricultura francês Stéphane Le Foll anunciou, no último dia 28, o banimento do agrotóxico Cruiser OSR, usado no tratamento de sementes de colza, em função das suspeitas de causar efeitos danosos sobre as abelhas.

A Agência sanitária para alimentação e meio ambiente (Anses), também em junho, denunciou o impacto da molécula Tiametoxam (ingrediente ativo do Crusier) sobre as abelhas.

As populações de abelhas vêm declinando de forma acelarada e misteriosa nos últimos anos pelo mundo, fenômeno que desestabiliza os ecossistemas e que reforça as críticas feitas ao uso massivo de agrotóxicos.

Com informações de Le Monde, 29/06/2012

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Manifesto de Repúdio pelo Assassinato dos Pescadores da AHOMAR

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Notícias do Rio

Fonte: Justiça GlobalOs movimentos sociais e organizações da sociedade civil que subscrevem o presente Manifesto expressam sua indignação pelo brutal assassinato dos pescadores artesanais Almir Nogueira de Amorime João Luiz Telles Penetra (Pituca), membros da Associação Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR), da Baía de Guanabara. Exigimos que o Estado do Rio de Janeiro e o Estado Brasileiro tomem as providências imediatas para investigar os fatos, proteger e garantir a vida dos pescadores artesanais ameaçados.

Almir e Pituca eram lideranças da AHOMAR, organização de pescadores artesanais que luta contra os impactos socioambientais gerados por grandes empreendimentos econômicos que inviabilizam a pesca artesanal na Baía de Guanabara. Ambos desapareceram na sexta-feira, dia 22 de junho de 2012, quando saíram para pescar. O corpo do Almir foi encontrado no domingo, dia 24 de junho, amarrado junto ao barco que estava submerso próximo à praia de São Lourenço, em Magé, Rio de Janeiro. O corpo de João Luiz Telles (Pituca) foi encontrado na segunda-feira, dia 25 de junho, com pés e mãos amarrados e em posição fetal, próximo à praia de São Gonçalo, Rio de Janeiro.

A História de Luta da AHOMAR

A AHOMAR representa pescadores artesanais de sete municípios da Baía de Guanabara e possui 1870 associados. Desde 2007 vem denunciando sistematicamente as violações e crimes ocorridos na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) um dos maiores investimentos da história da Petrobrás e parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em 2009, os pescadores da AHOMAR ocuparam as obras de construção dos gasodutos submarinos e terrestres de transferência de GNL (Gás Natural Liquefeito) e GLP (gás liquefeito de petróleo) realizado pelo consórcio das empreiteiras GDK e Oceânica, contratadas pela Petrobras. Essa obra inviabiliza diretamente a pesca artesanal na Praia de Mauá-Magé, Baia de Guanabara, onde fica a sede da AHOMAR.

Eles ancoraram seus barcos próximos aos dutos da obra e ali permaneceram durante 38 dias. Desde então, os pescadores sofrem constantes ameaças de morte. Em maio do mesmo ano, Paulo Santos Souza, ex-tesoureiro da AHOMAR, foi brutalmente espancando em frente a sua família e assassinado com cinco tiros na cabeça. Em 2010, outro fundador da AHOMAR, Márcio Amaro, também foi assassinado em casa, em frente a sua mãe e esposa. Ambos os crimes até hoje não foram esclarecidos.

Em função da violência contra os pescadores e das constantes ameaças de morte, desde 2009 Alexandre Anderson de Souza, presidente da AHOMAR, vive com sua família sob a guarda do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, vivendo 24 horas por dia com escolta policial. O que não impediu que Alexandre Anderson sofresse novos atentados contra a sua vida.

Intensificação das ameaças e novas mortes

No final de 2011 e início de 2012 os pescadores da AHOMAR voltaram a se mobilizar contra os impactos decorrentes das obras do COMPERJ. Com a justificativa de acelerar o cronograma de execução das obras, a Petrobras e o INEA tentaram retomar uma proposta já descartada durante o processo de licenciamento ambiental. A manobra visa transformar o Rio Guaxindiba, afluente da Baia de Guanabara, localizado na Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, numa hidrovia para transporte de equipamentos do COMPERJ.

Conscientes da magnitude dos impactos que seriam provocados sobre a Baia de Guanabara e a pesca artesanal, os integrantes da AHOMAR denunciaram a intenção da Petrobras e lideraram uma mobilização em solidariedade ao Chefe da APA Guapimirim, Breno Herrera, ameaçado de exoneração da ICMBIO por se opor ao impacto desse empreendimento. Desde então, as ameaças aos pescadores da AHOMAR se intensificaram.

Para agravar a situação, no mês de fevereiro deste ano o Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) da Praia de Mauá, onde fica a sede da AHOMAR e a residência do Alexandre Anderson, foi desativado, expondo os pescadores a novas ameaças e tornando a população local ainda mais vulnerável. Nesse período pelo menos outras três lideranças da AHOMAR foram ameaçadas de morte.
Foi neste contexto, de desarticulação da segurança pública na região e intensificação das ameaças contra os pescadores que Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra (Pituca) foram assassinados. Trata-se, portanto, de uma crônica de mortes anunciadas. Ambos foram encontrados com claras evidencias de execução.

Diante destes graves acontecimentos manifestamos toda a nossa solidariedade à AHOMAR e aos familiares dos pescadores assassinados. Ao mesmo tempo, exigimos:

  • Que os mandantes e assassinos diretos de Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra sejam identificados e responsabilizados;
  • Que sejam concluídas as investigações pelas mortes de Paulo Santos Souza e Márcio Amaro, até hoje não esclarecidas, e que seus assassinos também sejam identificados e responsabilizados;
  • Que sejam investigadas todas as ameaças aos pescadores artesanais da AHOMAR.
  • A assinatura pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do Decreto de institucionalização do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos;
  • O acompanhamento da apuração dos assassinatos das lideranças aqui listadas pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República;
  • O fortalecimento da proteção do Alexandre Anderson e que a escolta policial seja estendida à sua esposa, Daize Menezes de Souza;
  • A imediata reabertura da DPO da Praia de Mauá e o Fortalecimento da Segurança Pública da região;
  • Que a Petrobrás e as empresas a ela vinculadas no escopo das obras do COMPERJ na Baía de Guanabara negociem com a AHOMAR a justa pauta de reivindicações do movimento.

