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Site do boletim do MST do Rio de Janeiro

Poema para Fernando Moura – até breve!

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do MST Rio

da Direção Estadual do MST RJ:

Fernando Moura é a pessoa que mais entende sobre a questão agrária no Estado do Rio de Janeiro. Há anos se dedica com afinco à luta pela terra à organização e luta dos trabalhadores/as rurais Sem Terra. Um exemplo forte de militante dedicado, disciplinado, estudioso e grande sentimento de amor pelo povo. Radical na defesa pela realização da Reforma Agrária. Registramos nosso amor e gratidão pela dedicação na construção do MST RJ e o enviamos com todo carinho para que continue cumprindo suas tarefas no MST BA.

POEMA DE HOMENAGEM FERNANDO MOURA
Por Rosângela

Companheiras e companheiros
Prestem muita atenção no que vou falar com muita convicção
É um pouco de nossa história com a história de um irmão
Nasceu em Portugal e se criou também lá.

Estando ele jovem pediram para ele lutar
Mandando ele para África assim Portugal continuara dominar
Mas esta foi uma luta da qual não quis participar
Pois era uma injustiça o que Portugal fazia lá

Veio para o Brasil e o que foi que encontrou
Outra luta desigual e desumana
Aí na CPT ele entrou
Ajudando os companheiros na sua organização pois o Brasil precisava de uma grande união

Nossos militantes faziam uma grande revolução
De um lado as Forças armadas e a mídia comandava
Junto com a burguesia que a estes apoiava
Assim nosso amigo em comum, teve que dar uma retirada
Se exilou do Brasil até a poeira baixar
E retornou ao Brasil para mais uma luta travar

Assim Fernando Moura veio pro lado de cá
Ajudando a nós até hoje a uma consciência encontrar
Sempre nos conscientizando da importância de estudar
Rever nossos valores, o que vale a pena guardar.

Muitos já viram chover tempestades e relampejar.
Mas Fernando Moura bravo nunca queira encontrar
É de tremer os pilares do Incra e o superintendente quase chorar
Sua voz macia e calma sempre nos leva a pensar
Refletir sobre nossas lutas para melhores soluções encontrar
Buscando sempre conhecimento para melhor nos organizar

Temos muito que agradecer toda esta experiência que nos é repassada
É fruto de muitas lutas
Trabalho de muitas jornadas
O MST tem orgulho de ter um militante assim
Que nunca foge da luta, com ele não tem tempo ruim
Mas se ele ficar indignado, meu filho, sai do caminho

Sei que muitos aqui tem uma história pra contar
Junto do Fernando Moura alguma luta foi travar
Pois ele é quase uma lenda
Onde chega o MST está
Não sei dizer o dia, nem o ano que nasceu
Mas posso falar com orgulho um pouco do caráter seu

Respeitador e honesto
De uma índole sem igual
A sua perseverança é algo fenomenal
Preciso dizer a vocês o Fernando Moura é o tal

Tal como se viu
Até tiro já ganhou dentro do movimento
mas nem por isso a luta deixou

Por isso meus companheiros vamos mais esse exemplo pegar
Arregaçar as mangas pois temos uma guerra a ganhar
O Estado do Rio de Janeiro está um pouco apreensivo
Fernando Moura Frente de massa está para deixar o Rio
Indo morar na Bahia com a família junto aos amigos

O Estado da Bahia está feliz de montão
Inclusive alguns baianos já estão soltando rojão por ter Fernando Moura junto com os irmãos
Parece que já escutamos várias pessoas perguntarem
Cade Seu Fernando? Quando é que ele vai voltar?
Sem Seu Fernando ih não dá não!

Mas deixa que é a saudade que fica no coração
Onde o Fernando Moura estiver vai ter luta de montão
Por isso nós apoiamos qualquer decisão do senhor
Seja Rio, Sergipe, Aracaju ou Salvador, desejamos que seja muito feliz
em qualquer lugar que for.

Falar em Fernando Moura é difícil pois ele faz tudo certinho
Mas quando for pra Bahia dirija mais devagarinho
Se no Rio o trânsito é louco, na Bahia ele é doidinho
Se fossemos do DETRAN tínhamos tirado uns pontinhos

Temos certeza que aqui o que todos querem dizer
é que o senhor é importante pra todos
Que nem sabemos dizer
Mas saiba do principal:
todos amamos você.