Os signatários abaixo listados seguirão denunciando os extermínios dos lutadores sociais que estão enfrentando de modo legitimo a destruição das condições de pesca artesanal na Baia da Guanabara e nas demais áreas pesqueiras do Rio de Janeiro. Igualmente, acompanharemos o processo de investigação e as providencias do governo estadual em defesa da integridade dos demais pescadores em luta. As mortes de Almir, João Luiz, Paulo e Marcio nos leva a afirmar: somos todos pescadores, somos todos militantes da AHOMAR!
___
Assinam:
3IN, 4 Cantos do Mundo, ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva, ACCION ECOLOGICA – EQUADOR, ASDUERJ, Adufrj – sind, Alternativa, Terrazul – RJ, Amigos da Terra Brasil, Amigos da Terra Internacional (ATI/FoEI), Amigos de La Tierra América Latina y Caribe (ATALC), Andes-Sn, APAPG -Associação de Pescadores e Aquicultores de Pedra de Guaratiba, APREC Ecossistemas Costeiros, APROMAC – associação de Proteção ao Meio Ambiente de CIANORTE – Paraná, APROPUCSP-Associação dos Professores da PUCSP, Articulação Antinuclear Brasileira, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro, Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, ASCAE – Associação Cultural Arte e Ecologia, ASFOC-SN – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz, Asociación departamental de usuários campesinos Del Meta Colombia, ASPOAN – ASSOCIACAO POTIGUAR AMIGOS DA NATUREZA, Associação “Dando as Mãos” Organização Solidária dos Assentados e Empreendedores em Geral, Associação Alternativa Terrazul, ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA COPAÍBA /SP, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS – ABIA, Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo – AMPVA, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB Vitória, Associação dos Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Distrito Federal, ASIBAMA-DF, Associação dos Servidores do Ministério do Meio Ambiente, ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO PAULO JACKSON – Ética,Justiça,Cidadania, Balcão de Direitos/Ufes, Bicuda Ecológica, Bio-Bras, Bios Iguana A.C. México, Brigadas Populares, Casa da Mulher Trabalhadora-CAMTRA, CEBES – Centro Brasileiros de Estudos de Saúde, Ceiba – AT Guatemala, CENSAT Agua Viva Colombia, Central de Movimentos Populares, Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra/ ES, Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis, CDDH de Petrópolis, CENTRO DE ESTUDOS AMBIENTAIS – CEA, Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul – CEPEDES, Climaxi – movement for climate and social justice (Belgium), COECO Ceiba – Amigos d ela Tierra Costa Rica, Colectivo VientoSur (Chile), Coletivo Catarse de Comunicação (Porto Alegre – RS), Coletivo de Estudos Marxistas e Educação – COLEMARX/UFRJ, COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DA POPULAÇÃO DE TUBIACANGA – CDDPT, Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité, Comitê Acorda Amapá, Comite Departamental en defensa del Agua y la Vida de Antioquia, Colombia, Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre, de Belém-PA, CONSULTA POPULAR, CONCA- Conselho Carioca de Cidadania, Concerned Citizens against Climate Change, Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Regional Amazônia Ocidental, Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Conselho Indigenista Missionário Regional Mato Grosso – CIMI MT, Conselho Pastoral dos Pescadores, Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP/RJ), Corporación Ecológica y Cultural penca de Sábila/Colombia, CSP Conlutas, Defensores Públicos em Movimento – DOMOV, Econg-Ong de defesa do meio ambiente de Castilho e regiao, Environmenal Rights Action, Nigeria, Escritório de Direitos Humanos da Prelazia de São Félix do Araguaia – MT, Esplar-Centro de Pesquisa e Assessoria, FASE, FDCL – Forschungs- und Dokumentationszentrum Chile-Lateinamerika, FEDEP, FERN, Inglaterra e Belgica, Fórum Ambiental (IM/UFRRJ), Fórum Alagoano em Defesa do SUS e contra a Privatização, Fórum Comunitário do Porto, FÓRUM CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE NITERÓI, Forum de Cooperativismo Popular do Rio de Janeiro, Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, FÓRUM DOS AFETADOS PELA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO E PETROQUÍMICA NAS CERCANIAS DA BAIA DE GUANABARA (FAPP-BG), Fórum Mudanças Climáticas e Jusitça Social, Fórum Popular do Orçamento do Rio de Janeiro, Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, Friends of the Earth – US, Friends of the Earth Croatia, Friends of the Earth Cyprus, Friends of the Earth England Wales and Northen Ireland, Friends of the Earth Europe, Friends of the Earth Flanders & Brussels, Friends of the Earth France, Friends of the Earth Ground Work FoE South Africa, Friends of the Earth Mauritius, Friends of the Earth Nepal, Friends of the Earth Norway, Friends of the Earth Srilanka, FULANAS: Negras da Amazônia Brasileira – NAB, Fundação Dinarco Reis, Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia, GEEMA – Grupo deEstudos em Educação e Meio Ambiente( RJ), GERESS – GRUPO DE ESTUDO DAS RELAÇÕES ETNICORRACIAL E SERVIÇO SOCIAL, Greenpeace Brasil, Grupo Arte Fuxico do Fórum de São J. de Meriti, Grupo de Defesa Ecológica – GRUDE, Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte, GPEA-UFMT, Grupo Tortura Nunca Mais – RJ, Grupos Ecologicos de Risaralda – GER, GT Combate ao Racismo Ambiental da RBJA, GT Meio Ambiente AGB Associação dos Geógrafos Brasileiros, GT Minorias do Fórum Justiça, GT Moradia do Fórum Justiça, HUMANITAS – DH e Cidadania, INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos, Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase, Instituto Búzios, Instituto Caracol, iC, Instituto de Estudos da Religião – ISER, Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (DDH), Instituto Humana Raça Fêmina – INHURAFE, Instituto Humanitas, Belém, Pa, Instituto Mais Democracia, Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul – PACS, Instituto Socioambiental (ISA), INTERSINDICAL, Jubileu Sul Américas, Jubileu Sul Brasil, Justica Ambiental, Mocambique, Justiça Global, Laboratório de Investigações em Educação, Ambiente e Sociedade (LIEAS, UFRJ), Laboratório Territorial de Manguinhos – LTM/FIOCRUZ, Mandato do Deputado Estadual Marcelo Freixo – PSOL/RJ, Mandato do Deputado Federal Chico Alencar – PSOL/RJ, Mandato do Vereador Eliomar Coelho – PSOL/RJ, Mandato da Deputada Estadual Janira Rocha – PSOL/RJ, Mariana Criola – Centro de Assessoria Jurídica Popular, MDDF – Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores em Favelas de Santo André, Mesa Humanitária Del Meta Colombia, Mileudefensie/Netherlands, Movimento Ambientalista Os Verdes/RS, Movimento Autonomo Utopia e Luta – Porto Alegre, Movimento dos 500 – Servidores Públicos Federais de Meio Ambiente Contra o Desmonte da Política Nacional de Meio Ambiente, MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA – MST, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Movimento Nacional de Direitos Humanos/ ES, Movimento Nacional de Direitos Humanos/ RJ, Movimento Popular Saúde Ambiental de St Amaro-Ba, Movimento Pró-Saneamento e Meio Ambiente da Região do Parque Araruma – São João de Meriti, Movimiento Madre Tierra Honduras, MUCA- Movimento Unido dos Camelôs, NAPE – Friends of the Earth Uganda, NIEP-Marx – Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas Marx e o marxismo- UFF, Núcleo de Solidariedade Técnica – SOLTEC/UFRJ, Núcleo interdisciplinar de estudos da Baixada Fluminense sediado na UERJ/ Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, Observatório do Pré-sal e da Indústria Extrativa Mineral, Observatorio Petrolero Sur, Buenos Aires, Argentina, Oil Watch International, Otros Mundos Colombia, Partido Comunista Brasileiro – PCB, Pastoral de Favelas , Plataforma Dhesca Brasil, Plataforma Interamericana de Derechos Humanos, Democracia y Desarrollo (PIDHDD), Plenária dos Movimentos Sociais, Pro Natura, Switzerland, Proam-Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental – São Paulo – SP, Proam-Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental – São Paulo – SP, Proceso de Comunidades Negras en Colombia PCN, Projeto Esperança de São Miguel Paulista, Projeto Políticas Públicas de Saúde – FSS/UERJ, PSOL, PSTU, Rede Axe Dudu, Rede Brasil sobre Insituições Financeiras Multilaterais, Rede Brasileira de Ecossocialistas, Rede Contra o Deserto Verde – Espírito Santo, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, Rede de Economia Solidária Complexo do Alemão, Rede de Educadores Ambientais da Baixada de Jacarepaguá, Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), Rede Iberoamericana de Territórios Sustentáveis, Desenvolvimento e Saude, Rede Justiça nos Trilhos, Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental, REMTEA, Rede Questão Urbana e Serviço Social, REDES – Amigos de la Tierra Uruguay, SAHABAT ALAM Malasya, SEPE, Sind Trabalhadores em Radiologia do Est SP, Sindicato dos Bancarios de Santos, Sindicato dos Quimicos Unificados, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri – Ac, SINTUPERJ, Sociedade Angrense de Proteção Ecológica(SAPE), STVBrasil – Sociedade Terra Viva, Terra de Direitos, Terræ Organização da Sociedade Civil, The Corner House – Inglaterra, TOXISPHERA – Associação de Saúde Ambiental (Paraná), União da Juventude Comunista (UJC), Unidade Classista, Via Campesina

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Ato contra o golpe no Paraguai reune movimentos sociais e sindicais no Rio

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Notícias do Rio

Com o auditório lotado de representações nacionais e regionais, aconteceu na noite de terça-feira (3), na sede do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), no Rio, Ato de Solidariedade ao Povo Paraguaio, contra o golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo. Os debatedores reunidos à mesa repudiaram com veemência o que consideram um ataque à democracia no país vizinho e uma ameaça à estabilidade democrática em toda a América Latina
Apesar de diferenças pontuais nos discursos, os debatedores e os representantes das inúmeras entidades presentes ao ato foram unânimes na análise de que os paraguaios que protestam nas ruas devem receber o apoio dos movimentos sociais e sindicais do Brasil. Outras manifestações públicas devem ser programadas pelo Comitê Rio de Solidariedade ao Povo Paraguaio.
Maurício Azedo/ABI“A ABI busca travar um debate intenso sobre a situação do Paraguai, tendo como roteiro o desrespeito ao devido processo legal. O presidente Fernando Lugo não teve sequer direito de defesa. Há uma preocupação de que essa situação ultrapasse os limites do Paraguai. A deposição de Lugo, um ano antes de terminar seu mandato, é uma ameaça às construções populares democráticas que estão sendo gestadas em nosso continente”.

Modesto da Silveira/Casa da América Latina

“O golpe parlamentar no Paraguai viola os princípios da legalidade constitucional e os direitos fundamentais. Temos o dever de acompanhar de perto essa crise e de denunciar o golpe. O governo brasileiro não pode se omitir. Afinal, Brasil, Argentina e Uruguai já têm uma dívida histórica com o Paraguai, desde a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), quando metade da população paraguaia foi morta. Se nos calarmos nesse momento nossa dívida com o povo paraguaio vai aumentar ainda mais”.

 

Marina Santos/MST
“Percebemos nesse processo do golpe a articulação da direita na América Latina e a força do latifúndio e do agronegócio, com o viés do imperialismo americano. O massacre de Curuguaty em 18 de junho, que terminou com 11 camponeses mortos, foi planejado para dar argumento político a uma ditadura judicial e parlamentar. Com isso, os setores conservadores agem para tentar reverter as mudanças sociais e populares que estavam em curso. É hora de protestar nas ruas”.

João Luiz Duboc Pineaud/jurista“O Lugo representa, nesse momento, a democracia latino-americana. A brutal concentração de terras nas mãos de latifundiários está por trás desse golpe. É preciso pressionar para reconduzir Fernando Lugo ao cargo. Essa é a única saída. Qualquer outro desfecho representaria uma preocupante derrota para os povos da América Latina: vamos às ruas, não há tempo a perder”.

João Batista Lemos/ CTB

“O golpe no Paraguai está inserido num contexto mais amplo de reação conservadora ao processo de mudanças em curso na região e tem o mesmo sentido das iniciativas golpistas contra a Venezuela (2002), Bolívia (2008), Honduras (2009) e Equador (2010). É preciso trabalhar na perspectiva da integração dos povos da América Latina, através do protagonismo da classe trabalhadora. Precisamos criar um movimento unificado para impulsionar a luta e reverter o golpe”.

Ciro Garcia/CSP-Conlutas

“Só o povo paraguaio tem o direito de decidir sobre seu próprio destino. Não reconhecemos o novo governo. Apoiamos todas as iniciativas de resistência e chamamos as organizações democráticas e de defesa dos direitos dos trabalhadores a realizar, em todo país, manifestações unitárias contra o golpe no Paraguai. Temos que cobrar do governo brasileiro uma posição mais firme.”

Marluzio Ferreira Dantas/CUT-FUP

“Sempre lutamos contra ditaduras e golpismos e em defesa da democracia. No Brasil, a grande imprensa deve ser criticada não porque se omitiu, mas porque se posicionou ao lado dos golpistas. Por outro lado, foi correta a posição da Unasul (União de Nações Sul Americanas) e do Mercosul (Mercado Comum do Sul), ao não reconhecerem o político empossado no cargo de Lugo. O povo paraguaio precisa do apoio de todos nós para reverter esse golpe”.

Emanuel Cancella/Sindipetro-RJ“O que une tantas forças políticas diferentes nesse momento contra o golpe no Paraguai é a nossa luta pela defesa da democracia. As forças conservadoras, os oligopólios internacionais, estão de olho nas riquezas naturais da nossa América Latina: é o petróleo, o minério e a água do nosso continente. A estratégia do imperialismo é se fortalecer no Paraguai, como um balão de ensaio, para ver até onde vai a nossa resistência. Não vamos aceitar esse ataque à soberania das nações latino-americanas”.

Dezenas de entidades participaram do evento

Dentre as entidades que referendaram os protestos contra a forma arbitrária como o presidente Lugo foi destituído da presidência da República, num evidente desrespeito ao povo que o elegeu, estavam presentes:  Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso; Casa da América Latina; Comissão da Auditoria Cidadã da Dívida Pública; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Marcha Patriótica da Colômbia – Capítulo Brasil; Cebrapaz.

Presentes, ainda, entidades sindicais nacionais e regionais: a CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e CUT (Central Única dos Trabalhadores), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Metroviários, a Condsef (Confederação dos Trablhadores no Serviço Público Federal), o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), que organizou a atividade, além do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sindicato dos Servidores Civis do Ministério da Defesa (Sinfa/RJ), Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro.

Os estudantes também se somaram ao ato, comparecendo com as seguintes representações: UNE (União Nacional de Estudantes), ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes Livre), Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro; UEE (União Estadual de Estudantes); UJS (União da Juventude Socialista); DCE Mário Prata/UFRJ; Federação Nacional de Estudantes das Escolas Técnicas; ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).

Entidades de representação popular se somaram ao ato, dentre as quais: Central de Movimentos Populares, Conselho Nacional das Cidades (Conam), Câmara Comunitária da Rocinha, Associação Estadual das Comunidades Rurais Quilombolas, Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), Comissão Pastoral da Terra (CPT),  Associação Nacional LGBT, Câmara Comunitária da Rocinha, Associação Estadual das Comunidades Rurais QuilombolasDentre os partidos políticos, participaram do ato dirigentes e ativistas da: Federação Anarquista do Rio de Janeiro, PC do B, PSTU, PCB, PT, PSOL e PCR- Partido Comunista Revolucionário.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias

Fotos: Samuel Tosta
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Agroecologia e a convivência com o semiárido na visão de um agricultor paraibano

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Notícias do Brasil

Agroecologia - LatuffMuitos agricultores do agreste da Paraíba se orientam pelos princípios da agroecologia e mostram a sua eficiência mesmo em condições de seca acentuada. O inverno, como os nordestinos chamam a época de chuva, está com dois meses de atraso e mesmo assim os sítios das famílias seguem produzindo alimentos com fartura, graças às tecnologias de convivência com o semi-árido. Os sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais nesta região são muito ativos, e tem prestado assessoria técnica junto com outras organizações que atuam no local. As estratégias vão desde a estocagem familiar e coletiva de sementes e de forragem para os animais, passando pelo armazenamento de água da chuva em cisternas, tanques de pedra e barragens subterrâneas.