Os fins justificam os meios, Maquiavel quem falou
Vamos explodir a Bahia para ficarmos com o senhor
É só uma brincadeirinha que fazemos pro senhor
Na gestão do Movimento todos tem o seu valor
Preservaremos a agroecologia que aprendemos com o senhor

3 comments  ::  Share or discuss  ::  2012-12-06  ::  vivian

Universidade Rural do Rio de Janeiro promove Feira da Reforma Agrária

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do MST Rio

por Secretaria COOPATERRA, com fotos de Andre Peres e COOPATERRA

Nos dias 22 e 23 de novembro ocorreu a I Feira da Reforma Agrária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em Seropédica. A feira, organizada pelo MST e pelo Grupo de Agricultura Ecológica da UFRRJ contou também com o apoio da Associação dos Docentes da Universidade Rural.

O objetivo principal da feira foi pautar o tema da reforma agrária como promotora de alimentos saudáveis pela agricultura familiar organizada. Para tanto, estiveram presentes agricultores da Baixada Fluminense (representados pela COOPATERRA – Cooperativa de Produtores Agroecológicos Terra Viva),  de Piraí (Assentamentos Roseli Nunes e Terra da Paz) , Barra do Piraí (Assentamento Vida Nova) e Valença (Acampamento Mariana Crioula).

A feira apresentou grande diversidade, dialogando a contraposição da lógica das monoculturas do agronegócio com os alimentos tradicionais das regiões presentes. Desta forma, era possível encontrar:  maxixe, aipim, abóbora, banana, bata doce, hortaliças, frutas, mel, fitoterápicos, cachaça artesanal, queijos, doces variados, bolos, sucos…

Quem passava pelas barracas aproveitava para conversar com assentados e acampados sobre a questão agrária no estado, seus principais desafios e conquistas, as principais lutas, resistências e enfrentamentos que são protagonistas os trabalhadores rurais sem terra em suas distintas realidades. Debateu-se especialmente a questão da necessidade de uma estratégia política na produção de alimentos sob o controle direto dos trabalhadores organizados sob diferentes formas de cooperação, através de cooperativas, associações, núcleos de trabalho, que concretamente construam uma alternativa a lógica perversa da organização do mercado capitalista.

Com a animação resultante da feira, projetou-se futuras articulações para entregas de produção das áreas de reforma agrária a restaurantes locais e grupos de consumidores organizados como forma de consolidar relações politicas e de trabalho entre parceiros interessados em fortalecer a agricultura familiar assentada e acampada produtora de alimentos saudáveis para a população.

REFORMA AGRARIA POR JUSTIÇA SOCIAL E SOBERANIA POPULAR!!

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Rádio MEC entrevista militante do MST

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do MST Rio

O programa ZoaSom realizou no dia 29/11 um programa sobre a Reforma Agrária. Um dos convidados foi o militante do MST Marcelo Durão. Além dele, participaram também Francine Pinheiro, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Leandro Contti, representante do  INCRA e Ronaldo de Albuquerque da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). A banda O Padre dos Balões tocou nos intervaloes. Confira a entrevista aqui: http://www.zoasom.com/o-que-ja-rolou/pgm-121-reforma-agraria/

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Mais de mil pessoas saíram às ruas contra privatização do Maracanã

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do Rio

do Boletim MST RJ

Para denunciar a série de violações de direitos que vem ocorrendo no país para preparar os megaeventos, a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa organizou no último sábado (1/12) manifestações em diversas capitais brasileiras. No Rio, mais de mil pessoas participaram do ato “O Maraca é Nosso!  Grande ato unificado contra a privatização e as demolições do Complexo do Maracanã”.
Leia mais:
– Maracanã: mobilização popular pede plebiscito sobre concessão

Indígenas, sindicatos, estudantes e atletas saíram em caminhada da Tijuca até o Maracanã para pressionar o poder público por um plebiscito sobre a tentativa do governo estadual conceder o Maracanã à iniciativa privada. Os manifestantes também criticaram a demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e do prédio histórico do antigo Museu do Índio. O movimento já recebeu apoios de peso, como o do cantor e compositor Chico Buarque.