Em Massaranduba, região de Campina Grande, o clima é seco. Lá se encontram alguns açudes, apesar da maioria destes estarem em propriedades privadas, grandes fazendas. A região vive um processo de reforma agrária, com distribuição de lotes de 3 hectares para moradia e 10 hectares para plantio. A maioria dos agricultores pratica a agricultura convencional, mas os sindicatos e organizações locais, sobretudo a AS-PTA (Agricultura Familiar e Agroecologia) e a Articulação no Seminárido paraibano, assim como o Polo Sindical do Borborema, têm dado orientações no sentido de uma produção mais sadia e sustentável.

Seu Louro, como é chamado José Lourival Domingos, agricultor de Massaranduba, trabalha junto com a família, tem um forno de farinha em sua casa e planta diversas espécies em seu quintal, desde plantas medicinais até frutos e legumes para alimentação. Apesar da seca que atingiu a região este ano, sua farinha é suficiente para alimentação da família e para a venda, e agora está desenvolvendo também o plantio de laranjas. Para ele, é como se tivesse nascido de novo com a agroecologia.

“Hoje a agroecologia para mim é tudo, porque você vê na minha propriedade de tudo um pouco, e eu acredito que falta a gente conseguir trazer mais agricultor para esse modelo. Porque é o caminho, só que tem uns cabeças duras que só acham vantagem em derrubar; plantar não. A agroecologia tem que ficar sempre replantando. Eu estou com umas árvores aqui que são muito produtivas. Tem que saber e respeitar a natureza de cada uma delas. Eliminar tudo não é agroecologia, aí está acabando com a natureza”, afirmou.

O agricultor vende bolo, tapioca, farinha, dentre outros derivados da mandioca. Ele agora está investindo na produção de frutas e hortaliças, usando a água da cisterna calçadão, e quer ampliar a participação no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Em três meses entregou 60 caixas de laranja para a merenda escolar, garantindo alimentação saudável para as crianças.

A medicina popular também é valorizada por ele, que manuseia suas plantas curandeiras de forma agroecológica. Seu Louro diz que essa diversidade, não só de plantas cultivadas mas também de variedades de uma mesma espécie, pode lhe ser útil de várias maneiras: seja na cura com as ervas medicinais, ou na alimentação sadia com o feijão macassa, do qual ele tem umas cinco variedades em sua propriedade. Segundo Seu Louro, as plantações vão sendo experimentadas até definir quais são as mais adequadas para a região.

“A gente procura a que mais se dá, vamos experimentando. Depois que eu fiz experiências com o adubo verde as coisas mudaram. Aonde eu plantar dá aqui, agora.

Para fertilizar a terra ele também explora a natureza de cada planta, utilizando a sombra e folhagem das árvores que lhe rendem mais na produção. Algumas são utilizadas para alimentação de alguns animais, que, por sua vez, também fornecem adubo, como é o caso do esterco das galinhas. As folhagens dos adubos verdes são um excelente fertilizante orgânico. Chega a ficar com 10 cm de “estrume de folha seca”, diz.

Todo esse conhecimento foi adquirido em diversas atividades de intercâmbio de conhecimentos entre os agricultores. Seu Louro destaca um seminário do qual teve oportunidade de participar em Serra Redonda, cidade vizinha. Seu Antonio Roberto, agricultor antigo, que está hoje idoso em São Paulo com a família, incentivou alguns moradores de Massaranduba a utilizar a produção de base agroecológica. A partir daí o sindicato começou a fazer mutirão todo ano, cerca de treze agricultores revezavam nos territórios para aprenderem juntos e multiplicarem as técnicas. Hoje tem mais gente fazendo agroecologia, e o sindicato continua apoiando. Por isso, Seu Louro faz questão de repassar essa história e conhecimento para as novas gerações, sobretudo da sua família.

“Eu estou vendo a coisa dando certo, todos os sindicatos devem ter a preocupação que o de Massaranduba tem. Só as cercas vivas que a gente tem feito cresceram muito, antes ninguém fazia. Hoje estou querendo ampliar minha propriedade de 3 hectares.

Seu Louro foi criado na produção artesanal de farinha, sempre com um forno em sua casa, com máquinas muito antigas. Seu pai levava em costa de burro a farinha da tapioca e outros produtos, por quilômetros, até Campina Grande. Nessa época Massaranduba era só um povoado. Até que foi implantada uma feirinha que acontece aos sábados, e é lá que ele escoa até hoje sua produção agroecológica. Crítico feroz da utilização de venenos, ele lembra que até a produção animal não escapou do modelo agroquímico.

“No tempo de meu pai o animal, a galinha, o porco, o bode, tomava um medicamento dos pés de árvore, era uma tal de cabacinha, tem na feirinha de Campina. E a tal da babata de purga, até dava para o porco também, que é bom para matar verme. Você só não podia se perder na dose, mas isso a gente tinha noção da medida certa. A gente se criava saudável e os nossos animais também”, afirmou.

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Alvo de tiros, famílias do MST desocupam frente de fazenda

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Notícias do Brasil

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) devem desmontar o acampamento montado em frente à Fazenda Cedro – que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, de Daniel Dantas

Por: Bianca Pyl, Repórter Brasil 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aceitou retirar as famílias acampadas em frente à sede da Fazenda Cedro até o domingo (8). A propriedade situada em Eldorado dos Carajás (PA), no Sudeste do Estado, pertence à Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, empresa que tem como acionista o banqueiro Daniel Dantas. No último dia 21 de junho, seguranças da fazenda em questão dispararam contra manifestantes do MST. A ofensiva armada teve como alvo um grupo de pelo menos 16 pessoas, incluindo crianças. A empresa, por sua vez, alega que os seguranças apenas agiram em defesa mediante ato de ocupação.

A decisão dos sem-terra de deixar o local foi tomada em reunião ocorrida na última terça-feira (3), em Marabá (PA), entre o MST, a Ouvidoria Agrária, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Defensoria Pública do Estado do Pará. As 300 famílias serão deslocadas para acampamentos já existentes em outras áreas, anunciou Gercino José da Silva Filho, ouvidor agrário nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Segundo ele, o movimento aceitou se retirar porque o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já vistoriou imóveis para hospedar as mais de 1 mil famílias (confira relação mais abaixo) que estão acampadas em outras grandes propriedades sob a alçada da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara.

De acordo com Gercino, que também preside a Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, o secretário de Segurança Pública do Pará informou que o inquérito para apurar o caso já foi instaurado. Com a saída das famílias, será agendada uma audiência pública entre os movimentos sociais camponeses e a empresa Agropecuária Santa Bárbara. “Qualquer uma das partes pode convocar a audiência por meio de requerimento para o juiz da Vara de Marabá”, complementou o ouvidor.

Ele confirmou ainda que a Santa Bárbara deve disponibilizar ao Incra uma parte da propriedade conhecida como “Complexo Cedro”. Um processo judicial sobre essa parcela corre na Vara Agrária de Marabá há cerca de dois anos. Informações que constam de nota divulgada pelo MST dão conta de que a “Agropecuária Santa Bárbara está obrigada, desde 2010, a devolver à União parte da Fazenda Cedro, mais especificamente 826 hectares de sua área”. “Em outubro de 2010?, prossegue o comunicado do movimento, “a Justiça Federal em Marabá determinou esta reintegração de posse para o Incra transformá-la no Projeto de Assentamento Cedrinho”.

Na avaliação do ouvidor, a demora para a destinação efetiva da área à reforma agrária é normal, pois as terras envolvidas são muito largas (a soma, no referido caso, chega à casa dos 20 mil hectares). “Além disso, existe a burocracia do serviço público. Agora, por exemplo, o Incra está em greve”, detalha. A fase de notificação dos proprietários também é um procedimento demorado, explicou Gercino.

Atualmente as famílias integrantes do MST, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Pará (Fetagri) e da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) ocupam, além da Cedro (300 famílias), as Fazendas Fortaleza (60 famílias), Porto Rico (110 famílias), Espírito Santo (160 famílias) e Maria Bonita (494 famílias). “Mas estas outras áreas não serão destinadas para reforma agrária porque a lei [8.629/1993] não permite nem vistoriar estes locais”, disse o ouvidor. A parcela do “Complexo Cedro” destinada pela Judiciário ao Incra não é suficiente para alojar todas as famílias acampadas e o órgão fundiário deverá vistoriar outros imóveis para conseguir assentar todas as famílias.

Um grupo de entidades lançou um manifesto em apoio às ações do MST para cobrar a retomada da Fazenda Cedro. A reportagem tentou entrar em contato com o Incra para ter acesso a mais detalhes sobre os procedimentos e providências em curso, mas não foi atendida até o fechamento desta matéria em função da greve dos funcionários do órgão federal. A categoria pede equiparação de salários com os vencimentos pagos aos funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Ameaça

Antes do conflito que acabou mais uma vez em tiros contra os sem-terra, o clima na região já estava bastante tenso. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Eldorado dos Carajás (PA), Regina Maria Gonçalves, sofreu intimidação de fazendeiros locais uma semana antes do ocorrido. Na sexta-feira (15), uma comitiva de dez latifundiários foi até a sede do sindicato para intimidá-la. “Fiquei cercada pelos fazendeiros, que estavam alterados e muito nervosos. Eles disseram que 150 homens armados estavam preparados para receber quem tentasse invadir”.

A sindicalista disse que o grupo propôs que ela assinasse um documento garantindo que não haveria ocupação de uma área no Projeto de Assentamento Sereno. A sindicalista se recusou. “Eu não posso me comprometer com isso porque não sou eu quem organiza as ocupações”. Regina disse ainda que um fazendeiro chegou a dizer “quem avisa amigo é” à sua irmã, em tom de ameaça. Na segunda-feira (18), Regina registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (PA).

http://amazonia.org.br/2012/07/alvo-de-tiros-fam%C3%ADlias-do-mst-desocupam-frente-de-fazenda/

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MST expressa apoio à luta dos trabalhadores da educação

quarta-feira 11 julho 2012 - Filed under Notícias do Brasil

 http://diariodepetropolis.com.br/2012/06/17/greve-dos-professores-federais-completa-um-mes-sem-previsao-de-termino/

Nós do MST expressamos para toda a sociedade nosso apoio e solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da educação em luta. Desde o seu nascimento, o MST tem lutado pela educação. Temos a convicção de que a luta por escola, se faz, fazendo escola. Como fruto da mobilização e luta permanente, conquistamos mais de 1.500 escolas do campo. Somos contra a política do Estado brasileiro de fechamento das escolas do campo. Para nós: Fechar Escola é Crime! Defendemos a expansão e a interiorização da educação. No entanto, isso não pode representar a precarização educacional.

Manifestamos nossa solidariedade de classe aos trabalhadores e às trabalhadoras das universidades federais em greve. Nos somamos na defesa de sua justa pauta de reivindicação:

– Contra o produtivismo: Educação não é mercadoria;

– Pelo aumento de salários;

– Pela garantia do plano de carreira;

– Pela qualidade da educação;

– Pela destinação de 10% do PIB para a educação;

– Contra a apropriação do público pelo privado através da privatização indireta em curso.

A universidade pública não pode estar a serviço do capital e do mercado. A universidade deve ser um espaço de pesquisa, produção e divulgação do conhecimento. Nos colocamos nas ruas e nas lutas ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação. Empunhando as bandeiras da Reforma Agrária e da Educação Pública de qualidade e gratuita, seguimos na construção de um país soberano.

“A educação não é a única alavanca para transformação da sociedade, mas sem a educação, a transformação não ocorre.” Paulo Freire

Direção Nacional do MST

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Boletim Cúpula dos Povos 2

quarta-feira 27 junho 2012 - Filed under Boletins

Caso não consiga visualiza o boletim corretamente, acesse http://boletimmstrj.mst.org.br/boletim-cupula-dos-povos-2
Boletim do MST RIO – ESPECIAL CÚPULA DOS POVOS 2 – 26 de junho de 2012

Companheiras e Companheiros,

Na semana passada, cumprimos uma das tarefas mais importantes deste ano: a realização da Cúpula dos Povos. Durante 8 dias, recebemos mais de 2500 militantes da Via Campesina, vindos de todo o Brasil e de diversos países da América Latina e do mundo. Estas companheiras e companheiros estiveram em nossa cidade especialmente para dizer que não acreditam nas propostas de esverdeamento do capitalismo sugeridas pelos chefes de estado na Rio+20.

Para isso, fizemos do sambódromo nossa morada, e as ruas do Rio de Janeiro foram nossa passarela. Alí convivemos com indígenas, quilombolas, entre diversos movimentos, aprendendo a cada dia a beleza de nossa diversidade que nos unifica enquanto classe trabalhadora. Nossas mulheres mostraram sua força, clamando por uma sociedade feminista e socialista, livre das opressões patriarcais e capitalistas. Com uma bela decoração no prédio da Vale, mostramos às multinacionais que nossa vida não é mercadoria, e que não podem roubar nossa riqueza impunemente. A marcha do dia de luta global, terminando na Cinelândia, fez o Rio de Janeiro relembrar as passeatas contra a ditadura, reunindo 80 mil pessoas nas ruas no centro da cidade.

Nossa solidariedade latino-americana também teve espaço na Cúpula, quando juntos com nossas hermanas e hermanos festejamos a Aliança Bolivariana dos Povos. Nos solidarizamos também com o povo da Vila Autódromo, que simboliza a luta das inúmeras famílias ameaçadas e despejadas pelos mega-eventos. E finalmente, quando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil mostrava sua maquete de agricultura sustentável sem sequer um trabalhador, fomos pessoalmente ao encontro dos latifundiários dizer que a única agricultura verdadeiramente sustentável é feita pelas camponesas e camponeses sem agrotóxicos.

Desta forma, acreditamos que cumprimos nosso papel da Cúpula dos Povos. Esperamos ter recebido bem nossas companheiras e companheiros de todo o mundo, para que sigamos na luta com mais força depois deste encontro. Não esperamos nada do encontro oficial, mas temos certeza de que a participação do MST e da Via Campesina na Cúpula dos Povos, unindo-se às lutas da classe trabalhadora vinda de todo o canto do mundo para o Rio, foi essencial para manter viva a chama da luta, na esperança de um mundo com justiça social e soberania popular.