Veja reportagem da TV Memória Latina

Leia matéria da Rede Brasil Atual e da Carta Maior

Confira fotos da manifestação do site do Comitê Popular da Copa

Veja declaração do deputado Marcelo Freixo

 

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Ocupação Mariana Crioula comemora 1 ano na Gamboa

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do Rio

texto e fotos por Henrique Zizo

No dia 1º de dezembro, último sábado, aconteceu a comemoração de 1 Ano da Ocupação Mariana Crioula. Ao longo das últimas semanas a preparação foi grande: mutirão para limpeza do local, pintura nova das paredes com cal, montagem de bancos para recepção dos convidados e a preparação do teatro, que já vinha a um bom tempo fazendo seus ensaios.

Localizada no bairro da Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, é a segunda ocupação em área central do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). Na contracorrente dos projetos de intervenção que vem expulsando os pobres da região portuária, sua luta é pela manutenção das famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos na área. O casarão, um antigo depósito mal utilizado, faz parte agora do projeto de reforma, no qual estão envolvidas 60 famílias. Conectado a luta por políticas públicas pelo direito à cidade, o projeto prevê, para além da construção das moradias, a organização de uma cooperativa para geração de renda e o resgate da memória local com a criação de um centro cultural.

As atividades começaram por volta das 15h, com parceiros falando sobre a história da região e o atual contexto do porto maravilha, que com suas PPP’s que vêm apagando a memória e removendo famílias da área. Em seguida, a apresentação do projeto arquitetônico previsto para a ocupação e a exibição de fotografias do Morro da Providência e região portuária, realizadas por um coletivo de fotógrafos que documentam os impactos das obras.

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NPC reúne alunos para discutir o Rio de Janeiro e a Comunicação Popular

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do Rio

por Marina Schneider e Alan Tygel

O Núcleo Piratininga de Comunicação realizou no último sábado, 1º de dezembro, um encontro de alunos do Curso de Comunicação Popular, reunindo cerca de 40 comunicadores que participaram de várias edições do Curso, promovido pelo NPC desde 2006. O tema do encontro foi “O Rio de Janeiro e a Comunicação Popular” e a o objetivo foi debater as grandes transformações que têm ocorrido na cidade e fortalecer a atuação dos comunicadores populares na capital.

Após uma fala introdutória do coordenador do NPC, Vito Giannotti, sobre a importância da comunicação na disputa de hegemonia na sociedade, a professora de história e comunicadora popular chilena Natalia Urbina, iniciou o encontro dando uma aula sobre as lutas latino-americanas. Ela destacou a importância de os brasileiros conhecerem melhor o que os movimentos sociais e populares realizam nos países vizinhos para que possamos unir forças e atuarmos juntos por uma América Latina mais justa.

A primeira mesa de debate contou com a participação da arquiteta Fátima Tardin e do historiador Guilherme Marques Soninho, para discutir o Rio dos megaeventos e megaempreendimentos. Os dois destacaram a falta de diálogo dos governos com a população na implantação das mudanças urbanísticas na cidade e compartilharam a visão de que a cidade está sendo preparada apenas para receber empreendimentos lucrativos, em uma grande parceria entre poder público e empresas, excluindo do debate a população. As remoções forçadas e as lutas das famílias que resistiram ou ainda resistem também foram destacadas pelos palestrantes. Após as falas de Soninho e Fátima houve debate com os alunos.

Na parte da tarde, o debate foi específico sobre a questão das UPPs. O professor José Claudio Alves, estudioso do tema da segurança pública, se juntou a moradores de favelas com diferentes perspectivas em relação às UPPs. Arley Macedo mora na Rocinha, favela que já tem UPP. Já Gizele Martins é moradora da Maré, favela que está se preparando para receber a Unidade. E por fim, Júlio Lacerda, que é morador da favela Jorge Turco, e não tem nenhuma perspectiva de instalação da UPP.

No final do dia, os participantes colocaram as perspectivas da comunicação popular no Rio de Janeiro para o próximo ano. Diante dos enormes desafios que a cidade enfrenta, fica clara a necessidade de formação de quadros na área da comunicação para que se possa potencializar a luta popular no estado. A previsão é que haja um curso avançado no NPC, além dos tradicionais cursos para comunidades e movimentos sociais, e o curso anual. Assim, o Núcleo coordenado por Vito Gianotti e Cláudia Santiago se coloca como uma das principais referências na comunicação de esquerda no Rio e no Brasil, contribuindo amplamente na formação de quadros aptos a encarar a batalha contra a mídia burguesa.