Globalizemos a luta, globalizemos a esperança.

MST-RJ

Cantinho da Saúde garante atendimento aos participantes da Cúpula dos Povos

Tenda da Saúde da Via Campesina atendeu 1150 pessoas no acampamento montado no Sambódromo durante a Cúpula dos Povos.

por Neusa Buffon (coordenação nacional Setor de Saúde MST) e Ivi Tavares (coordenação do Setor de Saúde do MST RJ)

Durante a Cúpula dos Povos foi idealizado um espaço de cuidado em saúde para os 3000 representantes da Via Campesina que estavam alojados no Sambódromo, no Rio de Janeiro. No mesmo local, outras 7000 pessoas de outros movimentos sociais como os indígenas, movimento estudantil, movimento negro e outros também acampavam. A organização do espaço “Cantinho da Saúde” se iniciou no dia 16/06, sendo este montado com alguns materiais e equipamentos comprados pelo movimento e outros doados pelo Programa de Práticas Integrativas da prefeitura do RJ.

O espaço foi composto por vários ambientes: recepção, sala dos medicamentos, sala de curativos, sala de massagem e acupuntura, espaço para repouso e um local para a alimentação da equipe e das pessoas que necessitavam de dieta diferenciada. O trabalho foi iniciado com poucas pessoas, mas com a chegada das delegações no dia 17, o número de cuidadores e cuidadoras  chegou a 36, entre eles 4 médicos militantes.

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Via Campesina promove marcha na Rio+20 para denunciar intensa utilização de agrotóxicos pelo agronegócio

por André Antunes e Raquel Júnia – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Colaboraram: Eduardo Sá e Katarine Flor

Protesto contou com mais de 2 mil manifestantes e realizou ação direta dentro do stand da Confederação Nacional da Agricultura, principal entidade dos produtores ligados ao agronegócio.

Via Campesina na CNA Via Campesina na CNA

Denunciar o modelo de produção agrícola brasileiro baseado no agronegócio e propor alternativas para ele: esse foi o objetivo da marcha organizada pela Via Campesina no último dia 21, que levou cerca de 2,5 mil manifestantes à igreja da Candelária, centro do Rio de Janeiro, de onde partiram em direção ao Pier Mauá, na região portuária. No local, estava sendo realizada uma exposição organizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que reúne os expoentes do agronegócio brasileiro, como a senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

O que os policiais e a organização da exposição não sabiam é que do lado de dentro também estava previsto um protesto. Cerca de 300 manifestantes dos diversos movimentos que compunham a manifestação já estavam no local desde a abertura da feira e aguardavam a proximidade da marcha para, do lado de dentro, também passar o recado contra os agrotóxicos e por outro modelo de agricultura.

Em uma ação bastante coordenada, um manifestante disparou as primeiras palavras de ordem repetidas em coro: “O agronegócio é a mentira do Brasil”. “O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo”. “Se o campo não planta, a cidade não janta”. Os militantes pareciam “brotar” de todos os espaços do stand e rapidamente espalharam cartazes por todos os lados, a maquete chamada de sustentável virou um rio de panfletos e cartazes sobre o alto consumo de agrotóxicos no Brasil e os prejuízos dessa prática para toda a sociedade que consome alimentos envenenados.

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A globalização da luta contra os agrotóxicos

Campanha contra os agrotóxicos - América Latinapor Alan Tygel

Cúpula dos povos reúne lutadores contra os agrotóxicos da América Latina

A Via Campesina reuniu nesta terça-feira (19) campanhas contra os agrotóxicos de todo o continentes na Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro. O objetivo do encontro foi socializar as experiências de luta contra os venenos e articular a construção de um movimento latino-americano unificado partindo das experiências já em construção.

O quinto congresso da CLOC-Via Campesina, realizado em Quito em 2010, decidiu lançar uma campanha continental contra os agrotóxicos e pela e vida. Dentre os objetivos da campanha, estão a luta contra as transnacionais dos venenos, a erradicação dos agrotóxicos e a promoção de uma agricultura alternativa baseada na agroecologia.

“Viendo mi tierra”

Os participantes dos diversos países colocaram a situação da luta contra os venenos em seus países. Silvia Rodriguez, da CONAMURI – Paraguai, reforçou um problema comum a todos: os incetivos dos próprios governos ao uso de agrotóxicos. Segundo ela, a utilização dos químicos vem causando perda de fertilidade da terra, levando muitos camponeses a abandonar suas propriedades. “Na região de Caaguazu, vemos muitas placas escritas: Viendo mi tierra. Já não conseguem produzir mais nada. Além disso, os animais são muito prejudicados. Em tempos de pulverização aérea, o vento carrega os agrotóxicos e os pintinhos amanhecem todos mortos”.

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Movimentos esculacham torturador da ditadura em ato na Cúpula dos Povos

Escracho na Cúpula dos Povos - Dulene AleixoPor Rafael Soriano, da Página do MST

Rio de Janeiro, Botafogo, avenida Lauro Müller, número 96, apartamento 1409. Neste endereço vive confortavelmente o militar reformado Dulene Aleixo Garcez dos Reis, que, durante os anos de chumbo da Ditadura Civil-Militar no Brasil, torturou e assassinou militantes da esquerda, nas dependências do famigerado DOI-CODI na Tijuca. Entre suas vítimas, encontramos o jornalista e secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Mário Alves.

Dulene Aleixo foi capitão da Infantaria do Exército em 1970 e serviu no ano seguinte no Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) de Barra Mansa. Das 20 horas da noite do dia 17 de janeiro de 1970 até às 4 horas da manhã do dia seguinte, Dulene participou da tortura de Mário Alves, capturado no mesmo dia, o que culminou com a morte do dirigente por perfuração do intestino e hemorragia interna provocadas por empalamento com cassetete de madeira e estrias de ferro.

Demandando Memória, Verdade e Justiça, mais de 3 mil pessoas realizaram um esculacho em frente ao prédio onde vive o ex-torturador. A experiência, herdada de países como Argentina e Chile (onde o protesto se chama Funa), tem sido praticada no Brasil por organizações de juventude e de direitos humanos, como o Coletivo Tortura Nunca Mais e o Levante Popular da Juventude, para pressionar a recém-instalada Comissão da Verdade, do Governo Federal.

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Mais de 3 mil pessoas fazem ato contra a mineradora Vale no Rio de Janeiro

Ato contra as transnacionais na Vale

Por Elisa Estronioli

No final da tarde da terça-feira (19/6), os movimentos socais participantes da Cúpula dos Povos realizaram um ato contra a transnacional Vale, em frente à sede da empresa, entre as ruas Santa Luzia e Graça Aranha, no Rio de Janeiro.

Marcha Contra as Transnacionais - Eike BatistaParticiparam do ato por volta de 3 mil pessoas dos movimentos sociais da Via Campesina, Marcha Mundial das Mulheres, entre outros. A ação foi coordenada pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale. A Vale foi escolhida como alvo simbólico para representar as grandes corporações internacionais, cujas práticas desrespeitam os trabalhadores, degradam o meio ambiente e roubam dos povos o controle sobre seus territórios.

“A Vale usa a mesma estratégia em todos os países do mundo. Em Moçambique, são 1365 famílias sofrendo repressão desde 2004; a Vale viola os direitos dos trabalhadores, não dando condições de segurança e higiene e já controla todo o território centro-norte de Moçambique, através da construção de uma linha férrea”, denunciou Jeremias Vunjanhe, militante da ONG Justiça Ambiental, que havia sido impedido de entrar no Brasil na semana passada.

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Cúpula dos Povos leva 80 mil às ruas contra capitalismo

Marcha - Dia de Luta Global Rafael Soriano, da Página do MST

Mais de 80 mil homens e mulheres formaram um mar de pessoas que, organizadas, cobriram a Avenida Rio Branco no Centro do Rio de Janeiro, desde a Candelária até a Cinelândia.

A mobilização global convocada pelo Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos e engrossada por diversos movimentos e a população do Rio de Janeiro, foi o marco do levantar das vozes dos povos de todo o mundo contra o que consideram um teatro barato encenado na conferência oficial, a Rio +20, por chefes de Estado e grandes corporações, que seriam incapazes de promover justiça social e ambiental.

Num chamado à unidade de toda a classe trabalhadora mundial, o dirigente da Via Campesina, João Pedro Stedile, convocou o grande contingente a um pacto histórico: “Propomos o pacto do Rio de Janeiro dos povos em luta, para que voltemos para nossos locais de origem e façamos todos os dias lutas contra os inimigos certos”.

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Ato de solidariedade entre os povos latinoamericanos é realizado na Cúpula

Da Alba Comunicação

No marco da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio +20, realizou-se no Aterro do Flamengo um grande ato de solidariedade com os povos da Colômbia, Honduras, Guatemala, Venezuela, Cuba, Haiti e Paraguai, com a presença de mais de 500 pessoas.

A atividade, organizada pela Articulação Continental de Movimentos Sociais para a ALBA e Via Campesina, contou com a presença das delegações da ALBA que, depois de participar das reuniões oficiais, se juntaram aos Movimentos Sociais para discutir a problemática ambiental.

O ideal de integração latinoamericana percorreu o painel durante as duas horas que durou a atividade. Na ocasião Francisco Toloza (Colômbia), Salvador Zuñiga (Honduras), Jean Baptiste Chavannes (Haiti), Pérola Alvarez (Paraguai), Rafael Gonzalez (Guatemala), Jesus Cegarra (Venezuela) e Carlos Zamora (Cuba) falaram sobre os desafios dos Movimentos Sociais em nosso continente, e as diversas lutas em curso contra o imperialismo, dando ênfase na rejeição à “economia verde” como uma não-solução aos problemas ambientais de nossas sociedades.

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Via Campesina e movimentos sociais apoiam resistência da Vila Autódromo

Por José Coutinho Júnior, da Página do MST

Vila Autódromo - Cúpula dos PovosMais de 1500 militantes de movimentos sociais do campo, da cidade e indígenas realizaram um ato de solidariedade à comunidade Vila Autódromo, localizada na Baixada de Jacarepaguá, próximo à Barra da Tijuca, nesta quinta-feira (20/6).

A comunidade é ameaçada de despejos há mais de 20 anos e sofre agora nova ofensiva por causa dos Jogos Olímpicos, que serão realizados em 2016. “A Vila Autódromo é um símbolo de resistência de todas as comunidades que estão sofrendo despejos pelos megaeventos, grandes investimentos de corporações, pelos projetos de desenvolvimento que são contrários ao interesses do povo. É um ato também que simboliza a luta dos desterritorializados, que estão sendo expulsos não só no espaço urbano, mas no campo e nas comunidades tradicionais”, afirma Luis Zarref, dirigente da Via Campesina.

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Via Campesina denuncia impactos do agronegócio e condena economia verde

Da Comunicação da Via Campesina

Durante a coletiva de imprensa das organizações da sociedade civil sobre agricultura, concedida nesta quinta (21/6) no espaço oficial da Rio+20, os representantes da Via Campesina Internacional Chavannes Jean-Baptiste, do Mouvement des Paysans de Papaye (MPP), do Haiti, e a canadense Nettie Wiebe, da National Farmers Union, apresentaram um panorama da leitura que a organização faz do conceito de economia verde e do quadro atual de desenvolvimento da agricultura em todo o mundo.

Jean-Baptiste apontou que o processo de usurpação das terras no país da América Central tem crescido com o aumento da demanda por agrocombustíveis. “O Haiti é muito pequeno, temos apenas 27 mil quilômetros de extensão de terras, e boa parte delas têm sido concedidas pelo governo a transnacionais para produzir para exportação. As pessoas estão saindo de suas terras. O governo pediu às prefeituras que aprovem leis que permitam a instalação dessas empresas para produzir commodities para agrocombustíveis. Nós produzimos o alimento do país, promovemos soberania alimentar, a agroecologia e a reforma agrária. Além disso, a agricultura industrial é responsável por 50% do aquecimento global. Estamos aqui para dizer não ao capitalismo verde”, disse.

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Gilmar Mauro: Rio+20 é momento de trabalho de base contra os agrotóxicos

Leia entrevista do dirigente do MST, Gilmar Mauro, para Rodrigo Santaella, da revista da corrente do PSOL Enlace.

“No nosso modo de ver, [a Rio+20] é um momento de agitação e propaganda. Mais do que sair de lá com grandes linhas de definições, achamos que há muitas contradições para que se tenha um documento que aponte para uma luta anti-sistêmica, mas nós temos que aproveitar o momento para politizar o debate e divulgar o debate sobre os agrotóxicos. Nossa intenção no Rio é desenvolver essa atividade.”

“Neste momento [de crise do capitalismo], se um trabalhador, um quadro dentro de uma fábrica erguer o dedo, contestar tudo isso, é capaz de ser colocado na rua, por justa causa. Num momento de crise, um quadro dentro de uma fábrica faz diferença, e pode parar a fábrica. Eu digo para nossa turma, um assentamento hoje influi o que no município? Pouca coisa. Mas num momento de crise o referencial de luta construído pelo MST pode ser um referencial importante, porque aí vem a questão, o sentimento de que “nós temos que fazer igual ao MST”.”

Veja a entrevista completa.

Veja mais notícias sobre a Cúpula

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Expediente

Boletim MST Rio

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Cantinho da Saúde garante atendimento aos participantes da Cúpula dos Povos

terça-feira 26 junho 2012 - Filed under Notícias do MST Rio

Tenda da Saúde da Via Campesina atendeu 1150 pessoas no acampamento montado no Sambódromo durante a Cúpula dos Povos.

por Neusa Buffon (coordenação nacional Setor de Saúde MST) e Ivi Tavares (coordenação do Setor de Saúde do MST RJ)

Durante a Cúpula dos Povos foi idealizado um espaço de cuidado em saúde para os 3000 representantes da Via Campesina que estavam alojados no Sambódromo, no Rio de Janeiro. No mesmo local, outras 7000 pessoas de outros movimentos sociais como os indígenas, movimento estudantil, movimento negro e outros também acampavam. A organização do espaço “Cantinho da Saúde” se iniciou no dia 16/06, sendo este montado com alguns materiais e equipamentos comprados pelo movimento e outros doados pelo Programa de Práticas Integrativas da prefeitura do RJ.

O espaço foi composto por vários ambientes: recepção, sala dos medicamentos, sala de curativos, sala de massagem e acupuntura, espaço para repouso e um local para a alimentação da equipe e das pessoas que necessitavam de dieta diferenciada. O trabalho foi iniciado com poucas pessoas, mas com a chegada das delegações no dia 17, o número de cuidadores e cuidadoras  chegou a 36, entre eles 4 médicos militantes.