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Seminário Realidade Brasileira será realizado nesta sexta e sábado. Participe!

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Agenda

do boletim MST RJ

| Foto: Divulgação

A Consulta Popular e o Levante Popular da Juventude convocam para o Seminário sobre Realidade Brasileira – “A formação do povo brasileiro e a Revolução brasileira”. O SRB ocorrerá nos dias 07 e 08/12, no auditório do Sindipetro/RJ (Avenida Passos, 34 – Centro do Rio). O horário segue no cartaz em anexo. Inscrições e maiores informações pelo e-mail: corealidadebrasileira@gmail.com.

O seminário surge da necessidade de retomarmos um processo de formação e discussão sistemática dos problemas estruturais do Brasil, considerando a formação histórica, social, cultural e econômica do país. Pensamos ser importante um esforço coletivo no sentido de compreender a nossa realidade e estimular o debate sobre um Projeto Popular para o Brasil.

Participam também do evento o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Sindipetro/RJ.

Programação:

Dia 07/12 (Sexta-feira) LANÇAMENTO DA COLEÇÃO REALIDADE BRASILEIRA – GRANDES PENSADORES

18:00 Recepção

18:30 Mesa de abertura

18:45 Apresentação de vídeo da coleção

19:00 Mesa sobre a Coleção Realidade Brasileira – Profª Cristina Bezerra (UFJF/MG) e Talles (MST)

20:45 Encerramento da mesa

21:00 Confraternização

Dia 08/12 – Sábado

08:30 Café

09:00 Apresentação

09:30 Formação do povo brasileiro – Cristina Bezerra (UFJF)

10:45 Café

11:00 Continuação

12:30 almoço

14:00 Atualidade da Revolução Brasileira – Ronaldo Pagotto (Consulta Popular)

15:00 Trabalho em grupo

16:00 Café

16:15 Plenária

17:45 Avaliação do seminário

18:00 Encaminhamentos

18:15 Encerramento

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Escolas de assentamentos do Paraná se destacam no Ideb

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do Brasil

por Diogo Antoneli da Gazeta do Povo

A sala de aula pode não ser a mais confortável, a infraestrutura da escola deixa a desejar e as vias de acesso nem sempre estão em condições favoráveis. Mas a regra é uma só: educar e ensinar, apesar dos obstáculos. É assim que três escolas de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) vêm operando milagres. De um total de 22 escolas de assentamentos avaliadas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 no Paraná, elas foram as únicas que conseguiram atingir média superior à de seus municípios. As fórmulas utilizadas pelas instituições são, em parte, distintas. Mas o desejo de ver os alunos aprendendo e transformando o conhecimento em práticas do dia a dia é o mesmo.

Em Querência do Norte (Noroeste do estado), a Escola Municipal Chico Mendes, no assentamento Pontal do Tigre, atingiu a maior nota do Ideb de toda a cidade no fim da primeira etapa do ensino fundamental (5.º ano). Segundo a educadora Osmara de Souza, os 6,2 obtidos pela escola são reflexo de diversos dribles nas dificuldades que apareceram ao longo do ano. “A infraestrutura daqui não é favorável. Além disso, o acesso até a escola é complicado”, afirma. Ao todo, 12 educadores trabalham na instituição, que tem 256 estudantes em 12 turmas. A média do município foi de 4,9.

O método de ensino é baseado nos ensinamentos de Paulo Freire. Anualmente é realizada uma pesquisa com os moradores do assentamento, que debatem o tema a ser discutido em sala de aula. “A gente trabalha assuntos que a comunidade julga importantes e vamos detalhando em diversos subtemas”, explica. Paralelamente, são trabalhados assuntos voltados ao trabalho no campo. Outro ponto que Osmara destaca é a formação continuada para os professores do campo.

Leia matéria completa

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Liderança rural que lutava pela Reforma Agrária é assassinada em Rondônia

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do Brasil

por CUT-RO/FETAGRO

Uma das lideranças no Acampamento Paulo Freire 3, em Seringueiras, Orlando Pereira Sales, o Paraíba, morreu na última quinta-feira (29/11), após ser atingido por disparos de arma de fogo. Segundo informações recebidas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), ele morreu depois de ser atingido por dois disparos de rifle e um projétil de calibre 22 na cabeça.

O fato aconteceu no Acampamento Paulo Freire 1 (Fazenda Gladys), em Presidente Médici, onde o trabalhador sem terra tinha se instalado com a família após terem sido despejados judicialmente do Acampamento Paulo Freire 3 pelo fazendeiro Sebastião de Peder, titular da fazenda Riacho Doce.

A área, terra pública sem documentação, vem sendo reivindicada pelo Incra. Paraíba e sua família compunham um grupo de 82 famílias que há dois anos moravam e trabalhavam no local, do qual foram despejados no dia 13 de setembro de 2012. Um grupo de 45 famílias continua acampado nas proximidades da fazenda Riacho Doce e, recentemente, denunciaram estar sofrendo ameaças por jagunços armados. A gravidade dos atos de violência acontecidos em Seringueiras já foi denunciada ao Ministério Público Federal (MPF) de Porto Velho, que abriu Inquérito Civil no dia 15 de Outubro de 2012.

De acordo com a CPT, essa é a sexta morte violenta por causa de conflitos agrários registrada este ano no Estado de Rondônia.

Ameaças

No começo deste ano, após o acampamento sofrer diversos atos de pistolagem, Paraíba passou a sofrer graves ameaças e intento de assassinato, o que o levou a abandonar o local no dia 14 de março. No mesmo dia registrou queixa na Delegacia de Seringueiras e no dia seguinte, no Ministério Público do município de São Miguel do Guaporé.

Apuração dos fatos e providências

A Central Única dos Trabalhadores de Rondônia (CUT) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (FETAGRO) têm denunciado com dureza o crescimento da violência em decorrência dos conflitos agrários no Estado e lamentam profundamente que a ausência do Estado Brasileiro em destinar as terras devolutas e conter os conflitos agrários tenha como consequência a vida de mais um trabalhador. A entidade espera que essa morte seja esclarecida e aos culpados sejam aplicados os rigores da lei.

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Júri Popular condena fazendeiro e integrante de milícia por homicídio de trabalhador sem terra

quinta-feira 6 dezembro 2012 - Filed under Notícias do Brasil

Ednubia Ghisi, da Terra de Direitos

O julgamento de dois acusados de participação no assassinato do trabalhado sem terra Sebastião Camargo, em 1998, terminou na madrugada desta quarta-feira (28), por volta das 2h, com decisão inédita. Osnir Sanches foi condenado a 13 anos de prisão por homicídio qualificado e constituição de empresa de segurança privada, utilizada para recrutar jagunços e executar despejos ilegais. Teissin Tina, ex-proprietário da fazenda Boa Sorte, onde o agricultor foi assassinado, recebeu condenação a seis anos de prisão por homicídio simples. Os condenados poderão recorrer da decisão em liberdade.

A decisão saiu após cerca de 16 horas de julgamento, com votação do júri popular em 4 a 0. Para o advogado assistente de acusação, Fernando Prioste, a votação expressiva mostra que a sociedade já não está aceitando o argumento de que a propriedade está acima da vida: “A defesa usou como escusa para a prática do crime o fato de ter havido uma ocupação da área, e que haveria o direito de matar pessoas em função da ocupação, mas os jurados rejeitaram essa tese”, avalia Prioste, que é assessor jurídico da Terra de Direitos.

Para Diego Moreira, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com as investigações anteriores, os depoimentos prestados ao longo do julgamento e a condenação de Sanches, fica nítida a existência das milícias armadas, organizadas pela União Democrática Ruralista (UDR): “Houve todo um esquema orquestrado para inibir o avanço da reforma agrária e assassinar trabalhadores”. Na avaliação de Moreira, a decisão do Júri mostrou a possibilidade de ainda poder acreditar um pouco na justiça. “O fato de colocar um fazendeiro e um aliciador de milícias armadas no banco dos réus e condenar é uma vitória para os trabalhadores”.

César Ventura Camargo Filho, um dos filhos do trabalhador Sebastião Camargo, esteve presente no julgamento. “Achei a decisão muito importante, porque um pouco do que eles [condenados] fizeram, eles vão pagar. Mas na realidade não faz fazer com que o meu pai volte”, afirma o jovem que na época do crime tinha sete anos.