Além da alopatia convencional, o Cantinho da Saúde priorizou práticas tradicionais de saúde e cuidado, como fitoterapia, homeopatia, florais, massagem, acupuntura, moxabustão, auriculoterapia, reflexologia, radiestesia, limpeza de ouvido e Reiki.

O trabalho foi centrado primeiramente nas orientações de prevenção e promoção da saúde e o tratamento das doenças foi basicamente com as terapias complementares, utilizando a alopatia em situações mais graves ou emergentes.

A maioria dos problemas esteve ligado a alimentação, pelos atrasos na entrega e a falta de higiene no preparo. A equipe de saúde teve inclusive que intervir no local onde estavam sendo preparados os alimentos, e o contrato com um dos fornecedores de marmita foi rompido.

A rotina intensa de marchas e caminhadas também impactou os militantes, provocando dores musculares, machucados inflamados e pequenos acidentes. Além disso, o frio provocou ocorrências de dor de garganta, dor de cabeça e até pneumonia. E os grandes vilões da saúde pública como pressão alta e casos suspeitos de dengue também foram atendidos. Quatro pessoas foram encaminhadas para a emergência de hospitais da rede pública.

No final da Cúpula, foram contabilizados 1150 atendimentos no Cantinho da Saúde.  O local serviu não só para a Via Campesina, mas foi uma referência para os cerca de 11 mil alojados no local.

O Cantinho foi um espaço de troca de conhecimento e aprendizagem coletiva das mais diversas terapias, de companheirismo, solidariedade e trabalho em equipe. Todos trocaram experiências e aprenderam muito. O espaço provou que é possível cuidar da saúde de forma diferente da medicina tradicional e que as terapias podem se complementar  e dar conta de cuidar dos problemas em vários níveis de adoecimento.

Segundo a militante da Via Campesina Fernanda Jatobá, o mais importante foi o carinho: “Passei mal em um dos dias, e mais do que os remédios e tratamentos, o que me recuperou do mal-estar foi o carinho e atenção da equipe. Fizeram com que eu descansasse, e até me deixaram longe do celular!”

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Boletim Cúpula dos Povos 1

terça-feira 19 junho 2012 - Filed under Boletins

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Boletim do MST RIO – ESPECIAL CÚPULA DOS POVOS 1 – 18 de junho de 2012

Marcha das Mulheres reúne 8 mil pessoas no Rio de Janeiro

da Agência Pulsar

A Marcha das Mulheres foi realizada na manhã hoje (18) no Centro do Rio de Janeiro e reuniu cerca 8 mil pessoas de várias partes do mundo. Este foi o primeiro ato público realizado dentro da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20.

A manifestação reuniu mulheres e homens do campo e da cidade para lutar contra a desigualdade de gênero, o racismo e todas as formas de preconceito. As feministas defenderam a mudança do atual modelo econômico, que, segundo elas, aprofunda as desigualdades e que coloca as mulheres em um regime de submissão e muita pobreza.

A representante da Via Campesina Internacional Marta Cecília afirmou que as mulheres estão na luta pela defesa da “Mãe Terra”, da soberania alimentar, agroecologia e pela reforma agrária. A campesina fez um chamado pela união latino-americana.

A integrante da Marcha das Mulheres Graciela Rodrigues alertou para a importância dos temas que estão sendo discutidas na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). No entanto, de acordo com ela, as propostas apresentadas na conferência não garantem um futuro melhor para o planeta.

Durante a marcha um grupo de mulheres ocupou a sede do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O grupo questiona a atuação do banco que tem realizado diversos investimentos em atividades consideradas de grande impacto social e ambiental como: produção de etanol, construção de hidrelétricas e monocultivos.

Veja mais fotos: http://boletimmstrj.mst.org.br/marcha-das-mulheres-na-cupula-dos-povos-rio-2012/

Abrasco lança dossiê sobre o impacto dos agrotóxicos na Cúpula dos Povos

Da Página do MST

A Via Campesina, em sua primeira atividade na Cúpula dos Povos, debateu a questão dos agrotóxicos no campo, em conjunto com outras organizações, como os Amigos da Terra e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).

Numa das atividades, foi lançado a segunda parte do dossiê da Abrasco sobre agrotóxicos. De acordo com Lia Giraldo, da Fiocruz, a problemática dos agrotóxicos atravessa todos os segmentos da vida, e não só o campo, e por isso, essa luta deveria ser de toda sociedade. “Os inseticidas, que usamos nas cidades para nos proteger de mosquitos, contém as mesmas substâncias que muitos agrotóxicos, mas são vendidos como algo ‘limpo’ para a população”, destaca.

Clique aqui para baixar o dossiê em PDF

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Via Campesina apresenta críticas à economia verde a dirigente da ONU

Por Cristiane Passos

No final da tarde do último sábado (16), foi promovido um debate entre representantes da Via Campesina e de organizações da sociedade civil com o presidente do PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, sobre economia verde, a proposta da ONU e as reais implicações desta na vida das populações do mundo.

Larissa Parker, advogada da organização Terra de Direitos e membro do coletivo Carta de Belém, inicou o debate questionando o presidente do PNUMA sobre exemplos paupáveis de várias partes do mundo onde a implantação da economia verde se mostra danosa.
A financeirização e mercantilização do meio ambiente tornam a natureza um ativo, um título no mercado, ficando sujeito à ação especulativa. Sendo assim, como garantir, dentro da economia verde, a conservação ambiental, já que sua escassez elevará seu valor de mercado?

Larissa questionou, ainda, a engenharia de novas tecnologias propostas pela ONU, como uma forma de manter o colonialismo e o discurso da erradicação da pobreza, sem falar em distribuição de riquezas e de terras. Além disso, esse modelo proposto pela ONU vem a ser uma nova roupagem da tão falada revolução verde, que prometia o fim da fome com as tecnologias desenvolvidas de sementes resistentes e novos pesticidas, e o que se viu foi a continuidade da fome, o endividamento das famílias camponesas que passaram a comprar esses produtos, o envenenamento da comida e, até mesmo, a morte de camponeses e camponesas, principalmente na Índia, desiludidos com essa forma de produção. “As alternativas estão acontecendo, são visíveis, é preciso que a ONU olhe para elas, olhe para os povos que aqui estão reunidos, e para as experiências em vários territórios que aqui estão representados”, finalizou Parker.

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Articulação Nacional de Agroecologia debate alternativas ao agronegócio

Da Página do MST

A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) realizou na Cúpula dos Povos, durante os dias 15 e 16, o seminário “Agricultura familiar e Camponesa e Agroecologia como alternativa à crise do sistema agroalimentar industrial”.

A primeira palestra teve como tema Crise alimentar mundial e desafios à soberania alimentar. Participaram da mesa Aksel Naerstad, da Coalizão More and Better; Maria Emília Pacheco, da FASE/Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil; Pat Mooney, Membro do Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração (ETC, sigla em inglês). A mesa foi coordenada por Jean Marc Von der Weid, da Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA).

Aksel iniciou a palestra indagando sobre a crise alimentar que o mundo sofre atualmente. “A crise alimentar é permanente: em 1992, época da Rio92, havia 858 milhões de pessoas passando fome. Há muito alimento no mundo para alimentar o dobro da população mundial. Parte desse alimento se perde no armazenamento, parte é usada em alimentação de animais, além do desperdício nos restaurantes, que, se fosse evitado, poderia alimentar 1 bilhão de pessoas que passa fome.

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