O júri foi acompanhado por aproximadamente 150 integrantes do MST, familiares, conhecidos de Sebastião Camargo.

Outros acusados

Além de Teissin Tina e Osnir Sanches, o julgamento previa a presença dos réus Marcos Prochet, ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), e de Augusto Barbosa da Costa, integrante da milícia organizada e financiada pela UDR. Porém, os dois apresentaram substituição de advogados às vésperas do júri, e alegaram necessidade de mais tempo para se preparar para o julgamento. “Haverá designação, o mais rápido possível, de um outro júri, possivelmente para o início do ano que vem, julgando os outros dois acusados”, garantiu Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, juiz que esteve à frente do júri.

Confira nota da Turma de Jornalismo da Terra sobre o julgamento

Nós, educandos e educandas da Turma de Jornalismo da Terra da Turma Luis Gama (MST e MAB) viemos manisfestar nossa Indignação diante do julgamento do ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR) do Noroeste do Paraná, Marcos Prochet.

O julgamento da morte do trabalhador Sem Terra Sebastião Camargo, assassinado no ano de 1998, por milicias privada a mando da UDR-PR, teve início na manhã desta terça-feira (27/11). Porém, sem a presença dos réus Marcos Prochet, ex-presidente da UDR, e de Augusto Barbosa da Costa, integrante da milícia organizada e financiada pela União Democrática. Ainda assim, é a primeira vez que um latifundiário senta no banco dos réus no estado, Teissin Tina, proprietário da fazenda foi julgado e condenado a seis anos de prisão.

Em 1998, em uma ação ilegal de despejo na Fazenda Boa Sorte, ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), onde Sebastião Camargo foi morto, as investigações sobre o caso apontam Marcos Prochet como autor do disparo que matou o agricultor, numa ação que envolveu cerca de 30 pistoleiros integrantes de milícia organizada pela UDR.

UDR: maior opositora dos movimentos

A União Democrática Ruralista (UDR) é a principal opositora dos movimentos que lutam pela terra no Brasil, nas duas ultimas décadas intensificou perseguições a lideranças e militantes do MST. É responsável pelo assassinato de lideranças camponesas em vários estados.

A UDR durante anos acusou o MST de ser um Movimento guerrilheiro, mas é a própria UDR quem treina paramilitares, pistoleiros e milicias rural para atacar acampamentos de Sem Terra em todo Brasil. Para quem não sabe, fundadores da UDR ofereceram exilio para o ditador paraguaio Alfredo Stroesner, nos anos 80 na casa da família Caiado, de Ronaldo Caiado um dos fundadores da UDR, hoje um dos principais deputados federais da bancada ruralista, inimigo da Reforma Agrária. Naquele período a UDR recebia armas do ditador paraguaio.

Manifestamos nosso repúdio onde mais uma vez, na história dos conflitos no campo permanece a impunidade, mesmo com várias provas a família da vítima não recebeu qualquer reparação. O Estado brasileiro não cumpriu sua obrigação de garantir o direito à vida de Sebastião Camargo Filho, ao não prevenir a morte da vítima e ao deixar de investigar devidamente os fatos e sancionar os responsáveis.

Lembramos como exemplo dentre os principais julgamentos está o massacre de Eldorado do Carajás no Pará que teve repercussão mundial, pelo número de mortos, pelas circunstâncias das execuções sumárias e em função do número de policiais envolvidos como também os massacres de Curumbiara em Rondônia. E o massacre de Felisburgo em Minas Gerais, no qual foram assassinados cinco Sem-Terras, pelo fazendeiro Adriano Chafik Luedy, onde acontecerá o Juri Popular em Janeiro de 2013. E também o descaso com a situação dos Indios Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul.

Impunidade no campo

Nós, não podemos ficar calados diante de tanta impunidade no campo. Sabemos que quem gera conflitos e a impunidade no campo são os fazendeiros e proprietários do latifúndio que fazem parte de uma elite burguesa, os mesmos que mantém o modelo do Estado brasileiro nas suas esferas do Executivo, Judiciário e Legislativo, que historicamente vem investindo no fortalecimento do modelo de desenvolvimento concentrador, excludente e degradador, mantendo a opção pelo agro e hidronegócio e que promove a criminalização dos Movimentos do Campo.

“Para cada morte, gritaremos mais forte: Reforma Agrária Já!”

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